domingo, 29 de janeiro de 2023

MÃE MADALENA DE OXUM

Esta postagem fornece o atestado de óbito da mãe Madalena da Oxum.

Postado pela página Página "Babalorixa Nado de Oxala"

Em 27/01/2023



"Em 27/01/1944 as 11:30, exatamente há 79 anos parte para o Orun MADALENA AURÉLIA DA SILVA. Nascida em 1899, Mãe Madalena morreu de tuberculose pulmonar com apenas 45 anos de idade, morava na Rua José Zambecari,235, atual Rua Tito Livio Zambecari, Mont Serrat, Porto Alegre, a casa que morava era de Miguel Sasso , comprada por ele em 1935 e vendida em 1948, vizinha e amiga da Mãe Maria Antônia de Bara Elupanda, nação Ijexá, mãe carnal de Mãe Lurdes de Ogum. Foi sepultada no cemitério da Santa Casa, seu túmulo foi arrendado até o ano de 1968 por Manoel Rodrigues Dias, Pai Tati de Bara, teve sua sepultura aberta e seus restos mortais exumados em 29/01/1970.
Penso no amor e carinho que esse filho tinha por sua Sacerdote, Pai Tati partiu no início de 1969.
Mãe Madalena que inclusive já ouvi dizer que nunca existiu, por ninguém até então ter conseguido algum registro, foi um grande ícone na nação cabinda ou kambinda, deixando grandes nomes como que seguiram seu legado como Pai Romário de Oxalá, Pai Tati de Bara, Mãe Luiza de Oya, e vários outros, dizem que Mãe Madalena foi responsável por terminar as obrigações de vários filhos de Pai Waldemar..."

Imagem comprobatória 



quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

YEMOO ESPOSA DE OBATALA

Postado por babaifalanapt 

Em 26/01/2023 acessado às 10:40




"Yemoo a esposa de Obatala.


A divindade da fertilidade, a qual rogamos por filhos, por saúde, por solo fértil e prosperidade.


Rogamos a Yemoo que toda nossa vida e nossas ações sejam férteis."

 
Fonte https://www.instagram.com/p/Cd3Atb2ovSw/

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

NOVOS ACHADOS EM OYO ILE

Esta postagem foi publicada por Orisa Brasil, em 23/01/2023 acessado em 25/01/2023 às 17:32




"O Projeto de Arqueologia e Patrimônio do Império de Oyo completou recentemente sua sexta temporada de campo. O trabalho de campo deste ano revelou descobertas mais impressionantes. Nossa pesquisa foi dividida em duas partes. O primeiro focou na cidade controlada pelo estado de Old Bara (perto de Oyo-Ile), ca. 1600-1836, onde realizamos escavações em três áreas residenciais para entender economia política, classe, dependência social e relações de gênero no império através das lentes da organização doméstica. Também continuamos nosso levantamento das estruturas monumentais e "públicas da cidade antiga para estudar abordagens de planejamento urbano na área metropolitana do império. A descoberta de paredes de pedra mais maciças rendeu novas informações sobre as estratégias de criação de lugares, territorialidade, defesa, mobilização de trabalhadores e espetáculos de poder. Também coletamos mais dados sobre práticas de uso da terra, terraços.

A segunda parte de nossa pesquisa foi a continuação das escavações no BSM6. Após sei anos de trabalho aqui, vi o que nunca me contaram e sei que não vi tudo. Este local produziu a mais longa sequência continua de ocupação humana no sudoeste da Nigéria. Não foi surpresa termos nesta área artefatos da Idade da Pedra Posterior (LSA), na forma de micrólitos. Esses materiais poodem remonara sovo as Tronossa aleona descoor um complexo residencial da Idade do Ferro (EIA) no topo da ocupação LSA. Esta comunidade EIA ocupou o local em 400 aC (se não antes) e viveu lá continuamente por pelo menos 400 anos Este foco residencial incluía vários enterros, mas mal preservados, sOD Os pisos das casas. Há evidências de artesanato, serviço de alimentação elaborado e tarefas domésticas em todos os depósitos. Eles também se envolveram no comércio de longa distância com a área do Alto Niger. Uma estatueta de terracota nos dá um vislumbre de sua vida espiritual centrada no feminino. Existem outras fases de ocupação empilhadas no topo do EIA. Após 1000 DC, o local foi utilizado para diversas atividades, inclusive cerimoniais e residenciais. Os arranjos de pedra peculiares que inicialmente tornaram o BSM6 perceptível para nós provavelmente estão relacionados a observações astronômicas, mas precisamos de mais trabalho sobre esse assunto. Outra descoberta foram os extensos pavimentos de cacos de cerâmica que datam dos séculos x a xv. incluindo cerimonial e residencial. Os arranjos de pedra peculiares que inicialmente tornaram o BSMO perceptível para nos provavelmente estão relacionados a observações astronômicas. mas precisamos de mais trabalho sobre esse assunto Outra descoberta foram os extensos pavimentos de cacos de cerâmica que datam dos séculos XIII a XV. incluindo cerimonial e residencial. Os arranjos de pedra peculiares que inicialmente tornaram o BSMo perceptível para nos provavelmente estão relacionados a observações astronômicas. mas precisamos de mais trabalho sobre esse assunto Outra descoberta foram os extensos pavimentos de cacos de cerâmica que datam dos séculos XIIa XV

 

As extensas unidades de escavação deste ano, algumas tão grandes quanto 5x4 me outras tão profundas quanto 3,6m, apresentam evidências convincentes de que estamos lidando com pelo menos quatro horizontes culturais em Old Bara e seus arredores. Estes são provisoriamente rotulados: horizontes culturais Ako-Okúta (LSA), Yangi (EIA), Atökúta (LIA) e Oyó. Nos próximos anos, esperamos entender as relações entre esses horizontes. Em Old Bara, finalmente encontramos o que nos escapou por muito tempo na arqueologia do sudoeste da Nigéria: depósitos arqueológicos bem estratificados de longo prazo. Obrigado aos ancestrais e aos Orisà por nos guiar Nossa equipe de 2022 foi a maior desde que iniciamos este projeto em 2017. Trinta e um funcionários, incluindo professores, alunos, funcionários do NCMM e funcionários do National Park Service, participaram do projeto. Nossos participantes acadêmicos vieram da Universidade de Ibadan (Ibadan), da Universidade Obafemi Awolowo (Ife), da Universidade de Jos (Jos), da Universidade Ahmadu Bello (ABU), da Universidade Estadual de Kwara (KWASU). da Universidade de Abuja (Abuja) e da Instituto de Arqueologia, Jos (Comissão Nacional de Museus e Monumentos). Os alunos voluntários vieram de diferentes formações acadêmicas, incluindo arqueologia, antropologia cultural, estudos de patrimônio, ciência política, educação e idiomas. Eles também incluíram graduados, pós-graduados e graduandos. Essa diversidade de origens e interesses foi um grande trunfo para o projeto.

 

A equipe de 2022: 
Abulmalik Abdulmalik, ABU
Emmanuel Adeara, Ibadan
Segun Ajayi, Abuja
David Ajibade, National Park Service Farouk
Ajibade, Ibadan Moses
Akogun, Ibadan
Porf. , Ibadan Olugbenga Ezekiel, Ibadan Olamide Falaye, Abuja Temitope Funmilayo, Ibadan Emmanuel, Ibadan Great Iwudu, Jos"

Fonte https://orisabrasil.com.br/Loja/9703-2/
Resumo do artigo 

"Novos achados em Oyo lle, levantam a suspeita que haviam habitantes ali muito antes do que se imaginava.


[...] Oyo lle foi a antiga capital do maior império Yoruba, hoje é um parque nacional que fica no Estado de Oyo - Nigéria. O parque tem sido alvo de intensas buscas arqueológicas, a fim de desvendar e preservar centenas de anos de história.
A lembrar que Tella -Oko cujo em terra identificaram ser Sango foi o 3 °
Alaafin neste mesmo local: Oyo lle.
Hoje o Império Oyo tem sua nova capital deslocada do ponto de origem e sustenta a sucessão de seu trono de Alaafin(s) seguindo ainda a velha tradição.[...]


[...] Mapeamos completamente Bara. Escavamos os assentamentos anteriores.
As pessoas viviam aqui antes da fundação do Antigo Império Oyo.
"A Antiga Oyo era uma fortaleza com múltiplas paredes defensivas.
Mapeamos completamente Bara. Escavamos os assentamentos anteriores.
As pessoas viviam aqui antes da fundação do Antigo Império Oyo.
Eu os chamo de povo Atokuta.[...]

[...] Escavados na BSM6 estão objetos incluindo contas de Carnelian e Jasper, uma figura de terracota, bem como escórias de ferro, um subproduto da fundição de ferro. Como observa Ogúndiran, "É a aglomeração de materiais que nunca foram vistos antes, que não são conhecidos antes". "Isso abrirá a porta para entender como o Império Oyó começou.

Fonte: Akínmùmí Ògúndìran [...]


[...] A sofisticação do Império de Oyo:
"Uma evidência da importância estratégica de Barà foi a magnífica muralha que não só cercou a cidade, mas também a dividiu geograficamente em duas. Construída com pedra e lateria, a parede atingia seis metros à medida que seguia seu caminho ao redor, e subindo e descendo as colinas gêmeas de Bàra, completas com portões formidáveis. Com 6,2 km de circunferência, a equipe do projeto levou três anos árduos para mapear a parede. o Império Oyó foi construído para impressionar", diz Ogúndiran

Fonte: Akínmùmí Ògúndìran [...]

[...] As ruínas da parede de Bara são um indicador dessa visão ousada; a construção provavelmente levou anos, incorporou a topografia e exigiu mais de 500 construtores.
"O trabalho deve ter sido imenso, então deve ter havido uma razão. ", diz
Ögúndiran. "Sem uma organização social sofisticada, você não pode ter esse tipo de programa de construção em larga escala. O Império yó era tão sofisticado que eles tinham um ministro de pesquisa (para garantir] que as muralhas fossem construídas. Eles tinham um funcionário do palácio dedicado para isso.

Fonte: Akínmùmí Ògúndìran [...]


[...] Não é possível caminhar alguns passos em Bàrà sem ver fragmentos de vasos, muitas vezes com desenhos intrincados da antiga cerâmica 0yó
- milhares estão no local aqui, afirmou ainda Ogundiran
Fonte: Akínwümí Ogúndiran [...]

Fonte da Publicação - https://www.facebook.com/photo?fbid=5797086360408183&set=pcb.5797089697074516 

 

sábado, 21 de janeiro de 2023

ESU O DONO DO TAMBOR

Este vídeo registra Esu, durante o festival, ele falando para a comunidade e para os iniciados que o seguem.



Postado por Ifalola Sangowale

Em 19/01/2023 acessado às 19:32h


Link - https://www.facebook.com/100005222975862/videos/3353515538205776  

Ategbe movement
@ategbemovement
Vídeo completo 




OBALESUN

 Obalesun

Postado por Kolawole Abiola

Em 09/05/2018

Dada Obalesun em Port of Spain reacende o espírito da África na diáspora....




Ojubó de Osoosí (Oxóssi) na Nigéria

Postado por Ẹkùn Templo




Postado por World Obatala Orisanla Tradition And Culture

28 de março de 2019
·


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

O JOGO DE BÚZIOS EM CIMA O OPON

Por Hérick Lechinski

Postado em 19/01/2023 acessado em 20/01/2023 às 9:00h



"Quando vemos uma pessoa dita adepta do Ẹ̀sìn Òrìṣà Ìbílẹ̀ (Culto Tradicional Iorubá aos Orixás) jogando búzios (Ẹ́ẹ́rìndínlógún) em cima do Ọpọ́n Ifá e ainda rodeado com Ìlẹ̀kẹ̀ Ifá (òtútùpọ́n), devemos ter dúvidas se ela realmente conhece o que pratica e o oráculo que consulta..."

*Só hoje apareceu alguns no meu Instagram.
*Lembrem pessoal, jogar búzios no Ọpọ́n Ifá é bunitinho, faz toc toc, mas não é tradicional iorubá é nem afro-brasileiro.

Fonte 
https://www.facebook.com/photo/?fbid=5927196604023697&set=pcb.5927196757357015 

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

ZOOGODÔ BOGUM MALÊ RUNDÓ (1835)

este artigo tem a finalidade de preservar a memória do povo de terreiro afro-brasileiro.

Este texto é um rico registro do mais antigo terreiro de Candomblé do Brasil.

"O Zoogodô Bogum Malê Rundó, é um terreiro de nação jeje fundado em 1835 pela Done Ludovina Pessoa. Atualmente, é liderado pela. O terreiro, segundo historiadores, é o mais velho do Engenho Velho da Federação. Possui dentre suas divindades o vodun Bafono Deká, seu patrono. A divindade máxima é Mawu-Lissa, Olissassa, Olissá, Olissasi. As suas festas realizam-se ao fim do ano, após o Ossé de Lissa, ritual restrito aos seus iniciados.


Vodunon Naadojhi Zaildes Iracema de Melo
(Naadojhi Índia)

O Bogum, além de seu culto religioso de matriz africana realiza anualmente uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em louvor a São Bartolomeu e São Jerônimo. A sociedade civil do terreiro fundada em 1937 chama-se Sociedade Fiéis de São Bartolomeu do Terreiro do Bogum.

A relação desse terreiro com a comunidade sempre foi intensa, inclusive o Bogum possui no final de linha do Engenho Velho da Federação o busto da Done Runhó, o primeiro busto em praça pública na Bahia de uma líder religiosa, e essa homenagem faz jus a sua atuação na sociedade. Mulher que com sua fortaleza doou muitas das suas terras para quem precisava por avaliar que “o espaço dos voduns era morada também para as pessoas”, não adiantava os voduns terem tanto espaço com tantas pessoas sem ter onde morar.

Na década de 90 existia no Bogum o projeto “Roda Baiana” em parceria com o Terreiro do Cobre e o Tanuri Junsara. O Projeto que mais durou no Bogum foi o “Pré Vestibular Universidade Para Todos”, que permaneceu por 7 anos contribuindo para vários jovens e adultos , entrarem nas Universidades, tanto privadas quanto públicas. Também tivemos o projeto “Mobilizadores Sociais para a Juventude”; o curso de fotografia”; o projeto de estética e sustentabilidade; o curso de percussão – grupo Agdavi do Jeje, que nasce no Bogum e contempla toda a comunidade com aulas de canto e percussão; o curso de alfabetização; curso de coral. O Bogum sempre foi um espaço de manutenção cultural, educacional e social que desde sua fundação no século XIX, segundo pesquisadores, já era um espaço para discutir políticas e ações que promovessem sustentabilidade social, cultural e religiosa.

O Bogum participa da Caminhada pelo Fim da Violência e Ódio Religioso, pela Paz!” desde 2004, ou seja, desde o seu início. Nesse período uma das ekedji do Bogum, Jandira Mawusí participava do projeto “Roda Baiana” e Mãe Val do Terreiro do Cobre convidou o Bogum para se juntar a esse movimento, no Zoogodô Bogum já aconteceram algumas reuniões da comissão organizadora.

O Busto da Done Runhó, tem um simbolismo para o bairro do Engenho Velho da Federação, está localizado em um ponto que mesmo sendo no final de linha recebe quem chega e quem sai do bairro. É de lá que se inicia a Caminhada, desde a 3ª edição é o lugar onde os adeptos e não adeptos das religiões de matriz africana, de Salvador e outras localidades todos vestidos de branco, realizam um grande ato de confraternização num encontro de nações jeje, keto, angola, caboclo e pedem licença a todas as ancestralidades que regem a comunidade do Engenho Velho da Federação. Não por acaso, nesse local também encerramos a Caminhada, cantando para Oxalá. Portanto, a Caminhada é esse princípio e fim, de consagrar a vida do bairro."

Fachada Zoogodô Bogum Malê Rundó

Fonte - https://caminhosdaresistencia.com.br/zoogodo-bogum-male-rundo

Imagens comprobatórias




No entanto, prof Dr. Ordep Serra informa que a data da formação do terreiro Bogun, não são conclusivas. A seguir o link do trabalho do professor. 

https://ordepserra.files.wordpress.com/2008/09/bogum-vii.pdf

LOCAL SAGRADO ONDE OGUN DESAPARECEU

Esta postagem registra peculiaridade do local que Ogun desapareceu. 


Por Yemojagbemi Arike
Postado em 18/01/2023

"Iju - Nome do Local onde Ogun desapareceu em ire Ekiti.

O local exato é fechado com uma porta, cujo apenas o Elepe (cargo de Ogun na cidade) tem a chave e pode abrir. Os devotos podem fazer todos os tipos de oferenda do local. "

 Fonte - https://www.facebook.com/orisabrasil/photos/a.900307813419420/5781382621978557/


Revisado e aumentado em 06/02/2023

"O Elepe precisa pacificar Orisa Ogun no templo de Ire Ekiti de 13 em 13 dias para garantir que nenhum mal atinja a cidade e que se tenha prosperidade.
beijos
Yemojagbemi Arike"

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

FESTIVAL DE XAPANÃ, 2023

Kabiesile Xapanã




Completamos o artigo com mais postagens festival de xapanã.
Como ocorre na tradição do Batuque do RS, o orixá sai a rua e limpa por onde passa. 

Dra. Paula Gomes 

"Hoje saiu às ruas de Oyo o Jagun Obaluaye do Alaafin, limpando às ruas e casas de possíveis doenças.
Uma multidão o segue incansavelmente...
Eeeepa Obaluaye..."

Na mesma postagem estas respostas completam com os costumes da diáspora e da matriz. 

Omiero Xapanã

Omiero Xapanã




Fonte - Àsà Òrìsà Aláàfin Òyó Èsìn Òrìsà Ìbílè


sábado, 14 de janeiro de 2023

OS IORUBAS, O ALAAFIN E O OONI: A DESINFORMAÇÃO NA INTERNET

Luiz L. Marins

Janeiro de 2023


A cultura e religião ioruba são plurais e heterogêneos, portanto, não é uma forma igual para todas as cidades. Cada local tem sua história e sua particularidade. Entretanto, apesar de sua pluralidade, alguns fundamentos históricos precisam ser observados.

Recentemente tivemos a oportunidade de ver no canal “Atualidade em Foco”, no YouTube, o vídeo com o título: OS POVOS DA ÁFRICA III - OS IORUBÁS (HISTÓRIA) –  

https://youtu.be/N7r0jY7HwiM.

O vídeo tem o seu mérito, entretanto, a partir 01:03 o autor do vídeo diz:

[…] O chefe era chamado de Ooni, e reunia as funções de líder político e religioso, além de exercer diversas funções importantes para as comunidades, sem, no entanto ter poder direto sobre elas. Ainda hoje, Ifé é considerada sagrada pelos iorubas […]

E no minuto 01:43 afirma que:

[…] Cada cidade era liderada por um chefe conhecido por Oba ou Alaafin, com poderes políticos e sagrados, ele era submisso apenas ao Ooni […]

Porém, estas informações do canal “Atualidade em foco” são desencontradas com os dados informados por Samuel Jonhson no livro “Historia dos Iorubas”.

Informa Samuel Jonhson no capítulo primeiro, que Oranian, neto legítimo de Oduduwa  tornou-se herdeiro de toda a terra Ioruba e, mesmo depois da fundação da capital política de Oyo, continuou a ser o Obá supremo de todas as cidades iorubá, inclusive de Ifé, a quem todos os Obas deveriam reportar-se.

Sobre o Ooni, informa Jonhson, ficou encarregado pelo Alaafin de liderar os cultos em Ilé-Ifé e de reportar-se ao Alaafin.

A seguir republicaremos aqui na íntegra o capítulo 1 do livro “História dos Iorubas” no qual é relatado a história e o significado da palavra Ooni, e o porque o Alaafin jamais se reporta ao Ooni, como foi informado equivocadamente pelo canal “Atualidade em foco”.

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REVISTA OLORUN, n. 61, maio de 2018 

ISSN 2358-3320 – www.olorun.com.br



A HISTÓRIA DOS YORUBAS

CAPÍTULO 1


BY

REV. SAMUEL JOHNSON

Pastor of Oyo

Edited by

DR. O. Johnson, Lagos

1921

C. M.S. Bookshops Lagos

Tradução: Luiz L. Marins* 

www.luizlmarins.com.br

Abril de 2018

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* Título original: The History of the Yorubas. A numeração das páginas e das notas de rodapé não correspondem ao original, pois foram diagramadas para artigo. Contem notas de fim, do tradutor.


CAPÍTULO I


ORIGEM E HISTÓRIA INICIAL

A origem da nação iorubá está envolvida na obscuridade, assim como o início da história da maioria das nações. As versões comumente aceitas são, na maior parte, puramente lendas. Pessoas não letradas, e tradição oral, é tudo o que é conhecido através das tradições cuidadosamente transmitidas.

Os historiadores nacionais pertencem a algumas famílias mantidas pelo rei, em Oyo, cujo ofício é hereditário. Eles também atuam como poetas, percussionistas e músicos do rei. É deles que nós dependemos, tanto quanto possível, para qualquer informação confiável que possuímos agora. Mas, como se pode esperar, suas informações geralmente variam em vários detalhes importantes. Nós não podemos fazer nada mais do que relatar as tradições que foram universalmente aceitas.

[Segundo estas tradições], os Yorubas dizem que surgiram de Lamurudu um dos os reis de Meca, cujos descendentes eram: - 1. Oduduwa, o ancestral dos Yorubas. - 2. os Reis de Gogobiri e dos Kukawa, duas tribos Hausa. É digno de nota que estas duas nações, apesar do lapso de tempo desde sua separação, e da distância entre elas de suas respectivas localidades, ainda têm as mesmas marcas tribais distintas em seus rostos, e os viajantes Yoruba são livres para circular entre eles, e vice-versa, cada um reconhecendo um ao outro como sendo de um só sangue.

Em que período de tempo Lamurudu reinou, é desconhecido, mas os relatos da revolução entre seus descendentes e sua dispersão, parece terem sido um tempo a considerar como sendo depois de Mahomet. Contaremos a história da forma como nos foi relatada:

O príncipe herdeiro Oduduwa se converteu à idolatria durante o reinado do pai, e, como ele era possuidor de grande influência, atraiu muitos adeptos. Seu objetivo era transformar o paganismo, na religião do Estado; para tanto, ele converteu a grande mesquita da cidade, em um templo de ídolo, e Asara, seu sacerdote, era ele mesmo um criador de imagens, cravejado de ídolos.

Asara teve um filho chamado Braima que foi educado em um Mohammedan. Durante sua adolecencia, ele era um vendedor dos ídolos de seu pai, uma ocupação que ele abominou completamente, mas que ele era obrigado a participar. Mas ao oferecer para venda o trabalho de seu pai, ele geralmente alertava os compradores dizendo: " Quem compra falsidade?". Uma premonição do que o menino depois se tornaria.

Pela influência do príncipe herdeiro, foi emitido um mandato real ordenando a todos os homens que saíssem caçando por três dias antes da celebração anual dos festivais realizados em honra desses deuses.

Quando Braima tinha idade suficiente, ele aproveitou a oportunidade de uma dessas ausências da cidade, daqueles que poderiam impedi-lo de destruir estes deuses, cuja presença tinha causado a profanação da sagrada mesquita. O machado com o qual os ídolos foram cortados em pedaços foi deixado pendurado no pescoço do ídolo chefe, uma coisa enorme em forma humana. Inquérito foi feito, e logo se descobriu quem era o iconoclasta, e quando abordou, ele deu respostas que não agradaram aqueles que Joash deu para Abiezrites, os quais tinham acusado seu filho Gideon de ter realizado um ato semelhante {ver Juízes vi, 28-33).

Disse Braima: “Pergunte isso ao ídolo maior, quem fez isso. ”

Os homens responderam: “Ele pode falar? ”

        Então disse Braima: “Por que você adora coisas que não podem falar? ”

Ele foi imediatamente condenado a ser queimado para este ato grosseiro impiedosamente. Mil cargas de madeira foram coletadas para uma estaca, e vários potes de óleo foram trazidos para acender a pilha. Este foi um sinal para uma guerra civil. Cada uma das duas partes tivera seguidores poderosos, mas o partido maometano até então suprimido, tinha a vantagem e vencido seus oponentes.

Lamurudu, o rei, foi morto, e todos os seus filhos, junto com seus adeptos, foram expulsos da cidade. Os princípes, que se tornaram depois reis de Gogobiri e dos Kukawa, foram para o oeste.

Oduduwa foi para o leste. Este último viajou 90 [depois que saiu] de Meca, e após vaguear, finalmente se estabeleceu em Ile Ife, onde ele se encontrou com Agboniregun (ou Setilu) o fundador do culto de Ifá.

Oduduwa e seus filhos haviam escapado com dois ídolos para Ile Ife. Sahibu, que foi enviado com um exército para destrui-los e conquista-los, foi derrotado, e entre as coisas saqueadas pelos vencedores, havia uma cópia do Alcorão, que foi depois preservado em um templo e, não foi apenas venerado por sucessivas gerações como uma relíquia sagrada, mas é adorada até hoje sob o nome de Idi, significando “algo que liga com as origens”.

         Tal é o relato comumente aceito entre essas pessoas inteligentes, embora iletradas. Mas traços de erros são muito aparentes nesta tradição. Os Yorubas certamente não são da família árabe, e não poderia ter vindo de Meca (falamos da Meca universalmente conhecida na história) e nenhum relato como esse pôde ser encontrado nos registros de escritores árabes de Meca. Um evento de tamanha importância dificilmente poderia passar despercebido por seus historiadores. Mas, ainda que se dê algum crédito de que todas estas narrativas e tradições têm alguma base em fatos reais, o assunto não foi revisto, e isso se tornará claro em um estudo mais detalhado.

Que os Yorubas vieram originalmente do Oriente não pode haver a menor dúvida, como os seus hábitos, costumes e costumes, etc., todos vão para provar. Para eles, o Oriente é Meca e Meca é o Oriente. Tendo fortes afinidades com o Oriente, e Meca no Oriente pairando tão amplamente em sua imaginação, tudo o que vem do Oriente, para eles, vem de Meca, e, portanto, é natural representar a si mesmos como tendo sido originários daquela cidade.

O único registro escrito que temos sobre esse assunto é o do sultão Belo de Sokoto, o fundador daquela cidade, o mais instruído, se não o mais poderoso, dos soberanos fulanis que já governaram o Sudão.

O Capitão Clapperton (Viagens e Descobertas na África Setentrional e Central, 1822 - 1824) conheceu este monarca. De um grande trabalho geográfico e histórico [do sultão], o Capitão Clapperton1 fez um copioso extrato, do qual se segue:

Yarba é uma extensa província que contém rios, florestas, areias e montanhas, como também muitas coisas maravilhosas e extraordinárias. Nela, o pássaro verde falante chamado babaga (papagaio) é encontrado.

Ao lado desta província há um ancoradouro ou porto para os navios dos cristãos, que costumavam ir até lá e comprar escravos. Esses escravos eram exportados de nosso país e vendidos para o povo de Yarba, que os revendia aos cristãos.

Os habitantes desta província (Yarba) são supostamente originários do remanescente dos filhos de Canaã, que eram da tribo de Nimrod. A causa de seu estabelecimento no oeste da África foi, como é declarado, em consequência de terem sido conduzidos por Yar-rooba, filho de Kahtan, da Arábia para a costa ocidental entre o Egito e a Abissínia. Daquele ponto, avançaram para o interior da África, até chegarem a Yarba, onde fixaram sua residência. No caminho, em todos os lugares em que paravam, quando iam embora, deixavam uma tribo de seu próprio povo. Assim, supõe-se que todas as tribos do Sudão que habitam as montanhas são originárias deles, como também são os habitantes de Ya-ory. No geral, as pessoas de Yarba tem muita semelhança que as de Noofee (Nupe). ”

No nome Lamurudu (ou Namurudu), podemos facilmente reconhecer uma modificação dialética do nome Nimrod. Quem foi este Nimrod? Se Nimrod foi apelidado de "o forte", “o filho de Hasoiil”, ou Nimrod o "poderoso caçador" da Bíblia, ou, se ambas as descrições pertencem a uma mesma pessoa, não podemos dizer. Mas, este extrato não é apenas confirmação da tradição de sua origem, mas também lança uma luz sobre a lenda. A Arábia é, provavelmente, a "Meca" da nossa tradição. Sabe-se que os descendentes de Ninrode (fenícios) guerrearam com a Arábia, que se estabeleceram ali, e de lá saíram para a África devido a uma perseguição religiosa. Temos aqui também a origem do termo Yoruba, de Yarba, seu primeiro assentamento permanente na África. Yarba é o mesmo que o termo Hausa Yarriba para Yoruba.

É muito curioso que na história de Maomé lemos sobre uma viagem similar de seus primeiros convertidos, de Meca para a Costa Leste da África (a primeira Hegira), devido também a uma perseguição religiosa. Este fato servirá para mostrar que não há nada improvável nos relatos recebidas desta tradição. Novamente, que eles emigraram do Alto Egito para Ile Ife também podem ser provados por aquelas esculturas comumente conhecidas como "Mármores de Ife", muitas das quais podem ser vistas em Ile Ife até os dias de hoje, que dizem ser obra dos ancestrais. Eles são completamente egípcios em forma. O mais notável deles é, o que é conhecido como "Opa Orafiyan" (cajado de Oraniyan), um obelisco em pé no local da suposta sepultura de Oraniyan, com caracteres que sugerem uma origem fenícia. Três ou quatro destas esculturas podem agora ser vistas no Tribunal Egípcio do Museu Britânico, mostrando de relance que eles estão entre as obras de arte afins.

A partir destas declarações e tradições, autênticas ou mitológicas, as únicas deduções seguras que podemos fazer quanto a mais provável origem dos Yoruba são:

  1. Que vieram do alto Egito, ou Núbia.

  1. Que eles eram súditos do conquistador egípcio Nimrod, que era de origem fenícia, e que eles o seguiram em suas guerras de conquista até a Arábia, onde se estabeleceram por um tempo. Como a autodenominação de “crianças ou descendentes” de seus soberanos é muito bem conhecido neste país, nós veremos isso no decorrer desta história.

  1. Que na Arábia foram discriminados por causa de suas práticas e de suas formas de adoração, que era o paganismo ou mais provável uma forma adulterada do cristianismo oriental, que permitia a adoração de imagens, desagradável aos muçulmanos.

Novamente, o nome do sacerdote “Asara” também é um peculiar, tanto como “Anasara”, um termo que os muçulmanos geralmente aplicavam aos cristãos, que significa “seguidores do Nazareno”, [talvez] para torná-lo provável que a revolução falada foi, antes, em conexão com islamismo, em vez da forma corrupta do cristianismo daqueles dias.

Por último, a relíquia sagrada chamada Idi, sacralizada e preservada, e que é suposto ter sido uma cópia do Alcorão, é provavelmente um outro erro. Cópias do Alcorão abundam neste país, e eles não são venerados assim, e por que isso se tornou um objeto de adoração? O livro sagrado daqueles que foram contra eles! Dificilmente não se chegará à conclusão de que o livro não era o Alcorão, mas uma cópia das Escrituras Sagradas em rolos, a forma em que manuscritos antigos foram preservados. O Alcorão, sendo o único livro sagrado conhecido para as gerações posteriores que perderam todo o contato com o Cristianismo, por séculos, após a grande emigração para o coração da África, é natural que seus historiadores concluam de que a coisa que ligava aos ancestrais, era o Alcorão. Pode-se, talvez, mostrar que os ancestrais dos Yoruba, vindos do alto Egito, ou eram cristãos coptas, ou de alguma forma, eles tinham algum conhecimento do cristianismo. Se assim for, ele pode oferecer uma solução do problema de como ele veio sobrepor-se às histórias tradicionais da criação, o dilúvio, de Elias, e outros personagens bíblicos que são atuais entre eles, e as histórias indiretas de Nosso Senhor, denominada “filho de Moremi”. Mas deixe-nos continuar a história como dada pela tradição:

Oduduwa e seus filhos juraram um ódio mortal dos muçulmanos de seu país, e estavam determinados a vingar-se deles; mas [Oduduwa] morreu de idade antes de ser poderoso o suficiente para marchar contra eles.

Seu filho mais velho Okanbi, comumente chamado de Idekoseroake, também morreu ali, deixando sete príncipes e princesas, que depois se tornaram famosos. Deles surgiram as várias tribos da nação Yoruba.

O primogênito de Okanbi era uma princesa, que era casada com um sacerdote, e tornou-se a mãe do famoso Olowu, o ancestral dos Owus.

A segunda criança também foi também uma princesa, que se tornou a mãe do Alaketu, o progenitor do povo Ketu.

O terceiro, um príncipe, tornou-se rei do Benin people.

O quarto, o Orangun, tornou-se rei da Ila;

O quinto, Onisabe, ou o rei do Sabes

O sexto, 0lupopo, ou rei dos Popos;

O sétimo e último nascido, Oraniyan, que foi o progenitor dos Yoruba propriamente ditos, ou como eles são mais conhecidos, Oyos.

Todos esses príncipes se tornaram reis que usavam coroas, distinguindo-se daqueles eram vassalos que não tinham direito de usar coroas, mas coronetas chamadas Akoro, bordadas com prata. Mas isto pode mostrar que o pai do Olowu era um plebeu, e não um príncipe de sangue, e ainda assim ele se tornou uma das cabeças coroadas. A história a seguir explicará como isso surgiu:

As princesas Yoruba tiveram (e ainda têm) a liberdade de escolher maridos de acordo com sua posição na vida. Assim, a filha mais velha do rei escolheu se casar com o sacerdote de seu pai, de quem ele teve, o Olowu.

Este jovem príncipe estava um dia brincando nos joelhos de seu avô, e puxou a coroa da cabeça dele; o avô, indulgente, então colocou-a na cabeça do seu neto, mas, como uma criança mimada, ele se recusou a devolver, quando necessário, e por isso foi deixada com ele. A criança ficou com a coroa em sua cabeça até que adormeceu nos braços de sua mãe, quando então, ela a tirou e a devolveu ao seu pai, mas o este disse-lhe para guardá-la para seu filho, pois ele parecia tão ansioso para tê-la. Daí o direito do de usar a coroa como seus tios. O mesmo direito foi subsequentemente concedido ao Alaketu, ou seja, o progenitor do povo Ketu.

Foi dito acima que Oraniyan era o mais novo dos netos de Oduduwa, mas eventualmente ele se tornou o mais rico e mais renomado de todos eles. Como isto foi possível, é contado assim pela tradição oral:

Na morte do rei, seu avô, sua propriedade foi desigualmente dividida entre seus filhos como segue:

- o rei de Benin herdou seu dinheiro (consistindo de conchas de buzios);

- o Orangun de Ila, suas esposas;

- o rei de Sabe, seu gado;

- o Olupopo, as contas;

- o Olowu, suas vestes,

- e o Alaketu, as coroas,

- Para Oraniyan, foi deixado apenas a terra.

Alguns afirmam que ele estava ausente em uma expedição guerreira quando a partição foi feita, e assim ele foi desligado de todas as propriedades móveis.

Oranyan foi, no entanto, satisfeito com a sua parcela, que ele passou imediatamente a administrar com habilidade.

Ele alugou as terras que viviam seus irmãos, agora, na terra que era dele. Para os aluguéis ele recebeu dinheiro, mulheres, gado, miçangas, vestuários, e coroas, que eram porções de seus irmãos, pois todos estes eram mais ou menos dependente do solo, e precisavam dele para seu sustento.

Assim, ele foi o escolhido para suceder o pai como rei na linha direta de sucessão2. Para seus irmãos foram atribuídas as várias províncias sobre as quais eles governaram mais ou menos independentemente. Oranyan então veio a ocupar o trono como o Alafin ou o Senhor do palácio real na sua família em Ile Ife. i

De acordo com outro conto:

Oranyan tinha apenas um pedaço de pano contendo terra, 21 pedaços de ferro, e um galo. Toda a superfície da terra era então coberta de água. Oranyan colocou sua porção [de terra] na superfície da água, e colocou sobre ela, o galo, que espalhou a terra com os pés; a vasta extensão da água se encheu, e a terra seca apareceu em toda parte. Seus irmãos que preferiram viver em terra seca ao invés de na superfície da água foram autorizados a fazê-lo, em seu pagamento de um tributo anual para compartilhar com seu irmão mais novo, [o rei], a sua própria porção.

Este [último] conto é apenas para mostrar que as tradições orais atribuem a terra a Oranyan, daí o provérbio comum: “Alafin L'oni Ile” (o Alafin é o senhor da terra): as peças de ferro representando tesouros subterrâneos, e o galo, como sobreviver na terra.

A tradição antiga parece mais provável, sendo esta última, além de curta, parece mais uma paródia da história da criação, ou o dilúvio. Mas, é justo mencionar que a opinião mais geralmente aceita é, que Oranyan tornou-se mais próspero do que seus irmãos devido ao fato de sua vida virtuosamente, [enquanto seus irmãos] uma vida de libertinagem desenfreada, sendo também, de longe, o mais corajoso de todos eles. Ele era o preferido, [estava] acima deles, e estava sentado no trono ancestral em Ile Ife, que era então a capital do país Yoruba.

O Alake e o Owa de Ilesa são ditos por serem parentes próximos ao Alaafin; o primeiro foi dito ser da mesma mãe, com um dos primeiros Alafins. Esta mulher foi chamada Ejo3, que depois foi morar com seu filho mais novo até sua morte: daí o provérbio comum “Ejo ku Ake” (Ejo morreu em Ake).

O Owa dos Ijesas alegou ser um dos irmãos mais novos, mas seu pedigree não pode agora ser rastreado; o termo “irmão” é muito elástico em Yoruba e pode ser aplicado a qualquer parente distante ou próximo, e até mesmo a um servo fiel, ou a um adotado para a família. Nos tempos antigos, quando havia paz entre as tribos do país, antes do início das guerras intertribais destrutivas que romperam a unidade do reino e criaram a independência tribal, essa relação foi reconhecida pelo Owa pagando um tributo anual de certa quantidade de búzios, esteiras e alguns produtos de suas florestas para o Alaafin, enquanto este enviava-lhe presentes de tobes e coletes, e outros artigos superiores, bem dignos dele, como um irmão mais velho.

Que o Alaafin, o Alake, e o Owa eram filhos ou netos de Oranyan, parece provável, pelo fato de que até hoje nenhum deles é considerado adequadamente instalado até que a espada do Estado, é trazida de Ile Ife, onde Oranyan foi enterrado, é colocada em suas mãos.

Oranyan era um apelido do príncipe, pois seu nome próprio era Odede. Ele era um homem de grandes poderes físicos. Ele obteve fama primeiro como um poderoso caçador; e com o tempo ele também se tornou, como Nimrod, um conquistador poderoso.

A EXPEDIÇÃO CONTRA MECA.

Quando Oranyan estava suficientemente forte, ele saiu para uma expedição contra “Meca”, para a qual ele convocou seus irmãos, para vingar a morte de seu avô [Oduduwa], e a expulsão de sua família daquela cidade. Ele deixou Adimuii, um dos servos de confiança de seu pai, no comando dos tesouros reais e da administração, com uma ordem para realizar a adoração habitual dos deuses nacionais, Idi e Orisa Osi.

Este é um ofício da maior importância pertencente ao próprio rei, mas escravos, ou altos servos são muitas vezes confiados com os estes devere, e isto é bem conhecido neste país, como veremos no decorrer desta história.

Diz-se que a rota pela qual eles vieram para "Meca " e que demorou 90 dias, foi, neste tempo, tornada intransitável devido a um exército de formigas negras que estavam bloqueando o caminho, e, portanto, Oranyan foi obrigado a tomar uma outra rota que o levou a atravessar o país Nupe ou Tapa. Todos os seus irmãos, mais o mais velho, se juntara a ele. Mas em Igangan eles discutiram por causa de um pote de cerveja, e dispersaram-se, recusando-se a seguir com sua liderança. O irmão mais velho, calculando a distância através do país Tapa, perdeu coragem e foi para o leste, prometendo fazer o seu ataque a partir desse pelo outro lado, se seu irmão Oranyan fosse bem sucedido no Oeste. Oranyan continuou, até que ele se viu nas margens do rio Níger.

Os Tapas, é sabido, não permitiram que ele cruzasse o rio, e como ele não poderia forçar o seu caminho, ele foi obrigado a permanecer por um tempo perto do rio, e depois resolveu desistir. Para voltar, no entanto, para Ile Ife, era demasiado humilhante, portanto, ele consultou o rei de Ibariba perto de cujo território ele estava acampado, a respeito de onde ele deve fazer a sua residência. A tradição diz que o rei de Ibariba fez um encanto e o colocou em uma jibóia, aconselhando Oranyan a seguir a jibóia e onde ela ficasse por 7 dias, e depois desaparecesse, lá estava ele para construir uma cidade. Orariyan e seu exército seguiram suas orientações e foram atrás da jibóia, até no sopé de uma colina chamada Ajaka foi onde o réptil permaneceu por 7 dias, e depois desapareceu. De acordo com instruções, Oranyan parou ali, e construiu uma cidade chamada Oyo

             Ajaka. Esta foi a antiga cidade de Oyo marcada em mapas antigos como Eyeo ou Katunga (este último sendo o termo islandês para Oyo), capital de Yarriba (ver Webster's pronuncie Gazetteer). Esta foi a Eyeo visitado pelos exploradores ingleses Clapperton e os Landers.

Oranyan permaneceu e prosperou no novo lugar, seus descendentes propagaram-se para o leste, oeste e sudoeste; eles tinham uma comunicação livre com Ile Ife, e o rei muitas vezes enviava para [seu servo] Adimu o que ele precisava para a nova cidade.

Com o tempo, Adimu se tornou grande porque ele não era apenas o adorador das divindades nacionais, mas também o depositário e distribuidor de tesouros do rei, e ele era comumente chamado: “Adimu Ola” (Adimu dos tesouros), ou Adimula (Adimu veio a ser rico).

Mas, este [servo] Adimu, que se tornou poderoso devido a seu desempenho nas funções reais, originalmente, era filho de uma mulher condenada à morte que, no momento de sua execução, ela estava grávida [de Adimu], então, sua execução foi adiada, até que a criança nasceu. Esta criança [Adimu], em seu nascimento, foi prometida ao serviço perpétuo dos deuses, especialmente Obatalá, para quem sua mãe foi sacrificada. Foi dito a ele para ser honesto, fiel e dedicado ao rei [Oranyan] assim como seu próprio pai. Portanto, ele era amado e de confiança.

Quando Adimu foi anunciado como a pessoa apontada pelo rei [Oranyan] como aquele que cuidaria dos tesouros e deuses do reino, todos perguntaram: “E quem é este Adimu?”. A resposta que veio foi: “Omo oluwò ni” (o filho de uma pessoa sacrificada). Esta frase isto foi reduzida para Owoni [atualmente Ooni].iii Oluwo, é o termo para uma vítima sacrificada). Então, no futuro, quando a sede do governo foi movida permanentemente para Oyo (exceto as divindades nacionais), Adimu tornou-se “supremo” em Ile Ife, e seus sucessores até hoje são chamados de Olorisas (sacerdotes ou adoradores dos fetiches do rei e das pessoas de toda a nação iorubá. O nome Adimu desde então foi adotado como um “apelido”, e o termo Owoni, até hoje, como um título aos sumos sacerdotes reais, não sendo local ou tribal, mas nacional.iv

De acordo com outra tradição, após a morte de Okanbi, Oranyan tendo sucedido e assumido o comando, emigrou para a Okò, onde ele reinou e onde ele morreu, [quando então] sede do governo foi removido dali, no reinado de Sango para Oyokoro, ou seja, a antiga cidade de Oyo.

Oranyan pode ter realmente morrido em Okò, mas sua sepultura com um obelisco sobre ele, está em Ile Ife até hoje. É um costume entre os Yorubas aparar as unhas e raspar a cabeça de qualquer um que morre longe do lugar onde será feito um sepultamento [simbólico]. Estas partes são levadas para o lugar de sepultamento, e lá será decentemente enterrado, com os rituais funebres observados como se o próprio cadáver fosse ali enterrado. Por isso, embora (alguns digam que) Oranyan possa ter morrido em Okò, e seu túmulo verdadeiro ter sido perdido ou desconhecido, suas partes poderiam, portanto, ter sido levados para a Ile Ife, onde deve, então, estar enterradas até hoje. Um relato mais romântico de sua morte, no entanto, será dado na segunda parte desta história.

Como os Yoruba veneram os mortos, e têm a convicção de que as orações oferecidas na sepultura dos antepassados falecidos são potentes para obter bençãos temporais, todos os reis Yorubas, antes da coroação devem executar os atos de adoração no túmulo de Oduduwa, e receber a bênção do sacerdote. A espada da justiça conhecida como Ida Oranyan (espada de Oranyan) deve ser trazida de Ile Ife, e cerimoniosamente colocada em suas mãos; se isso não for feito, o rei não tem autoridade para ordenar seus atos. Os descendentes de Oranyan, durante o tempo, foram divididos em quatro familias distintas, conhecidos por seus dialetos distintivos, e formando as quatro províncias vizinhas: Ekun Otun, Ekun Osì, Ibolo e Epo. As províncias Ekun Otun, Ekun Osì, respectivamente direita e esquerda, ou seja, províncias orientais e ocidentais, são as cidades que se encontram a leste e oeste da cidade de Oyo.

  1. O Ekun Otun, ou, Província Ocidental, incluiu todas as cidades ao longo da margem direita do rio Ògùn, até Ibere Kodo, sendo Igana a cidade chefe. As outras cidades importantes são: — Sàki, Oke'ho, Iseyin, Iwawun, Eruwa, Iberekodo, etc. Nesta província dois dialetos distintos são falados: as pessoas que habitam as fronteiras ultraperiféricas são conhecidas como Ibarapas, e são distinguidas por um sotaque nasal em seu discurso.

  1. O Ekun Osì, ou a Província Metropolitana, compreendeu todas as cidades a leste de Oyo, incluindo Kihisi e Igboho no norte, sendo Ikoyi a cidade chefe. Outras cidades importantes são, Ilorin, Irawo, Iwere, Ogbomoso etc, incluindo os Igbonas no limite máximo para o leste, e os Igbonas, tanto quanto Orò.

Os Igbonas são distinguidos por um dialeto peculiar de sua cidade. O Ekun Osì Oyo são considerados como falando o mais puro Yoruba. A antiga cidade de Oyo também está nesta província.

  1. A província de Ibolo encontra-se ao sudeste das cidades de Ekun Osì, inclusive mais para baixo como Ede, sendo Iresa a cidade-chefe. As outras cidades importantes são de Ofa (?) Oyan, Okuku, Ikirun, Osogbo, Ido, Ilobu, Ejigbo, Ede.

  1. O Epos são as cidades que se encontram ao sul e sudoeste de Oyo tendo a cidade principal Idode. Outras cidades importantes nesta divisão são: Masifa, Ife Odán, Arà, Iwo, Ilora, Akinmoirin Fiditi, Awe, Ago Oja.

Eles são chamados de Epos (ervas daninhas), porque eles estavam na parte mais remota do reino, rudes e grosseiros, em suas maneiras, muito desonestos, e longe de ser leal como as outras tribos. Os Owus eram geralmente contados entre eles, mas eles são uma tribo um pouco distinta dos Yorubas, embora agora domiciliado entre os Egbas.

Grandes mudanças foram efetuadas nestas divisões por meio das guerras revolucionárias que alteraram a face do país no início do século dezenove.

No distrito de Ekun Otun, Igana perdeu sua importância e seu lugar foi tomado por Iseyin.

Em Ekun Osì, Ikoyi, a cidade chefe, foi destruída por Ilorin, e Ilorin aliou-se aos estrangeiros Fulanis. A cidade de Oyo [antiga], agora em ruínas, foi transferida para Ago Oja no distrito de Epo. No distrito de Ibolo, Iresa deixou de existir, sendo absorvida por Ilorin, e seu lugar tomado por Ofa, que por sua vez foi parcialmente destruído pelos Ilorins em 1887, com muitas outras cidades neste distrito. Modakeke uma cidade grande e crescente, povoado por Oyos do Ekun Osì, surgiu no distrito de Ife, logo depois das fronteiras do Ibolos.

Owu foi destruída e nunca mais foi reconstruída.

O distrito de Epo agora inclui Ibadan, Ijaye e outras cidades anteriormente pertencentes ao Gbaguras. Idode deixou de ser a cidade chefe, essa posição agora pertence a Iwo, sendo uma cidade real. Mas Ibadan, que era originalmente uma vila Egba a estação militar do exército confederado que destruiu a cidade de Owu e as vilas de Egba, e mais tarde veio a ser uma cidade de Oyo, tem por meio de sua força militar forças para assumir o controle não somente do distrito de Epo, mas também sobre uma larga área do país. Ela possui uma população mista de várias tribos Yorubas.

Ijaye, formalmente uma cidade Egba, veio a ser povoada por Oyos do distrito de Ekun Osì (Ikoyi).

Todas estas, incluindo centenas de importantes cidades nesta área são povoadas por Yorubas propriamente ditos, ou Oyos, como eles são geralmente chamados.

Os Egbas, que eram na maior parte desdobramento destes, e anteriormente vivendo em aldeias e vilas independentemente, devido às guerras, reuniram várias vilas e cidadelas para formar a cidade, Abeokuta. Mais informação sobre isso será dada em outro lugar. Todos estes são reconhecidos como descendentes de Oranyan.

          Notas do tradutor:

  1. Há uma dúvida sobre Oranyan ser filho ou neto de Oduduwa. Porém, esta dúvida é esclarecida pelo próprio autor na mesma obra, parte II, cap. I, parágrafo II, p. 143, quando diz que:

Oranyan, the grandson of Oduduwa succeeded his grandfather on the throne.” (Oranyan, o neto de Oduduwa sucedeu seu avô no trono.)

       Ajisafe Moore em “Laws and Customs of Yoruba People”, 1924, Fola Bookshops, p. 6, esclarece que:

o uso da palavra Baba é muito extensa. Por exemplo: um yoruba poderá chamar seu tio, sobrinho, primo ou irmão mais velho, um mestre, ou chefe de família ou tribo, de Baba. A palavra Iya também tem a mesma extensão”.

  1. Além dos ofícios sacerdotais, administrava também os tesouros do rei Oranyan, por isso era chamado de Adimu Ola (Adimula). Adimula era conhecido por ser “Omo oluwò ni” (o filho de uma pessoa sacrificada). Esta frase isto foi reduzida para Owoni [e atualmente Ooni]. Oluwo é o termo para uma vítima sacrificada. Assim, segundo o relato de Jonhson, o Ooni Ifè não seria descendente da família real de Odùduwà, mas do servo de Oranyan chamado Adimula. (pg. 11).

  1. Segundo o autor, o Ooni de Ifè seria descendente de Adimu, cuja mãe foi sacrificada para Obàtálá. Adimu era um servo de total confiança do rei Oranyan, que ficou em Ilè Ifè para cuidar do trono, enquanto Oranyan estava fora. Com o tempo, e com a transferencia do governo político para Òyó, Adimula veio a ser rei em

      Ilè-Ifè por vacancia do trono.

  1. Um interessante debate com o título: “Quem foi o primeiro Ooni Ifè?” foi desenvolvido no grupo Orisa University, no Facebook, no qual alguns Iorubas nativos confirmaram que o Ooni Ifè não é descendente de Oduduwa, nem rei dos Iorubas. O debate pode ser visto AQUI

  2. 1 Ver “Narrativas de Viagens e Descobertas” por Major Denham e Capt. Clapperton, 1826. Apêndice XII, SEC. IV. ”, e, “Uma dependência tropical, por flora L. Shaw (Lady Lugard), 1905, Pgs. 227-228.

2 A razão atribuída para isso, era que ele foi "nascido na realeza", quer dizer, ele foi o primeiro a nascer depois que seu pai, Oduduwa, se tornou rei em Ile Ife. Este era o costume de “Aremo Oye”, ou seja, o primeiro nascido no trono, para suceder o pai.

3 Ejo significa papear [uma pessoa faladeira]. A frase então significa: “um caso decidido em Ake, está decidido”


       A seguir registraremos a fala de Rukayat Adelakun no debate informado na nota

(iv) imediatamente acima, que esclarece o tema:


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Arole, Aremo e Adele


Luiz L. Marins


27/07/2018

A palavra ioruba àrólé (pronuncia-se arolê) quer dizer: “herdeiro, aquele que sucede o chefe da casa ou um posto oficial.”

A palavra ioruba àrèmo (pronuncia-se arémó) significa: “príncipe primogênito e futuro herdeiro do trono real”.

A palavra ioruba adèlé (pronuncia-se adelê) significa: “representante de uma pessoa, delegado; aquele que age em nome de outra pessoa; uma pessoa por uma casa na ausência de seu proprietário”.


Entretanto, no trato de sucessão real Ioruba, não é tão simples assim. Por isso, queremos registrar aqui a fala da Ioruba Rukayat Adelakun, que a ofereceu em uma postagem do grupo Òrìsà University, no Facebook (link abaixo), na qual esclarece um pouco mais sobre o significado de “àrólé”.

 Vejamos:

RUKAYAT ADELAKUN







“Na terra e cultura iorubá, o primogênito masculino de uma família é chamado de "àrólé".


A palavra àrólé não tem nada a ver com a realeza ou linhagem da família real. 

Todo filho primogênito macho de uma família é um "àrólé". Seu primeiro filho nascido macho é um àrólé.
 

Aláàfin não pode ser um àrólé porque a primeira filha de Okanbi, que por acaso era neta de Oduduwa, era uma mulher. Os sete filhos de Okanbi eram três mulheres e quatro homens.


A primeira mulher é a mãe de Owu, e a primeira criança do sexo masculino é Orangun, que é, na verdade, o àrólé de Okanbi.
 

O único àrólé de Odùduwà é Okanbi, não o Ooni. O Aláààfin é o último filho nascido de Okanbi.

Um rei só terá UM “àrémo” (príncipe). Já que Aláààfin tem irmãos e irmãs mais velhos, ele não pode ser o Àrólé.

Ooni Ifè não é biologicamente ligado a Odùduwà, que veio a ser o progenitor da raça Iorubá.

Ooni é um zelador, e na terra ioruba o nome é "Adèlé" um zelador dos deuses, porque ele era um adivinho para o Aláààfin, ele consultava os deuses (òrìsà) para o Aláààfin.

Se Ooni está chamando a si mesmo de "Àrólé Oduduwa", é apenas um auto intitulamento para si mesmo, porque, na verdade, representa o zelador dos deuses e dos santuários.

Seria melhor que ele fosse um “Adèlé” e não “Àrólé".

Um exemplo “real” sobre adèlé, está no livro “A História dos Iorubas”, Samuel Johnson, que registra o mito de Oraniyan, então rei em Ilé Ifè, o qual, ao sair para lutar, deixa um representante em seu lugar para cuidar das obrigações religiosas chamado Adimu Ola, conhecido Omo Oluwo mi. (Ver link abaixo)

Fontehttps://iledeobokum.blogspot.com/2018/07/arole-o-herdeiro.html


Erick Wolff registrou um resumo AQUI que reproduziremos, como segue:


__________________________________

QUEM FOI O PRIMEIRO OONI IFE

Erick Wolff

Junho de 2018

De acordo com Samuel Johnson, em: The History of the Yorubas, cap. 1, p. 11, a palavra "ni" vem de "Owòni", que é uma contração de "Omo Oluwò ni", e significa "o filho de uma pessoa que foi sacrificada". Esta é a origem do termo ni.

Òdudùwa foi o progenitor dos Iorubas, mas nunca foi ni Ifè, pois este posto veio a existir depois.

Resumidamente, após a morte de ÒdudùwaOranyan assumiu o trono de Ifè, mas ausentou-se para guerrear, quando, então, fundou Òyó.

Nessa ausência, ele deixou no lugar um servo fiel e sumo sacerdote chamado Adimu O, que era conhecido por ser "Omo Oluwò ni".

Oranyan nunca mais voltou, e transferiu o poder político para Òyó, vindo então Adimula, seu servo fiel, a ser o governante real em Ifè.
 
Desta forma, segundo Johnson, o ni Ifè é o rei em Ifè, mas não é o rei dos Iorubas, e nem é descendente direto de Òdudùwa, como está sendo veiculado nas mídias sociais.

Assim, de forma isenta, é importante esclarecer que o líder dos reis Iorubas é o Aláàfin Òyó, Oba (Dr.) Lamidi Olayiwola Adeyemi III, Iku Baba Yeye, descendente consanguíneo de Oraniyan e Òdudùwa.



CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Iniciamos este artigo mostrando a informação do canal "Atualidade em Foco" o qual, no vídeo sobre os Iorubas, informa que o Alaafin estaria subordinado ao Ooni Ifé.


Entretanto, como vimos pelas informações das fontes aqui apresentadas, o Alaafin Oyo é soberano sobre os todos os Obas iorubas, enquanto o Ooni Ife, não é nem mesmo descendente de Oduduwa, sendo que ocupa um cargo de chefia apenas religiosa outorgado pelo Alaafin, ainda que atualmente ostente a posição de Oba de Ilé-Ifé.


Assim, o Ooni Ife não é o Oba supremo dos Iorubas, e diferente do que informou o citado canal, é o Ooni que deveria reportar-se ao Alaafin, e não inverso. 

TIKTOK ERICK WOLFF

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