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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

OS BRANCOS NOS TERREIROS E OS PRETOS NA IGREJA: CONTRADITA À LEI DO RACISMO RELIGIOSO.

Durante depoimentos e postagens polemicas racistas e discriminatórias, envolvendo adeptos das religiões de Matrizes Africanas no Brasil, os próprios seguidores exercendo o direito de resposta, comentam.

Nesta imagem o IBGE informa onde a população se encontra:

Respostas dos adeptos do Batuque:


Cristiano Oliveira
"Fui feito pelo Saudoso Pai Luiz Amaro
(e memória)Meu padrinho d axé Pai Daniel do Ogum (en memória) após 5 anos do seu falecimento entro pro axé de Pai Raul Dorneles Vargas ambos brancos se eles tem resto de gotas ancestrais oque eu tenho
Está mulher não me representa nem aqui nem lá adiante
Ela tem que se tratar"


Alexandre Cusatódio
"No Batuque
O povo de santo bota um tecido africano e uns penduricalhos e sai falando merda sem legenda nas redes sociais, tentando reescrever a história do Batuque, mas em vez de usar o espaço para construir algo positivo, tentam destruir o que sempre foi um ponto pacífico do Batuque o acolhimento a todos, por uma atitude militante e mentirosa."

 Fonte https://www.facebook.com/alexandredxango.aganju/posts/pfbid02wz8mcaTLHgZGChbbD5k6VCDXwtY5R7VvVVLdLLCcifvwPiYZF3Lko23AFgErMc8cl


Jairo D'Adjolá
"Vamos falar de origens então.
Quem tem direito ao axé e quem é agregado?
De acordo com a Mãe do Café, você é legítimo do axé se for gerado por um ventre negro.
Bom, vamos então falar de história. 
 
De acordo com alguns historiadores e arqueólogos, os fósseis humanos mais antigos já encontrados foram na África Ocidental, o que os levou a um estudo profundo e os levou à conclusão de que os primeiros humanos a habitar a Terra eram do continente africano. Com o passar dos anos, esses grupos humanos foram se dispersando e migrando para outros continentes, alguns muito frios, outros com calor extremo. O corpo humano tende a se adaptar ao ambiente em que vive. Em climas extremamente frios, por exemplo, as características físicas se moldaram para a sobrevivência, como a formação das raças amarelas, como chineses, japoneses, coreanos e alasquianos, cujas pálpebras se adaptaram para proteger contra o frio. 
 
Em meio a mudanças climáticas, em alguns continentes havia muito sol, em outros equilíbrio, e em outros, extremo frio. O continente africano, embora tenha sua flora e fauna, sempre foi muito quente, sendo um dos continentes com mais desertos hoje. A adaptação do corpo humano, ao longo do tempo, incluiu a produção de melanina para proteger contra danos causados pelos raios solares, especialmente em uma época em que não havia protetor solar. 
 
O que quero dizer com isso é que, independentemente de ter nascido na Inglaterra com a cara do príncipe Harry, a origem de todos é africana, conforme a história nos mostra, pois somos descendentes dos primeiros humanos, e esses eram africanos. 
 
Portanto, não importa se você é branco, pardo, amarelo, roxo ou vermelho, todos têm igual legitimidade no culto afro. Não podemos esquecer que vivemos no Brasil, um país extremamente miscigenado, onde cada pessoa, ao fazer seus testes de ancestralidade, encontra algum vínculo sanguíneo, hereditário ou traço genético herdado de seus antepassados. 
 
Novamente, enfatizo que os comentários recentes foram igualmente ridículos, e a transmissão ao vivo de ontem parecia mais uma tentativa de se eximir de responsabilidade do que de justificar o desmerecimento e a invalidação de tantos irmãos no axé por causa da cor da pele.
Nossa religião ACOLHE, não ESCOLHE
A África no Brasil - A Raiz da Ancestralidade"

Fonte https://www.facebook.com/jairo.fagundes1/posts/pfbid02mvJBht15PRV598oD55xgQE3BRbj2uTG5VresynJQyfQX5tT42wxTXHSyGBZWm15kl

 

Leoni Ti Ogun 
"Religião Não tem Cor!!!
As religiões afro-brasileira, não exclui, as pessoas pela sua cor, nacionalidade, sexo. Pois somos aparelhos de comunicação entre o mundo espiritual, seja as entidades, da Nação, Umbanda ou Quimbanda!!!
Entidades não se importa com cor do médium!!!"



Sandro Miranda
Cadê o Kizomba que deixa esse tipo de coisa na página de vocês??? Racismo é crime, de qualquer forma ou vertente.
Pq se fosse ao contrário, já teriam caído de pau.
E agora eu pergunto a todos, e daí como fica isso???
Gostaria de obter uma resposta sensata.


Nação Cabinda RS
"Então "quem não nasceu de vente de uma mãe preta, não tem axé e nem raiz afro"? Ou seja nada só tem a dona do café 
com bobagens !?.istó é um puta preconceito e meio discriminação na pratica !



Vanessa Breeze
"Atenção irmãos brancos Pacote de Bronze na promoção kkkkkk"

Emmanuele Colussi
"Mãe de santo Loira branca dos olhos azuis e filha de Bará . e feita por um pai de santo branco também Com muito axé com certeza.Nossa pele pode ser funfun mas nosso coração é afro."


Ìyá Magda Òsún
"Passada, nossa religião acolhedora, o orixá é acolhedor lutamos diariamente por união! Agora vem essa aí que nem sei que buraco saiu tentando nos dividir, retrocesso.....
Volta pra igreja mãe café azedo porque teu passado te condena e não fala em gente que já morreu porque sempre tem um pra falar a verdade."

Fonte - https://www.facebook.com/luisfelipe.fariasdasilva.52/posts/pfbid035Q6ZTRQSdyF4FHCFXrVdEXuHgLiLb1SXfrbateK6RxPNgWNcdFDvg9kxomN3G5mMl

domingo, 3 de dezembro de 2023

A VISÃO ESTRANGEIRA DE OLODUMARE

Coletamos esta postagem na página do baba Moises, postada em 03/12/2023, que aborda o tema Afroteologia.

Na postagem comentamos os temas teísmo e orixaísmo.





"Módulos concluídos com sucesso...
Já caminhando para o fim do curso...
TEOLOGIA AFRICANA...
Erick Wolff
Saudações Amigo [Moises Marques], interessante curso, respeitosamente, a teologia são os princípios da fé cristã, não seria um olhar estrangeiro sobre a cultura afro?
Moises Marques
[Erick Wolff] precisa fazer o curso e verá num módulo exatamente sobre este tema...
Sobre a questão do cristianismo se intitular dono da teologia...
Erick Wolff
[Moises Marques] penso que deve ter sido muito bom, agradeço o convite, e aproveito para fazer algumas sugestões sobre o tema:
TEÍSMO, ATEÍSMO E RELIGIÃO IORUBA
Luiz L. Marins
[...]Deus é um só, é uma mentira.
Olôdumare não é o mesmo deus Jeová, e não tem os mesmos atributos
teológicos, e a religião tradicional ioruba não é monoteísta[...]

 

Moises Marques
[Erick Wolff] obrigado pela sugestão...
O conhecimento sempre é bom ,alarga o diálogo e estreita as distância..🙏🙏🙏
Erick Wolff
[Moises Marques] respeitável amigo, mais uma sugestão:
Um teólogo baseado no conceito Judaico Cristã não compreenderá o conceito religioso tradicional ioruba sobre Olódùmarè, em sua estrutura e concepção divina. O entendimento do Orixaísmo só será possível sem a visão teológica cristã ou de qualquer forma de teísmo. O acadêmico que se formar na ciência e estudo orixaísta deverá ter conceitos e noção sob a visão descontaminada de religiosos estrangeiras.

Erick Wolff
Mais sugestões sobre o tema orixaísmo:
LARÓYÈ
Luiz L. Marins
https://uiclap.bio/luizlmarins"


Imagens comprobatórias





  Link https://www.facebook.com/moises.s.marques/posts/pfbid024HBSYrubww5DWZpFaQEJigtooTVuiq2FvTGL5T3Kq2xtvamF9QFJ7CibRPNUjt51l?comment_id=355351367148523&notif_id=1701620761228261&notif_t=feed_comment_reply&ref=notif

terça-feira, 28 de novembro de 2023

NA CAPITAL GAÚCHA NÃO SE DORME SEM OUVIR AO FUNDO O BARULHO DOS TAMBORES DO BATUQUE

Este editorial foi publicado no site Sul21, em 27 de novembro de 2023.

A colunista Duda, aborda a realidade afro religiosa do Rio Grande do Sul e a quantidade de religiosos Afrosul. 

"Casas de religião de matriz africana batalham contra seu apagamento no estado com maior percentual de fiéis do Brasil

Por Duda Romagna

No Censo de 2010*, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 600 mil pessoas disseram seguir religiões de matriz africana no Brasil – 407 mil praticantes de umbanda, 167 mil do candomblé e 14 mil de outras religiões, entre elas o batuque. Dos 407.332 brasileiros que se declararam umbandistas, 140.315 estavam no RS, ou 34,45% do total.

A população gaúcha, segundo dados de 2019 do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), é composta por 79% de pessoas brancas e 21% de negras, o segundo menor percentual de pessoas negras no Brasil. Apesar da predominância branca, o Rio Grande do Sul tem, proporcionalmente, a maior parcela de fiéis de religiões de matriz africana entre os estados brasileiros.

No estado, 1,48% da população declara ser do candomblé, umbanda e de outras religiões afro-brasileiras. As outras quatro Unidades Federativas no topo da lista são Rio de Janeiro (0,89%), São Paulo e Bahia (ambos com 0,34%) e o Distrito Federal (0,22%). O estado tem as 14 cidades com o maior número de pessoas autodeclaradas seguidoras de cultos de origem africana. Em Cidreira, no litoral norte, 5,9% da população se declara adepta, o que faz desta cidade do litoral gaúcho o município com maior proporção de seguidores de religiões afro-brasileiras do País.

“Na Capital gaúcha não se dorme sem ouvir ao fundo o barulho dos tambores do batuque, da umbanda ou da quimbanda”, afirma Baba Diba de Iyemonja, Babalorixá no Ilê Asé Iyemonjá Omi Olodô, sanitarista, ativista social e presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Rio Grande do Sul.

Números apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2017, mostraram que Porto Alegre era a cidade com maior desigualdade entre negros e brancos no Brasil. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da população negra na Capital totalizava 0,705, o da população branca era de 0,833 – diferença de 18,2%, enquanto a média nacional era 14,42%.

Territorialmente, Porto Alegre também é desigual. Se no passado regiões como o bairro Cidade Baixa tinham moradores majoritariamente negros, um processo de desterritorialização, assim chamado por ativistas, embranqueceu as áreas centrais. “Os terreiros estão em todos os bairros da cidade, com maior concentração nos bairros periféricos como Partenon, Bom Jesus, Restinga, Lomba do Pinheiro, Morro Santana, Mário Quintana, Medianeira, Vila Cruzeiro e por aí vai”, explica Baba Diba.

Essa migração data dos anos 1960 e, hoje, se vive um movimento de reivindicação dos territórios negros na cidade. “Desde o início da cidade o povo negro foi trazido para trabalho escravo e, com eles, sua cultura e seu sagrado que incorporaram-se ao cotidiano e à linguagem. Esse povo teve sua mão de obra nas edificações, agricultura e trabalhos domésticos, influindo na gastronomia e na culinária também”, relata o Babalorixá.

Ele conta, ainda, que nunca houve um mapeamento sério das casas de religião afro-brasileiras em Porto Alegre, mas que elas estão presentes em grande número. Em todo o Rio Grande do Sul, dados de 2010 apontam que há pelo menos 60 mil terreiros.

“A cultura de matriz africana, e dentro dela as religiosidades que são eixos fundantes para a cultura, são e estão na cultura de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Por óbvio não somos povos originários, fomos povos sequestrados da África. As casas de religião de matriz africana têm um problema territorial importante e que faz parte também do racismo fazer com que elas nunca estejam seguras, fixas e protegidas onde elas se estabelecem. É importante dizer que faz parte da tradição consagrar os espaços onde se trabalha a religiosidade. Uma vez consagrada na nossa tradição, é um crime nos retirar deles”, afirma a cientista social, mestra e doutoranda em Sociologia, Nina Fola, que também é parte do povo de terreiro.

O Mercado Público é um dos poucos locais que resistiu ao processo e permanece até hoje como referência para as religiões. Na origem de Porto Alegre, ali viviam os escravos que trabalhavam no porto. No início do século XX, Osuanlele Okizi Erupê, o príncipe de Ajudá, no Golfo da Guiné, que no Brasil adotou o nome José Custódio Joaquim de Almeida e ficou conhecido como Príncipe Custódio, um famoso líder religioso da Capital na virada do século, instalou no local o Bará, orixá que representa o movimento, a mudança, a virilidade e a sexualidade.

Porém, o cenário de apagamento pode mudar. Um Projeto de Lei aprovado no final de setembro pela Câmara de Vereadores da Capital criou o Censo de Inclusão das Religiões de Matriz Africana no município, que tem entre seus objetivos: identificar a quantidade e o perfil socioeconômico das pessoas que frequentam e praticam as religiões de matriz africana, criar o mapeamento das casas de religião de matriz africana e praticar políticas públicas que sejam direcionadas a religiões de qualquer credo.

Pela proposta, de autoria do vereador Cláudio Janta (Solidariedade), serão realizados censos para a obtenção de dados e para a quantificação, qualificação e localização das pessoas que frequentam e praticam as religiões. O primeiro censo deve acontecer em 2024, e os seguintes deverão ser realizados a cada cinco anos. “Com este projeto, buscamos ter as informações necessárias para aplicar as políticas públicas e direcioná-las aos povos das religiões de matrizes africanas, tornando mais igualitários os recursos municipais destinados às religiões”, explicou o vereador.
Nina Fola afirma ainda a necessidade de se debater o racismo religioso como parte intrínseca do preconceito sofrido por pessoas negras no País. “O debate sobre os terreiros, o povo de matriz africana, para mim, é um caminho para fazer o debate sobre o racismo no Brasil. A gente não entende que o Brasil tem intolerância religiosa, a gente entende que o Brasil é racista antinegro e, por conta de nós carregarmos o mais denso da cultura africana no Brasil, a gente sofre o racismo religioso duramente. Geralmente com a constante vulnerabilização dos nossos territórios, com a constante diminuição dos nossos valores civilizatórios, com a constante ridicularização das nossas formas de experimentar e viver o mundo”, relata. “Isso foi secularmente sendo trabalhado e agora é renovado pelas lógicas neoliberais e neopentecostais que têm se elaborado e se constituído na política, na mídia e na comunicação, regida pelos pastores e pastoras”, completa.

*Os números sobre religiões do censo mais recente, de 2022, ainda não estão disponíveis."

Considerações.

Observamos que as estatísticas dos Afro religiosos no IBGE, não batem com a realidade que relatam, este problema decorre, por que ao coletarem as informações não há chance dos afro religiosos se declararem, pois não fornecem campos para respostas.


Outros links que abordam o tema:

A TERRA DOS ORIXÁS: RIO GRANDE DO SUL
Por Erick Wolff de Oxalá








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