terça-feira, 23 de agosto de 2022

PORQUE O BATUQUE NÃO PRECISA DE ODÙ

Por Erick Wolff de Oxalá

23/08/2022

Créditos da imagem - ignorados: a saber.

O Òrìsà possui identidade e existência própria, desta forma o Òrìsà  depende de Olódùmarè.


Diferente do Òrìsà, o odù não possui existência própria, não é uma divindade, ele (odù) é um "livro de registro" dos acontecimentos tanto dos Òrìsà como de todo o cotidiano yorùbá, e que hoje é utilizado por alguns sacerdotes durante o oráculo. 


Odù - Conjunto de signos do sistema de Ifá que revela a história em forma de poemas, que servem de instruções diante de uma consulta. (Beniste, pg. 558)


Os odù são registros que narram acontecimentos, ajudando alguns sacerdotes numa consulta oracular. 

Conforme a referencia do Beniste, em momento algum ele informa que odù seria destino, nem que determinaria o destino de um individuo, pois os versos seriam usados para orientar uma consulta oracular. 

Odù precisa da mitologia oral do Òrìsà, para ser composto, os Òrìsà propriamente dito não precisam de odù para existirem como divindade, embora algumas divindades utilizem odù como forma de comunicação com os devotos.

Odún - ano, estação, período próximo das festividades anuais. (Beniste, pg. 606) 


Possivelmente pela semelhança entre as palavras odún (ano) com odù (signos), algumas pessoas se equivocam ao usar estas palavras do idioma yorùbá.


Concluindo 


Desta forma, o oráculo do Batuque, baseado na personalidade, na mitologia, rituais e todo o conhecimento que se tem dos Òrìsà compõem o fundamento oracular do Batuque, não precisando do odù por que ele (Batuque) utiliza o próprio Òrìsà para o seu oráculo. 


BENISTE, José, Dicionário Yorubá Português, Editora Bertrand Brasil, 2011 


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