Este artigo tem por finalidade registrar dados sobre o Gululu (segmento Batuque Oyo), considerado o ícone religioso para a tradição Kanbina do Batuque do Rio Grande do Sul.
Gululu foi o sacerdote do Babalorixá Waldemar de Xangô, por muitos anos pensávamos que ele seria um africano que seguia tradições banto, porem com as devidas informações, descobrimos que ele era um sacerdote da mesma tradição do Batuque, segmento ioruba e tradição Oyo, informação publicada no livro Kanbina: origens ioruba e continuidade no Batuque do RS. Leiam a seguir:
Paulo Tadeu Narra em seu livro, que Gululu seria o próprio Waldemar, no entanto que o pai Waldemar nasceu no Brasil. E que o nome Gululu, não foi uma invenção e sim o nome de pai Antoninho da Oxum.
Aqui narra a origem de Mãe Donga da Oxum. Seguem informações do Babalorixá Gululu.
Aqui se perde a informação quando confundiram o orixá de Gululu, ao Bolivar registrar o trabalho.
No entanto foi possível rever o equivoco, através do cruzamento de informações dos Kanbina com os documentos que encontramos.
Após muitos anos de estudos e um anos após a a publicação do Livro Kanbina, chegamos a mais informações que segue:
O Professor Denis informa a filiação de Gululu.
Informações adicionais sobre o Pai Waldemar ter nascido aqui no Brasil:
Bibliografia
KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS
Já cansei disso, mas é sempre bom lembrar às pessoas que ainda não sabem...
Alguns de nós, Ẹlẹ́sìn Òrìṣà Ìbílẹ̀, não somos contra Ifá (oráculo/palavra de Ọ̀rúnmìlà) ou Ọ̀rúnmìlà, pois, Ifá/Ọ̀rúnmìlà também faz parte do Ẹ̀sìn Òrìṣà Ìbílẹ̀, nós somos contra a suposta supremacia que alguns Onífá ou Babaláwo desejam ter sobre os outros Òrìṣà e seus cultos...
ÒRÌṢÀ NENHUM PRECISA DE IFÁ, ỌBÀTÁLÁ NÃO PRECISOU DE IFÁ, Ọ̀ṢUN NÃO PRECISOU DE IFÁ, ÒGÚN NÃO SE CONSAGROU EM IFÁ...
Estes ìtàn que narram isso, são pertinentes ao culto de Ifá, nasceram para justificar um culto, o de Ifá e a sua importância, algo que devemos respeitar, pois, fé e crença não se discute, se respeita...
Mas desejarem que nós, devotos e consagrados em outros Òrìṣà, aceitemos GUELA A BAIXO que outros Òrìṣà foram consagrados em Ifá-Ọ̀rúnmìlà, já é de mais...
O Ẹ̀sìn Òrìṣà Ìbílẹ̀, só tem um supremo, Elédùmarè, e abaixo de Elédùmarè, Ọbàtálá, a mais ANTIGA de todas as DIVINDADES IORUBÁS...
Na cultura iorubá, um mais novo (Ọ̀rúnmìlà) nunca é mais que um mais velho (Ọbàtálá), Onífásssss do Brasil, aprendam isso...
Quanto a estas centenas (há algumas exceções no meio destas centenas, não podemos generalizar) de brasileiros consagrados em Ifá, que mal conhecem e sabem recitar o seu próprio Odù Ifá (Signo de consagração no culto de Ọ̀rúnmìlà-Ifá e não signo de nascimento de vida), só servem para tumultuar e confundir as pessoas com menos conhecimento...
Se você tem seu Òrìṣà, cultue ele, pois, ele pode te dar TUDO, que dizem que supostamente só Ọ̀rúnmìlà-Ifá pode te dar...
E para finalizar, tem muito Ẹlẹ́sìn Òrìṣà Ìbílẹ̀ NIGERIANO que não é iniciado em Ifá e vai muito bem, obrigado...
Hérick Lechinski
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Matéria publicada no Facebook do autor, em 26/11/2020
A cultura é a totalidade dos modos de vida de um povo e abrange a totalidade das crenças e práticas das pessoas. Há tantas culturas no mundo que são marcadas por suas qualidades distintas. Por exemplo, temos a cultura iorubá que é distinta em muitos aspectos. Um dos aspectos são as práticas antigas de apoio às mães grávidas, ou seja, a prática de Ìgbèbí.
Ìgbèbí é a palavra contraida em iorubá para Ì gba èbí que significa "aquele que ajuda no parto infantil".
Esta é uma antiga prática de enfermagem e parteiras iorubás para as mães grávidas garantirem seu parto seguro. Essas mulheres também cuidam dos serviços de pré-natal e pós-natal.
Esta antiga prática indígena existe em toda a terra iorubá desde os tempos imemoriais; sendo transferida de geração em geração e o conhecimento também pode ser adquirido por formação, se desejar.
Um dos aspectos secretos da cultura iorubá é garantir a boa saúde e o bem-estar das pessoas. A boa saúde inclui o fornecimento de cura de vários tipos de doenças.
A medicina tradicional iorubá desempenha três funções distintas: livrar-se dos sintomas, identificar e remover as causas da doença e manter um equilíbrio holístico no paciente. Com isso, torna-se evidente por que a medicina iorubá é mais ampla, mais profunda e mais complexa.
A medicina tradicional iorubá é baseada em diferentes misturas de ervas, tanto pela ingestão oral quanto pelo banho.
A partir do conceito de que a cultura iorubá garante a boa saúde do povo, a antiga prática de Ìgbèbí desempenha um papel importante na sociedade no apoio às mães grávidas.
Após vários anos da destruição da cidade de Ile-Ife, antes de 1870, que fez seu povo deslocar-se, procurando asilo e tornando-se refugiados de guerra em uma cidade vizinha (vila) conhecida como Oke-Igbo perto de Ondo.
Não havia mais lugar que se chama-se Ile-Ife porque foi destruído completamente.
Isso fez com que o Imperador, Alaafin Adelu, rei de Oyo e o lider dos Yorubas, daquela época, instruísse Basorun Ogunmola de Ibadan a mover as pessoas de Ile- Ife que estavam em Oke-Igbo, e os coloca-se em uma nova area, onde hoje fica localizado o novo Ile-Ife.
Este foi o início da nova cidade de Ile-Ife com um novo rei, Ooni Orayegba Ojaja 1 (popularmente conhecido como Ayikiti ninu Aran ( Alguém que rola em um Pano de Veludo de Seda) também foi ordenado por Alaafin Adelu a ser instalado por Basorun Ogunmola Orisagunna.
Este Ooni Orayegba Ojaja 1 (Ayikiti ninu Aran) Alguém que rola em um Pano de Veludo de Seda ) era originalmente um residente de Oopo Labiran Quarters em Ibadan.
Reinou de 1870 a 1882.
Basorun Ogunmola Orisagunna reinou de 1865 a 1867 e foi sucedido por Aare Latoosa Obadoke, que reinou de 1871 a 1885.
Alaafin Adelu reinou de 1859 a 1875 e foi sucedido por Alaafin Adeyemi 1, que também reinou de 1876 a 1888.
[...] o conceito de oríkì pode estender-se desde um cântico de
louvor ao Orixá (também narrativo, invocatório, presentificador), até um
simples nome, um orukó, em que por um processo de aglutinação comum às línguas
polissintéticas, o caráter básico de saudação curricular do oríkì pode estar
tão fundido a ponto de ficar irreconhecível e eliminar a distinção um do outro.
Cabe mesmo indagar se, reduzido o oríkì a seu mínimo, que seria o epíteto, na
essência da filosofia onomástica iorubá, não estaria embutida a intenção
laudatória [...] um nome como um mini currículo, um epíteto, uma louvação [...]
[...] aproximar-se dos oríkì mais longos, é um risco, uma
temeridade, uma cilada, que não obstante, não inibem os vorazes e incautos
tradutores que sem mesmo uma comezinha iniciação linguística invadem uma língua
polissintética para transporta-la à mais exígua polissemia das línguas
analíticas, sem sequer imaginar que entre estas existem um desfiladeiro de
línguas sintéticas [...]
[...] Ninguém pode ser tradutor para o português sem saber latim.
Contudo, vivemos o tempo das mistificações arquitetadas no computador com
ignorância e falta de pudor [...]
[...] Pessoa que não sabem o iorubá e pouco dominam a língua portuguesa, vivem traduzindo de uma para outra língua afoitamente, e vivem publicando desavergonhadamente seus monstrengos pseudoliterários em que nem se aproximam do sentido literal [...]
TAVARES,
Ildásio - "Oriki Oye Oruko" in: "Faraimará, o caçador traz
alegria: Mãe Stella, 60 anos de iniciação", Pallas Ed. e Dist, RJ, 2000, pg. 213
Se localize! Alguns Orisa em área yoruba são mais regionalizados! E tá tudo bem ! Sem qualquer drama. Embora alguns outros locais também tenham culto a Yewa - é Em Ogun State ( Estado de Ogun) - Nigéria onde Yewa está mais presente. - Aviso - Tradições podem mudar conforme local. Veja aí duas coletas sobre YEWA EM ÁREA YORUBA!
1- Yewa tem um rio com seu nome - e hoje uma grande região dentro do Estado de Ogun Nigéria é chamada de Yewaland
2- Um dos nomes conhecidos para Yewa no Egbado/Yewaland - Nigéria é Yewa Agbo dudu - Yewa o carneiro negro.
3- Conta uma lenda local que, quando a vila foi invadida por Fulanis (outro grupo étnico local - não yoruba - são pastores de gado) estavam carregando um rebanho de vacas pretas, quando as vacas foram beber agua no rio Yewa elas se afogaram.
4 - Yewa carrega o tabu de receber carneiro da cor preta e também de panos pretos Yewa gosta de tecidos brancos e animais brancos.
5- O local mais sagrado em Idogo de Yewa está dentro do rio Yewa, onde ali tem um "assentamento" um ojubo afundado nas águas.
6- A saudação comum é Eepa Yewa o, Omi oo!
7- Homens e mulheres são iniciados em Yewa.
(Infos até aqui - Solomon Mgbejume -Yoruba,Nigéria 2019)
1- O rio Oba realmente existe e a Orisa Oba continua sendo cultuada nele até os dias de Hoje
2- Oba foi a primeira esposa de Sango
3- Em Oyo a cor de Oba é o Branco porque dizem que ela tem relação com cultuadores de Olufon em Boro/Oyo
4- Em Oyo uma das comidas favoritas de Oba é a canjica branca e o yan.
5- O oraculo que a família de Oba usa em Oyo é o Obi, e com ele faz todos os rituais, seja ritos de nascimento de uma nova criança a uma iniciação. A família não usa sistema de odu.
6- A lenda contada em Oyo sobre Oba e Osun é que as duas entraram em uma briga por ciúmes de Sango, nesta briga entre as duas Oba perdeu a orelha.
7- Em Oyo dizem que quando Oba nasceu como ser humano na terra o nome dela era Asabo
8- (Segura que essa é forte) Os devotos de Oba no vilarejo de Oyo, se consideram consanguíneos de Oba, e dizem que só eles podem entrar em segurança no rio Oba.
9- Oba em Oyo não utiliza bebidas alcoólicas em seu ojubo, os devotos também não podem consumi-la , o dendê também é um tabu, e também não podem transportar fogo em uma cabaça.
10 - Uma das saudações de Oba usada em Oyo é Omi o!
Se você tem algum amigo curioso marca ele ai!
Coleta: Renata Barcelos / Yemojagbemi Arike, Fontes: Asa Orisa Alaafin Oyo, Iya Obafoyeke Odetunde, Baba Obadaiisi, Baba Obagbemi, Iya Mofobake, Iya Obafunmike e Iya Obabunmi
1-Os ibeji e ou nomes parecidos são cultuado não só por Yoruba mas também em outros grupos étnicos.
2- Curioso é que uma etnia extinta chamada Nok que viveu no norte da Nigéria tinham estátuas de gêmeos a mais de 1500 a.c. (Arqueologia Peter Breunig)
3- Assim como outros elementos da tradição Yoruba, em alguns lugares consideram Ibeji Orisa em outras regiões não, em alguns lugares dizem que há uma espécie de ritual para ibeji, outros consideram que os gêmeos são a própria representação de uma força na terra.
4- Em Igbo-Ora uma pesquisa realizada perguntaram para o povo pq achavam que nasciam tantos gêmeos ali .responderam: porque comem muito uma sopa feita com folhas de quiabo junto com o amala.(Agencia Routers)
5- Em muitos locais que nascem gêmeos é comum que a mãe faça estátuas de madeira os ere ibeji, que representem cada um dos gêmeos, eles acreditam que os gêmeos tem uma ligação forte, e precisam sempre permanecer juntos, como a vida é imprevisível , se um gêmeo morrer antes do outro, os laços deles continuarão conectados pelas estatuas de madeira e para que um irmão no Orun não queira com saudades puxar o outro da terra.
6- O gêmeo mais velho para os yoruba é o ultimo a nascer e chamam ele de Kehinde, o mais novo é o que vem primeiro chamado de Taiwo. O mais novo é que anuncia para o mais velho se a terra está boa
7- Ewa Oloyin (feijão) é tipicamente preparado por muitas famílias yoruba no nascimento de gêmeos e é distribuído para a comunidade para assegurar as benções recebidas
8 -Em algumas comunidades para que se tenha alegria em casa, um casal de estátuas de ibeji pode ser vista, outros casos as vezes recomendado para mulheres que querem ter filhos, em outros casos casais de ibeji estão conectado com egbe orun para que apazigue as relações e de prosperidade.
9 - Diz um oriki :
Gêmeos tornam os pobres em ricos
Eles transformaram mendigos em chefes de família
Vêm gêmeos majestosos e lindos e me dê a bênção de uma criança
10-"Alagbara lo nbi ibeji - São aquelas mais respeitadas que tem gêmeos.
2-É muito comum e usual em muitas regiões Yemoo estar “ assentada” ter o ojubo junto com Obatala
3-Sua cor é o Branco um de seus símbolos é um opa soro parecido com o de Obatala só que mais longo e um awe pote de agua.
4 -"Yemoo costumava fazer as roupas de Obàtálá.O lugar em que Yemoo faz as roupas de Obàtálá ainda está aqui até hoje, em Ilé-Ifẹ̀". (Lenda Obalesun -Ile ifé)
5- O local conhecido até hoje como Ita Yemoo foi um dos locais mais escavados por arqueólogos. inúmeros artefatos de bronze e terra cota foram encontrados no local que datam do século 14
6 -"Yemoo estava lavando roupa quando as Iyami chegaram, as iyami não gostaram do jeito que yemoo estava lavando a roupa pois a sujeira da roupa estava entrando dentro do rio e aquela agua era para ser bebida, por isso yemoo é magrinha, de tanto que a iyami falarem mal dela." ( Lenda Oyo)
7-Todos as vezes que damos comida para obatala damos comida para Yemoo (Oyo).
8- Yemoo é vista como uma mãe, se uma mulher não consegue engravidar, os sacerdotes de obatala recorrem a Yemoo para que ajude as mulheres engravidar (Oyo)
9 -(Hilda Davidson) afirma que em Ilé-Ifè Obàtálá e Yemòó representam casal primordial. Um odù (verso divinatório) informa que no tempo da criação em Ilé-Ifè, as divindades masculinas e femininas viviam separadas. O poder de Yemòó a elevou à posição de líder das Orisa femininas
10 - Jacob K. Olúpòna trás outra lenda importante que mostra a importancia de Yemoo no feitival de Itapa em Ile ife:
“Quando Obàtálá casou-se com Yemòó, ela parou de beber água (omi) e começou (èjè)" e depois de uma intervenção de Obatala quando Yemoo o perseguiu um efeito magico dado por uma colher de pau criada por obatala para sugar eje dos animais, fez yemoo desmair, yemoo parou de consumir eje todos os dias passou a menstruar e a ter filhos.
11- Extra - Yemoo não é Yemoja.
Fontes: Asa Orisa Alaafin Oyo Obalesun - Ile ife.
Itens 9 e 10 pesquisa ÌTÀPÁ: IDENTIDADE, RITUAL, E PODER NO FESTIVAL DE OBÀTÁLÁ E YEMÒÓ tradução Luiz. L Marins
1-Alguns dizem que famílias especializadas no culto de Osanyin estão escassas. Outros que o culto de Osanyin está forte em algumas áreas, Outros que não existem mais, outros dizem que não querem ser identificados, que vivem reclusos até hoje em florestas. Alguns dizem que é Orisa e outros até que ele é um espírito na floresta que poucos sabem manusear.
2-Osanyin esta relacionado com a proteção dos produtores das medicinas de todos os tipos.
3-dizem que seu assentamento faz misteriosamente sons de pássaros e outros sons , e que dão respostas verbais que podem ser interpretadas
4-Em Ekiti um templo na floresta e uma fonte de agua que brota no chão, são locais consagrados a Osanyin.
5-etu - medicamentos em pó, Agbo - medicamento em infusão , aseje - medicamento com comida cozida, agunmu - medicina triturada - ose -sabão, são nomes populares de medicinas
6-Oruru nome da estatua de osanyin, alguns dizem que mulheres apenas quando entram na menopausa podem preparar algumas medicinas no clã de osanyin e durante o período da menstruação não podem colher as ervas, por isso algumas se tornam a vendedoras dos medicamentos e das plantas no mercado e nas ruas.
7-Em algumas famílias, o ofício de herbalistas é passado de pai para filho é realizado pela linhagem. Algumas pessoas estão destinadas A tornar-se herbalistas ou um tipo de oraculista e isso só pode ser revelado ao consultar o oráculo. Para adentrar é preciso se iniciar nos segredos de Osanyin
8-As medicinas tradicionais mesmo as que são vendidas em mercados populares e até por ambulantes nas ruas, são percebidas como detentoras de poderes sobrenaturais.
9-Em Iseyin Osanyin ganhou tb a propriedade de combater os criminosos e trabalhos para negatividade
10-Olosanyin é o que atua como um intermediário entre a divindade Osanyin e outros membros da sociedade
11-Isiti é o nome da incisão feita na orelha para que eles possam interpretar as palavras de osanyin
Fontes
-The Utilisation and Role of Osanyin Deity in Crime Management in Iseyin Town, Nigeria
1-Em muitas regiões Aganju é considerado um ser que foi divinizado como um ancestral ilustre cultuado, possui local de culto, mas não há iniciação. Em poucos locais é considerado um Orisa.
2-Aganju Sola apresenta uma forte relação com a cidade de Oyo, foi o 5º Alaafin da dinastia por volta de 1277 dc. (dados de Oyo) e pertence a mesma família que Tela-oko que foi reconhecido como Sango, mas são seres diferentes.
3-Segundo G.J Afolabi Ojo no estudo sobre Yoruba Palaces diz que Aganju foi o responsável por reconstruir o palácio dos Alaafin(s) Até hoje um pátio central Kobi do Palácio é chamado de Aganju.
4-Inúmeras bibliografias trazem que Aganju tinha alta habilidade para domesticar animais silvestres, e que ele foi responsável por introduzir nas dinastias de Oyo um Guepardo/Leopardo que conseguia identificar aqueles que pertenciam ao reinado de Oyo, posteriormente outros alaafin tiveram o animal com esse mesmo propósito.
5-Aganju Sola teve um reinado prospero, teve um único entrave com um rei vizinho na guerra houveram mortos. Teria tido uma esposa chamada Iyaiyun.
6-Não há evidencias de Aganju ter qualquer relação com vulcões. Os vulcões mais perto da área Yoruba estão no Biu e Jos Plateu e estão inativos há 2 milhões de anos.
7-O seu local de culto é composto por espadas c/ ponta afinada, no topo uma cruz, e seu punhal um arco cajado que representam sua dinastia.
8-Possui pedra diferente da usada por Sango.
9-A dinastia da coroa de Oyo está com essa linhagem Até hoje , o Alaafin é considerado a representação de Sango na terra.
10-Noel Baudin, talvez tenha sido o 1 a registrar sobre Aganju em 1845, tinha tendência a endemonizar os Orisa, fala que da união de obatala e oduduwa, nasceu yemoja e aganju, os irmãos se casaram, tiveram um filho chamado Oragun, oragun violenta yemoja, criticado até mesmo por Verger, até hoje ninguem mais confirmou esse itan em área yoruba no final deste livro ele da um manual de como se tornar mais fácil a catequização dos yoruba.
Yemojagbemi Arike
Fontes:Asa Orisa, Baba Elésire Awodélé que relatou diferentes compreensões de Aganju em Abeokuta e coletas pessoais.
“Ako okuta, é indispensável no ojubo de Ògún - (na família de Ogunrogba em Òyó )
O okuta é lavado com às folhas, preparado, e se torna o elemento fundamental de Ògún no ojubo. Ojubo com ferramentas, e sem okuta, não existe em minha tradição.
Através do ako okuta que oferecemos o epo/dendê e o sal/iyo. É através do okuta que evocamos e apaziguamos Ògún com esses elementos. Todas às vezes que Ògún vai receber algum sacrifício animal, o seu okuta deve ser devidamente lavado.
Lembrando que os okutas eram normalmente usados dentro das forjas pelos artesãos ferreiros, na confecção das ferramentas.
Ako okuta, é o primeiro elemento de representação de Ògún em seu ojubo. “ - tradição da família De Òyó Ogunrogba
Texto do meu irmão Diego Guimarães iniciado em Ògún na cidade de Òyó.
Ìyáwó é o segundo grande centro das atenções do Candomblé, só perdendo para o òrìṣà. Mas a grande roda do Candomblé gira em torno dessa figura tão importante para a religião, sua iniciação e as chamadas obrigações de ano. Antes do ìyáwó, há o abíyàn, e todos um dia foram um abíyàn.
Toda ìyálórìṣà ou bàbálórìṣà, palavra que designa a pessoa que possui conhecimento para manipular as energias do òrìṣà, são em algum estágio de sua vida religiosa um ìyáwó, pois é neste período que ele adquire os conhecimentos mais básicos do culto. Até mesmo, pode-se dizer que uma pessoa sempre será ìyáwó diante de uma pessoa mais velha. Bem, são as guerras de Ego dentro da religião.
A palavra significa esposa, essa é uma verdade já bem comum, mas há duas origens para o uso dela: Uma está atrelada à formação do candomblé no Brasil; outra se dá pelo corpus literário de Ọ̀rúnmìlà-Ifá, um culto à parte e com suas raízes bem fincadas na Nigéria e Benin.
Ìyáwó no Candomblé
A palavra foi usada pela origem da religião ter se dado inicialmente por mulheres, era um culto matriarcal. Esta origem podemos ver claramente em muitos pontos, como vestimentas (Gèlè – pano de cabeça, Aṣọ oke – pano da costa) e acessórios litúrgicos (Ààjà – sineta).
No início, não havia manifestação pública masculina de òrìṣà, somente as mulheres que incorporavam esta energia divinizada da natureza. Aos homens cabiam a parte mais bruta dos terreiros, o ilé òrìṣà, a Pequena África, como também era conhecido. E sempre havia, como há, muito trabalho para todos em uma casa de òrìṣà!
Nisso, a mulher ao se iniciar, firmava um compromisso com as divindades, um casamento, com elas figurando como as esposas (Àwọn ìyáwó – àwọn é o formador de plural no idioma Yorùbá). E um tempo antigo, a dedicação era bem maior do que hoje, a abnegação da vida profana era enorme, com algumas simplesmente morando nos terreiros e se quer casando.
Mas, com o passar dos tempos, os homens passaram também a serem iniciados da mesma forma que as mulheres e suas saídas serem públicas, mas o termo continuou:Ìyáwó.Porém, agora com o sentido de iniciado ao
òrìṣà, conotativamente. Tornou-se uma palavra sem gênero definido, podendo tanto ser usado para a pessoa do sexo masculino, quanto para a pessoa do sexo feminino.
A palavra foi usada por causa deste sentido de compromisso que as mulheres tinham com o òrìṣà. No entanto, há muitas outras palavras em Yorùbá que podem ser usadas para definir um iniciado, alguns cultos possuem palavras próprias:
Ọmọòrìṣà = filho de òrìṣà;
Ẹlẹ́gùn = aquele que é possuído por energias (Não é aquele que é montado por espírito!!);
Ẹlẹ́sìn = devoto, religioso (Oní + èsin/ Aquele que possui + religião, culto);
Abòrìṣà = cultuador de òrìṣà, aquele que cultua òrìṣà.
E muitos outros, mas usando qualquer um desses, torna-se facilmente compreendido que estamos falando de uma pessoa iniciada ao culto de òrìṣà.
Ìyáwó – Segundo o Corpus Literário de Ifá
Qualquer dicionário decente de idioma Yorùbá irá traduzir a palavra ìyáwó como esposa, disso não tenho sombra de dúvidas. Mas qual a origem desta palavra? Todos sabem que sou fã de etimologia das palavras, elas nos guiam para caminhos mais seguros quanto às traduções. Nunca engoli ìyáwó sendo – mãe do segredo.
Segredo em Yorùbá é awo, sem acentuação indicando tom alto ao final. Só isso já denuncia, assim quando falam que òrìṣà significa guardião da cabeça (Orí é cabeça e não òrì!!).
No corpus literário de Ifá, encontramos as explicações de tudo que nos rodeia, a origem de muitas coisas. Ele é a enciclopédia do povo Yorùbá e seu registro se deu todo de forma oral. Cada odù, ou filhos, omo odù, conta uma história, um ìtàn em seu ẹ̀sẹ̀, poemas divinatórios de Ọ̀rúnmìlà. Lá encontramos a origem da palavra ìyáwó, no odù Ogbè – Sùúrù!
Conta o mito que: Uma bela princesa, filha do Ọba de Ìwó, estava disponível para o casamento. Ela era imensamente bela. Nenhum homem comum poderia desposá-la, apenas um homem com enorme qualificação e que ela mesma escolhesse. Mas a princesa também não estava tão disposta a casar, iria fazer de tudo para afugentar seus pretendentes.
Ògún, Ọ̀sányìn e Ọ̀rúnmìlà souberam da fama e da beleza da princesa, logo se colocaram prontos para a missão. Ògún foi o primeiro a se arriscar na tarefa e após constatar a exuberante beleza da mulher, usou toda sua determinação para conquistá-la.
A princesa, ardilosa, exigiu como acordo para o casamento, que ele ficasse na casa do pai dela e lhe contasse seus àwọn èèwọ̀ (interditos, tabus). Embebecido com a beleza da mulher, Ògún contou que era àdín e ver sangue menstrual – àṣẹ́. Passado um tempo, a princesa preparou um prato com àdín para Ògún e sentou-se ao seu lado sem conter seu sangue menstrual.
Ògún ao saborear a comida, sentiu o gosto do àdín, assustou-se. A princesa se levantou e ele viu o ẹ̀jẹ̀ no assento. Ele enfureceu-se e atacou a princesa que correu para os aposentos do pai. Este, com seu poder, transformou Ògún em um malho para ferreiros. E assim Ògún fracassou. Ele havia deixado de fazer os sacrifícios indicados pelo bàbaláwo.
Ọ̀sányìn caiu na mesma armadilha e quando tudo ocorreu conforme havia ocorrido com Ògún, o rei o transformou em um pote de água, quando a princesa correu para seus aposentos pedindo socorro.
Ọ̀rúnmìlà foi instruído a fazer sacrifício antes de ir: um Òbúkọ para Èṣù e a ter muita paciência (Sùúrù), de nada reclamar ou se exaltar. Assim ele fez e seguiu em busca dos irmãos e para desposar a princesa.
Ele disse à princesa que seus interditos eram:èkútè,ẹjá,ewurẹ́,adìẹ, bucho de cabra eàṣẹ́(sangue menstrual), quando havia perguntado. Somente oàṣẹ́é seu interdito, todos os outros são comidas favoritas de
Ọ̀rúnmìlà. E assim, começou a princesa de Ìwó maquinar contraỌ̀rúnmìlà.
Usando as desculpas de que não havia comida em casa, dia pós dia, ela foi oferecendo todas as comidas que ela pensava serem àwọn èèwọ̀ deỌ̀rúnmìlà e ele, mostrando-se calmo e compreensivo, dizia que por amor ele iria comer aquilo que ela oferecia. Ela nada entendia, pois o candidato não perdia a cabeça. Então, ela usou sua última arma: o sangue menstrual.
Mas, apesar de por dentro enfurecido, Ọ̀rúnmìlà recordou-se do conselho de Ifá e surpreendeu a princesa indo lavar as roupas dela sujas de sangue, assim como a almofada onde ela se encontrava. Ela ficou confusa e recorreu a algo ainda mais provocador, pois não conseguira tirar Ọ̀rúnmìlà de seu centro: arrumou um amante para se deitar perante a presença dele!
Havia chegado a hora, é dito que a Testemunha do Destino leva até 3 anos para se enfurecer e quando isso ocorre, faz uso das forças mais poderosas para se vingar e era agora. Ọ̀rúnmìlà foi buscar água para que o amante da da noiva se banhar pois já ia embora; invocou Èṣù fora da cidade quando o homem já ia embora e Èṣù deu uma cabeçada forte nele, nisso, Ọ̀rúnmìlà apontou seu ìrúkẹ̀rẹ̀ para o azarado que o transformou em ìgbín. O paciente noivo quebrou o ìgbín e com seu líquido, ẹ̀jẹ̀ funfun, lavou a mulher, purificando seu corpo dos atos tido com o amante.
Atônita, a princesa contou ao pai os atos de bravura, paciência e sabedoria de Ọ̀rúnmìlà, escolhendo-o como seu marido para sempre. O Oba de Iwó concedeu a mão da filha e após ela ficar grávida, ele retornou para casa com a esposa. Após toda a aflição passada na casa de Iwó, Ọ̀rúnmìlà conseguiu sua bela esposa e daí o nome: Ìyáwó = ìyà = aflição, ní = em, no, na, ilé = casa, habitação, Ìwó = cidade onde a princesa morava, fica em Ìbàdàn.
Ìyà + ní + ilé + Ìwó = ìyáwó (Note como ìyà perde a acentuação indicativa de entonação baixa para ní e ilé, com o “a” de ìyáwó ganhando entonação e acentuação alta).