sábado, 10 de fevereiro de 2024

O OPAXORÔ DO CANDOMBLÉ BRASILEIRO NÃO REPRESENTA A PRÁTICA DOS ORISA DA ÁFRICA OCIDENTAL

 Nathan Lugo

11/05/2020

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Um exemplo perfeito de como os praticantes da diáspora de variantes cubanas ou brasileiras de Orisa causaram casualmente a adulteração da herança na terra Yorùbá quando há pouca compreensão da sensibilidade cultural nem o desejo de proteger o local de nascimento do Orisa, tanto por indígenas quanto por estrangeiros ....

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Aqui nessas fotos antigas em preto e branco está o que provavelmente é um opaxorô de Candomblé do Brasil que foi presenteado ao Olúfọ́n antes desta foto.

Justapostas ao lado de fotos dos indígenas ọ̀pá òooro da terra Yorùbá, percebe-se que são completamente diferentes dos opaxorô do candomblé brasileiro. Pode-se ver claramente que o artesanato não é o mesmo; preste atenção também nas inúmeras bugigangas penduradas nas várias camadas deste opaxorô brasileiro que está nas mãos deste ex-rei de Ifọ́n-Òròlú.

Na verdade, esse é o tipo de bastão utilizado por Oxalufã na religião Candomblé, manifestação de Ọbàtálá na terra iorubá conhecida como Òòà Olúfọ́n!

Isto, claro, não deveria ser surpresa.

A mandioca foi introduzida na África Ocidental através de viajantes da América Latina. Existem até alguns sacerdotes àngó na terra Yorùbá que receberam ́́rẹ́ feitos de cobre ou latão...alguns foram na verdade herdados de um de seus ancestrais Àgùdà, repatriados e expatriados brasileiros quando alguns ganharam a liberdade ou quando a escravidão foi abolida no Brasil.

Até mesmo a Casa de Oxumaré de Salvador, Bahia, Brasil recentemente tentou construir um templo em estilo Candomblé para Oxumaré em Oyo, um projeto que foi, felizmente, descartado pouco depois pelo Aláàfin! Kábíyèsí! Ikú bàbá yèyé!

* Nota:

As fotos em preto e branco são dos Olúfọ́n da cidade de Ifọ́n segurando um opaxorô de estilo brasileiro.

Enquanto isso, nas fotos coloridas pode-se ver como é a aparência de ọ̀pá òooro dos devotos de Ọbàtálá em qualquer lugar da terra de Yorùbá.

 















***ATUALIZAÇÃO: Robson Cruz escreveu abaixo:

 

“Sim, o PAXORÔ [o cajado Obatalá estilo Candomblé que o Olúfọ́n hoje usa] e o ostensório FORAM PRESENTES TRAZIDOS POR PIERRE VERGER NA DÉCADA DE 1950 (não sei se o dilogun branco colar também), SUPOSTAMENTE ENVIADO POR IYÁ MASSE (então iyalorixá de ile Iyá Nassô [nome de um templo de candomblé na Bahia, Brasil]) que era filha de Oxalá/Obatalá.”

Fonte imagens 
https://www.pierreverger.org/fr/espace-photo/phototeque/category/259-ifon.html


Asa Orisa Alaafin Oyo (2018) entrevistou um príncipe de Sepeteri que falou longamente sobre o objeto peculiar opa osooro do Olufon, que é completamente diferente de todos os outros opa osooro na terra Yorùbá... porém, ele parece não saber de que isso é, na verdade, um opaxorô de candomblé que foi trazido ao Olufon como presente do candomblé brasileiro! 🤦🏻‍♂️

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E vocês mesmos podem ver a entrevista aqui:

OBATALA AND OBALUFON, PRINCE ALATISE OYELEKE, SEPETERI, OYO STATE


https://youtu.be/G0QMreySkck

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Se você não fizer sua pesquisa, há aqueles que tentarão enganar seus olhos a cada passo do caminho!

O opaxorô do Candomblé brasileiro NÃO representa a prática dos Orisa da África Ocidental!!!

#CandombleEmTerrasYorubaNao

 

Fonte: Facebook

https://www.facebook.com/hashtag/candombleemterrasyorubanao

 

Prova documental:

 

Tradução e transcrição: Luiz L. Marins

https://uiclap.bio/luizlmarins

 

Fonte: Facebook

https://www.facebook.com/hashtag/candombleemterrasyorubanao


Tradução e transcrição: Luiz L. Marins - https://uiclap.bio/luizlmarins

 


 

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