Postado por The Alaafin of Oyo
Em 23/04/2022
O nosso canal preserva a Cultura, História e Memórias do Batuque do RS e da R.M.A.
Postado por The Alaafin of Oyo
Em 23/04/2022
Saudações amigos, irmãs e família, vamos aproveitar para falar sobre Ògún.
Algumas considerações e informações:
Ogum é como escrevemos em português, Ògún é como poderemos escrever em Ioruba, a etnia e origem desta divindade. De qualquer forma estaremos escrevendo Ogum, para este texto usarei o nome em Ioruba.
Ògún recebe uma oferenda de Frango, tartaruga e Igbin, equivocadamente até pouco tempo no Brasil falávamos que Ògún só recebia cachorro em terras Ioruba, esta postagem desmistifica isso.
Imagem 01: Em 01/05/2020
um babalawo fazendo uma oferenda para Ògún |
Ògún é uma divindade muito importante e temido em terras Ioruba, por isso, é possível encontrar assentamento de Ògún em vários lugares importantes, inclusive na entrada do palácio do Aalaafin.
Imagem 02: Santuário de Ògún dentro do Palácio de Alaafin |
Imagem 03: do santuário de Ògún |
O calendário ioruba é dividido em 4 dias, de uma forma semelhante poderemos observar que algumas famílias a segunda feira é de do Ògún Avagã e a quinta de Ògún.
Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 15/04/2022
Neste artigo, estamos diante
a riqueza de registros do livro Estudos de Batuque, de Carlos Krebs, que
possui raras imagens de orixás manifestados nos rituais do Batuque, que por
tradição e ritualística, no Batuque do RS não fotografa nem filma orixás. Por isso, este trabalho possibilita demostrar a semelhança preservada dos orixás do Batuque quando possuídos em
seus iniciados, com a tradição ioruba.
PALAVRAS CHAVES: Orixá, vestimenta, paramentos, indumentária.
Introdução
Os orixás do Batuque não
permitem serem filmados, ou, fotografados, motivo este que na sua manifestação,
estas divindades praticam rituais e cerimonias que não devem ser comentadas com
os iniciados[1]
destes orixás. Sendo assim, não é permitido filmar, fotografar, e que fotos ou
filmagens que existem, foram feitos à revelia, e somente divulgado após a morte
das pessoas envolvidas. O mesmo ocorre com mencionar que há manifestação do
orixá naquela pessoa. E por motivos de respeitar este tabu, dificulta mais
registros ou estudos sobre a manifestação dos orixás no Batuque.
Mesmo assim, neste artigo
ilustraremos alguns orixás manifestados, paramentados e vestidos, para registro
e estudos dos costumes do culto do orixá afrosul, ao mesmo tempo que
demonstraremos registros de orixás manifestados em terras Iorubas.
MANIFESTAÇÃO DOS ORIXÁS DO
BATUQUE DO RS
Seguem imagens que registram manifestações, vestimentas e comportamento dos orixás da década de 40. Estes que muitas vezes passam horas manifestados e acabam indo embora deixando o seu iniciado sem cansaço ou vestígio decorrente de uma manifestação.
Vejam a seguir imagens do livro Estudos de Batuque
Nas próximas imagens, são de orixás manifestados em terras Iorubas, notem a semelhança entre eles e os orixás do Batuque do RS.
PONTOS SEMELHANTES ENTRE O ORIXÁ DO BATUQUE E O ORIXÁ EM TERRAS IORUBA
A forma que os orixás do
Batuque manifestam, possuem características próprias, que não se assemelha a
qualquer outra religião afro-brasileira, no entanto, podemos notar que os
orixás do Batuque preservaram muito dos orixás em terras Ioruba.
Notamos que as vestimentas e
paramentos também possuem características dos orixás em terras Ioruba, e não se
assemelham a outras religiões afro-brasileiras. Referente as tradicionais
capas, que alguns orixás do Batuque usam, lembram os panos que os orixás usam
na matriz ioruba.
Notem que assim como o orixá
manifestado podem e anda com os olhos abertos, possuem autonomia para ficarem o
tempo que quiserem durante rituais e se portar como desejarem, sendo que muitas
destas manifestações ocorrem conforme vistos nos vídeos e fotos em terras iorubas.
É comum os orixás do Batuque passarem por rituais onde comem buchas de fogo, carvão em brasa, dendê ou mel fervendo, entre outros fundamentos, enquanto manifestados. Semelhante ao que vemos orixás manifestados em terras iorubas.
PONTOS DIVERGENTES ENTRE O
ORIXÁ DO BATUQUE E O ORIXÁ EM TERRAS IORUBA
Importante ressaltar que os
orixás desejam se comunicar com os devotos, por isso, o fazem no idioma nativo
Brasileiro, diferente dos orixás Ioruba que o fazem no idioma de sua origem. Existem registros de que o Xapanã do pai Manoelzinho ensinava as orin (cantiga) e falava o idioma nativo.
Os orixás do Batuque podem
chegar a qualquer momento, e ficam o tempo que desejarem, no entanto, hoje em
dia, poucas casas fazem toques durante o dia, já os festivais de orixá em terras iorubas geralmente ocorrem durante o dia, desta forma, os orixás circulam pela cidade e abençoam a todos que por eles passam.
Em terras Ioruba, o orixá possui vestimentas especiais que as usam quando estão manifestados. Como pudermos ver os registros de orixás do Batuque, usando roupas e paramentos especiais durante as festas, hoje em dia poucas casas mantem os paramentos e vestes. Importante registrar que o orixá quando manifestado, retira relógio, joias, fios de contas e acessórios que o iniciado possa estar usando, para ter mais liberdade para dançar ou ajudar em rituais que esteja participando.
É costume de o Batuque não
comentar que o orixá manifesta em determinado individuo, segundo entendemos que
este estado espiritual é mantido em segredo até mesmo pela divindade, que, não
deixaria vestígios na mente do indivíduo. Jaá em terras Ioruba sabem que irão passar pela manifestação do orixá.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Orixás do Batuque preservaram alguns pontos sua origem ioruba, se considerado as possíveis adaptações em terras brasileiras para preservação do culto, e sem contato com a matriz, existe semelhança que podemos observar.
Orixás do Batuque quando manifestados, mantém o tabu da ocupação, desta forma não é possível gravar ou filma, o que dificulta o registro dos costumes e tradições praticadas pelas divindades.
Apesar da diferença e adaptações nos trajes e paramentos dos orixás do Batuque, ainda assim notamos que não copiava o Candomblé, por isso, a identidade e cultura do Batuque deve ser preservada.
Os orixás do Batuque não são obrigados a se comunicarem no seu idioma, nativo ioruba, pois, desejam facilitar o contato com os seguidores brasileiros. Contudo, nada impende que possamos estudar para que um dia caso estas divindades desejem falar no seu idioma, de origem, possamos nos comunicar com eles.
Fonte internet
Sàngó abençoando e orientando o povo durante o festival
de 2020, acessado em 31/03/2022 às 22:13 link - https://iledeobokum.blogspot.com/2021/12/sango-abencoando-e-orientando-o-povo.html
ARIKE, emojagbemi Omitanmole, Sàngó engolindo fogo durante o festival de Sango em Òyó, 2019,
acessado em 02/04/2022 às 18:57 Link – https://www.facebook.com/yemoja.renata/videos/418716928924262
GOMES, Paula, Festival de Obaluaye (Xapanã) em Oyo,
2022, acessado em 31/03/2022 às 22:07 link - https://iledeobokum.blogspot.com/2022/01/festival-de-obaluaye-xapana-em-oyo-2022.html
Bibliografia
KREBS, Carlos Galvão, Estudos de Batuque, 1988, centenário da abolição, Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
[1] Momento ao qual o
indivíduo passa pela possessão, que no batuque dá-se o nome de ocupação para o
estado de possessão de uma divindade.