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segunda-feira, 29 de maio de 2023

O CONCEITO FILOSÓFICO DA BALANÇA DO BATUQUE DO RS.

Por Erick Wolff de Oxalá
Em 29/05/2023


Respeitando o direito de cada um e a liberdade de culto, este ensaio tem por finalidade trazer reflexões sobre os conceitos da Balança do Batuque do RS, nos templo Ilê Axé Nagô Kóbi, tradição do Batuque do Rio Grande do Sul.

O Kasun ou conhecida como Balança para Xangô é um ritual que procede sempre houver toque decorrente de cortar um quatro pés no templo. 

A Balança será formada por indivíduos que já tenham obrigações de quatro pés. 

Quando confirmada segue o Batuque e os orixás chegam dançam e a comunidade segue feliz até o final do Batuque.

Alguns sacerdotes entendem que a balança é um termômetro, que qualifica o estado da obrigação, pois é um momento que provoca a manifestação das divindades, desta forma é possível observar como as divindades manifestam, para que possam tomar providencias para amenizar ou seguir alguma orientação daquela obrigação. 

Já outros sacerdotes entendem que seja um julgamento de toda a obrigação, falha ou necessidade de fazer algo para aquela obrigação. 

É comum ouvir comentários onde termina a responsabilidade do sacerdote e onde começa a do tamboreiro, em qual seria função de cada um, onde alguns sacerdotes entendem que cabe a eles o dever de cuidar dos procedimentos caso a balança se rompa, diferente de outros sacerdotes que entendem que quem assume o ritual é o tamboreiro. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

TRADIÇÃO DO BATUQUE DO RS

Por Erick Wolff

Atualizado em 10/10/2022




Algumas informações sobre o culto de Orixá na tradição Batuque do RS.:


1. A iniciação do Batuque NÃO raspa a cabeça do iniciado, pois NÃO precisa. Sabemos que na matriz Iorubá nem todos os Orixás necessitam raspar a cabeça do iniciado na feitura, assim como nem todos os iniciados passam pela raspagem. Desta forma NÃO precisamos do adoxu*.


2. É valido lembrar que o adoxu para feitura de determinado orixá, deverá ser feito por pessoas "daquele orixá", ou, se for feito por pessoas de outros orixás, será um adoxu "da casa" que está ocorrendo a feitura, e não do Orixá ao qual ele está sendo feito.


3. Se não raspa e nem adoxa um iniciado, o Batuque não precisa e não possui Iyawo.


4. Nem todos os iniciados no Batuque passam pela possessão, chamada de ocupação pelos Batuqueiros, muitos sacerdotes do Batuque não passam pela ocupação.


5. No Batuque NÃO se faz barco de recolhimento, porque se nem todos que estão recolhidos passam pela ocupação, sendo assim, não tem como nomear a ordem dos Iyawo do Barco.


6. Se não possui raspagem, adoxu, Iyawo, ocupação ou barco de feitura, também não precisa e NÃO se faz saída de Iyawo.


7. No Batuque o tambor é tocado por um onilu, ao qual chamamos de Tamboreiro.


8. Na tradição do Batuque não há interdição do tamboreiro passar pela ocupação, inclusive o tamboreiro também pode se tornar um sacerdote e ter filhos de Orixá.


9. Não necessitamos dos cargos Ekeji ou Ogã, que são do Candomblé.


10. Um sacerdote na tradição do Batuque para abrir casa, não precisa ter todos os orixás sentos, pode ter alguns conforme os fundamentos da sua família e ir se sentando com o tempo os demais.


11. Não usamos odu, pois não necessitamos.


12. Oxalá Oromilaia não é Orunmila.


13. Não existe axé de governo com pai de santo vivo.


14. O culto do Batuque é voltado à Orixá. As entidades Caboclos, Exu e Pomba gira NÃO SÃO cultuados no Batuque.


15. Batuque tem orúko, e não tem dijina**, pertence ao Candomblé. Orúko (nome) no idioma ioruba, não é exclusivo do Candomblé. .


* Adoxu um pequeno preparado cônico, que é consagrado possuindo diversos elementos religiosos, que é colocado no topo da cabeça do iniciado quando se raspa a cabeça do iniciado.


**Dijina é o nome do iniciado no Candomblé de Angola quando passa pela raspagem. Orixá não possui Dijina porque não pertence a sua cultura. A divindade Angolana nKissi não possui Dijina porque somente o iniciado usa este termo.

TIKTOK ERICK WOLFF