quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

LIBERDADE DE EXPRESSÃO x INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Ludmilla Carvalhaes

https://ludmillacarvalhaes-adv6058.jusbrasil.com.br/

2001

 


Clément (2001) discorre sobre a Intolerância Religiosa e faz uma breve separação entre liberdade de expressão/direito de criticar e o ato intolerante em si. Como caracteriza Juliana:

 

“A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana”.

 

Criticar dogmas ou não concordar com essa ou aquela prática ou a falta dela não quer dizer que a pessoa seja intolerante, desde que não haja desrespeito, ofensa ou discriminação. Isso é assegurado pela liberdade de expressão/opinião.

 

A liberdade de expressão é assegurada segundo o artigo , inciso IX da Constituição Federal de 88, a qual diz que:

 

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. (CONSTITUIÇÃO DE 1988).

 

No entanto, deve-se pensar a liberdade de expressão sempre com ética e responsabilidade.

 

Um caso recente aqui do Brasil parecido com o do Charlie Hebdo, na França, tem sido tema de debate. A Igreja Universal do Reino de Deus lançou os “Gladiadores do altar”, um projeto cuja proposta, segundo a IURD, é propagar a fé. No entanto, há denúncias de intolerância religiosa feitas por representantes de religiões de matriz africana em relação a estes “Gladiadores do Altar”. O MPF-BA (Ministério Público Federal na Bahia) instaurou um inquérito civil para apurar essas denúncias. Na Carta aberta às autoridades brasileiras entregue aos Ministérios Públicos Federais, constavam documentos e vídeos que denunciavam casos de intolerância religiosa e ataques às religiões de matriz africana. A IURD, por sua vez, desmente qualquer tipo de treinamento militar dos jovens que fazem parte dos “Gladiadores do Altar” (BASTOS, 2001).

 

A Declaração Universal Dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro de 1948, reconhecendo a liberdade religiosa, no artigo XVIII: Todo homem tem direito a liberdade de pensamento, consciência e religião, esse direito refere-se à liberdade para modificar sua religião ou crença e ter mantida sua liberdade de manifestá-la, pelo ensino, pela prática e pelo culto, em público ou em particular.

 

Com este Tratado, ficou instituído um documento de amplitude mundial acerca da liberdade do ser humano em professar sua crença. Após essa iniciativa, no ano de 1981, nasceu a: DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DISCRIMINAÇÃO FUNDADAS NA RELIGIÃO OU NAS CONVICÇÕES RELIGIOSAS, através da ONU (1981).

 

Em 1992, foi estabelecida a Declaração Sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas, formulada também pela ONU.

 

Já em 1995, surgiu a Declaração de Princípios sobre a Tolerância, estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A história mostra a busca pelo reconhecimento das diversidades na sociedade.

 

A definição da palavra tolerância, conforme a Declaração de Princípios sobre a Tolerância, em seu artigo 1º, apresenta também suas características reveladas nas atitudes de quem a adere como estilo de vida. É o Eu reconhecendo o direito do Outro, com respeito à dignidade da pessoa humana (BONAVIDES, 2007).

 

A tolerância é o respeito e a aceitação da riqueza e da diversidade cultural do mundo, das formas de expressão e manifestação. É promovida pela informação, a comunicação e a liberdade de pensamento. A tolerância é o consenso na diferença. Não só é um dever ético, mas político e jurídico. É, antes de tudo, uma atitude fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro.

(FISCHMANN, 2001).

                                                                                                                    

O exercício da tolerância significa que todo indivíduo tem o livre desígnio de suas convicções e aceita no outro a mesma liberdade. Cardoso (2003) defende que:

 

[...] a tolerância é uma maneira de oferecer uma permissão para a presença, a existência e a convicção diversa da minha, quase que beirando a noção de ‘autorização subjetiva’ para partilhar vida com aquele ou aquela que não é como eu.

 

Segundo Hieda & Alves (2011), a violência é a demonstração da intolerância, através do ódio:

 

“A intolerância está situada no começo do ódio. Ela assume aparências tão sutis que fica difícil discerni-la e combatê-la. Esclarece que uma vez instalada, gera, inevitavelmente o desprezo, o ódio pelo outro; e o ódio, por sua vez, só gera o ódio”.

 

Assim, constatam-se diferentes definições para tolerância e intolerância: a primeira sendo o reconhecimento do Outro, e a segunda é a negação da alteridade.

 

Entende-se que muitos dos autores citados crêem que a intolerância seja de natureza humana e que a tolerância seja um exercício a ser desenvolvido histórico e culturalmente, com o desígnio de reconhecimento do Outro como pessoa humana (HIEDA & ALVES, 2011).

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

CLÉMENT, Cathérine. A Viagem de Theo: romance das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 13ª reimpressão, 2001.

 

BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra da Silva. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 2 vol. 3 ed. Rev. Atual. São Paulo: Saraiva, 2001.

 

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2007.

 

FISCHMANN, R. Educação, Direitos Humanos, Tolerância e Paz. Paidéia, 2001, 11 (20), 67- 77.

 

CARDOSO, C. M. Tolerância e seus limites: um olhar latino-americano sobre diversidade e desigualdade. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

 

HIEDA, M. F.; ALVES, A. A. Intolerância Religiosa a Umbanda: A perseguição da Igreja Universal do Reino de Deus aos Umbandistas. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n. 9, jan/2011.

 

 

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Transcrição e adaptação:

Luiz L. Marins 

https://uiclap.bio/luizlmarins

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

XVI MARCHA ESTADUAL PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA

Neste vídeo coletado no perfil da mídia social do Grande Axé, afro religiosos de diversos segmentos promovem um novo movimento, uma manifestação pela paz e tolerância.



No Brasil, a perseguição aos afro religiosos é pauta constante, na sua maioria sofrem com depredações e ataques. Contraditoriamente, o Rio Grande do Sul é o estado que mais possui adeptos, porem, não muda o cenário para os demais estados, pois também sofremos os mesmos ataques e  perseguições. 

Durante a manifestação, adeptos da religião humildemente lavam as escadas de órgãos públicos e igrejas, que durante o momento que abaixam a sua cabeça para varrer, pedem aos orixás que os protejam perante o sistema opressor.


Link https://www.facebook.com/grandeaxebrasil/videos/1308464849844648/

 

TRADIÇÃO E COSTUMES DA CASA DO PAI MAURO DE OXUM, BAGÉ, RS

Para registro das memórias e novos costumes das religiões Afrosul, este ensaio tem por finalidade documentar modernas manifestações religiosas de 2016. 

Não ficou claro se tratava somente de uma apresentação, ou, se havia ocupação do orixá Oxum, coletadas pelas imagens, havendo novas informações atualizaremos o registro.

Estas imagens fazem parte do acervo fotográfico do Pai Mauro de Oxum, Bagé, RS. 









Link https://www.facebook.com/photo/?fbid=1844547332449575&set=a.1844543119116663

Prova documental


quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

O PANO DE CABEÇA NA MATRIZ IORUBA E NO BATUQUE

O pano de cabeça usado pela diáspora Batuqueira, é um dos temas mais questionados, pois, outros segmentos, sem conhecer os nossos costumes e tradições, questionam homens que usam o pano de cabeça, pois consideram que seja uma indumentária apenas para mulheres.

Durante rituais do Batuque, em alguns momentos há necessidade de manter o axé sobre a cabeça do iniciado, enquanto o Ori ou o Orixá come, desta forma, sendo indispensável o uso do pano de cabeça. 

Há famílias que usam pano de cabeça na cor do orixá do iniciado, e outras, usam o pano branco. De qualquer forma, o tecido branco é o mais usado e neutro.  

Este pano de cabeça é por alguns chamado de Trunfa, ou até mesmo Ojá, ele é um elemento comum em dias de obrigações, e, em alguns casos será usado em eventos sociais.

(A Dictionary of the Yoruba Language, University Press PLC, Ibadan, 2001) 

 


1. (a) faixa para amarrar na cintura da mulher. 
   (b) faixa para Sàngó [...]
 
2. pano que a mãe suspende o seu bebe na sua costas.
 
[...] (Dictionary of Modern Yoruba, R.C. Abraham, 1981, p.509)
 
 

Alguns exemplos de pano de cabeça sendo usado por homens no Batuque:




Já na Matriz Ioruba  

É possível vermos este ojá na cabeça de orixás durante a possessão, conforme nestas imagens o Xangô, manifestado: 



Obalesun usando o pano de cabeça nestas imagens: 




Oni de Ile-Ife usando pano de cabeça nestas imagens:




       Pano de cabeça em Ile-Ife, 2024




O Elegun de Iemoja em Ibadan, usando pano de cabeça nestas imagens:





Revisado e aumentado em 22/09/2024




Pano de cabeça, Oba Pelelua, ile ife, set. 2024

Considerações

Homens e Mulheres do Batuque, não precisam deixar de usar o pano de cabeça, pois esta indumentária faz parte da sua ritualística.

Caso algum iniciado masculino do Batuque deseje usar outra indumentária, nada o impedirá, no entanto, ainda sim, ele precisará do pano de cabeça para manter os axés que durante os rituais de Ori ou de Orixá que ficam na cabeça, pois, qualquer outra indumentária não manterá os axé no devido lugar. 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

SUSANNE WENGER CONHECIDA COMO ADUNNI OLORISA

Este depoimento registra a historia e vivencia dos que fizeram história em terras Yoruba.


"SUSANNE WENGER CONHECIDA COMO ADUNNI OLORISA

Por Dra. Paula Gomes Aduke
Em 12/01/2024 
 
Gratidão
Hoje faz 15 anos que a artista Susanne Wenger conhecida como Adunni OLORISA, austríaca faleceu em Osogbo. 
Não podemos esquecer aqueles que fizeram parte da nossa vida e que nos marcaram.
Susanne Wenger sempre me recordo de suas palavras, as vezes não entendia a mensagem e pensava que era a idade….. mas hoje entendo.
Há 35 anos quando cheguei a Nígeria foi uma das primeiras pessoas que me acolheu em Osogbo.
Muito reservada, passava seu tempo no Bosque sagrado de Osun com suas esculturas.
Foi o seu trabalho e dedicação que salvou o bosque sagrado de Osun. Grande mulher que enfrentou muitos desafios. Sem ela hoje não teríamos o fantástico bosque sagrado de Osun, tudo tinha virado um esgoto. Seu nome ficará para sempre gravado no coração de todos.
Quando a conheci ela já estava nos seus 70 anos de idade e ainda muito activa. Uma inspiração e um poço de conhecimento.
Iniciada em Obatala e extremamente dedicada em salvaguardar o Bosque sagrado de Osun que conseguiu com todo o seu mérito.
Foi na sua residência em Osogbo na Ibokunroad que conheci o estimado Baba Sangodare Ajala que era um dos seus filhos adotivos.
A casa dela estava sempre cheia de pessoas , crianças, sempre cheia de vida, movimento e visitas.
Me recebeu em sua casa numa visita e com o tempo me abriu as portas para eu me sentir num porto seguro e outra jornada da minha vida começa.
Partilhei um quarto com minha querida e estimada irmã Doyin Olosun ….. tantas memórias…. Tantas actividades …. Tantas festas…. Passaria anos e anos a escrever….gratidão por tudo … irmã do coração.
Tenho sempre que recordar os festivais de Osun há 35 anos quando iamos descalças com a Susanne Wenger a noite para o palácio para as festividades….
Tantos sacerdotes para recordar como Baba Idowu de Osun , Baba Salako de Obatala, Baba OsunMakinday de Oyo, Iya Sango entre outros…..
Tantas recordações do Baba Idowu que era um sacerdote de Osun. Tanta sabedoria… tanta humildade… dominava o jogo de búzios… era ele que jogava naquele tempo para o Rei de Osogbo Ataoja… era ela que jogava o eerindilogun para o festival e para a Arugba…. Quantas iya Osun e Arugba conheci…. Saudades
Baba Salako de Obatala… tanta recordação… tanta risada…. Tanta sabedoria…. Sempre com o seu sekere e aja Obatala… sempre descalço e sempre de branco. Grande mestre de eerindilogun, nada fazia sem consultar o oráculo.
Sempre andava nas feiras …. não parava …. saudades
Baba Olosun OsunMakinday de Oyo…. Sem palavras de tanta humildade…. Vivia em Oyo , mas sempre presente no festival de Osun em Osogbo durante todas as actividades. Sempre que chegava ficava dentro do templo de Osun no palácio e participava de todas as actividades , inclusive na preparação da cabaça da Arugba…. Muito respeitado…,, nunca fazia nada sem consultar o eerindilogun. Transportava o eerindilogun para todo o lugar que ia dentro do seu bolso como parte do seu corpo….saudades….
Iya Sango em Osogbo responsável pelo ojubo de sango dentro do templo de osun no palácio… muito activa … todos os dias estava no templo … sempre mascando orogbo ou obi, sentada com o seu ERINDILOGUN. Durante as festividades era uma casa cheia e visitantes traziam tanto ofertas para Osun como para Sango. Tempos que não voltam mais…saudades
Tantos e tantos sacerdotes que já foram, poderia estar a recordar e falar de todos eles, mas um dia o farei… tudo são recordações e gostaria de demonstrar minha GRATIDÃO
Todos os meses Mama Susanne fazia o Ose para Obatala na sua residência.
Cozinhava se ekuru para todos comerem, os sacerdotes e os tocadores chegavam… rezávamos, dançávamos, comíamos e o dia era dedicado ao ÒRÌṢÀ. Para fechar o Ose Baba Sangodare tocava os tambores de Obatala- Igbin Oosa.
Muitas vezes ia com a Susanne para a floresta sagrada para ver o seu trabalho e com o passar do tempo também ajudava a limpar e a cortar com as outras crianças o mato que crescia no Bosque nas áreas onde existiam esculturas.
Ela me ensinou que no rio Osun existem 42 pontos sagrados, tive a sorte de poder visita los e nunca esqueço Lakokan….
Susanna tinha grande respeito pelos sacerdotes mais velhos, sempre os recebia em sua casa e já com sua idade avançada prostrava para eles, especialmente Baba Salako de Obatala e Baba Olosun OsunMakinday de Oyo.
Aprendi durante esse tempo que dentro do palácio de Osun existe um templo de Sango dentro do templo de Osun no palácio e tive o prazer de conhecer a Iya Sango que ficava no Ojubo de Sango consultando orogbo no dia Jakuta , aliás ela estava lá todos os dias da semana.
Sempre me disseram que Osun era a esposa de Sango e que a Arugba Osun sempre ia ao rio no dia de Sango Jakuta e na verdade até ao dia de hoje essa tradição se mantém .
Na verdade a Arugba sempre sai no dia de Jakuta Oloyin que finaliza o mês tradicional Yorùbá e começa o novo ciclo em Agosto e nesse mesmo dia começa o festival de Sango em Oyo com o Novo Ano ou novo ciclo.
Incrível que mais tarde vim a descobri tudo isto …como tudo está interligado e fico feliz que até ao dia de hoje se mantenha preservado.
Tantas vezes me escrevia cartas e me enviava dentro de sua própria casa com seus pensamentos, cartas essas que guardo até ao dia de hoje…, memórias…. Muitas vezes não entendia as mensagens, mas hoje entendo.
Me chamavam de OmoOsun e foi a Susanne que me enviou para o Baba Olosun em Oyo - Baba Osun Makenday para eu receber Osun….. pois é vim a Oyo receber Osun… há 35 anos Osogbo fazia parte de Oyo, ainda não existia o estado de Osun, tudo era Oyo. Inacreditável mas verídico.
Saudades…. Muitas recordações…. Memórias que marcam e ficam para sempre.
Gratidão eterna…."


Link https://www.facebook.com/photo/?fbid=387840067153692&set=a.288309867106713 
Prova documental


 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

NOVAS RESSIGNIFICAÇÕES DAS ANTIGAS CANTIGAS DO BATUQUE

Coletamos este anuncio de um perfil do TikTok, acessado em 06/01/2024, que promove traduções de ressignificações(*) das cantigas do Batuque. Trata-se de reinterpretações de uma ou mais cantigas conforme o entendimento e conhecimento do autor.

Estas traduções podem variar de um tradutor para outro, levando em conta a influencia de outros idiomas, ou a deterioração das palavras pela ação do tempo e inabilidade linguística diaspórica.

"REZAS E CANTOS TRADUZIDOS
Por Siddeode

Richo comprou p mim de presentekkkk, tô viciada.😻 conhecimento nunca é demais!🥰

que tuuudo, fico feliz que gostou hahah, pior que coloquei bastante conteúdo até pra estudo nelas 💙🙏🏾

Compreendo que o seu trabalho tenha valor assim como os outros, no entanto, cientificamente, estamos falando de interpretações diferentes de uma.
Suposição em cima de uma orin.

Muito interessante que seja o tradutor, o irmão tomo como base qual versão para o estudo, baseado que atualmente não temos mais as originais,
 
E cada onilu canta diferente do outro, como resolver esta dilema linguístico ?

1- Minha base principal é o Mestre Borel, que segundo seus próprios familiares, falava fluentemente o idioma. Escrevo em um papel a forma dele e +

(1) logo abaixo escrevo a forma que a maioria canta ou que eu fui ensinado a cantar por exemplo (Meu primeiro mestre foi Vagner de Aganjú). Com isso+

(1.2) percebo na tradução que muitas vezes, a forma que Mestre Borel cantava é uma das mais corretas e que também ele usava de outras palavras +

(1.3) para falar a mesma coisa ou algo semelhante ao contexto de tal Orin, pois sabemos que no Yorubá existe mais de 1 forma de dizer NÃO por exemplo.

2- Sobre cada um cantar diferente, eu acredito que primeiro deve se criar uma Base, o meu trabalho é valido assim como o de outro tradutor também +

(2) acontece que hoje em dia tem muito "Mestre" e poucos Alunos, como exemplo, existem diversos Cd's nas plataformas digitais porque qualquer um +

(2.2) consegue ir em um estúdio e gravar, assim como tem muito Pai e Mãe de santo com obrigações com menos de 3 Anos e ainda por cima com diversos+

(2.3) filhos, é uma pauta gigante, mas tendo uma base a gente consegue sim separar quem SABE ensinar e quem PRECISA aprender ainda

Que interessante, parabéns pela inciativa, por favor, quem foi o tradutor das orin?

Obrigado, tradutor sou Eu mesmo, Àṣẹ 🙏🏾

Concordo em parte com a informação sobre a questão de orin e adura, para quem conhece o idioma usar uma expressão inadequada pode reforçar o equívoco

Pois fiquei curioso, que o seu tradutor tenha trocado adura por orin sendo que as cantigas do batuque são orin e não adura.

Quando se fala em Orin muitos acham que é candomblé ou culto tradicional, basta ensinar a diferença, que é o que eu faço e ensino sempre

Quem sabe que é Orin somos nós que conhecemos o idioma, o "povo" conhece por Reza mesmo, não adianta mudar forçadamente, é um processo irmão"

Considerações

Não se trata de traduções das cantigas, pois não possível afirmar qual seriam as cantigas originais.

A quem desejar usar as traduções, necessitará respeitar a fonética e a gramatica das cantigas reinterpretadas pelo autor.

link https://www.tiktok.com/@siddeode/video/7319505505351716102

Prova documental



(*) Ressignificação é a atribuição de um novo sentido ou significado a algo.

TIKTOK ERICK WOLFF

https://www.tiktok.com/@erickwolff8?is_from_webapp=1&sender_device=pc