"JOÃO DE BARÁ AGELÚ NÍ BÍ (EXÚ BY) - NETO DO PRÍNCIPEPor AfrosulPostado em 30/07/23Quando se fala em Nação Jêje do Rio Grande do Sul, logo vem o nome do Pai de Santo mais famoso desta nação que foi o Pai João de Bará Ni Bi (Exu Bý), que sem dúvidas foi a maior expressão Jeje. Conhecido no Brasil e em outros países, filho de Santo de Mãe Chininha de Xangô Agandju Ibeijis. Pai João do Bará doutrinava muito bem seus filhos de santo. Ensinava muito bem seus filhos a puxar as rezas dos Orixás e a tocar tambor.
Ele tinha uma técnica de ensinar os filhos tocando na mesa com duas colheres e no outro dia já os colocava a tocar no tambor com os agidavís. João de Bará e Tia Licinha, sua irmã, tocavam Jêje juntos, e diziam na época que era um dos melhores rituais quando esses dois se juntavam na mesma obrigação. Dos pais e mães de santos atuais, da nação Jêje do Rio Grande do Sul, muitos desconhecem a palavra Vodun; deve-se este fato ao predomínio da nação Ijexá, de origem Yorubá que acabou absorvendo as demais, e o termo vodun com o passar dos tempos, deixou de existir; mas é certo que a linguagem utilizada nas rezas e o uso das AGIDAVIS, para toque dos tambores RUM - RUMPI e LÊ (instrumentos de percussão), entre outros fatos refletem muito os fundamentos do antigo Daomé. (o grifo é nosso)
Há casos em que as tradições culturais africanas resistem mais que em outros, à mudança, mas em nenhuma instância, nem mesmo nos terreiros mais antigos e ostensivamente zelosos à suas origens, deixou de existir, contudo, se tivesse, no sul um maior interesse em pesquisar a origem dos fundamentos de cada nação é certo que achariam a ligação direta do jêje praticado aqui, com os povos do antigo Dahomé, e assim por diante. O que sobrevive da vertente jêje como legado cultural acha-se associado ao acervo Yorubá, embora não se fale em Voduns no Rio Grande do Sul.
19 de Maio, seria aniversário do saudoso Exu Bi, de Pai Joãozinho, patriarca da nação Jeje.
Sempre foi e sempre será, um dos maiores BALUARTES de todos os tempos dentro da nossa Religião. Foi um homem que deixou um Patrimônio Cultural e religioso para todos os seus filhos e descendentes, que ao longo dos anos, se tornaram uma extensa Bacia. Era um homem de fé, acima de tudo, de dedicação ao sagrado e ao ORIXÁ, de imensa sabedoria e fundamentos. Divulgou e promoveu a Religião e a sua Nação, por muitos lugares, inclusive na Argentina e no Uruguai. Foi uma LENDA no seu tempo e continua sendo, até os dias de hoje.
Com muito respeito, que hoje, nós homenageamos, o grande Babalorixá JOÃO CORREIA LIMA (póstuma), Pai JOÃOZINHO DE BARÁ EXÚ AJELÚ BÍ (NÍ).Pai Joãozinho era da Nação JÉJÉ, NETO do PRÍNCIPE CUSTÓDIO de SAPATÁ ERUPÊ, e da Bacia de Mãe CHININHA DE IBEJI.
Fazia grandes obrigações e lindas festas, que os antigos nos contam que eram maravilhosas, e comemorava o aniversário do seu ORIXÁ, no dia 19 de maio.Morava na rua COMENDADOR RHEINGANTZ, 265 no Bairro MONT SERRAT, que era o berço de grandes batuqueiros.
Pai Joãozinho tinha uma característica de ensinar a todos os seus filhos de santo, inclusive as mulheres, de tocarem o JÉJÉ de aguidaviche e NAGÔ no tambor.Foi um homem muito generoso, pois ajudou a criar e manter muitas crianças desamparadas, que se tornaram seus filhos de criação.
Deixou uma enorme e rica GOA, e seus descentes hoje, continuam cada vêz mais aumentando.O seu nome, definitivamente, entrou para a história da nossa Religião.Ele faleceu, no dia 24 de novembro de 1971.Fonte: BATUQUE DO RIO GRANDE DO SUL"
Reflexões
Pai João ensinava a tocar tambor com aquidavi, no entanto, não foi informado onde ele coletou este costume.
Os nomes de atabaques do Candomblé Ketu "RUM - RUMPI e LÊ", foram citados, porém, não há registros que usem na família.
Há registros de que somente ele tocava com aquidavi, sendo que a família não usava os aquidavis.
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