sábado, 18 de março de 2023

O XAPANÃ DE MÃE ONDINA

O batuqueiro e pesquisador Antonio, relata sobre a sua vivencia e os costumes do Batuque tradicional. 

Encontramos informações que podem ter caído no desuso, ainda a saber mais. 

Postado por Antonio Carlos Pereira

Em 17/03/2023, acesso em 18/03/2023



[...] Mãe Ondina do Xapanã ( foto gentilmente capturada do blogpost ILÊ AXÉ NAGÔ KÓBI).
Conversando com um amigo relembramos do pai Xapanã de mãe Ondina: fumava um cachimbo que ao invés de tabaco era enchido com pimenta e pai Xapanã "distribuia" o seu axé dando baforadas de fumaça nas pessoas e dançava lindamente com a sua vassoura feita com a pelagem da cauda dos bois que eram ofertados pais.[...]

 

E Antonio Carlos Pereira, completa:

"Erick Wolff sim, lembro vagamente do cheiro forte de pimenta queimando que tinha. Como ainda era bem criança não sei muito detalhes, hoje conversando com o Jorge me veio a lembrança."


Link 

https://www.facebook.com/tonhoconstrucap/posts/pfbid02YdJTpEw6JkdrF2W58N1hLdHsMV8QAdZw6aPznPJ9SuA1ukv4YNCvwCXUB8naSs91l

Imagens comprobatórias:




MOTIVOS PELOS QUAIS NÃO SE RASPA

Este fragmento do artigo "Esclarecimentos de Oloye Edu Obadugbe Afolagbade", postado na revista OLORUN, n. 40, julho de 2016,  ISSN 2358-3320 – www.olorun.com.br, nos trás informações sobre o ato de raspar a cabeça. 

Transcrição e adaptação por Luiz L. Marins (www.luizlmarins.com.br), com autorização de Baba Omotobatala.



[...] 1) Aquele que já foi iniciado no culto ao Orixá, seja em qualquer nação com raspado da cabeça ou não, quando mudar de mão, não se raspa, pois ele já foi iniciado, não tem porque passar novamente pelo mesmo ritual duas vezes. Mas acontece que no Brasil muitas vezes por ignorância, quando chega alguém que foi iniciado em outra sem raspar, então, as casas que raspam acham que essa iniciação sem raspar não tem valia, e voltam a iniciar a pessoa. 

2) Aquele que já foi raspado, se mudar de mão e passar para uma linhagem que não raspa, não tem porque se raspar. Mais como ele foi raspado na primeira vez, ele ou ela como babalorixá ou iyalorixá, na sua casa poderá consultar os Orixá para raspar ou não, pois tem pessoas que não devem se raspar pelo falado acima. 

3) Aquele que não vai ser iniciado para o sacerdócio, e sim por saúde, não precisa ser raspado. 

 4) Quem receber Orixá por herança de algum parente que morreu, passa por uma iniciação sem raspar, pois, acredita-se que a ordem para a pessoa ter Orixá vem do orun. Esclarecimentos de Oloye Edu Obadugbe Afolagbade 6 

5) Escravidão: Raspar ou não no culto do Orixá em terra ioruba tem a ver com a família ou linhagem. Em muitas linhagens da terra ioruba onde o fundador foi escravo ou teve um ancestre escravo, não se raspa, principalmente entre os Nagôs: Egba, Ekiti e Ijebu, pois o ato de raspar lembra o fato de ter sido escravo e é motivo de humilhação. 

Era costume entre os Oyó raspar a cabeça dos escravos e fazer tatuagens, aqueles que voltavam livres para sua terra eram logo chamados "afarikola" (carecas com tatuagens). 

O motivo para se tornar escravo em terra ioruba podia ser crimes contra a comunidade: roubo, assassinato, estrupo, etc. 

Mas houve um tempo no qual as nações estavam em guerra e as pessoas eram caçadas e escravizadas. Alguns poucos ficavam na terra ioruba, mas os outros eram vendidos aos portugueses, ingleses ou franceses. 

No caso os escravos ganhar sua liberdade e voltar a sua terra recebiam nomes pejorativos como: "afarikola", "ajereke", "alaigbede", "aguda", "atoyobo". 

Espero que a explicação tenha esclarecido porque se usa se raspar ou não. [...]


O artigo completo: 

https://luizlmarins.files.wordpress.com/2015/02/esclarecimentos-de-oloye-edu-obadugbe-afolagbade.pdf











quinta-feira, 16 de março de 2023

AFRICANIZAÇÃO OU RE-AFRICANIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ

Postado por Hérick Lechinski
Em 15/03/2023 acesso em 16/03/2023.



"AFRICANIZAÇÃO OU RE-AFRICANIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ

Em decorrência dos acontecidos nos últimos dias, algumas pessoas têm me questionado qual é a minha opinião sobre: adeptos do Candomblé que vão buscar aprendizados dentro da África, em tradições africanas e trazem isso para o Candomblé, fazendo uma "religião mista", tipo: pessoas levando balaio na rua vestidos de roupas metade preta e metade vermelha, pessoas de Candomblé falando de Ẹgbẹ́ Ọ̀run, sem citar aquelas que são de Candomblé, mas também são iniciadas em Ifá cubano ou nigeriano, porque é moda no Brasil.


Vamos lá, com todo respeito a quem pensa e acredita diferente do que eu acredito.

Eu sou totalmente contra esta AFRICANIZAÇÃO (ou RE-AFRICANIZAÇÃO) do Candomblé. Isso tem dado uma mistura do kacete, e confundindo muito as pessoas. Eu mesmo já vi "famoso de Internet" cultuar Exu Tranca-Ruas, Òrìṣà Èṣù e Osha Elegguá tudo junto, maior salada. Eu conheço, sei diferenciar, não caio nestes balaios de gato, e quem não conhece? Está lascado, coitado.

Não sou a favor disso, sou a favor de adeptos do Candomblé preservarem suas tradições AFRO-BRASILEIRAS através das suas casas matrizes e não da Nigéria. Mas e quando a Casa Matriz também está fazendo estas misturas? Aí meu caro, phodeu.

A única coisa que sou a favor de resgatar é o idioma, isso facilita as pessoas aprenderem e saberem o que falam, rezam e cantam. Vão saber por exemplo, que pombo é Ẹyẹlé (Éiélê) e não Erinlê como muitos falam. Vão aprender que serpente/cobra é Ejò (Edjô) e não Dan. Isso eu sou totalmente a favor de irem buscar e trazerem para o Candomblé. Nem as roupas africanas de Ankara eu sou a favor, porque roupas tradicionais de Candomblé é baiana, pano da costa, etc. Tão bonito ver uma baiana bem montada.

Agora se você não está contente com uma tradição afro-brasileira (Candomblé, Batuque, Tambor de Mina), largue e vá para uma tradição africana (Ẹ̀sìn Òrìṣà Ìbílẹ̀, Vodunsisen, etc.), não está contente, largue e vá para uma tradição brasileira (Umbanda, Quimbanda, etc.). Quer praticar duas, três, tudo bem, SÓ NÃO MISTURE. Eu vim de uma casa mista, e sei como é complicado, tive que estudar muito para colocar cada coisa no seu lugar.

Se você ama a tradição religiosa que diz amar, ENTÃO PRESERVE SUA TRADIÇÃO.

NÃO É A QUESTÃO DO QUE É CERTO OU ERRADO E SIM A QUESTÃO DE O QUE É TRADICIONAL E O QUE NÃO É.

✒️
 Hérick Lechinski
📸
 Foto meramente ilustrativa"


sábado, 11 de março de 2023

O ALTAR DA IGREJA CATÓLICA: CONSAGRADA COM RESTOS MORTAIS DOS SANTOS CATÓLICOS

Da consagração de uma igreja, este texto clarifica o requisitos e conteúdo.





[...]II. TITULAR DA IGREJA E COLOCAÇÃO DAS RELÍQUIAS DOS SANTOS

4. Toda a igreja, ao ser dedicada, deve ter um Titular, que será ou a Santíssima Trindade; ou Nosso Senhor Jesus Cristo na invocação de um mistério da sua vida ou de um nome já introduzido na sagrada liturgia; ou o Espírito Santo; ou a Virgem Santa Maria igualmente em alguma invocação já introduzida na sagrada liturgia; ou os Santos Anjos; ou finalmente um Santo inscrito no Martirológio Romano ou no Apêndice do mesmo, devidamente aprovado, não, porém, um Beato sem indulto da Sé Apostólica. O Titular da igreja seja um só, a não ser que se trate de Santos que no Calendário estão inscritos em conjunto. 

5. Quanto possível, mantenha-se o costume da liturgia romana de encerrar debaixo do altar relíquias de Mártires ou de outros Santos. 

6 Todavia tenha-se em conta o seguinte: 

a) As relíquias que hão de ser colocadas sejam suficientemente grandes para se poder verificar que elas são parte de corpos humanos. Por isso, deve evitar-se que sejam colocadas relíquias demasiado pequenas de um ou mais Santos. 

b) Verifique-se com toda a diligência se as relíquias que vão ser colocadas são autênticas. É preferível que o altar seja dedicado sem relíquias, a que se coloquem debaixo dele relíquias duvidosas. 

c) O cofre das relíquias não deve ser colocado nem em cima do altar nem dentro da mesa do altar, mas, tendo em conta a forma do mesmo, deve ser colocado debaixo do altar[...]

https://www.liturgia.pt/pontificais/Dedicacao_Igreja_Altar.pdf

sexta-feira, 10 de março de 2023

ALAAFIN PROÍBE A ADIVINHAÇÃO DE IFA PARA O FESTIVAL DE EGUNGUN, 2017

Alaafin proíbe a adivinhação de Ifa para o Festival 2017 de Egungun na cidade de Oyo



By Orisa Brasil -Por Renata Barcelos - 19 de junho de 2017


DIVINHAÇÃO DE IFA para O FESTIVAL DE EGUNGUN OYO 2017

O Alaafin de Oyo proibiu a adivinhação de Ifa para o Festival de Egungun na cidade de Oyo. Sua Majestade Imperial, Oba Adeyemi III, O Alaafin de Oyo instruiu os Olojes em Oyo a preservar a tradição de Egungun como nos tempos antigos.

A adivinhação de Ifa foi banida porque OBI é o sistema de adivinhação, que pertence a Egungun, sendo usada por tempos imemoriais.

Sua Majestade também salientou que o culto a Egungun é mais antigo do que Ifa e, além disso, solicitou aos devotos de Orisa para manter a sua própria tradição.


Fonte 

http://orisabrasil.com.br/Loja/o-alaafin-de-oyo-proibe-a-adivinhacao-de-ifa-para-o-festival-20017-de-egungun-na-cidade-de-oyo/ 1/3

  

quinta-feira, 9 de março de 2023

ÒRÌṢÀ ÈṢÙ NÃO POSSUI CHIFRES E NEM FALO ERETO NA NIGÉRIA

Postado por  Hérick Lechinski

Em 09/03/2023






"Boa madrugada pessoal, trazendo conhecimentos para os menos esclarecidos e para àqueles que pensam que sabem.
Até hoje, em 15 anos de estudo do Òrìṣà Èṣù na Nigéria, Brasil, Benim e Cuba. Ainda não vi na Nigéria, origem do culto a Òrìṣà no Mundo, algum Ojúbọ (local de adoração/culto) do Òrìṣà Èṣù onde tivesse uma representação dele com chifres e falo ereto. Pode até ser que tenha, que alguma família o represente assim, mas se existe é uma raridade e eu ainda não conheço. Até podemos ver uma representação de Èṣù, representação esta que eu adoro, nos muros do palácio do Aláàfin em Ọ̀yọ́, de Èṣù com seu falo ereto, símbolo de força, poder e fertilidade, mas é apenas uma rara representação, não é um local de culto. Com chifres então, é algo que ainda não vi e acredito não existir na Nigéria. Afinal, Èṣù não tem chifres.
Difereeeeeeenteeeeeeeeee.
Do Vòdún Lẹ́gbàá, que é o culto do Òrìṣà Èṣù que foi levado para o Benim e lá nasceu um outro culto, com suas particularidades e motivos de ser. Lá sim, no Benim, você poderá ver várias representações e locais de culto dos diversos Vòdún Lẹ́gbàá existentes com falo ereto e até chifres. Isso tem suas explicações, explicações estas que não atribuo ao sincretismo de Lẹ́gbàá com o Diabo, mas também quem sabe pode ser. No Benim há vários sincetismos.
Então pessoal, ÒRÌṢÀ ÈṢÙ NÃO TEM CHIFRES E NEM RABO, ATÉ PODE TER FALO ERETO, MAS CHIFRES E RABO NÃO.
E para cultuarmos Èṣù assim, além de ser desnecessário, porque não são características desta Divindade, dá margem para os ignorantes e preconceituosos continuarem dizendo que ÈṢÙ é o Diabo. E ELE NÃO É.
Não vamos confundir as coisas e confundir ainda mais a cabeça dos menos esclarecidos. É tão ruim as pessoas falarem, escreverem ou fazerem coisas que não sabem.
Éèpà Èṣù Kábíyèsí ooo.
Èṣù kìí ṣe Sátánì.
Èṣù á gbè wá ooo.
✒️
Hérick Lechinski
📸
Estas fotos que ilustram meu artigo, não são do Òrìṣà Èṣù, e sim do Vòdún Lẹ́gbàá, em uma floresta sagrada na cidade de Uidá (Ouidah), no Benim"

Fonte https://www.facebook.com/babaagunbiade/posts/pfbid02wsiN5kyCowbwFexmnCGDxCFwFf1a7g6DeAqyAn7x9PURPSuhDrfM5xCMqDk3eukZl

TIKTOK ERICK WOLFF