sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXI

DIFERENÇAS DOS RITUAIS FUNEBRES PARA OS MORTOS DO BATUQUE

Por Erick Wolff de Oxalá

Posta em 11/02/2022

A palavra Ibokú é uma introdução recente que expressa adequadamente o que praticamos. Não há registro de que os mais velhos a utilizavam, usualmente utiliza-se a palavra Balé. Nesta imagem poderemos ver a tradução:


Neste artigo explicaremos alguns conceitos sobre Egun, e seus rituais, sem entrar em fundamento, no entanto estes conceitos são a base para o fundamento praticado na tradição do Batuque do RS.  

Link - 
https://iledeobokum.blogspot.com/2021/05/diferencas-dos-rituais-funebres-para-os.html


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXX

Egungun pertence à Mitologia Yoruba.

Por Arrundegy Ojé Deyi


Egungun, espírito ancestral de pessoa importante, homenageado no Culto aos Egungun, esse culto é feito em casas separadas das casas de Orixá. No Brasil o culto principal à Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.

Link - 
https://iledeobokum.blogspot.com/2011/03/egungun-pertence-mitologia-yoruba.html










O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXIX

O CULTO AOS MORTOS NO BATUQUE NÃO É (E NÃO PRECISA SER) UM CULTO DE EGÚNGÚN.


O culto de baba egun no ilèsànyin, do terreiro de egúngún nada tem a ver com o culto dos ancestrais religiosos no balé (ibóku) de uma casa de orixá. O que se faz no balé (ibóku) do Batuque não tem nada a ver com o que se faz no lèsànyìn do culto de baba egun. 

Fonte - https://iledeobokum.blogspot.com/2017/08/o-culto-aos-mortos-no-batuque-nao-e-e_15.html

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXVIII

Por Erick Wolff de oxalá

Postado em 07/02/2022

Tenho percebido que virou moda dizer que cultuam Iyami Osoronga, mas ouça o que os nativos falam sobre Iyami. Video em Inglês, Português e Ioruba.




O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXVII

Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 07/02/2022

O TRAFICANTE DE ESCRAVOS QUE DEU ORIGEM A TRADIÇÃO DO SENHOR DO BONFIM

É muito importante saber o que cultuamos, para sabermos quem somos.

Sabemos que o Batuque do RS, nunca participou deste evento, no entanto, vale a pena sabermos do que se trata.

Por décadas, os terreiros de Candomblé e Umbanda vem louvando o Senhor do Bonfim, este evento público afro religioso criado por um escravagista que os descendentes destes escravos, se reuniam e com a cabeça baixa (naturalmente uma posição de submissão) para ver onde esfregavam para lavar e jogar água perfumada nas escadarias da igreja, sem saber a origem deste evento, suplicavam as divindades que os protegiam e louvavam o senhor do Bonfim, ícone religiosos da religião do opressor. 

 


TEODÓSIO RODRIGUES DE FARIA

Por Cândido Domingues
Postado em: data ignorada, à saber, acessado em 07/02/2022 às 09:59

Centro de Humanidades/Nova de Lisboa

Programa de Pós-Graduação em História/UFBA

Universidade do Estado da Bahia - Campus IV

Ex-voto representando a tempestade sofrida pelo Capitão Teodósio Rodrigues de Faria (detalhe do teto da Basílica do Senhor do Bonfim). Foto: Cândido Domingues.

Teodósio Rodrigues de Faria nasceu em Portugal e tornou-se capitão de navio mercante. Após viajar pelos mares do Império luso estabeleceu-se em Salvador, onde morreria em janeiro de 1757. Seu corpo está sepultado na igreja do Senhor do Bonfim, na Colina Sagrada, atualmente denominada Praça Teodósio Rodrigues de Faria. No mesmo local uma rua também recebe o seu nome.

Lápide do Capitão Teodósio Rodrigues de Faria. Foto: Cândido Domingues.

Infelizmente nada conhecemos sobre sua vida até 1735 quando seu navio foi requisitado para trazer uma carga de sal para o Brasil. É desse momento que já conhecemos sua devoção ao Senhor Bom Jesus do Bomfim. Era comum no Portugal católico batizar as embarcações com os nomes dos santos da devoção dos donos e capitães. A nau do capitão Teodósio chamava-se Nossa Senhora da Penha de França e Senhor do Bonfim.


Após muitos anos de porto em porto, na década de 1740, Teodósio Rodrigues resolveu estabelecer-se em Salvador onde dedicou-se ao comércio. Assim como tantos outros comerciantes abriu uma casa de negócio na freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em frente à Alfândega. Já estabelecido, e vendo o ir e vir dos navios negreiros, o devoto do Senhor do Bonfim também investiu no tráfico de africanos escravizados.


As freguesias da Conceição e do Pilar funcionavam como verdadeiros mercados de escravos a céu aberto (ver CAIS DO PORTO DE SALVADOR). Nelas se concentravam todas as atividades portuárias de Salvador. Navios de todos os lugares e tamanhos chegavam e saiam com variadas mercadorias. Era também o local de morada dos homens do mar e muitos comerciantes. Os traficantes de escravos que não moravam nelas ou não tinham lojas abertas, ali mesmo alugavam casas para abrigar os africanos recém-desembarcados enquanto os vendia.


Teodósio Rodrigues de Faria ficou conhecido na história baiana por sua devoção ao Senhor do Bonfim. Em uma viagem a Lisboa, durante grande tempestade, o capitão invocou a proteção do Cristo crucificado alcançando o milagre de sobreviver diante das intempéries em alto-mar. Para pagar sua promessa, em 1745, trouxe para Salvador uma imagem do Senhor do Bonfim à semelhança da que existia em Setúbal (Portugal). No mesmo ano foi criada a Irmandade daquela devoção. Inicialmente colocada na Igreja Nossa Senhora da Penha de França, em 1754, após a finalização das obras internas da igreja a imagem foi trasladada em procissão para a Colina Sagrada. A igreja, no entanto, estaria pronta apenas em 1772. De acordo com Carlos Ott, o capitão Teodósio esteve mais ligado à ornamentação do templo e não a sua construção. Isso ocorrera após o ano de 1752. Em seu teto encontramos um belo painel em que um grupo de marinheiros entrega aos santos e anjos um quadro ex-voto representando o navio durante a tempestade.


Foi na década de 1750 que Teodósio Rodrigues recebeu a patente de capitão de mar-e-guerra do vice-rei do Brasil e, também, mais atuou no tráfico negreiro. Enquanto sua fama de capitão sempre é ressaltada pelas televisões e jornais baianos durante a cobertura da Lavagem do Bonfim, ocorrida em Salvador no mês de janeiro, a atuação dele como traficante de pessoas escravizadas nunca é lembrada. Alguns autores, ao citar o tráfico empreendido por Teodósio, colocam no campo das dúvidas. Vejamos, pois, a atividade comercial do capitão.


Em 1747 Teodósio Rodrigues de Farias, José Nunes Martins e Francisco Borges dos Santos estabeleceram uma sociedade para fortalecer seu comércio com a Costa da Mina (região que hoje compreende os países Togo, Benim e Nigéria). Para começar o comércio compraram o navio negreiro São João Batista e Almas do também traficante Antônio Rodrigues Lisboa. O comércio entre a Bahia e a Costa da Mina era regulamentado pela coroa portuguesa que permitia a ida de 24 navios registrados com um número. Essas embarcações atuavam em rodízio indo 12 a cada ano. Após fechar o ciclo dos “24 navios”, como eram chamados, recomeçava tudo novamente.


São João Batista e Almas era um dos “24 navios”, mas os comerciantes queriam mais e compraram mais dois navios que a Fazenda Real estava leiloando para pagar dívidas de seu antigo dono, o grande traficante Domingos Ferreira Pacheco. Os navios Nossa Senhora do Rosário e Santo Antônio e Santana e Bom Jesus da Boa Nova também faziam parte dos “24 navios”. Com esta compra Teodósio e os dois sócios passavam a ter três embarcações que podiam ir para a Costa da Mina. E assim ficaram até 1751, quando o vice-rei do Brasil, o conde de Atouguia, reorganizou esse número, proibindo que uma pessoa ou sociedade comercial tivesse mais de um navio da Costa da Mina. Ainda assim, o capitão Teodósio Rodrigues de Faria perdeu apenas um de seus navios e ficou com dois, pois o vice-rei alegou que ele tinha comprado aqueles dois navios com o preço acima do valor real, ajudando a Coroa portuguesa. Por tudo isso já vemos que ele não era um traficante qualquer!


Além de ter seus próprios navios negreiros, Teodósio Rodrigues também investia em outras embarcações. Entre 1749 e 1750, juntamente com José Pereira da Cruz, um capitão de navio negreiro, organizaram uma viagem para a Costa da Mina. O capitão José Pereira morreu logo que retornou da África. Dos 538 africanos que comprou, chegaram vivos a Salvador 484. Destes, 53 pertenciam à sociedade Teodósio-José. Os demais eram de posse de vários investidores desconhecidos.


Com o sócio morto, coube a Teodósio Rodrigues de Faria vender os 53 africanos novos, o que ocorreu ao longo de seis meses, ao fim dos quais ele prestou contas, de próprio punho, ao inventariante do defunto. Por fim, vejamos o que o próprio Teodósio escreveu:


“A mim, Teodósio Rodrigues de Faria, […] Há de haver


 Pela [e]pta. de 200 rolos de tabaco seu principal com que entrou para a carregação que lhe fiz nesta cidade e levou para a Costa da Mina em a Galera Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio a sua consignação interessado comigo nas perdas ou lucros igualmente e na ida somente correu o risco ao valor que dela lhe pertence,            646.760 [réis].


Pela dita da metade do ganho que houve na referida sociedade como se vê da conta e toca-lhe                                                                                                                     1:558$316


                                                            2:205$136 [soma]


                       Theodozio Roiz de Faria


Bahia 27 de março de 1751


 Entrada dos escravos que eu Teodósio Roiz de Faria recebi nesta cidade vindos da Costa da Mina em a Galera Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio por minha conta e risco e do capitão José Pereira da Cruz, interessados cada um na parte que abaixo se declara, e nos lucros igualmente marcados com a de fora.


São peito esquerdo 46 negros, molecões e moleques


                              __7 negras, moleconas e molecas,


                           53 cativos que chegarão vivos dos que fez o mesmo capitão produto líquido da carregação de 500 rolos de tabaco para o principal [investimento] da qual entrou nesta Bahia a saber.


Eu Teodósio Rodrigues de Faria com       948.457


E o dito capitão José Pereira da Cruz com 646.160 [=] 1:595$217


Gastos


Por frete de 500 rolos de tabaco a 1.200 réis .................................. // 600.000


Por dito de 53 cativos a 10$000 réis ................................................// 530.000


Por despesas em São Tomé avaliados em 19 peças a 3.500 [réis] ..........// 66.500


Por [despesas] nesta cidade de 53 escravos a 3.000 [réis] .................// 159.000


Por marcas e tangas a 320 réis ....................................................... // 16.960


Por gastos com o sustento dos ditos cativos nesta cidade [de Salvador], visitas a 

médico cirurgião e botica, casas em que moraram, enterro de quatro e outras despesas 

que todas importam conforme a conta de Manoel da Ponte ............... // 252$130


Por despesas que fez com dois enfermos que depois morrerão // 4.400 1:628$990

                                                                                                                     3:224$207


Ganho


 Pelo lucro que fica ao mencionado interesse da dita carregação de que apurado 

tudo toca a cada um a metade e pertence


A mim Teodósio Rodrigues de Faria com        1:558$376 e ½


Ao dito capitam José Pereira da Cruz               1:558$376 e ½


                                                             3:116$753



6:340$960 [réis]”

TIKTOK ERICK WOLFF

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