terça-feira, 5 de julho de 2022

O VALOR DO EJE: MENOS É MAIS

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 04/07/2022

Imagem 01, sacralização para Ògún, crédito Awosipe


Este texto apresenta ao leitor alguns conceitos que envolvem o uso do eje

Sobre oferendas comunitárias o professor Hendrix (2015), assim comunica:


[....] Em África, durante as grandes festividades em homenagem às divindades, são realizadas procissões onde os assentamentos dos òrìsà são lavados com água da nascente de um rio e, posteriormente, são imolados animais que se tornam o prato principal de um banquete comunal nessa "economia teologal "acompanhada de grandes festas coletivas, muitas vezes patrocinadas pelo rei local ou dono de mercado. 

 

Existem vários tipos de oferendas destinadas às divindades e aos antepassados. Os yorùbá eram agricultores ou pastores, por isso as oferendas se constituem da mesma forma. Quando os yorùbá faziam a colheita, o primeiro prato era para a divindade da família ou da cidade ou da comunidade. Da mesma forma quando pretendiam fazer, por exemplo, uma comida a base de galinhas. Antes de comer o animal, devia-se sacrificá-lo aos òrìsà, para, daí sim, poder consumir a carne. [...] (pg. 11)


E o professor Hendrix completa:


[...] Para os yorùbá todo ser vivo foi criado por Òòsàálá, portanto a sua vida devia ser respeitada. Para poder alimentar, o yorùbá deve primeiro devolver aos òrìsà,, o àse, a energia vital divina, assim ao consumir a carne do animal, seja uma galinha, um carneiro, ele está em comunhão com a própria divindade. [...] (pg. 11)


A seguir mostraremos a fala do Bàbálawo Ifaodunnola Aworeni:


[...] Meu irmão na realidade quem vai definir a sacralização é Orunmilá e os Orisás através do Ikin ou Meridigolun.[...]

 

Sobre a quantidade de animais oferendados o Bàbálawo Aworeni, esclarece:


[...] O Oluwo Bàbá Ifateju Aworeni no I Seminário AfroBrasileiro em Porto Alegre em seu discurso falou algumas palavras que repercutiram pesadamente em meus princípios religiosos: ..... Orisá não é vampiro....

Ou seja se Orunmilá determinar que seja usado um adiẹ não deverá ser usado dois, três, quatro ou cem! Deverá ser usado somente UM!

E é isso que justamente o que muitos erram, pois na ânsia de agradar ou por falta de conhecimento saem por ai sacralizando sem nenhum tipo de comedimento. [...] (Aworeni)


Consideração final 


Em consonância aos conceitos apresentado, já algum tempo venho divulgando que podemos observar a orientação do jogo para evitar exageros no abate, afinal o poder está no próprio orixá, no àse que ele carrega de Olodumare 


*Èjè - sangue

Referencias

AWORENI, Bàbálawo IfaodunnolaPai qual o momento certo de usar o Ejé?, J.B Ancestralidade, 2022.

Link acessado em04/07/2022 às 21:20 hrs - https://www.facebook.com/730042267179598/posts/pfbid0s7P8HQygmnSScKGGwqCTWcraPTNBE2qjaaCQ4JKB4e3fSHvQtYRjMrBXdisWsbgEl/


AWOSIPE, Ifatola Sangodare. Feliz início do mês, Ò Ògún, Blog Ilê Axé Nagô Kóbi, 2020 (crédito imagem 1)

Link - https://iledeobokum.blogspot.com/2020/05/feliz-inicido-de-mes-ose-ogun.html


SILVEIRA, Hendrix. Ìpèje: a Imolação nas tradições de Matriz Africana, Revista Olòrun n25, 2015.
Link - https://revistaolorun.files.wordpress.com/2018/10/revista-olorun-25.pdf

Imagens comprobatórias



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