sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Os Nàgó e a Morte

um estudo das fontes

Luiz L. Marins
03/09/2012

INTRODUÇÃO


O objetivo deste texto é fazer um demonstrativo das fontes que foram utilizadas no livro Os Nàgó e a Morte. Mostraremos ao final, a quantidade e o percentual destas destas contribuições no computo geral de todo o corpo de texto.

A etnografia religiosa afro-brasileira, sem dúvida, pode ser classificada como “antes e depois” do livro Os Nàgó e a Morte, de Juana Elbein dos Santos, publicado em 1976 pela editora Vozes, RJ. O livro é um resumo de sua tese para obtenção do doutorado em etnologia apresentada na Universidade de Sorbonne, em 1972, traduzido pelo CEAO/UFBA, como consta em sua ficha catalográfica.

Claro que houveram bons trabalhos antes e depois dele, não só em língua portuguesa, como em outras línguas, mas este tornou-se um marco, evidenciando a diferença entre o pesquisador “desde fora”, que não interpreta, pois não tem o conhecimento iniciático, portanto não faz teologia, e o pesquisador “desde dentro”, que busca interpretar os símbolos religiosos. Enquanto o primeiro apenas registra o que vê, o segundo interpreta, e na maioria das vezes, reinterpreta, terminando por fazer (e refazer) a teologia, influenciando a diáspora, como ocorreu com o conceito de “Bara do Corpo”, que embora entre os iorubá não exista como conceito de Noção de Pessoa[1], tornou-se fundamento nos candomblés do Brasil. A condição “desde dentro” da autora, é fruto de sua iniciação no candomblé, nos anos 60, no Ilê Axé Opô Afonjá, Salvador.

Na introdução do livro, a autora deixa claro e transparente o objetivo do seu trabalho, do qual faremos um resumo. (A fala da autora está em fonte diferenciada):



[...] Propomo-nos, no presente trabalho, examinar e desenvolver algumas interpretações sobre a concepção da morte […] É nos difícil deixar de assinalar as dificuldades inerentes ao estudo, à localização e à seleção do material africano [pois] são fundamentalmente os textos oraculares de Ifá que esclarecem a maior parte da tradição e da liturgia Nàgô no Brasil […] o presente ensaio tem por centro a descrição e a interpretação dos elementos e dos ritos associados à morte [e] o fato de nos estendermos mais sobre a significação de Èsú, não deve ser interpretado como uma supervalorização deste último em detrimento dos Òrìsá [e foi] concebido em três fases: a) uma série de capítulos preliminares sobre a origem dos Nàgô brasileiros […] b) uma série de capítulos sobre as entidades sobrenaturais e os ritos diretamente associados à morte […] c) dois capítulos, enfim, sobre os ritos precedentes e a concepção da morte nas comunidades Nàgô.”

[...] A convivência, passiva como observadora no começo, e ativa à medida que se foi desenvolvendo progressivamente a rede de relações interpessoais e minha consequente localização no grupo, foi-me iniciando no conhecimento “desde dentro”, obrigando-me a agilizar, revisar, modificar , às vezes, rejeitar, mesmo inteiramente, teorias e métodos inaplicáveis ou desprovidos de eficácia, para a compreensão consciente e objetiva dos fatos. Isto nos leva a defrontar-nos com dois problemas: 1) como ver, e 2) como interpretar [...]”.

[...] Em todo caso, o presente estudo pretende ver e elaborar - desde dentro para fora - . Nossa pesquisa está orientada de maneira a focalizar três níveis:

a) o nível fatual
b) o da revisão crítica
c) o da interpretação

A) O nível fatual inclui os componentes da realidade empírica [pois] ignorar aquilo que é pronunciado no decorrer de um rito é o mesmo que amputar um de seus elementos constitutivos mais importantes, [por isso] vemos na coletânea e na transcrição dos textos orais uma tarefa das mais urgentes e apaixonantes […].

B) A revisão crítica foi uma das imposições prementes que se me apresentaram no decorrer da pesquisa. Ela conduz à revisão de alguns conceitos e descrições que uma pesquisa mais apurada permite hoje contestar […]. No nível da revisão, impõe-se a necessidade urgente de rever a tradução que eu qualificaria de criminosa, de certas palavras. Criminosa porque ela atenta contra a própria estrutura e compreensão do sistema [e] torna-se desnecessário precisar à vasta bibliografia existente [porém] com poucas exceções, sinto-me inclinada a qualificar a bibliografia afro-brasileira como ultrapassada […].

C) É neste nível que se elabora a perspectiva - desde dentro para fora - , isto é, a análise da natureza e do significado do material fatual, recolocando os elementos num contexto dinâmico, descobrindo a simbologia subjacente, reconstituindo a trama dos signos em função de suas inter-relações internas e de suas relações com o mundo exterior. Além desta distinção, parece-me importante introduzir uma outra como instrumento de trabalho: a equação simbólica e a representação simbólica […]. Enquanto a representação simbólica é uma substituição primária, a representação simbólica constitui o criptosimbolo, isto é, uma elaboração complexa, madura, cuja natureza e função são essenciais para a compreensão do sistema [...].



Como vimos, a autora esclarece com muita propriedade, que o trabalho de sua tese visa, nos três níveis de estudo a que se refere, reinterpretar os elementos simbólicos da religião Nàgó, que sobreviveram, deram forma e conteúdo às religiões afro-brasileiras, partindo do “desde dentro para fora” sob uma nova visão conceitual, a partir da interação dos três níveis de trabalho.

Não obstante, este trabalho de reinterpretação dos símbolos e rituais, pode ser visto como uma construção (ou reconstrução) teológica, que termina por inserir ou retirar conceitos na diáspora ritual religiosa. O caminhar da antropologia e da teologia são muito próximos, para não dizer que se cruzam. Sobre isso, Silva (2010, pg. 281) escreve:


A atribuição da sacralidade dos textos religiosos é comum em quase todas as religiões que tem história e doutrinas escritas. No caso das religiões afro-brasileiras, a ausência de textos doutrinários sobre o culto faz com que as etnografias acabem desempenhando um papel teológico ao construir narrativas que se tornam referências para uma tradição conservada geralmente por transmissão oral […]. Nas avaliações que nós, antropólogos fazemos de nossos textos etnográficos, o tráfego entre as fronteiras da teologia e da antropologia é visto como decorrente dos objetivos que cada pesquisador atribui ao seu trabalho […].


Dos textos transcritos acima, duas frases da autora chamaram-nos particularmente a atenção. A primeira, “são fundamentalmente os textos oraculares de Ifá que esclarecem a maior parte da tradição e da liturgia Nàgô no Brasil”, e a segunda, “sinto-me inclinada a qualificar a bibliografia afro-brasileira como ultrapassada”.

Estas frases, curtas no tamanho, mas enormes no significado, aguçaram-nos a curiosidade de procurar no corpo da tese as fontes utilizadas para a mitologia, pois segundo a autora, são os textos mitológicos que esclarecem a tradição, e informa que a sua busca na África foi difícil. É um estudo sobre estas fontes que nos interessa, e que gerou este artigo, e são estas fontes que vamos ver agora.

AS FONTES

Interessou-nos apenas as fontes que contribuíram para embasar os conceitos da tese, na esfera da mitologia. Outros autores citados mas que não forneceram nenhum material nesse sentido, foram excluídos da nossa pesquisa. A partir deste critério, identificamos 24 mitos que julgamos mais importantes, e que serviram de base.
De fato, como anunciou a autora em sua introdução, nenhuma fonte afro-brasileira foi utilizada, exceto a tradição oral da própria casa de nàgó que foi iniciada nos anos 60, o Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador, o que confirma a qualificação dada pela autora à bibliografia afro-brasileira como ultrapassada. Vale lembrar que nesta época Verger ainda não havia sido editado em português.
A tabela abaixo apresenta a página do livro em que o mito aparece, o nome do mito, e a fonte ou o informante de onde foi colhido.[2]




TABELA 1
PÁGINA MITO FONTE
55 Separação do òrun-ayé Não informada
59 Nascimento de Òrìsànlá
David Agboola Adeniji, Iwo.
59 Nascimento de Èsù Yangi David Agboola Adeniji, Iwo.
61 Criação do ayé Não informada
64 Acordo entre Obàtálá e Odùduwà Não informada
85 História de Òsun Não informada
87 História do ekodide Tradição oral do Ilé Àse Òpó Afònjá
107 Ikú e a criação do ser humano Elbein & Santos, pg. 87, 1971
108 A criação da roupa de Eégún Verger, pg. 200, 1965
112 Como Òrúnmìlà apazígua Ìyàmi Verger, pg. 178, 1965
113 As 7 árvores de Ìyàmi Verger, pg. 196, 1965
121 História dos 9 filhos de Oya Não informada
123 História de Oya e a sociedade Egúngún Tradição oral do Ilé Àse Òpó Afònjá
131 Conceitos do Èsù “bara do corpo” Elbein & Santos, pg. 7, 1971 A
132 Conceitos do Èsù como Òdàrà Elbein & Santos, pg. 91, 1971 A [3]
135 Conceitos de nascimento de Èsù Yangí Elbein & Santos, pg. 31, 1971 A
149 História de Òsé'túrá, a 17ª pessoa de Ifá Não informada
176 História de como Èsù se tornou Asiwájú Não informada
185 Oríkì de Èsù Iná Babalaô Serifá de Kétu
198 Extrato de um lésé-lésé[4] sobre ÈsùÒjíse'bo Babalaô Serifá de Kétu
205 Ìtàn Ìpònrí Elbein & Santos, pg. 51, 1971 B [5]
214 História de Elégbaa Maupoil, pg. 75, 1943
216 Oríkì de Orí Abimbola, 81, 1971
217 História de Orí Apéré Não informada

um estudo das fontes




Tabela 2
FONTE INFORMADA
QUANTIDADE UTILIZADA IMPORTANTE PARA A TESE?
Babalaô Serifá de Ketu
Bernard Maupoil
David Agboola Adeniji
Elbein & Santos
Não informada
Pierre Verger
Tradição Ilé Àse Òpó AfònjáWande Abimbola
2
1
2
5
8
3
2
1
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não




Tabela 3
AUTOR %
Abimbola 4,1
David Adeniji 8,2
Elbein & Santos 20,8
Maupoil 4,1
Não informada 33,3

Babalaô Serifá 8,2
Pierre Verger 12,5
Tradição Oral Afonjá 8,2




CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dos 24 textos selecionados, chegamos ao entendimento que aproximadamente 50% do embasamento da tese, parte das reinterpretações da própria autora, conforme mostram as tabelas.
Vimos que a tabela 2 mostra a quantidade de dados informados por cada fonte, e sua importância, e a tabela 3 mostra o percentual relativo aos autores.
Quase como uma conclusão, fechamos este trabalho com um extrato da fala do professor Reginaldo Prandi, Titular da Cadeira de Sociologia da U.S.P. :


“[...] Juana dos Santos, em Os nagô e a morte (1976), parte de uma base empírica oferecida por suas pesquisas no Brasil e na África, e com uma reinterpretação apoiada na etnografia, cria, no papel, uma religião que não se pode encontrar nem no Brasil nem na África, propondo para cada dimensão ritual da religião que ela reconstitui significados que procuram dar às partes o sentido de um todo, dando-se à religião uma forma acabada que ela não tem.”  (Prandi, 1997, p. 30-31) [o negrito é nosso].






 
BIBLIOGRAFIA

ABIMBOLA, Wande. “The Yoruba Concept of Human Personality”. In: La Notion de Personne em Afrique Noire, Paris, Centre National de La Recherche Scientifique, 1971.
ELBEIN, Juana & SANTOS, Deoscoredes. Èsù Bara Láróyè, a comparative study, Ibadan, Institute of African Studies, University of Ibadan, Nigeria, 1971 A.
…...................................................................... “Èsù Bara, principle of individual life in the nàgó system”. In: La Notion de Personne em Afrique Noire, Paris, Centre National de La Recherche Scientifique, 1971 B.
MAUPOIL, Bernard. La Géomancie à l'ancienne Côte des Esclaves, Paris, Institut D'Ethnologie Musée de L'Homme, 1943.
SILVA, Vagner G. “Segredos do Escrever e o Escrever dos Segrêdos”. In: Barretti Filho, Aulo (org.). Dos Yoruba ao Candomblé Kétu, São Paulo, Edusp, 2010.
VERGER, Pierre. “Grandeur et Décadence du Culte de Ìyámi Òsòròngà”. In: Journal de la Societe des Africanistes, 35 (1), 141-243, Paris, Centre National de La Recherche Scientifique, 1965.




CULTURA IORUBÁ
http://culturayoruba.wordpress.com


[1]   Sobre Noção de Pessoa Iorubá, visite: http://culturayoruba.wordpress.com
[2]   Quando o mito não trazia um título próprio, inserimos um nome, para fins de catálogo.
[3] Informante: Babalaô Ifatoogun de Ilobu.
[4] Um poema; literalmente, uma relação de ese (verso).
[5] Informante: Babalaô Ifatoogun de Ilobu

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Respeito aos nossos mortos

Não importa qual família espiritual pertença o Ẹlẹ́gùn [aquele que passou por rituais], os sacerdotes e iniciados da nossa religião, todos merecem respeito.

Ao falecer a família do iniciado, logo se revela contra a religião afro-brasileira, e preconceituosamente veta a passagem dos rituais e a permanência dos membros da comunidade espiritual.  Quais diretos reservam ao falecido, preservando a sua vontade e a necessidade dos rituais que antecedem o Aṣeṣe ou Arissum [ritual fúnebre segundo a cultura afro-brasileira]?

Nesta quarta feira, dia 03 de novembro de 2010 foi enterrado o sacerdote "Silvio de Xapanã", um Babalòrìṣà [sacerdote] com mais de 30 anos de obrigação, conhecido em toda São Paulo e no Rio Grande do Sul pela comunidade Afrosul.

A família carnal simplesmente proibiu os rituais que proporcionam o start para o Arissum, aquele ritual que começa com o corpo presente depositando oferendas, Ẹ̀kọmi [preparados de água e elementos diversos, para compor a segurança e movimentar o ritual de fúnebre]  e pós aos pés do caixão, para poder formar a primeira roda para Egun [dos mortos da cultura afro-brasileira, diferente de um Oku, entidades da Umbanda], entoar os Orins antes do sétimo dia, nem mesmo embalaram o caixão, ao acompanhamento dos  feitos no santo mais antigos que levam o Ara-aiye [corpo terreno] até a cova.

Tristeza ver que ainda existe a castração dos rituais que antecedem um dos mais importantes cerimoniais de desligamento, qualquer iniciado tem o direito de recebê-lo, desde haja um sacerdote para ministrar e pessoas capacitadas para acompanhar, dependendo do grau do iniciado, haverá uma mudança na forma e conteúdo deste rito.

E por fim, o pior destino que um sacerdote poderia ter que é ser velado por rituais cristãs e receber uma ultima visita de um padre. Como uma praga, esta seria o pior destino de um Babalòrìṣà, a pior maldição de  um iniciado, sendo ridicularizado perante o Ọ̀run [mundo espiritual], ancestrais, divindades e a egrégora dos Egun.

Pensem nas palavras finais, proclamadas por um padre qualquer, como sendo o seu ato final de misericórdia, onde o “Jesus” dos Cristãos o receberá após uma vida de pecado e renegação de um deus que nós desconhecemos, dizendo que o arrependimento da última hora para  a redenção final. Sem preconceito algum, mas não faz parte da cultura Afro-brasileira, não tem por que esperar qualquer benção ou celebração de um padre.

Eu acredito que por medo ou ignorância total, os iniciados da religião Afro-brasileira, não preparam seu testamento, ordenando que os membros da sua família os enterrem conforme seus rituais e preceitos. Acreditando assim, que finalize as suas iniciações e os prepare para a nova vida, quem sabe até sejam cultuados com honras e respeito entre os antepassados dignos e respeitosos.

Por Erick Wolff8

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Desabafo de um umbandista

*Por  Betotam

Minha indignação, sempre existiu, e acho que se fosse de outra religião, seria considerado  ortodoxo confesso que até um pouco xiita na maioria das vezes, mas me controlo, ou melhor, meu pai e irmão de santo me controlam.

Mas tem horas que as coisas fogem do controle, enquanto somos humilhados e marginalizados pela maioria dos evangélicos e católicos, sempre achei que éramos mais próximos dos “kardecistas, mesa branca”, mero engano.


Destarte, que sempre gostei dos livros  ditados à escritora Zibia Gaspareto, inclusive os ditados pelo o espírito Lucios, mas ao ler o livro Ninguém é de ninguém, fiquei perplexo, e confesso que extremamente revoltado, me questionei, o meu gosto por este tipo de leitura, bem como rapidamente digitei um texto extremante arrogante diria ofensivo.


Por isso pedi ajuda ao meu Irunmolè para que assim não o fosse, e com calma pensei melhor para reescrevê-lo, claro que não foi ditado por nenhuma entidade este texto, até por que quando falamos em entidades na umbanda não estamos falando em seres que tenham estudados e saibam escrever, nem usam tecnologia que ainda não temos na terra, para se comunicar, nem mesmo pedi para que me ditassem um texto, até por que esta é uma opinião pessoal,  estou fazendo apenas o papel de defensor da minha crença, do meu amor as minhas entidades e aos meu orixás.


Voltando ao livro em questão,  afinal de contas este foi o start para começar a escrever. A historia é bonita e como sempre em forma de romance, até que em um determinado ponto da historia, um dos personagens necessitando de um “favor” para conseguir algo, que na nossa cultura vulgarmente chamam-se de “amarração”.

“Favor” este, que é solicitado em um sonho, como um pacto com o diabo
.

Se fosse só isso, tudo bem! Não teria me chocado tanto assim, porém é firmado que esta entidade é um Exu. (Para quem não sabe Exu é uma entidade na umbanda e um orixá para algumas nações do candomblé, sendo apenas o nome em comum, pois são coisas distintas.)


Como se não bastasse tamanha atrocidade, cometida por este espírito Lucios, ainda há referências depreciadoras dos terreiros de umbanda, como se fosse coisas do mal, que só servissem para fazer trabalhos como os citados no livro.

Desta forma, nota-se que o  Exu da umbanda,  está sendo caracterizado neste livro como sendo uma entidade ignorante, que domina as pessoas e que nada mais faz do que vampirizar a energia delas, mentira Exu não é e nunca será assim.


Está ai um preconceito que os espíritas “Kardec” demonstram para com a umbanda desde dos primórdios existe, e me enoja.


A umbanda só existe por causa deste preconceito, fato este notório, pois ao que não sabem o Caboclo 7 Encruzilhada e demais entidades do fundador da umbanda eram proibidas de se manifestarem no médium Zélio, sendo então que o referido caboclo resolveu fundar uma religião onde poderiam ser manifestar nos médium, sem a interferência do espíritos que se dizem evoluídos e claram acreditam em Jesus e Deus


Mas vir a chamar espírito obsessor  de Exu é demais. Concordo que Exu seja o primeiro patamar para a evolução espiritual de espírito, mas convenhamos que nem todos os Exus são como os descritos no livro acima mencionado, não pode haver esta medíocre comparação.


Eu mesmo por ser umbandista tenho meus Elegbaras e sei que de forma alguma eles trabalham desta forma, como as descritas no livro, muito menos se prestariam a serviços como o que relatados.


A meu ver isso não passa de preconceito do espírito que ditou o livro, pois está generalizado entidades que ele desconhece, ele não faz parte desta religião.


Quer ditar romance água com açúcar para a médium ganhar $$$, por que se fosse um trabalho que tivesse a caridade prestada, os mesmo seriam de graça e não se cobraria para obter a informação.


Claro, pois na umbanda não se cobra pelo atendimento, não se cobra pelo material utilizado, é gratuito o tratamento, e também não há tempo contado para receber um “passe” como acontece na Federação Espírita.

Mas ao contrario deste espírito, que a meu ver é pouco evoluído, nos umbandistas não ficamos a criticar o espiritismo, não ficamos deteriorando a fé deles, ao contrário os deixamos quietos no lugar deles, mas claro, sempre consertando os erros que ele fazem ao tentar ajudar as pessoas.

Penso que se com oração e bom entendimento tudo se resolvesse não teríamos prisões e sim conventos e monastérios, onde a palavra do Deus deles resolveria e com amor oração ele os infratores não matariam mais.


Assim, segue o desabafo de um Umbandista,  que está cansado de  ver sua religião sendo discriminada por todas.


Agora penso que será que não estamos a ponto de viver uma Gihad dos quem acreditam em Cristo contra as demais religiões, será que voltamos à era das caças as bruxas? A idade média esta voltando????

Pois se for assim, quero ser uma  Joanna D’arc  e morrer queimado na fogueira por amor aos meus orixás e ao meu Irunmolè.

*Betotam – Umbandista há 10 anos, idade 28 anos, formado e pós graduado.

domingo, 19 de setembro de 2010

O FILME "NOSSO LAR"

Segundo o filme “Nosso Lar”, o livro ao qual se baseia é uma sequencia de erros.

O filme começa com o espírito “André” passando pelos portais, tais que habitam seres perturbados, espíritos que não se conformam com seu estado atormentando causando sofrimentos às demais almas que ali se encontram. Tal dimensão esquecida por “Deus” e habitada por energias negativas que negam a existência de Deus, impossível de serem emanadas pelo criador benevolente tais vibrações. Ao mesmo tempo em que ínsita a pensar que “Deus” abandonaria as almas que sofrem e cometeram erros, com a desculpa do livre arbítrio.

Cenas do purgatório muito semelhante à visão deformada do inferno segundo Dante, o que faz mais uma vez repensar sobre a originalidade das produções nacionais, que a cada vez mais considero necessário redescobrir sua personalidade e conceitos.

Outro ponto a discutir é sobre o envelhecimento dos espíritos, considerando que ao morrer aquele espírito deixa para trás a sua energia terrena e tanto o envelhecimento quanto barba, pelos e unhas deixam de crescer. Afinal é transformação que o corpo terreno passa e que não faz mais parte do espírito desencarnado. E este estado de realocação entre os planos espirituais não seriam como os terrenos, difícil imaginar que seja real esta situação exposta pelo filme.

Claro que o tempo cronológico do espírito e da matéria é diferente, seria impossível calcular um tempo de uma entidade com o tempo material a qual vivemos, mas o que é certo e podemos observar é que entre as religiões Afro-brasileiras e até mesmo Espíritas, as entidades ou mentores não fazem aniversario e não mudam de idade. Desta forma o crescimento da barba, unhas e qualquer transformação do espírito seriam muito falsas e equivocadas (o personagem André aparece varias vezes com a barba crescendo).

Assim sendo que o espírito ao morrer irá manter a sua imagem, afinal ali finaliza a materialização e o corpo cessa a constante transformação que ocorre no organismo, eternizando o momento da sua morte. Mas aí tropeçamos com um problema maior que o filme trás à torna o descrédito e demérito para a fé religiosa. Se o espírito é eterno então ao reencarnar o espírito deve manter a mesma fisionomia e características que o seu espírito tinha?

Algo que o filme aborda e acho muito bom comentar é que os espíritos fêmeos estão encarnando em corpos femininos, sem mudança dos corpos, assim existindo até mesmo na ideologia do filme uma distinção entre espíritos das mulheres e dos homens. Abrindo precedentes para um estudo da ciência que observa crianças que não se encaixam nos corpos aos quais habitam, considerando a existência do terceiro sexo e da possibilidade dos espíritos estarem em corpos errados. Considerando que o espírito não muda o sexo, então aqueles indivíduos que sofrem com o corpo atual e lutam para a mudança do sexo, deve ser considerada como um erro divino ao quais os sacerdotes se recusam a aceitar.

Mas se aquele indivíduo que irá reencarnar, poderá ou deverá manter a sua imagem, como afirma a novela das 18hs exibida na TV Globo, que mostra a personagem da “Nathalia Dill” (Viviane), em uma das suas vidas com características idênticas a atual. Será possível isso, sendo que o filme aborda o cruzamento de famílias e a permanência do mesmo espírito nas mesmas famílias, mas então, porque não vemos aquele ente falecido ressurgindo novamente com a mesma aparência?

Deve ser por isso que as filosofias espiritualistas são tão massacradas, erros como estes distorcem a realidade e a credibilidade da fé.

Um dos piores momentos do filme é a supremacia ariana, que irá perceber que os negros mal aparecem no filme, se aparecem não possuem cargo ou evolução, apenas participam em segunda fase, como se os negros não evoluíssem, sem esquecer que os asiáticos nem sequer aparecem, alguém viu algum, se viu me avise, eu quero clipar?

Mas a exclusão das etnias é muito clara, não vimos um índio sequer, nem brasileiro nem da América do sul, será que estes espíritos não chegam ao “Nosso Lar”, possuem espírito?

Algo que senti falta neste filme Nosso Lar, ele mostrou o purgatório, a cidade ”Nosso Lar” e alguns portais, mas não mostraram “Deus” ou qualquer energia divina que pudéssemos imaginar como a base divinal destes espíritos. Mal colocaram anjos anunciando desgraça, será que isso é a vontade de Deus anunciar desgraça?

Deixando de uma vez os espíritos entregues aos próprios espíritos e as energias do mal, será que a realidade deste livro e filme é uma cidade auto produtiva e auto-suficiente sem a presença de Deus????

Não gostei, achei fraco e esperava algo melhor.


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Reconsiderações

Eu quase me esqueci de comentar sobre a questão dos espíritos necessitarem do alimento, por mais que seja simbólico e a ingestão da sopa ou mesmo a água, contradizem as constantes críticas preconceituosas e discriminativas que sofrem a cultura Afro-brasileira. Injustamente são acusados de cultura primitiva e retrograda.

Considerando que os alimentos possuem energia, que ao serem preparados ritualisticamente, eles sofrem uma imantação muito maior, desta forma tanto a oração, cânticos entoados ou alimentos ofertados aos espíritos, serão sempre recebidos e comungados. Considerando que os templos são recintos preparados energeticamente para receber tais espíritos, observo que ao contrário do que a população imagina, os rituais não fazem os espíritos descerem ao nosso plano, através do ritual e devidas preparações as vibrações se elevam ao plano superior alcançando estes espíritos aos quais vemos constantemente incorporados nos templos, existe, portanto uma ritualística e liturgia para tal acesso, que eleva as vibrações e energias para um plano superior.

E considerando que apesar de acharem tais rituais bárbaros, nós podemos encontrar alguns costumes semelhantes até mesmo na cultura oriental que oferecem alimentos aos entes falecidos.

E voltando ao foco da Umbanda e ou Nações Afro-Brasileiras, apenas uma domestica, negra e cheia de fios no pescoço viu o espírito do André, será que a cultura afro-brasileira terá que ser sempre representada pela mãe negra e pobre, houve uma cena com um comentário sobre os negros, ao qual vemos uma família sentada à beira do lago com mais alguns familiares, mas todos com Ojá na cabeça, simples e inculto, observem?

Por Erick Wolff8

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O BANQUETE DOS ORIXÁS: COMIDAS QUE NÃO FAZEM PARTE DO RITUAL DE ORIXÁ.

Por Erick Wolff de Oxalá

Revisado e aumentado 14/09


A cultura religiosa Yorùbá no Brasil, gira em torno à comida que vai dos rituais de iniciação (Oribibọ, Bọrí e Feitura), Arissum e rituais para Egungun, festivais e grandes festas. Todas são regadas de comidas e muita fartura, algumas destas até são produzidas bebidas especiais.

jẹ- comer (sentido geral).
jẹun - tomar comida para si.
ìjẹun - o ato de estar alimentando-se
õn´jẹ - comida (sentido geral)
ìbáje ou àbáje - comer em companhia de outra pessoa (não confundir com bàjé: estragado, tido erradamente por menstruação na diáspora)

Cada ritual exige determinada comida que deverá ser oferecida às divindades e ou convidados. Não deixando de lado as intervenções ou proibições que os adeptos da religião recebem como não comer algumas comidas ou determinados alimentos como o Dendê, Mel, Ovos e etc...

Muitas destas comidas produzidas durante os rituais são oferecidas aos convidados e adeptos durante o toque, nas paradas para descanso ou ao final de cada celebração. Muitas vezes os banquetes são gigantescos servindo muitas aves, cabritos e carneiros, dependendo da nação ou ritual.

Na atualidade, fez com que alguns costumes mudassem, hoje em dia chegamos a ver garçons servindo "estrogonofe, batatinha e arroz com uma bela salada grega", se engana quem disser que não faz parte do culto afro-brasileiro, claro que faz, apenas é preciso deixar claro que algumas comidas do nosso dia-a-dia fazem parte do culto, porem são restritas a determinados rituais como o Arissum.

Para quem não sabe do que se trata o Arissum, é o ritual para preparar o Láilẹ̀émi (aquele que não tem mais respiração, o falecido) para o novo estado, ele deverá se desligar do mundo dos vivos e voltar para o Ọ̀run, abandonando a personalidade existencial e reintegrando-se para viver sua personalidade eterna. Muitos destes rituais levam sete ou ate mais dias, alguns chegam a durar ate três meses dependendo do grau do iniciado ou “Status” a que ele pertença.

Durante o Arissum será preparada comidas para determinados Òrìṣà, Láilẹ̀émi e para Egungun, uma das primeiras vezes que participei, tive a paciência de contar quantas e quais pratos foram oferecidos, chegou a quase 170 pratos, entre eles alguns da última ceia do próprio Láilẹ̀émi.

Comida para Egungun


- àgbò (carneiro)
- Ẹyẹlẹ́ (pombo)
- Ọ̀ọ̀lẹ̀ also called mọ́yín-mọ́yín (bolinho cozido, feito com feijão)
- Àkàrà (bolo frito, feito com feijão)
- Omi tútù (água fria)
- Ẹmu ọ̀pẹ (vinho de palma)
- Obì abata (semente de cola nstiva Yorùbá)
- Oúnjẹ ti ẹnu BA n´jẹ (todas as comidas comestíveis)


Como puderam ver, todas as comidas que servimos à mesa fazem parte deste ritual, desta forma muito difícil o convidado verá “quibe, coxinha, arroz doce, galinhada, empadinhas, etc” sendo servidos durante os toques tradicionais da cultura Afro-gaucha.

Neste caso evitaremos em nossos rituais de Òrìṣà, comidas servidas em rituais fúnebres ou vinculados a 
Egun como Galinhada, Arroz com couve, Arroz com linguiça e em algumas casas ainda evitam arroz doce e risoto, esta variação pode ocorrer conforme a tradição de cada família. Caso ocorra de alguém que tenha proibição de comer alguma delas em seus rituais encontre determinada comida ela casa que visita, apenas deixara de comer.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Luta contra o preconceito às religiões das matriz Africana

Ao receber uma denuncia enviada pelo “Sacerdote Matâmoride e demais sacerdotes da cultura Afro-brasileira”, motivados pelo temor e espanto da agressividade e preconceito de mais uma matéria publicada, eu me senti motivado a comentar novamente sobre algo que as pessoas esquecem e demonstram "intolerância e ignorância".

Em primeiro lugar a "Constituição Federal" está acima de todas as leis. E que por ser permitido o livre exercício dos cultos religiosos, os sacerdotes da religião “Ancestral trazida da África” podem usar animais nas suas cerimoniais, por que faz parte do ritual desta religião. Crença é isso sem ter dois pesos e duas medidas, sem favorecer uns e excluir as demais crenças e religiões do território Brasileiro.

Artigo 5º da Constituição Federal
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

A intolerância religiosa é uma erva daninha que cresce diante da população que desinformada usa pequenos pontos para difamar e agredir uma cultura centenária instalada no Brasil. Matérias e notas como esta publicada num respeitado jornal de Poá, que incitam o povo a lutar por conceitos equivocados, sem saber do dia-a-dia dos templos e terreiros da cultura afro, gerando um engano sem precedentes quando afirmam que existem maus tratos aos animais.

Eu acredito que a realidade seja outra, qualquer templo desta religião mantém seu galinheiro ou viveiro de animais para abate tal qual um restaurante, todos os animais são sacrificados sem tortura e sem maus tratos.

Agora se estes animais sacrificados nos templos forem proibidos então existirá um grande problema na gastronomia deste país. Pois seria necessário fechar restaurantes, açougues, hipermercados e grandes lojas alimentícias, afinal a maioria dos sanduíches, pratos e quitutes servidos nestes estabelecimentos são de origem animal, tal como as comidas servidas nos templos desta religião. Salvo os restaurantes “Naturais” que não cozinham a base da proteína animal. Não se esquecendo de alguns estabelecimentos que ao oferecerem um sanduíche natural de frango, deveriam retirar o “Frango” e deixar apenas o natural oferecido.

No entanto esta matéria não restringe ao paladar e muito menos à cultura gastronomia e seus ingredientes, mesmo sabendo que a autora da matéria publicada no jornal “Notícias de Poá” e seu marido são apreciadores de um saboroso cardápio de origem animal. Segundo a colunista Silvia, ela não comia proteína animal há alguns anos, voltou a comer por necessidade médica, mas afirma que na sua casa sua família saboreia proteína animal.

Entre os problemas da gastronomia e a atual realidade do "País" o que não podemos acobertar é a falta de conhecimento e intolerância com a religião "Afro-Brasileira" que mais uma vez sofre acusações infundadas de caráter duvidoso. E começa já no inicio desta matéria ao qual fere a integridade cultural e a liberdade religiosa;

"Uso de animais em rituais religiosos
É triste saber que algumas pessoas ainda utilizam animais em rituais religiosos acreditando que a morte de um animal lhe trará benefícios.
O homem não tem o direito de deliberar sobre a vida de um animal. Afirmar que existe legalidade no sacrifício de animais, pois é uma tradição ancestral trazida da África, é um equívoco: primeiro não é legal. Ao contrário, é ilegal, é crime - conforme a Constituição e outras leis federais - causar o sofrimento ou a morte de um animal sem provar que foi por ele acometido ou que ele é portador de doença grave. Em segundo lugar, os tempos mudam." [fonte - Notícias de Poá, 19/07/2010 09:10:00]

Temos um grande problema aqui, afinal se parágrafo VI da constituição reza que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, como poderia não ser legal tal ritual?
E sem saber as demais religiões também sacrificam animais e insetos como os ovos pintados na páscoa, o peixe na semana santa, as abelhas na maioria dos rituais aos quais usam-se o mel, entre outros elementos que passam desapercebidos para os Brasileiros...

"Era tradição colocar dois homens a lutar até que um morresse na arena, na época do Império Romano. Agora isso não só é ilegal, como imoral. Assim, acontece com determinados rituais. Mas hoje, teoricamente, o ser humano deveria ter evoluído, e o que servia para um povo bárbaro há 3 mil anos não deve, não pode, servir para a civilização atual.
Nenhuma religião pode ser utilizada como desculpa para atos retrógrados e cruéis. Não pode servir de escudo para o crime." [fonte - Notícias de Poá, 19/07/2010 09:10:00]

Neste pontos eu percebo a intolerância religiosa, afinal eu não vejo nem um ativista nas portas dos Açougues, Hipermercados e demais estabelecimentos gritando e protestando contra a matança dos animais, desde quando as pessoas deixam de comprar o “BOM CHURRASCO” para assar depois do futebol ou finais de semana, animais são animais sejam encontrados nos templos ou estabelecimentos gastronômicos.

O que estamos presenciando aqui é a falta de informação e degeneração informativa dos veículos impresso e virtual que são usados pelos ativistas para empanar e difamar uma religião e sua tradição.

Sendo que "em momento algum existe crueldade com animais nos presentes cultos",  todos os animais são abatidos de forma simples e rápida e a seguir depenados ou coreados, para que todos os presentes e aqueles da comunidade do bairro e da própria casa, possam levar para suas casas, claro que para comer, muitas destas famílias sobrevivem com cestas básicas sem carne de primeira na mesa durante meses,  esperando um ritual para poder saborear um bom pedaço de carne como qualquer Brasileiro.

"A Constituição garante a liberdade de culto, não de crueldade.
Toda pessoa que seja testemunha de atentados contra animais pode e DEVE comparecer a delegacia mais próxima e lavrar um Termo Circunstanciado, espécie de Boletim de Ocorrência (BO), citando o artigo 32 “Praticar ato de abuso e maus-tratos à animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos “, da Lei Federal de Crimes Ambientais 9.605/98. Caso haja recusa do delegado, cite o artigo 319 do Código Penal, que prevê crime de prevaricação: receber notícia de crime e recusar-se a cumpri-la." [fonte - Notícias de Poá, 19/07/2010 09:10:00]

Outro ponto a discutir nesta matéria oportunista é que na falta de crueldade e maus tratos á animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos, o Delator responde por "Difamação e Calunia", pois a lei não favorece devaneios ou surtos psicóticos, sendo que é comum em todo o país as pessoas criarem galinhas, patos, marrecos e animais de quatro patas como porcos, cabritos e carneiros para comer assados ou cozidos conforme as receitas das famílias Brasileiras.

Código Penal Artigo 286.º(Instigação pública a um crime)
1. Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou por outro meio de reprodução técnica, provocar ou incitar à prática de um crime determinado é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
2. É correspondentemente aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 284.º

Assim o Autor da calunia e difamação poder responder pelo crime conforme o “Artigo Penal 286.º” citado acima, ninguém está livre do perjúrio e da incitação a discriminação e preconceito religioso. Assim reza o artigo baixo que;

Código Penal Artigo 282.º
(Ofensa a sentimentos religiosos)
1. Quem publicamente ofender outra pessoa ou dela escarnecer em razão da sua crença ou função religiosas, por forma adequada a perturbar a paz pública, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.
2. Na mesma pena incorre quem profanar lugar ou objecto de culto ou de veneração religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública.
3. Quem
a) por meio de violência ou de ameaça com mal importante, impedir ou perturbar o exercício legítimo do culto de religião, ou
b) publicamente vilipendiar acto de culto de religião ou dele escarnecer, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.

E foi embasado nestes dois artigos e na constituição que pesarosamente os sacerdotes da religião Afrobrasileira buscaram apoio das mídias imprensas e virtuais para ajudar a divulgar que "não existe maus tratos que não é verdade que a religião ancestral africana é retrógada e medieval", não entendem porque são sempre ofendidos e sofrem por calunias e difamações infundadas perante a sociedade e as demais religiões.


"Como nossos amigos de patas não podem esperar, estamos organizando com muito sucesso um Cãosórcio pela Vida. Para participar é só doar R$10,00 mensais." [fonte - Notícias de Poá, 19/07/2010 09:10:00]

E ao final desta matéria é divulgado o telefone da colunista e a solicitação de uma doação, afinal do que estávamos falando?

Esta matéria teve um cunho de incitação ao ódio e perseguição religiosa, ao mesmo tempo mascarou arrecadação fundos para animais que nem são usados nos rituais afro como cães e gatos, eu acho que o foco foi desviado e a intenção de massacrar e subjugar a religião afro novamente, sem necessidade.

Por Erick Wolff∞

Fonte Jurídica - Dr Roberto Tamelini Junior
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Espaço reservado ao direito de resposta;


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Referida matéria
http://noticiasdepoa.com.br/modules/news/article.php?storyid=2758&keywords=animais

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