Este artigo foi publicado pelo Centro Dom Bosco, na data 23/04/2020, em momento algum o seu conteúdo compartilha com o que nós professamos diante de tolerância e convívio social, mas fizemos questão em registrar no blog qual a visão dos católicos perante a nossa fé e cultura, para que os seguidores das religiões afro-brasileiras possam pensar e refletir sobre os seus passos e conceitos.
Notem que na Imagem S. Jorge mata o Dragão que o apelidam de Ogum, esta é a resposta cristã sincrética do que representa o mau e o falso deus para o cristão.
O redator
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"SÃO JORGE: O MÁRTIR CATÓLICO CUJA MEMÓRIA É FREQUENTEMENTE PROFANADA POR FALSAS RELIGIÕES
Por Dom Bosco
Hoje, nós celebramos a memória de São Jorge, Mártir Católico que viveu entre os Séculos III e IV, cuja história foi sintetizada da seguinte forma pela imprensa oficial do Vaticano, nesta data:
Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se alistou no exército de Diocleciano. Em 303, quando o imperador emanou um edito para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. Por isso, sofreu terríveis torturas e, no fim, foi decapitado. (…)
São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ele é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas.
A devoção a São Jorge é muito marcante em diversas nações, dentre as quais a Inglaterra e o próprio Brasil, sendo Padroeiro do Estado do Rio de Janeiro, onde é venerado por muitas pessoas, de maneira especial pelas pessoas mais simples. Sem dúvida alguma, a veneração a São Jorge em solo brasileiro já foi há muito tempo incorporada à piedade popular.
Além disso, para nós, cariocas, chama a atenção que São Jorge tenha sido militar e martirizado pelo Imperador Diocleciano, igualmente responsável pelo martírio de São Sebastião, Padroeiro da Cidade do Rio de Janeiro.
Todos nós, enquanto cariocas e fluminenses, deveríamos cultivar uma profunda devoção por esses dois grandes Santos, que tanto amaram Nosso Senhor, ao ponto de entregarem as suas vidas por Ele e pela Fé Católica.
Por outro lado, infelizmente, ao longo da história, muitas pessoas se aproveitaram da falta de informações disponíveis sobre a vida de São Jorge para envolverem a sua biografia em uma série de lendas e situações fantasiosas, o que não é tão incomum na Vida dos Santos, especialmente os mais antigos, mas também para profanarem a história de São Jorge através do “culto” promovido por falsas religiões, o que é simplesmente inaceitável. (o grifo é nosso)
A própria imprensa oficial do Vaticano ressalta que São Jorge seria “honrado” pelos muçulmanos, quando, na realidade, o seu auxílio era muito invocado pelos próprios cruzados durante a Idade Média, justamente para que São Jorge intercedesse em favor dos fiéis católicos nas guerras contra os sarracenos. A contradição das duas realidades é gritante:
“(…) Os cruzados contribuíram muito para a transformação da figura de São Jorge de mártir em Santo guerreiro, comparando a morte do dragão com a derrota do Islamismo. (…) O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”
Por mais incrível que possa parecer, nós vivemos uma situação muito semelhante (e até mais grave) no Brasil, atualmente, na medida em que São Jorge é “venerado” por integrantes do espiritismo, os quais identificam o Mártir com a divindade denominada Ogum. O mesmo se verifica com São Sebastião, que é identificado pelos mesmos espíritas com a divindade denominada Oxossi. Tais situações são desrespeitosas e inaceitáveis. (o grifo é nosso)
Em primeiro lugar, essa “veneração” promovida por falsas religiões e que envolve a adoração de falsas divindades representa uma profanação da própria biografia de São Jorge, o qual foi martirizado justamente por se recusar a prestar qualquer espécie de culto aos falsos deuses adorados pelos Romanos, de modo que a identificação de São Jorge com um deus falso (Ogum) configura uma completa subversão do seu supremo ato de amor por Nosso Senhor Jesus Cristo, justamente porque professava a Fé Católica. (o grifo é nosso)
Representação iconográfica de São Jorge e do demônio Ogum. (o grifo é nosso)
Em segundo lugar, a mencionada profanação, que não deveria ser tolerada ou admitida, especialmente de maneira pública, igualmente representa um flagrante desrespeito à Fé Católica e a todos aqueles que a professam, haja vista que a história de um dos Santos Mártires acaba por ser completamente pervertida e transformada em idolatria por muitas pessoas, sem qualquer preocupação com o Deus Uno e Trino, com a Verdade.
Para ilustrar o referido desrespeito, sem qualquer tipo de concessão quanto à posição da Una e Santa Igreja Católica diante das falsas religiões, bastaria considerarmos o que os pagãos diriam se nós, católicos, venerássemos Buda, Maomé, Ogum e Oxossi como grandes Santos Católicos. O que essas pessoas diriam se a história dos referidos personagens fosse subvertida, sob a falsa alegação de que os mesmos teriam sido grandes exemplos de Fé Católica? Certamente, os pagãos considerariam essa situação inaceitável, com toda a razão, diga-se de passagem. (o grifo é nosso)
Diante disso, urge que todos os fiéis católicos estejam bem instruídos quanto à profanação pública que é realizada frequentemente pelos pagãos ao culto e à memória do grande São Jorge, a exemplo do que fazem com o grande São Sebastião, ambos padroeiros do Rio de Janeiro (Estado e Cidade). (grifo é nosso)
Igualmente, seria fundamental que as Autoridades Eclesiásticas e o Clero em geral não perdessem a oportunidade de esclarecer e formar o povo fiel acerca de todos esses assuntos, notadamente nas datas em que a Santa Igreja Católica venera a memória desses grandes Santos Mártires, justamente como fez comigo hoje um querido Sacerdote amigo, ao me enviar as sábias palavras do nosso Cardeal Arcebispo Dom Orani João Tempesta no início do seu governo pastoral na Arquidiocese do Rio de Janeiro:
“São Jorge é católico. Se outros querem honrá-lo, tudo bem, ele é nosso” (o grifo é nosso).
São Jorge é católico. São Jorge é nosso. São Jorge é Santo e Mártir da Santa Igreja Católica
Apostólica Romana, fora da qual não há salvação. Que essa verdade chegue aos ouvidos dos pagãos, não para que se irritem, se confundam ou se envergonhem simplesmente, mas para que se convertam à Fé Verdadeira. Nós os amamos e desejamos ardentemente para todos os eles o Céu, a Vida Eterna com a Santíssima Trindade, a Virgem Santíssima, todos os Anjos e Santos. (o grifo é nosso)
Viva Cristo Rei! Salve Maria Santíssima! São Jorge, Santo Mártir Católico, rogai por nós, especialmente nesse tempo de pandemia!
Categories: Apologética, Catequese
23 abril, 2020
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Revisado e aumentado em 24/04/2024
Este artigo foi coletado no site Arquidiocese Salvador, publicado em 14/11/2018 (fonte secundária), que informa que o artigo foi anteriormente publicado no jornal A TARDE – Salvador – BA, 16.02.2014 (fonte primária). Acessado em 24/04/2024 às 11h e 10min.
Por Dom Murilo S.R. Krieger, scj (Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil)
Sou a favor do ecumenismo – isto é, do diálogo e da busca da unidade entre as religiões que invocam o Deus Trino e confessam que Jesus, o Filho de Deus, é Senhor e Salvador. O pedido que no final de sua vida Jesus fez ao Pai: “Pai, que todos sejam um” (Jo 17,21), nos motiva a buscar a plena comunhão eclesial. O caminho da unidade dos cristãos é longo e difícil; nele, cada pequeno passo é um grande passo. Como a unidade dos cristãos só acontecerá pela ação do Espírito Santo, é importante e necessário rezar, e muito, nessa intenção.
Sou, também, a favor do diálogo com as religiões não-cristãs. “A Igreja Católica nada rejeita do que há de verdadeiro e santo nestas religiões” (Concílio Vaticano II, NAe, 2). Todos os povos formam uma só comunidade, por terem uma única origem. As várias religiões buscam resposta às grandes interrogações sobre a condição humana – por exemplo: qual o fim da vida? O que é bem e o que é mal? De onde vêm a dor e o sofrimento? Que sentido eles têm? O que é a morte? Qual o sentido de nossa existência? etc. Nesse diálogo, a Igreja Católica anuncia Cristo, apresentando-o como “Caminho, verdade e vida”.
Diferente é a minha posição sobre o sincretismo. Para que fique claro o que quero dizer, começo lembrando as definições que os dicionários apresentam dessa palavra. “Sincretismo”, para o Houaiss, é “a fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas”; para o Aurélio, é “a tendência à unificação de ideias ou de doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis” (Aurélio); já para o Dicionário Etimológico Nova Fronteira, trata-se do “amálgama de doutrinas ou concepções diferentes”. (o grifo é nosso)
Com o sincretismo, ao perder a própria identidade, todos perdem. Pior: desaparece o diálogo, uma vez que o profundo conhecimento da própria fé ou da crença que norteia uma pessoa ou um grupo religioso são a base e o fundamento de todo e qualquer diálogo produtivo. Quando não há um conhecimento próprio, quando não se tem clareza quanto à própria identidade, o resultado será mesmo um “amálgama” (= “mistura de elementos heterogêneos ou diferentes”, segundo Houaiss). Tendo em vista que os cristãos viviam em ambientes onde moravam também pessoas de outras religiões, o apóstolo Pedro advertia às primeiras comunidades: “Sabei dar, aos que vos pedirem, a razão da vossa esperança” (1Pe 3,15). Com isso, ele queria dizer que somente um cristão que conhece bem a sua própria fé é capaz de apresentar e explicar sua visão religiosa aos que pensam e vivem de forma diferente da sua; somente esse cristão será capaz de um diálogo maduro com todos os que têm outras religiões ou que não têm religião alguma.
Vivemos num mundo pluralista. A globalização aproxima as pessoas, quebra muros de separação e nos ajuda a nos conhecermos melhor. Independentemente da religião que cada qual pratica, todos somos chamados a trabalhar por causas que nos unem e dignificam a vida humana – por exemplo: a paz, a justiça, a promoção dos necessitados, a solidariedade etc. No mais, devemos nos respeitar mutuamente e saber conviver com o diferente. Descobriremos, então, que cada religião tem sua doutrina, expressões próprias de sua fé, tem orações e ritos próprios. Misturar doutrinas, ritos e celebrações seria a tentativa de unificar o que é inconciliável.
Em síntese: ecumenismo e diálogo religioso, sim; sincretismo, não. Foi isso que afirmou recentemente o Papa Francisco: “Um sincretismo conciliador seria, no fundo, um totalitarismo dos que pretendem conciliar prescindindo de valores que os transcendem e dos quais não são donos. A verdadeira abertura implica conservar-se firme nas próprias convicções mais profundas, com uma identidade clara e feliz, mas disponível para compreender as do outro e sabendo que o diálogo pode enriquecer a ambos. Não nos serve uma abertura diplomática que diga sim a tudo para evitar problemas, porque seria um modo de enganar o outro e negar-lhe o bem que se recebeu como um dom para partilhar com generosidade” (Evangelii Gaudium, 251). (o grifo é nosso)"
Este artigo publicado no site da Editora Cleofas, expressa a visão do
PROF. FELIPE AQUIN, sobre o sincretismo religioso. Publicado em 11/01/2024, acessado
em 24/04/2024 às 11h e 10min.
"O PERIGO DO SINCRETISMO RELIGIOSO
O sincretismo religioso sempre foi um perigo para a fé dos cristãos. Os Papas em muitos documentos alertaram sobre este perigo. Por exemplo, recordando o discurso que São João Paulo II fez aos membros de outras religiões em Assis, o Papa Bento XVI afirmou, em 2006, que: “é importante não esquecer a atenção que então foi dada para que o encontro inter-religioso de oração não se prestasse a interpretações sincretistas, fundadas numa concepção relativista” [1]. (o grifo é nosso)
Em sua viagem ao Benim (África), em 2011, Bento XVI explicou com clareza que: “o diálogo inter-religioso mal-entendido leva à confusão ou ao sincretismo. Este não é o diálogo que se pretende”. (o grifo é nosso)
Por outro lado, a Declaração “Dominus Iesus” (n. 22), aprovada pelo Papa São João Paulo II, explicou sobre a ilusão e o perigo da mentalidade relativista que leva a pensar que “tanto vale uma religião como outra”:
“Com a vinda de Jesus Cristo Salvador, Deus quis que a Igreja por Ele fundada fosse o instrumento de salvação para toda a humanidade (cf. At 17,30-31). (Cf. LG, 17; Enc. Redemptoris missio, n. 11). Esta verdade de fé nada tira ao fato de a Igreja nutrir pelas religiões do mundo um sincero respeito, mas, ao mesmo tempo, exclui de forma radical a mentalidade indiferentista imbuída de um relativismo religioso que leva a pensar que tanto vale uma religião como outra” (Redemptoris missio, n. 36). Se é verdade que os adeptos das outras religiões podem receber a graça divina, também é verdade que objetivamente se encontram numa situação gravemente deficitária, se comparada com a daqueles que na Igreja têm a plenitude dos meios de salvação (Pio XII, Carta Enc. Mystici corporis, Denz., n. 3821). Há que lembrar, todavia, “a todos os filhos da Igreja que a grandeza da sua condição não é para atribuir aos próprios méritos, mas a uma graça especial de Cristo; se não corresponderem a essa graça, por pensamentos, palavras e obras, em vez de se salvarem, incorrerão num juízo mais severo” (LG, 14). Compreende-se, portanto, que, em obediência ao mandato do Senhor (cf. Mt 28,19-20) e como exigência do amor para com todos os homens, a Igreja “anuncia e tem o dever de anunciar constantemente a Cristo, que é ‘o caminho, a verdade e a vida’ (Jo 14,6), no qual os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou todas as coisas consigo” (Nostra aetate, n. 2)
O Catecismo a Igreja Católica é muito claro quando afirma a necessidade da Igreja católica para a salvação:
“…toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é seu Corpo: Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (n.846).
Apesar dessas palavras tão fortes da Igreja sobre a salvação, há, infelizmente em alguns segmentos da Igreja a tendência perigosa de deixar que as pessoas se salvem “dentro de suas próprias culturas e crenças”, fora da Igreja, voluntariamente. Sobre isso diz o Catecismo: “cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar todos os homens” (n. 848), pois a grande ordem de Jesus para a Igreja, em todos os tempos foi esta:
(o grifo é nosso)
“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20).
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. 16.Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16,15-16). Foi por isso que milhares de missionários, como São José de Anchieta, e tantos outros, deixaram suas pátrias, para levar esta salvação aos índios.
Portanto, deixar de levar a todos os homens, sejam civilizados ou não, o único Evangelho da salvação e os sacramentos da Igreja católica, seria uma enorme traição a Jesus Cristo. O Catecismo diz que quem não conheceu a Igreja, Cristo e o Evangelho, sem culpa, pode se salvar se viver de acordo com os ditames da consciência (cf. n. 847). Mas que fique bem claro este “sem culpa”.
De modo especial, o sincretismo religioso é destruidor na celebração da Eucaristia. O Papa Bento XVI, no dia 15 de abril de 2000, falando aos bispos da região Norte do Brasil, criticou o sincretismo religioso no Brasil e pediu que os bispos brasileiros rejeitem “fantasias” na Eucaristia. Ele disse que: “o culto não pode nascer de nossa fantasia”, já que “a verdadeira liturgia pressupõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-lo”. (o grifo é nosso)
A mensagem foi clara: a Igreja não aceita o sincretismo, nem mesmo em regiões distantes e onde a cultura local seja predominante. Bento XVI insistiu que estava preocupado “por tudo o que possa ofuscar o ponto mais original da fé católica” e advertiu para os riscos do sincretismo. A Igreja rejeita que sejam introduzidos ritos tomados de outras religiões na celebração das missas.
(o grifo é nosso)
Bento XVI disse aos bispos do Norte do Brasil que “os desvios poderiam estar sendo motivados por uma mentalidade ‘incapaz de aceitar a possibilidade de uma verdadeira intervenção divina’. Para ele, a Eucaristia é um ‘dom demasiado grande para suportar ambiguidade e reduções’. ‘Quando na Santa Missa não aparece a figura de Jesus como elemento preeminente, mas uma comunidade atarefada em muitas coisas’, se produz um ‘escurecimento do significado cristão do sacramento’. Que ele (Jesus) seja verdadeiramente o coração do Brasil, de onde venha a força para todos homens e mulheres brasileiros se reconhecerem e ajudarem como irmãos”, completou.
Imagens comprobatórias:
- SINCRETISMO RELIGIOSO
- O PERIGO DO SINCRETISMO RELIGIOSO