Em 17 de Janeiro de 2022, acessado em 20/01/2022 às 11:54
Ọ̀ṢỌ́Ọ̀SÌ é o guardião e guardião do templo deObatalá.
[...]
O ano de Obatalá continua forte.. O DEUS DO MÊS É AQUELE QUE CHEGOU E CHEGOU HOJE... Estas fotos foram feitas hoje e há 3 dias.
O FESTIVAL DE ỌBÀTÁLÁ CONTINUA. O ỌỌ̀NI PROJETOU PARA DAR OFERTAS AO ÒRÌṢÀ Ọ̀ṢỌ́Ọ̀SÌ HOJE... As imagens a seguir são de hoje e dos últimos três dias. [...] (TRADUÇÃO ONLINE)
Este texto é um extrato do artigo ORÍ NÌKÀN: O CULTO DE ORÍ COMO ÒRÌSÀ
INDIVIDUAL, de luiz L. Marins, atualizado e republicado na Revista Olorun nº 88, Nov e Dez 21/ Jan 22.
[...]
Este verso do oráculo de búzios também publicado por
William Bascom no livro Sixteen Cowries, 1993, p.
147.
Resumo
Orí faz uma consulta para saber como conseguir todas
as coisas boas na vida. Ele é aconselhado a fazer uma
oferenda para Bàbá Òrìsànlá. Ele ouve e faz o ebo. No
caminho ele encontra com Bàbá Òrìsànlá, e escolhe
todos os seus destinos.
Ejiogbe
“Atiíbátí, awo Atiíbátí”
“Atàbàtà, awo Atàbátà”
“Atàbàtà, babalawo Ori”
“Atiíbátí, aquele que supera seus limites”
“Atàbàtà, aquele que é ajudado a vender”
“Atàbàtà, o adivinho da cabeça”
Foi aquele que jogou para Orí
Orí estava vindo para escolher seu destino
No dia que ele estava indo oferecer akara para
Bàbá’lorun
Orí disse: “O que eu posso fazer para que todas as
coisas sejam boas para mim?”
Eles disseram que Orí deveria oferecer,
Ogojo akara egusi (oito bolinhos de semente de
melão)
Egba merindilogun (32.000 búzios)
1 agbebo adie (1 galinha)
1 eyele (1 pombo)
Orí ouviu, ele fez o ebo
Baba’lorun saiu de Iranje oko e foi para Iranje ilé
Ele encontrou Orí no caminho.
Orí estava levando o ebo, ele encontrou para oferecer
a Òrìsànlá
E quando Òrìsànlá começou a comer
Èsù disse [para Orí]:
“Diga o que você para tem para dizer”
“Faça o que você veio fazer”
O sa nyan gbogbo iwa”
Gbogbo iwa ni Orí as yan
Orí as yan gbogbo iwa
Ele escolheu seus destinos
Todos os seus destinos, Orí escolheu
Tudo o que queria, Orí escolheu.
Depois que Orí escolheu todos os seus destinos e saiu
Èsù trouxe omi (água) para Bàbá
Bàbá terminou de beber omi, e perguntou:
“Quem escolheu todos os seus destinos e foi embora?”
Èsù disse: Foi Orí!
Bàbá disse: “Vá e chame-o de volta”.
Èsù disse: “Porque eu deveria ir chamá-lo de volta?”
Ele disse: Orí não trouxe ebo para escolher seu
destino?
Orí estava dançando, Orí estava alegre
Ele estava louvando os adivinhos
E os adivinhos estavam louvando Òrìsànlá
“Atiíbátí, awo Atiíbátí”
“Atàbàtà, awo Atàbátà”
“Atàbàtà, babalawo Ori”
“Atiíbátí, aquele que supera seus limites”
“Atàbàtà, aquele que é ajudado a vender”
“Atàbàtà, o adivinho da cabeça”
Foi aquele que jogou para Orí
Orí estava vindo para escolher seu destino
No dia que ele estava indo oferecer akara para
Bàbá’lorun
Ele disse: “Eu ouvi, eu fiz ebo”.
“Ko i pe, ko i jinna”
“O ri mi ni jebuture”
“Ibiti Osa pe ire aje nu”
“Isto não está longe, isto não demora”
“Você me verá recebendo muitas coisas boas”
“Isto é o que Òrìsà diz: boa sorte para dinheiro”. [...]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este verso trata sobre a liberdade de Orí escolher seus caminhos, e desconstrói o conceito do destino pronto na casa de Ajala.
Link - https://olorun.com.br/site1/publication/revista-olorun-n-88-nov-e-dez-21-e-jan-22/92/component.html
No Candomblé, um objeto tido como sagrado pelos praticantes e muito usado pelas àwọnìyá àgbá é o abẹ̀bẹ̀ – lê-se abébé. Dentro das liturgias brasileiras, o abẹ̀bẹ̀ é um espelho de mão, que a depender de qualidades atribuídas ao òrìṣà, pode ser usado também como arma de corte.
Também são atribuídos, no candomblé, atos ao uso desse objeto, como por exemplo, a dança de Ọ̀ṣun, onde ela se banha e se admira perante o espelho de mão, o abẹ̀bẹ̀, como falam no Brasil.
Na mesma pegada, criam-se lendas, àwọnìtàn, também usando o abẹ̀bẹ̀ como espelho, como por exemplo, uma lenda que Yemọjá usa os espelhos para confundir inimigos.
Perceba, esse uso, essa atribuição, acontece no Brasil. É comum a pessoa ao pedir um espelho para algum uso, tipo ẹbọ, ìgbá òrìṣà e etc, fazer o uso do nome abẹ̀bẹ̀, dando a entender que sejam sinônimos (Abẹ̀bẹ̀ = espelho, para as pessoas do Brasil e desconhecedoras do idioma Yorùbá.).
Abẹ̀bẹ̀ não é espelho – Por quê?
Primeiramente, em nenhum dicionário de idioma Yorùbá sério, você encontrará a palavra Abẹ̀bẹ̀ com o significado de espelho. “Dicionário sério?” – Sim, pois há dicionários por aí que são tendenciosos, puxam mais para a parte religiosa, com seus vícios de linguagem, do que para o idioma e cultura yorùbá em si.
Outra, a palavra que de fato significa espelho em yorùbá é dígí – lê-se digui. E aqui entra um questionamento insano de algumas pessoas que lutam para não admitirem que falam errado:
– Mas será que em algum aldeia perdida da Nigéria alguém fale Abẹ̀bẹ̀ como sendo espelho?
Onde percebo um enorme esforço de manter um erro, do que admiti-lo. Não, não há aldeia perdida onde a palavra corrobore com os erros cometidos no Brasil com o idioma Yorùbá.
O Real Significado de Abẹ̀bẹ̀
Para entendermos o real significado da palavra abẹ̀bẹ̀, temos que olhar com mais atenção, e tirando a mente da caixinha, para os festivais anuais e outros eventos que ocorrem em terras nigerianas, como casamentos, pois ali veremos um abẹ̀bẹ̀ com seu uso original e desmistificado.
Abẹ̀bẹ̀ significa abano de mão, ou mais comumente chamado por nós de leque. Isso mesmo, abẹ̀bẹ̀ significa leque e nunca foi um espelho.
Seu uso se dava, ou se dá, pelo forte calor da região nigeriana. Ainda hoje, nos festivais, verá as àwọnìyálóde se abanando com ornados àwọnabẹ̀bẹ̀. O ornamento é que faz toda diferença, pois ali se mostra a capacidade financeira da pessoa, seu status.
Nos casamentos, seu uso é ainda mais explorado, havendo até mesmo lojas especializadas nesses objetos. Alguns usam plumagens de pavão, outros de garça, pérolas, fios de ouro, peças de marfim… A criatividade é quem determina o limite, o que precisa é estar belo e consoante com a roupa da noiva ou madrinha.
E o uso religioso? Ọ̀ṣun não usa Abẹ̀bẹ̀?
O litúrgico e profano andam quase de mãos dadas em terra nigerianas, na verdade, eles vivem o culto ao òrìsà 24 horas por dia. Muito diferente de nós, que muitas vezes separamos o momento religioso do momento profano e por isso há muito choque em compreender algumas coisas.
Ọ̀ṣun é considerada uma ìyálóde, uma senhora importante numa sociedade, vemos isso em algumas cantigas, àwọnorin e por isso, encontramos o abẹ̀bẹ̀ fazendo parte de suas paramentas, como na foto abaixo:
Este é um abẹ̀bẹ̀ que foi usado por um sacerdote de Ọ̀ṣun e é feito de latão com uma alça presa a ele. O leque possui uma pátina de bronze, decorações geométricas e também pontiagudas e no meio um pássaro, símbolo do mensageiro. Os furos nas bordas é onde ficavam presas as ornamentações, logo, não era usado para guerra, para cortar ou outras coisas que inventam!
Abaixo, outro antigo abẹ̀bẹ̀ de Ọ̀ṣun:
Havendo outros mais modernos, mostrando a evolução que até mesmo em terras yorubanas ocorre. O abẹ̀bẹ̀ abaixo já é feito de madeira, costuras e aplicações de búzios. Não há uso de espelho, sendo ele encontrado somente quando confeccionado no Brasil ou Cuba.
Conclusão:
A palavra em yorùbá que representa espelho é dígí – leia-se digui.
Abẹ̀bẹ̀, leia-se abébé, significa abano de mão ou leque, seu uso se dá pela cultura yorùbá, não sendo objeto de corte ou espelho.
Durante as pesquisas, não foram encontrados esse objeto com atribuição à Yemọjá, muito menos Lógun Ẹdẹ, todos os artefatos antigos são do culto à Ọ̀ṣun. E estamos falando de terras yorubanas.
Mas um coisa é certa: abẹ̀bẹ̀, pelos motivos expostos, não significa espelho!
É muito comum vermos em vários textos espalhados pela Internet a afirmação de que Èṣù significa esfera. Em cima disso, as pessoas criam trocentas romantizações: significa esfera pois Èṣù não tem início nem fim; esfera pois Èṣù está sempre rodando; esfera pois Èṣù é movimento (Nem toda esfera gira, ok?); significa esfera pois está em constante evolução... enfim, a tudo é relacionado.
Mas será que de fato essa palavra significa esfera?
Não irei afirmar que nenhum dicionário grafa esfera como sendo Èṣù em Yorùbá, pois não conheço todos os dicionários, apenas 8; mas posso afirmar que há uma outra palavra, bem similar se pronunciada rapidamente, que significa, de fato, esfera:
Ìṣù
Ìṣù significa bola, esfera, algo com formato arredondado. Note que não há menção a movimento, ok?
(Dicionários de Samuel A Crowther e José Beniste)
Mas, estamos falando de um idioma arisco, onde em algumas localidades algumas palavras que começam com "e" são pronunciadas com "i". Outras regiões não possuem palavras que começam com "u", só para ter uma ideia do campo espinhoso!
E note que nem mesmo o nosso Google Tradutor, para alguns um verdadeiro Bàbá (rs), traduz esfera como Èṣù.
Èṣù significa esfera?
R.: Não, Èṣù não significa esfera e esse òrìṣà tem um outro formato atribuído a ele: fálico. Ainda assim, temos uma outra palavra grafada em vários dicionários que essa sim significa esfera: ìṣù.
Èṣù = òrìṣà!
Ìṣù = bola, esfera, algo redondo.
E aí, concordam com essa explicação da Internet de que Èṣù representa uma esfera?
Sacerdote de orixá desde 1989, na tradição do Batuque do Rio Grande do Sul
09/01/2022
Respeitando o direito de cada um e a liberdade de culto, este ensaio tem por finalidade esclarecer alguns conceitos e rituais de origem Ioruba sobre o Orixá e a tradição do Ilê Axé Nagô Kóbi, da religião Batuque do Rio Grande do Sul.
Conforme este texto do site Orisa Brasil, o orixá fala e dança quando e como quiser, sem que seja imposto ou ensaiado:
[...] Sango oo!
Se Orisa quiser falar ele falará! se ele quiser dançar ele dançará! porque ninguém manda no Orisa! Uma boa semana para todos nós.
Festival de Sango 2014 Nigéria [...]
Este vídeo completa o texto:
Observamos que na tradição do Batuque, os orixás depois de muitos anos de chegada, após alguns rituais, eles começam a falar, para se comunicar diretamente com as pessoas, se expressar ou cantar alguma orin quando necessário.
O orixá falando é uma exclusividade do Batuque sendo que no Candomblé os orixás não falam em público, como os orixás do Batuque, caso façam, que já vi, cochicham no ouvido do sacerdote, ou algum mais velho da casa. Não confundam a saída do orixá no Candomblé onde ele dá o nome, com a fala do orixá no Batuque.