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terça-feira, 23 de janeiro de 2024

XVI MARCHA ESTADUAL PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA

Neste vídeo coletado no perfil da mídia social do Grande Axé, afro religiosos de diversos segmentos promovem um novo movimento, uma manifestação pela paz e tolerância.



No Brasil, a perseguição aos afro religiosos é pauta constante, na sua maioria sofrem com depredações e ataques. Contraditoriamente, o Rio Grande do Sul é o estado que mais possui adeptos, porem, não muda o cenário para os demais estados, pois também sofremos os mesmos ataques e  perseguições. 

Durante a manifestação, adeptos da religião humildemente lavam as escadas de órgãos públicos e igrejas, que durante o momento que abaixam a sua cabeça para varrer, pedem aos orixás que os protejam perante o sistema opressor.


Link https://www.facebook.com/grandeaxebrasil/videos/1308464849844648/

 

domingo, 19 de novembro de 2023

ENQUETE CANDOMBLECISTA: OBALUAYÊ DEVE USAR PALHA?

Esta enquete foi possada na mídia social Facebook, no grupo Conhecendo Ketu - Oficial®, pelo 

Bàbá Fábio em 13/11/2023.


Na enquete debatem o tema se "Obaluaê deve usar palha?" no Candomblé, diante das atualizadas informações que esta divindade nao se veste com palha.



"Olá, irmãos e irmãs !
Enquete: Obaluaê deve usar palha ?
Por que dessa enquete ?
Sabemos ou não más Obaluaê é um orixá da nação ioruba, cultuado no candomblé. Ele é o senhor das doenças e da cura, e também é associado à terra e à fertilidade.
Mas muito se vê nos dias atuais muitos questionamento sobre isso !
Para responder à enquete, basta escolher uma das opções de resposta e enviar a mensagem no grupo.
Sim !
Não !
Não sei !
Obrigado pela sua participação àwúre !


Simmons Simonetti
Deve sim, sempre foi cultuado assim no Brasil e deve continuar. É cultuado assim a séculos no candomblé, aí os "macumbeiros" Nutella de internet descobrem que na África é diferente e querem mudar . Aiiiii pq na África blabkabla, Jesus é Judeu e lá nem acreditam nele ( entendeu a referência).

Leandro Brazz
Como eu sou do CANDOMBLÉ brasileiro único e exclusivamente, todo Obaluaê/Omolú veste palha, incluindo Jagun, que sai de palhas e uma lança. Não invento, não diminuo, não acrescento.
Já ouvi dizer que essa adoção da palha como vestimenta desse orixá é influência do culto de Sakpata e dos voduns jeje, que acabaram sendo aglutinados no culto.
É nítido essa influência do culto à vodun até mesmo pq as cantigas de orô pra Omolu não são em nagô.
Então eu acredito que seja essa a explicação. O candomblé é um culto que embora se dívida em nações importa características de terras diferentes em origem.

Marcelo Costa Nunes
Mudar o que é necessário, ninguém pensa. Agora, mudar a maneira como o Orixá é cultuado, por conta da tal "Tradição Africana", tem um monte querendo. Sempre usou. Faz parte dos seus mitos, inclusive. Não deveria ser mudado. Por que ninguém muda a quantidade de excessos e marmotas que vmos, inclusive no preço do "chão" e na quantidade desnecessária de bichos que se matam. Agora, tirar filá de Obaluaiê, é importante.

Amós Batista Lolli
Se for se espelhar no Culto do Esin Orisá Ibilé nada está certo, Ossain dar Transe, Obaluaye usar palha, Yemojá ser senhora do Mar, dentre muitos outras coisas, o candomblé é uma religião estruturada, é o que é, não importando como é lá, importando como é Aqui, somos iniciado no culto aqui executado não lá.

Ângelo Rodrigo
Na Diáspora esse Orisá usa palha (motivo? Não sei!) Mas nas terras Yorubá não se usa, segundo que estudei!

Simmons Simonetti
[Ângelo Rodrigo] estude mais um pouco e saberá o motivo

Vinícius Caldas
[Ângelo Rodrigo] pois é, pegue documentários dos anos 60 e 70 e vc vai ver que até eles lá mudaram muita coisa, começando pelos trajes.

Raquel Corrêa
[Vinícius Caldas] já vi alguns vídeos da África, os Orixás vestindo roupas simples brancas

Amós Batista Lolli
[Ângelo Rodrigo] o que chamamos de Omolu ou Obaluye no Brasil não é Obaluaye irmão de Sangó, e sim Omolulu, aqui sincretizado ao Vodun Ajusum e Sapakta. Candomblé jamais será justificado com o que é em terras Iorubás pois aqui o Iorubá chega depois, aqui já haviam, Voduns, Nkisse antes de Orisá chegar, mas Para o Negro Escravizado tudo é o mesmo, são as divindades, a troca de informação aqui deu origem a religião que tem Raizes Africanas e não Apenas Iorubá.

Ângelo Rodrigo
[Amós Batista Lolli] a benção! Amei sua explicação 🙏🏻

Hellen Sodi
[Ângelo Rodrigo] Porque aqui é o Brasil !

João Pedro Tomás
[Ângelo Rodrigo] é AQUILO QUE SEMPRE CONVERSO COM MEUS IRMÃOS MEU VELHO .... JÁ ouviu dizer que aqui o mito vira rito ? É oq vem acontecendo aqui NAS DIÁSPORAS .. muita gente criando fundamento em cima de itãs e assim vai .... EU TENHO UM CERTO PONTO DE VISTA QUE É,TUDO TEM QUE TER UM PORQUE ...SE NÃO TEM É INVENCIONICES

Ângelo Rodrigo
[João Pedro Tomás] concordo!

Roberto Melo
[Ângelo Rodrigo] ver pra que ,igual eu fui em Salvador para ver realmente como eram.esses famosos Ases ....Eu digo Asé é pra poucos so.muda o.lugar mas sao todos iguais e faltam muita Fé ...A fama subiu pra cabeça ....

Angelo Velasco
Qual a melhor maneira de conseguir LIKES????
UMA PERGUNTINHA QUE TODOS SABEM A RESPOSTA MAS GERA POLÊMICA E LIKES

Angelo Velasco
[Cicero Arruda] né irmão kkk
Entramos pra um grupo chamado "CONHECENDO " e o povo fica nessa . Sabemos que vão aparecer várias teorias estudos mas no final a resposta é o arroz e feijão básico , que não vou nem dizer qual é pra não gerar mais POLÊMICA cadê os itãns ? E ensinamentos para os que não sabem muito aprenderem? Isso é conhecido #FicaDicaaa

Vinícius Caldas
No candomblé sim. Agora se for usar como regra a África e seguir a tradicional yoruba, pare de fazer xire igual ao candomblé e só fale e cultue para o orisa a qual foi iniciado. Pronto falei.

Sílvio Ty Odé
Saber não ocupa espaço se na África é desse jeito respeito assim como em Cuba TMB foi modificado por vários fatores eu fui feito na diaspora em solo brasileiro sempre foi assim a palha foi sempre usadas e sigo assim.

Leo Kafu
Sou desse orixá e sempre usou palha e sempre usará

Paulo Silva Silva
No Brasil usa palha e pronto aqui não é África

Erick Wolff
Outra contribuição, segundo o Candomblecista e professor Charles informa que as divindades que vestem palha são as doente:
INTERVIEW WITH JAGUN SANPANNA ALAAFIN OYO
O Jagun informa que Xapana nao é uma divindade doente.

Elisete Xavier
Não sei.mas não gostaria de tirar as palhas de meu pai jamais

Erick Wolff
interessante a enquete, pela preservação e memorias das religiões afro brasileiras, seguem algumas contribuições:
WHOS IS OBALUAYE, SANPANNA E OMULU

Sidnei Fortuna
Sim. Sempre foi assim aqui no Brasil por que mudar.

Keslley Pereira
Eu sou muito novo, mas em minha humilde opinião, vai do momento em que ele estava para com o seu filho, pois têm passagens em que ele não era todo coberto por palhas, como falado na passagem dele com Iansã, então pelo menos ao meu ver, depende muito, por exemplo, quando ele teve a fase em que ele foi para a guerra, ele não se vestia totalmente por palhas, mas em fim, novamente, essa é só a minha humilde opinião, eu posso até mesmo estar totalmente errado nessa minha maneira de pensar.

Érick Vengerberg
Esse sou eu Rodado em Pai Omolu! Bom Omolu usa suas palhas pra se proteger das impurezas humanas , usa suas palhas pra se proteger das chagas , usa suas palhas pois seu beleza e tão radiante feito o Sol ☀️. Omolu usa suas palhas por muitos motivos pos… Ver mais
Pode ser uma imagem de 3 pessoas

Arthur Silva
Candomblé é uma construção de sobrevivência, não de conforto de tradicionais iorubás que viajam de avião hoje pra cá dizer que está errado. Amo meu Orisá, minha iniciação, dele não saio.

Rinaldo Robles
Bom dia a todos
Vamos lá se existe uma.coisa q me irrita são as pessoas querer,,comparar africa com o Brasil culto tradicional.com o candomble.
Quando as pessoas colocarem na cabeça q somos de matriz africana não de origem africa,talvez essas comparações parem.
E outra coisa msm em.solo africano os orixas não são cultuafos da msm maneira.
De região pra região de africa existe as diferenças no culto aos orixas

Edu de Òsàgíyàn
Como sou adepto ao candomblé a resposta é sim

Maria Fatim
Pai obaluae pai omulu sempre vierao de palha hoje quere muda tudo não vejo pai omulu sem suas palhas

Carlos Henriq
No Candomblé Brasil se usa
Mas Lá na África Não...
Mas cada um no seu culto

Ivan Trindade
Sim claro que deve se usar palha esse rei

Ivan Trindade
Nosso candonble e brasileiro

João Afonso
Não porque de acordo com sua nação

Marco Antonio DA Silva Silva
Aqui não é África aqui é mistura de nações e nessa mistura deu isso .enfim deve usar palha sim

Savio Assad OmoÁiyè
Sou do Candomblé Afro Brasileiro e sigo as tradições que aprendi . Omolu se veste de palha.

Savio Assad OmoÁiyè
Sim , sou filho das palhas"

Considerações
O Candomblé atualmente debate sobre o realinhamento dos costumes e tradições candomblecistas, e buscam informações na matriz para uma possível reafricanização.


Imagens comprobatórias:

















sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

SANCIONADA UMA LEI QUE IGNORA O BATUQUE

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 06/01/2023 revisado e aumentado em 07/01/2023 às 8:42h



Respeitosamente, estamos indignados com o desconhecimento do Deputado Vicentinho, autor da LEI Nº 14.519, DE 5 DE JANEIRO DE 2023, que ignora os segmentos religiosos que fazem parte da diáspora Brasileira, que não são segmentos das Nações do Candomblé, dando destaque para um segmento religioso, ignorando a diversidade religiosa e os segmentos afro religiosos que tanto lutam pela sua identidade. 

O texto deveria constar todos os segmentos, ou, então, não constar nenhum. Para que a  Lei seja justa, sugerimos algumas religiões afro-brasileira para que possam referenciar na Lei:

Batuque do Rio Grande do Sul, Tambor de mina, Xangô do Nordeste, Quimbanda, Candomblé entre outros que não são Nações do Candomblé. 

Deixaremos espaço aberto para que possam citar mais segmentos afro religiosos.  

https://www.in.gov.br/web/dou/-/lei-n-14.519-de-5-de-janeiro-de-2023-456339133 

Completando com o comentário do batuqueiro e escritor Luiz L. Marins:

"No início da Wikipédia precisamos lutar com este tema, pois, por desconhecimento, quem publicava, afirmava que o "batuque, uma espécie de candomblé gaúcho".
Em um tempo que não havia todas as possibilidades de hoje, conseguimos mostrar que o Batuque RS é uma religião afro-brasileira autônoma e independente, com ritos, oráculos, iniciações e identidade própria.
O Batuque RS NÃO é um segmento de nenhuma outra religião afro-brasileira, embora seja, uma religião de matriz africana. O que nos deixa indignado é a intenção de dar destaque a um segmento que NÃO é referência para o Batuque.
Nesse sentido, considero equivocada a lei sancionada pelo Presidente Lula, sugerindo uma revisão, retirando o destaque “nação do Candomblé” ou, que se faça constar todas as outras religiões afro-brasileiras, como defende o mote da postagem.
Segue abaixo um recorte do texto que fizemos constar atualmente na Wikipédia, e o link para que possam ler a matéria completa.

 


Fonte - https://www.facebook.com/erickwolfftamelini/posts/pfbid02perjLvFVU5gSTHTzq9XwGCqaJoaercmbwsJohDNU59GMgB5BuKht9ttaQ3jSwb7Tl?comment_id=2379333688886902&notif_id=1673027565238564&notif_t=feed_comment&ref=notif


Atualizado e revisado em 06/04/2024





segunda-feira, 14 de novembro de 2022

CANDOMBLÉ É DIFERENTE, PAI CLEON DE OXALÁ

Publicado por Reino de Oxalá - Soc. Ben. 7 Flexas e Oxalá
Em 22/07/2020 acessado em 14/11/2022 às 13:20 h

Para o bem da ciência e registro da história da religião Afro-sul, o Batuque do RS é uma religião que possui identidade própria, por isso, sabemos que o Batuque do RS não é um segmento do Candomblé.

No texto abaixo não deixa claro se o autor numa reflexão igualou o Batuque ao Candomblé, ou, se referia-se a algum Candomblé praticado no Rio Grande do Sul. Talvez o repórter não tenha compreendido a semântica do conteúdo da nossa tradição, gerando este equívoco. 

Importante destacar que já naquela época, pai Cleon possuía uma visão nítida da nossa realidade, destacando que "desenvolvemos e praticamos mais o Nagô", com a nossa identidade. 


"Com a Palavra: Pai Cleon


Existe, por parte dos leigos, especialmente turistas que vão a salvador e visitam uma terreira, a curiosidade de saber a diferenciação do candomblé praticado do nosso estado e o da Bahia.

É preciso explicar que toda a religião africanista é igual. Na vinda dos escravos para o Brasil, os africanistas se espalharam pelo país. Cada grupo se estabeleceu em uma região diferente, ali ficando e dando início à religiosidade que desenvolviam em sua terra, cada um com seus hábitos e costumes. E, a partir daí, cada região desenvolveu seus conhecimentos e credos. Em razão disso é que temos essa diferenciação na forma de praticar nossa religião. Especificamente no tocante ao Candomblé, oriundo de Angola e do Keto, é mais desenvolvido do Rio de Janeiro para o Nordeste, tendo maior número de praticantes na Bahia. Em recife, o maior desenvolvimento religioso africanista é o Xambá. No Maranhão, é o tambor de minas. No Rio Grande do Sul, particularmente, desenvolvemos e praticamos mais o Nagô dentro das nações Ioiô, Gege, Isechá e Cabinda, esta última uma região ao lado do Congo. A própria vestimenta, quando das festas, tem diferenças. Da mesma forma a identificação dos orixás por meio de ilustrações, assim como nos oferecimentos de comidas aos santos, nas orações e nas danças de cada orixá.

Todas essas doutrinas e seus funcionamentos são passados do pai-de-santo para seus filhos e assim por diante. A cada dia a religião africanista fica enriquecida pala transmissão dos seus fundamentos, uma vez que a leitura a respeito é pequena e poucos têm acesso a ela."


Fonte - 
https://www.facebook.com/reinodeoxalapaicleon/photos/3078988035531427 

Jornal Diário Gaúcho, 18.05.2000 Porto Alegre

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

ALINHANDO OS CONCEITOS DOS TERREIROS BATUQUEIROS

Erick Wolff de Oxalá

Sacerdote de orixá desde 1989, na tradição do Batuque do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre, 23/09/2021



(Figura 01)


Este ensaio tem por finalidade pontuar os conceitos e finalidades que envolvem os templos afro religiosos da religião Batuque do Rio Grande do Sul. 

Resumo

Os terreiros Batuqueiros afro-brasileiros possuem um papel importante para a sociedade brasileira e para a própria diáspora do Batuque, dos países vizinhos aos quais esta religião se instalou.


PONTUANDO AS DIFICULDADES

A busca do conhecimento e fundamentos

Entre as dificuldades, se destaca a cultura, que aqueles indivíduos que não tiveram oportunidade de ter acesso ao que o Batuque pode oferecer através das suas famílias religiosas, acabam por procurar em outras religiões este conhecimento, dando origem a pratica da dupla pertença, em sua maioria dando início a novas religiões misturando um pouco de cada religião, ou tudo.

Esta mistura acaba descaracterizando o Batuque perdendo sua identidade, e ao usar elementos do Candomblé como adjas, fios de contas que não são tradicionais do Batuque, roupas, panos de cintura e etc..., como cita Alexandre Custódio em "O costume do Belo", estes indivíduos ficam entre dois mundos e não praticam corretamente nem um nem outro culto, apenas usando indumentárias de outras religiões sem o devido fundamento; mas questionam quando os fios de contas do Batuque e suas indumentárias acabam sendo usadas por outras religiões como Quimbanda ou Umbanda os adeptos do Batuque sempre contestam e não aceitam.


Idioma e cantigas

Em destaque a perda do idioma, que conforme relata o Onilu (tamboreiro) Antônio Carlos neste fragmento de uma entrevista:

[...] A língua que nós falamos, é uma língua afro-brasileira.... entendeu?... por que um exemplo que eu vou dar... (cantando)... antigamente era diferente.... (cantando)... então as pessoas de hoje teria uma dificuldade para desenvolver na língua... entendeu?.... então o qui que aconteceu nesse.... facilitaram mais... entendeu?... não tão afro puro [...]

Notamos pelo relato que em determinada época, os mais velhos que sabiam o idioma foram morrendo, ficando os mais novos com dificuldade, e foram “melhorando”, quer dizer, não sabiam, e o "melhorar" nada mais foi que destruir as orin (cantigas), criando o suposto "ioruba arcaico" de hoje, que muitas palavras são misturas de gírias do nosso idioma com algumas palavras ioruba, que geralmente não fazem sentido. 

Os maiores problemas se encontram nas orin, que não formam uma frase completa ou com sentido, com isso as supostas traduções não possuem validade alguma. Pois cada Onilu canta na melodia, mas usa palavras diferentes para cada cantiga das cerimonias do Batuque, ou seja, não é a mesma cantiga nem que tente copiar.

Vale ressaltar que recentemente alguns onilu introduziram orin do candomblé no Batuque, não se sabe o porque. Da mesma forma quando o mestre Borel viajou para o nordeste para dar aula de tambor, tocando e ensinando as cantigas do Batuque aos candomblecistas, que possivelmente cantam as cantigas do Batuque nos terreiros de Candomblé, sendo assim, atualmente adeptos do Candomblé ao ouvir as nossas orin pensam que são de origem Candomblecista.
    

Registros do Mestre Borel ensinado toques de tambor e cantigas

O onilu do Batuque Borel de Xangô participou de várias edições do Alaiande Xire, encontro nacional de ogãs, onilus e tamboreiros organizado por Roberval Marinho e Cleo Martins, ambos filhos do Ile Axé Opô Afonja. 

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Alaiand%C3%AA_Xir%C3%AA)

Nestas ocasiões ele teve a oportunidade de apresentar as cantigas do Batuque para os ogãs do candomblé, inclusive dentro do próprio Opô Afonja. (Informação pessoal de Aulo Barretti Fº, apud, Luiz L. Marins).

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Observação, na figura 2, o onilu mestre Borel é referenciado como representante do Candomblé, na verdade em momento algum nas imagens 2, 3 e 4, citam que ele pertencia ao Batuque. 


Cantigas para folhas

Com a dificuldade do idioma, encontramos alguns equívocos, como cantar para Odé (caçador) uma cantiga que soa a palavra "Mi n' eró, mi n' ero Odé" que se transformou em Omiero de Odé, sendo que nas transcrições do livro Axés dos Orixás do Rio Grande do Sul, se cantava assim:

[...] 

- mineró mineró Odé mineró Odé o

[...] (pág. 47)

A questão de ressignificar, é preciso esclarecer que não é a mais cantiga original, neste caso não seria problema, mas ao mudar a orin para Omiero, para ser usada no ritual de Omi ero (água calmante) para macerar ervas para banhos ou rituais para lavar a cabeça e iniciações, transforma o ritual exclusivo para Odé para todos do terreiro.

O mesmo ocorre ao cantar para Ossanhe, onde todo o ritual pertenceria a este orixá, independente dele ser uma divindade que manipula as ervas.  

Entendemos que ao colher ervas devam ter cantigas exclusivas para isso, a menos que a erva seja para ritual exclusivo de determinada divindade, neste caso canta-se para a divindade que será feito o ritual. Assim também ocorre com a maceração de ervas onde necessita de uma cantiga exclusiva para macerar, ou, no caso de ser um banho ou água de axé para determinada divindade, canta-se para ela.


O Tabu da ocupação

A manifestação das divindade pelo nossos registros sempre foi mantida em segredo pelos adeptos, evitando assim comentar para as pessoas que estão com seus orixás manifestas, ou, até mesmo fotografar. 

Entendemos que o Tabu da ocupação ajudou a preservar as semelhanças do comportamento das divindades com a sua origem nas terras Ioruba, pois, conforme poderemos ver neste artigo, os orixás do Batuque dançam e se porta muito semelhante a Oya no festival de oyo, Nigéria: 

https://iledeobokum.blogspot.com/2021/06/orixa-oya-na-religiao-tradicional-ioruba.html 

E ao mesmo tempo que o tabu da ocupação preserva os ritos e os orixás, para que não caiam nas mídias sociais e sejam alvo de pessoas maliciosas e mau intencionadas. 

Pelo que relatam os antigos, o Tabu da ocupação teve início lá no inicio onde mulheres e homens da corte ao frequentar os toques acabaram entrando em transe e a divindade manifestando, para que estas pessoas pudessem voltar e não abandonarem por motivos particulares ou medo, não contavam e assim ficou até os dias de hoje. Outra versão do Tabu da ocupação é para evitar que os filhos abandonem a religião pelas provas e testes de fogo, dendê ou mel fervendo que são feitos secretamente ou abertamente em dias de toques ou festas. 


Axé de fala

O axé de fala do Batuque é uma ritualística que o orixá passa por vontade própria, quando convidado pelo orixá da casa ou pelo Babalorixá/ Iyalorixá para que seja apresentado para a comunidade e a partir deste momento possa falar com qualquer pessoa quando necessário, ou tire orin nos toques ou em rituais. 

No Candomblé, na saída o orixá, irá falar o nome dele e dar o seu "hun be" (uma espécie de berro ou lamento) que ao chegar ou durante o transe emitem. O orixá do Candomblé não tem permissão de fala e não o faz como os orixás do Batuque ou na tradição Ioruba, na Nigéria.


Comidas dos orixás

As comidas de orixás do Batuque possuem identidade culinária e padrão, muitas delas se assemelham as que são feitas em terras iorubas como:

O Akassa (Eko):  

https://iledeobokum.blogspot.com/2020/05/omiidun-eko-ogi.html

O Amalá de Xangô de Oyo, Nigéria que é muito semelhante:  

https://iledeobokum.blogspot.com/2020/12/amala-de-xango-em-oyo.html

Entre outras comidas e bebidas que poderemos encontrar nos costumes da tradição ioruba que facilmente acharemos semelhança com os feitos no Batuque tradicional. 


Consultas e oráculo

O jogo de Búzios do Batuque originalmente usa 8 búzios, e Solomon informa que Ekiti, sacerdotes de Oxalá jogam com 8 búzios. 



Tradução online: 

 

"Solomon Omojie-mgbejume Jeff Gonzalez verdade. Você se lembra de dez kolanut lançando quando egbe estava sendo feito ib ilaro?
Em algumas áreas em Ekiti, sacerdotes Oxalá usam 8 búzios também."


O jogo tradicional do Batuque é baseado no orixá, através do jogo de búzios é feita a consulta, em momento algum usa-se ou necessita de odu (registros de signos de ifá ou orixá); sabemos que nem todos orixás na tradição Ioruba usam ou necessitam de odu. Veja o caso do povo de Obá:



Raspagem da cabeça

Nem todos os orixás necessitam raspar, entre eles Oxóssi e Ogum não raspam na tradição Ioruba, desta forma, o Batuque não precisa e nem raspa.

Baba Zarcel informa (apud Marins, 2017) que nem todos necessitam raspar, e completa que tem pessoas que não devem raspar, veja a seguir entre trecho:

[...] 

A raspagem do cabelo não é um ritual obrigatório. É dos vários rituais que podem ou não acontecer durante uma iniciação. Inclusive, existem pessoas que não podem raspar a cabeça, como alguns filhos iniciados para Xangô, não todos. Mulheres que tem determinado odu Ifá, como por exemplo, Oxé Meji, que proíbe ter cabelo curto assim igual ao meu, e orienta a pessoa ter cabelo grande. Então, não se raspa. [...] 

O ato de raspar é necessário para que seja colocado o idosu, um preparado que contem vários componentes sagrado para feitura do orixá, neste caso, somente os iniciados para aquele orixá participam e o sacerdote deverá ser do mesmo orixá ao qual o iniciado. 

No entanto, nem todas as divindades tem o idoxú em suas feituras, caso de Ogun, por exemplo (Paula Gomes, Oyo Alaafin). 

No Brasil, o Candomblé, na sua ritualística possui a tradição de raspar, no entanto o idosu do candomblé é um idosu casa da casa de axé, e não do orixá, pois, diferente da tradição ioruba, várias pessoas de outros orixás manipulam o novo idosu que está sendo iniciado, não possuindo nenhuma ligação com a divindade do noviço que está sendo iniciado, exceto o axé da casa a qual o iniciado esta sendo feito. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Batuque possui conhecimento e cultura, passado por sacerdote responsáveis que pertencem a casas tradicionais do Batuque. 

O idioma e as cantigas necessitam de maior atenção e carinho para que os batuqueiros possam resgatar o que perderam. 

Muitas cantigas do Batuque foram ensinadas pelo mestre Borel e por outros mestres batuqueiros, para o Brasil, desta forma é normal que outras religiões possam estar cantando algumas orin do batuque no candomblé, assim como também houveram tamboreiros que introduziram cantigas do Candomblé no Batuque. 

Cantigas para folhas e rituais necessitam atenção, ou corremos o risco de estar fazendo rituais para outros orixás em nossas iniciações.

O Tabu da ocupação e o axé de fala são fundamentos do Batuque, da mesma forma que não há necessidade de raspar, sendo que nem todos orixás raspam e nem levam idosu. 

O jogo de búzios do Batuque não usam e nem precisa de odu, e pode orientar em todos os momentos e problemas dos seres humanos. 


Bibliografia 

VERARDI, Jorge, Axés dos Orixás no Rio Grande do Sul, Impresso no Brasil, edição 1990.


Referencias 

BARRETTI Fº, Aulo - Pagina pessoal no wordpress. 

https://aulobarretti.wordpress.com/ 


MARINS. Luiz L. - Pagina pessoal no wordpress

https://luizlmarins.wordpress.com 


MARINS. Luiz L., OGAN, EKEDI E O ATO DE RASPAR: BABA ZARCEL FALA SOBRE OS COSTUMES DA RELIGIÃO TRADICIONAL IORUBA, REVISTA OLORUN, n. 56, 2017.

WOLFF. Erick, CONSIDERAÇÕES SOBRE REALINHAMENTO DOS RITOS AFRO-BRASILEIROS, NA TRADIÇÃO BATUQUE DO RS, acessado em 22/09/2021 as 18:44

https://iledeobokum.blogspot.com/2020/07/consideracoes-sobre-realinhamento-dos.html?m=1 


CUSTÓDIO. Alexandre, O COSTUME DO BELO, OS NOVOS ELEMENTOS INTRODUZIDOS NO BATUQUE, REVIST, revista OLORUN, n. 57, janeiro de 2018.

https://luizlmarins.files.wordpress.com/2019/06/o-costume-do-belo-os-novos-elementos-adicionados-ao-batuque.pdf

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O LÓROGÚN UM RITUAL REMANESCENTE DA ESCRAVIDÃO.

Por Bàbálòrìà Erick Oxalá
19/04
Revisado e aumentado em 03/04/2021




O Ritual de mandar os òrìà  para a guerra, no período da Quaresma, sabemos que é costume de algumas famílias do Batuque Afro-gaúcho, fechar o Yàrá-òrìà (quarto de òrìà) assim que chega o Carnaval, ficando o período da Quaresma sem sacrifícios e restringe ao máximo as iniciações, neste período não há  toques nem festas religiosas, por isso, não há iniciações, claro que nem uma iniciação está vinculada a toque, porem o tambor anuncia festas decorrentes de iniciações.

Entre estas familias do Batuque do R. S., se dedicam a rituais chamadas de Missa do Égún, um ritual vinculado aos ancestrais e antepassados que são homenageados neste período. Quando não estão dedicados a rituais de Égún (culto aos restos mortais dos antepassados) ele se voltam para os trabalhos com Exú e Pomba-Giras, entidades que trabalham para proteção ou demanda dos templos. 

Este período entre o Carnaval e a Páscoa Cristã, é chamado por alguns de Lórogún, um costume que foi adquirido do Candomblé, assim como narra Beniste, em seu livro Ọ̀run Àiyé.


  • [...] O Lórogún é uma cerimónia que marca a paralisação das atividades do Candomblé, e que coincide propositadamente com o período da Quaresma católica. É realizado após o Carnaval, com o iré Ògún - brincadeira de guerra, numa simulação de luta entre duas alas previamente escolhidas. A ala em que primeiro se manifestar o òrìà será a vencedora. O Lórogún é a motivação para o descanso dos componentes do Candomblé. [...] (p. 332)

E reforçado o Lórogún, em outro livro, As águas de OXALÁ, o autor detalha melhor este ritual do Candomblé.

  • [...] O Lórogún é um ritual que se realiza no primeiro domingo após o Carnaval. Literalmente, Orò - ritual, Ogun - guerra, batalha que revive a ida dos òrìà para a guerra com uma representação de batalha entre dois grupos que se enfrentam: o exercito de àngó, carregando uma bandeira vermelha, e o de Òṣàlá, carregando um estandarte branco. Não há sacrifícios, somente comidas secas. No período em que os òrìà estão ausentes, o Candomblé paralisa suas atividades, só terminando em 29 de junho, quando àngó retorna para a sua festa. Somente a oferenda do Àmàlá é mantida todas as quartas-feiras. Trata-se de um resquício do período constrangedor da escravidão, quando os senhores dos engenhos não permitiam aos negros dançarem no decorrer da Semana Santa. Deveriam mostrar tristeza, mesmo contra a vontade. (o grifo é nosso)
  • Durante este período apenas um òrìà permanece na Casa para tomar conta dela e dos filhos. O jogo é quem determina, a cada ano, qual será o òrìà. Durante este período fica na casa de àngó um recipiente com grande quantidade de pipoca com a função de garantir a paz na casa. Quando àngó retorna, ela deve ser despachada. 
  • Para a realização deste ritual, que se inicia, geralmente, às 19 horas, portanto mais cedo, primeiramente faz-se uma procissão passando-se pelas Casas de todos os òrìà, como se fosse uma viagem por toda a cidade. terminada a caminhada, segue-se para o Barracão  formando-se lá duas alas, uma à esquerda e outra à direta. O exercito de àngó, com todos usando roupas vermelhas e brancas, e a mais velha do grupo empunhando o estandarte vermelho; o de Òṣàlá, da mesma forma, porém, vestido com roupas brancas e a mais velha do grupo empunhando o andor de Òṣàlá. A função de Òṣàlá é apaziguar as disputas. Todos são enfeitados com folhas de samambaia, em formato de coroa para as mulheres e folhas de tiracolo para os homens. Trata-se de um ritual muito alegre, com todos em suas posições, e alguns cânticos são entoados:
  • Olórògun olórògun.
  • Elémasa sá o
  • Olórògun e jẹ wa pá ìwà
  • Olórògun pá
  • Elémasa sá o
  • Olórògun e jẹ wa pá ìwà
  • Akaja
  • Lógún masa
  • Ọlọ́w
  • Bẹru já [...](p. 158 á 159)

No Batuque do R.S. os antigos diziam que no período da Quaresma as divindades iriam para a guerra, vejam como segue o ritual e conceitos empregados neste período

Na semana do Carnaval algumas famílias do Batuque do R.S., fecham o Yàrá-òrìà, da mesma forma que procede em cerimonias fúnebres, esvaziando as quartinhas e apagando as velas, neste período o templo fica com suas atividades encerradas. Aproveitando este tempo ao qual as quartinhas estarão vazias, são dietas as devidas manutenções de pintura, e assim permanecem secas durante toda a Quaresma, acreditando que neste período as divindades foram para  a guerra, por isso, não há toques, nem iniciações, nem mesmo consulta através dos búzios ou Eb para as divindades. Assim ficando  até a Sexta-Feira Santa, a qual os iniciados do templo se reúnem no mesmo para preparar os à e comidas de òrìà para o Sábado de Aleluia, para o retorno das divindades. Enquanto os templos preparam uma limpeza espiritual usando determinadas divindades, para passar nas  pessoas e no templo. Após a limpeza espiritual, enchem as quartinhas novamente e lavam os olhos com algodão e água sagrada da quartinha de Òòṣàálá, simbolizando a retirada de qualquer magia e ou feitiço que possa prejudicar a visão dos sacerdotes e ou dos iniciados em seu oráculo ou rituais.

Enfim o tambor inicia uma sessão de cantigas para chamada dos òrìṣà, acredita-se que é Xapanã, quem traz as divindades da guerra de volta para o templo.

Conforme citamos acima, nem todas as famílias praticam o ritual de enviar os òrìṣà para a guerra, no período da Quaresma, há templos que não fecham os Yàrá-òrìà,  seguindo com as atividades normalmente neste período, ficando livres para praticar a religião sem preceitos ou restrições, seguem dois exemplos de famílias e raízes diferentes;

Bàbálòrìṣà Lucas Prates, Ilê Oxalá e Cacique 7 Montanhas, iniciado por Henrique de Ògún, Nação Batuque, Raiz Ijeṣà. Porto Alegre, Brasil.

Ìyáòrìṣà Patricia Nievas, Reyno Africano Oṣala, 14 años de aprontamento com, Nação Batuque, Raiz Jeje-Ijeṣà, iniciada por Tinancia de Osala (Igba e), Leopoldo de Ianza (igba e), Jorge Veradi Ti Sango, Buenos Aires, Argentina.



O sacerdote Luisinho de De Adiola, relata que a mãe dele com mais de 99 anos de idade, nunca enviou seus orixás para "guerra". 

Considerações finais

Como puderam observar, o Lórogún, de origem escrava imposto pelos senhores do engenho, praticada pelas casas de Candomblé, não possuem nem uma similaridade com os ritual praticado pelo Batuque do R.S.

Sabemos que nem todas famílias do Batuque do R. S., fecham o seu Yàrá-òrìà neste período, da mesma forma que o Lórogún, no Candomblé, não tem sido divulgado. 

Se divindades se afastam da terra, segundo narram estas famílias do Batuque R.S., quando enviam os òrìà para a guerra, e só voltam no Sábado de Aleluia as 11 horas da manhã, numa cerimonia  que Xapanã os trazem da guerra. Devemos considerar que sem òrìà, não há o jogo de búzios e os serviços religiosos deveriam parar, afinal seria um período ao qual o mundo estaria sem a presença destas divindades, e até mesmo para aqueles iniciados suas divindades não estariam com eles. Por isso, é um período de muita vigília e segurança para preservar o bem estar  espiritual familiar.

Notem que o Sábado de Aleluia, é o único dia ao qual estas famílias aceitam que as divindades possam chegar durante o dia, pois acreditam que o òrìà só chega a noite, com exceção dos serões de cortes, que geralmente começa na madrugada e terminam de cortar para Òòṣàálá, já com o sol claro e as  divindades ainda no mundo.

As demais famílias do Batuque, que não seguem o Lórogún, praticam seus rituais normalmente, dão toques e fazem iniciações  sem encerrar atividades na Quaresma ou Semana Santa, sem dar atenção aos rituais Católicos. 

Quanto ao ritual do Lórogún, nas atividades do Candomblé, não temos mais relatos da pratica, eu acredito que poucos templos ainda o pratiquem.


Bibliografia 

BENISTE, José. Ọ̀run Àiyé, O encontro entre dois mundos. Editora Bertrand Brasil, 1997.
BENISTE, José. As águas de OXALÁ, ÀWỌN OMI ÒṢÀLÁ. Editora Bertrand Brasil


Revisado e aumentado em 09/04/2023

Conformes a nossa publicação (2014),  este relato da Iyalorixá do candomblé Paola Ferreira, ilustra os costumes e tradições remanescentes do candomblé:



"Há 30 anos atrás eu com 15 anos era levada por minha irmã Claudia Maria e sua tia dona Cecília na casa daquele que viria a ser meu pai de santo, Manoel de Xangô, de Petrópolis ( aquele que foi induzido a se iniciar em 9 Orixás numa das primeiras casas RTY do Brasil) mas isso é outra história rs , continuando....
Sexta feira santa, da paixão, tínhamos que madrugar na casa, tomávamos axé, abriamos curas, comíamos com Oxalá,bebíamos vinho moscatel preparado por ele, vestiamos branco e comíamos peixe e de sobremesa cangica, tudo feito com muito amor e tudo muito saboroso( meu pai era cozinheiro).
SINCRETISMO PURO mas de intenções verdadeiras, reunia pessoas de muita fé,e todo esse ato religioso ajudou a me formar dentro do culto aos Orixas e como pessoa, eu aprendi a ver além do que se fazia, do que estava explícito e entendi que precisava conhecer e passar por essas coisas tão nossa, tão do Brasil !
Obrigada meu pai, quanta saudade do senhor, quantas sextas feiras da paixão passamos juntos, reunidos pela fé!
Hoje o meu primeiro prato de peixe é de cangica foi pra ele."


 

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