segunda-feira, 25 de maio de 2020

O ORIXÁ ENTENDE O QUE ESTAMOS PASSANDO?

Por Erick Wolff de Oxalá
Em 25/05/2020





O ano de 2020 começou e nem imaginaríamos como estaríamos em deste ano. A partir de fevereiro a doença deu o start para o aleta brasileiro, mas não foi suficiente para as autoridades cancelarem o Carnaval e as festas, que seguiriam, mesmo após o 4 de fevereiro, quando o governo decretava estado de emergência.


Seguindo as orientações e sugestões, os templos encostaram as suas portas para rituais e iniciações, filhos e necessitados, e as divindades entenderam e aceitaram. Quem pode ajudou com o pouco que tinha em casa, e fez ebó, invocações e súplicas aos orixás pedindo saúde e calma para aqueles que conheciam, sem questionar raça, credo ou condição social, bastava um pedido todos se movimentavam para ajudar. 


Com o tempo os sacerdotes mais sérios se renderam a jogar a distância e orientar conforme o possível, alguns procedimentos para aqueles que confiavam, e aos que procuravam no desespero da situação, e os orixá compreenderam e aceitaram. E assim passaram semanas e completaram mais de um mês, sem sair da quarentena.


E mesmo diante a insegurança, as pessoas começaram a pedir ajuda aos sacerdotes, para que pelo menos abrissem suas portas para um jogo presencial e, ou um axé, e mesmo com toda a preocupação e medo, os sacerdotes começaram a jogar para poucas pessoas e fazer alguns serviços e trabalhos com  número controlado de pessoas e cuidados necessários. E as divindades entenderam e ajudaram.

Hoje vemos que há a possibilidade de começarem a voltar as suas rotinas, mas sem aglomeração, nem mesmo descontrole ou rompimento com protocolos de segurança, mas isso não quer dizer que poderemos abrir as portas e sair tocando Batuque ou giras para as entidades, sem consequência, pois o vírus ainda está ai, somos responsáveis por comunidades e por pessoas que confiam na gente, por isso temos a obrigação de zelar do material e da família a qual governamos em nome de cada orixá, pois sabemos que os orixá irão entender e nos apoiar, sabendo que não é o momento para festas e rodas.

Existem várias formas de mostrar que temos tradição, cultura e religião, não é apenas dançando, e este é um momento ao qual precisamos pensar nas pessoas e avaliar todos os riscos, confinado nas divindades as quais cultuamos.

Vamos esperar para tocar os nossos tambores, para que possamos estar com toda a família e amigos sempre, a paciência irá nos proteger e assim preservaremos o axé.

Crédito da imagem, foi retirada antes da sacralização do Opa.

sábado, 23 de maio de 2020

LÁÀLÚ ÈSÙ

Publicado por Ifatola Sangodare Awosipe
Em 23/05/2020


Quando oferecemos sacrifícios
Lembremos de deixar de lado a parte de Èsù
Obà oo, Èsù láàlú 🖤
Olóogun òde
Láaróyè Agòngòlagò
Alàmòlamo bàtà
Ò fé bàtà kù jó làmolàmò
Sékéte péere
Sékéte pére
Onílé ojúde
Okùnrin fìrìfìrì já pì
Okùnrin fìrìfìrì já pì
Okùnrin dedede bí òrun èbáko
Ó bélékún ní bi ekún
Ó mekún sun ju elekún lo
Elekún e sun omi
Láaróyè ń sèjè
Èsù kò ni se wa oooo
Àse Òrìsà
Okùnrin takun takun tì n gbé oríta
(o poderoso que vive na encruzilhada)
Àse Òrìsà 🙏🔥🗿💪🖤

# Èsù_is_not_satan
# Ìsèse_is_the_mother_of_tradition
#Ancestral_way_of_life

quinta-feira, 21 de maio de 2020

KÒSO

Por Paula Cristina Gomes
Em 21/05/2020











Kòso significa "não foi enforcado" e a palavra originou na época do reinado de Sàngó Aláàfin.


Sàngó Aláàfin estava fazendo experiências, tentando reafirmar a potência de seu raio, o trovão que ele criou atingiu o palácio e queimou-o. Portanto, ele deixou a cidade seguido pelos chefes persuadindo-o a não sair.


Após uma persuasão inflexível, os chefes voltaram quando se aproximaram de uma árvore Ìgbá, ouvia-se a notícia de que o rei se tinha enforcado, mas isso não era verdade.


Sàngó Aláàfin desapareceu entrado pela terra, deixando para trás o raio - Edùn àrá (òlépo lárá) retirado de seu próprio corpo e deixando-os com seus chefes. – Daí o ditado popular Oba kòso ou Olú kòso significando que o rei não foi enforcado e o lugar onde Sàngó Aláàfin desapareceu ficou conhecido como Kòso.


Hoje Kòso é um distrito suburbano de Òyó , um dos lugares mais sagrados da cidade, onde o espírito de Sàngó habita o local sagrado. Não há nenhum Aláàfin em Òyó , que será instalado sem executar todos os ritos de coroação dentro do Templo de Kòso.

Mogbà Kòso desempenha um papel crucial na sucessão real, uma vez que ele é o guardião do antigo santuário de Sàngó Kòso e da coroa ancestral de Sàngó Aláàfin “Adé Séséefun”, sendo responsável pela coroação do novo rei.

Na cidade de Òyó o culto de Sàngó é diferenciado entre Sàngó Kòso e Sàngó Ajòfà. As diferenças entre eles estão relacionadas com a história do Aláàfin e da cidade de Òyó.

Sàngó Kòso é onde o poder antigo de Sàngó está e é preservado, por isso pertence exclusivamente aos Aláàfin, onde eles fazem convênio com seus antepassados antes de receber a coroa Sàngó, no que diz respeito a Sàngó Ajòfà, este pertence à cidade de Òyó.

Além disso, a comunidade de Sàngó em Òyó tem diferentes sistemas hierárquicos relacionados com as funções a serem desempenhadas na Comunidade.

Asa Orisa Alaafin Oyo

segunda-feira, 18 de maio de 2020

OBI O ÚNICO ORACULO DE ÒGÚN

Publicado por Ìdílé Ọdẹ Ògúnrọ̀gbà 
Em 18/05/2020





O obi é o único oráculo usado por minha família de Ògún. Não existe recomendação, prognóstico, apontamento, que não se possa fazer através do obi.
Através dele nos comunicamos com Ògún, e recebemos seus recados, e suas orientações.
Obi é usado desde do esentaye para às devidas recomendações a família do recém-nascido, até o apontamento dos ewós em uma iniciação. Com ele conseguimos acessar às respostas que necessitamos para o nosso caminhar, da mesma forma que um sacerdote que usa o erindinlogun, ou um babalawo que consulta com o seu opele/ikin.
Em Oyó, testemunhei o meu iniciador consultando obi para às pessoas do clã, e da comunidade. Uma prática comum nas festividades e cerimônias. Todos recebem conselhos e orientações para os seus problemas. Ògún, jamais deixa ninguém sem resposta!
Cada família, cada região, cada sacerdote, tem suas interpretações das caídas do obi. Como sempre digo, se tratando de território yorubá, não existe uma verdade absoluta.
Por ser o único oráculo usado pela família de Ògún em Oyó, somos exímios conhecedores da consulta através do obi. Obi é a boca do Orisa!
Ìséjú obì ikú kí pa obì kópa ìséjú
Osogun!
Fotos: Renata Barcellos
Diego Guimarães

FONTE - Ìdílé Ọdẹ Ògúnrọ̀gbà

QUAL O SIGNIFICADO DE JÀKÚTA?

Publicado por Paula Cristina Gomes 
Em 18/05/2020


Jàkúta ou ìjà òkúta (lutar com pedras) é o 2º dia da semana do calendário tradicional iorubá, que é dedicado a Sàngó. É conhecido como Ọ̀sẹ̀ Sàngó, que é o ato semanal de adoração a Sàngó feito a cada 4 dias.
Para entender a ideia pré-colonial do sistema de calendário tradicional iorubá, é pertinente chegar ao período aborígeno iorubá e ao mito da criação do mundo, sendo a base do calendário divinatório primordial que é o primeiro pilar da estrutura social iorubá.

Este é baseado no número fixo (4), conceito este que está relacionado com as crenças tradicionais sobre o universo sendo este redondo e sua criação começou com quatro cantos.

Esta é a base da semana iorubá de 4 dias, chamado de Oríta- cruzamento.

A semana de 4 dias marca valores das divindades mais importantes na cosmologia iorubá e no ciclo do mercado.

O calendário tem uma matriz divinatória muito simples, que se aproxima do passado iorubá, alcançando o período de Òrìs Nlá, passando pelo status cosmológico sagrado.

No início, não havia dias de semana e Elédùmarè decidiu dar ao Òrìs 4 dia semana.
Dia 1 é dedicado a Ògún
s Ògún
Dia 2 é dedicado a Sàngó s Jàkúta
Dia 3 é dedicado a Obàtálá s Obàtálá
Dia 4 é dedicado ao outros Òrìss Ayó (Joy)
Um pequeno trecho do verso odù Òfún (Eèrìndínlógún) sobre o 2º dia da semana chamado Jàkúta dedicado a Sàngó
“……………..

quando Olódùmarè enviou
os Òrìs para a terra nenhum
deles tinha o seu próprio dia
eles decidiram brigar para escolher
o seu próprio dia
Olódùmarè liberou 4 dias para eles
……………….

No dia seguinte,
Os Òrìs começaram a brigar
para ter seu próprio dia
Sàngó foi aconselhado a
fazer oferenda com 200 pedras
Sàngó fez
Sàngó começou a enviar pedras
para os outros Òrìs
depois de terminar de comer,
ele começou a lutar
e todos Òrìs fugiram
eles decidiram dar Sàngó
o segundo dia chamado ìjà òkúta /Jàkúta
………………..”

Créditos ao falecido Baba Sangodina Opapa, Òyó 2014 [verso Odù Òfún- Érìndínlógún]

quinta-feira, 14 de maio de 2020

"NÃO CONFUNDA "ORUKÓ COM DIJINA !!!!

Publicado por Matamoride Ijoba Angola
Data 14/05/2020


"A única nação que tem dijina é a nação Angola.

Para quem não sabe ..... O filho na nação angola, quando é iniciado (a) é batizado pelo seu zelador (a) com um nome referente ao seu Inkisse!! Todos os filhos (as) da casa irá chamar o filho (a), por sua: DIJINA .

Dijina não é segredo para ninguém ..... Seria o nome de batismo !! Dijina , só ganha o iniciado (a) " FEITO " (a) . Abian !!! Na nação Angola "" NÃO" tem dijina .


KETÚ !!! Não tem dijina
EFON !!! Não tem dijina
JEJE !!! Não tem dijina

Os filhos (as) iniciado (feito ) da nação: KETÚ, EFON e JEJE. São chamados por sua ordem de barco:

DOFONA , DOFANITINHO (a) , FOMO , FOMUTINHO , ETC.......

O Orukó*

Significa em Yorubá “nome”, sendo que no Brasil tem o mesmo sentido, porém ele é mais usado para descrever o nome do Orixá.

E esse tem uma enorme importância, o Iyawô só nasce a partir do dia do nome, onde o orixá pronúncia seu segredo em alto e bom som, porém o iniciado deve mantê-lo em sigilo, pois ele diz a essência de seu orixá, e de sua vida.

Todas as nações KETÚ, ANGOLA, EFON e JEJE ! Suas entidades no dia da saída de Iyaô, grita seu ORUNKÓ.

ORUKÓ!!! é SEGREDO!!!!!! Seria o seu CPF!! Único!! Ninguém tem igual !!!!!!!!!!!!!!!!

EXEMPLO: Filhas de Oxum Opará, tem muitas.... Mas cada um com o seu Orukó!! Cada um com sua energia!! Cada um com seu verdadeiro nome!!!!! Seu zelador (a) alimentou diretamente...... Oxum Opará com este C P F (ORUNKÓ).
Este segredo (orukó), deve fica entre : VOCÊ ! SEU ORIXÁ ! SEU ZELADOR (a).

Trocar de axé.... Só por muita necessidade!!!!!! O novo zelador (a) exigirá o seu ORUNKÓ... Você tem a obrigação de dizer!!!! Você não está confiando desta nova pessoa por a mão na sua cabeça??? O que era segredo, deixa de ser segredo.

ORUNKÓ! É SEGREDO!!! DIJINA É PUBLICO .

Já vi duas ou três maneiras de “tirar o Orukó, e isso vai de axé para axé. O sentido é o mesmo. Nosso Orukó é eternizado em um axé, pois ele é citado em muitas obrigações, e quando temos casa aberta ele se torna ainda mais importante, pois tanto ele quanto o Orukó de nossos antepassados são citados, como uma forma de demonstrar que os atos e ensinamentos que estão sendo passados têm fundamento, tem hierarquia, que não viemos do nada e também tem a função de agradecer aqueles que tanto se dedicaram para que hoje possamos desfrutar dessa religião tão mágica e especial.

O Iyawô deve saber o que significa o seu Orukó, e assim ele pode entender melhor seu próprio destino. Outra coisa que acontece são os “apelidos” que são usados dentro da casa de santo, por exemplo: Quem é de Ogun, chamamos de Ogunssy, quem é de Oxum, Oxunssy... Essa terminação, ssy, vem de "sì" – que significa "adorar" em yorubá, ou seja, quando chamamos alguém de Oxunssy, na verdade estamos chamando de Adorador de Oxum, iniciado a Oxum, ou seja, é uma forma carinhosa, não confunda com Orunkó."

Texto:omoafefe

TIKTOK ERICK WOLFF

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