"POLÍCIA NIGERIANA PRENDE CHEFE POR SE PASSAR POR MONARCA IORUBÁ NO BRASIL E ENFRENTA 5 ACUSAÇÕES
Por ADEYINKA OLAIYA
Postado em 8 DE OUTUBRO DE 2023,A polícia nigeriana prendeu a chefe Adeyinka Adesina Akofe Obawale, tradicionalista nigeriana, por se passar por um monarca iorubá no Brasil. O cacique Adeyinka Adesina Akofe Obawale, que viajou ao Brasil para promover o reino de Oje, foi acusado de desfilar como Arole Oje, alegando ser o Olu Oje do Reino de Oje, que é uma das linhagens dos descendentes de Orunmila.
Relatórios de Osogbo, onde o suspeito está atualmente detido, indicam que H.R.M Oba Sikiru Adeyeba Adeniji, Ompetu Olojudo, ldo, lfe e o chefe supremo do Reino de Oje, relataram oficialmente às autoridades nigerianas que o chefe Adeyinka Adesina Akofe nunca foi coroado como rei em nenhum reino iorubá ou Oje. Ele acusou o indivíduo detido de se passar pelo Olu Oje para obter vantagens dentro da sociedade brasileira de tradicionalistas.
The police have charged the chief with five counts, including threats to lives and impersonation of traditional authorities in diaspora
Falando ao Ancestral News após a prisão em 5 de outubro, o Ompetu Olujudo afirmou que Adeyinka Akofe não é um verdadeiro reflexo de um Oba iorubá e detalhou seu histórico de imitação em vários papéis.
Vídeos e gravações de áudio compartilhados com o Ancestral News revelaram que o chefe preso também ameaçou prejudicar as famílias de outro indivíduo, o chefe Fatai Toromade, em Osogbo, na Nigéria.
Informações do departamento de polícia de Osogbo revelam que o acusado, atualmente encarcerado em Osogbo, deve comparecer perante um tribunal em 13 de outubro de 2023.
De acordo com o Onipetu, o chefe supremo do reino de Oje, Oba Sikiru Adeyeba Adeniyi, Ompetu Olujudo, Ife, respondendo à foto onde ele foi visto aparentemente coroando o suposto monarca falso chefe Adeyinka Akofe, ele afirmou: "Eu não sabia que ele era um impostor. Ele apareceu no meu palácio durante meu aniversário de 50 anos e pediu minhas bênçãos. Eu apenas usei minha coroa para oferecer uma oração por ele, sem saber que ele mais tarde usaria tal imagem para alegar falsamente que eu o coroava. Ele vem conferindo títulos como se fosse um monarca. Se eu o coroasse, ele deveria prestar depoimento à polícia", comentou o Onipetu.
Quando questionado sobre sua escolha de manter negócios e uma amizade com o impostor, apesar de estar plenamente ciente de suas ações enganosas, Toromade esclareceu as circunstâncias. "A chefe Adeyinka Akofe colaborou exclusivamente comigo em projetos de medicina tradicional. No entanto, ele acabou recorrendo a ameaças contra minha família na tentativa de fugir do pagamento pelo trabalho que eu havia realizado para um cliente no estado de Kogi. Esse incidente ocorreu em um local onde ele havia alegado falsamente ter sido coroado como rei", explicou Toromade.
Expressando sua posição sobre a situação, Fatah Toromade transmitiu: "O chefe Adeyinka Akofe deverá responder a todas essas acusações, incluindo suas falsas alegações de ser um monarca no Brasil. Está mais do que na hora de começarmos a limpar e defender a integridade da religião tradicional iorubá na diáspora, antes que indivíduos como esse manchem nossas tradições reverenciadas. Ele está atualmente sob custódia policial", afirmou Toromade.
Babatunde Adesewa, um tradicionalista e chefe de Osogbo, Estado de Osun, compartilhou com o Ancestral News que o conflito é interno. Ele insiste que Adeyinka Akofe não foi preso por falsificação de identidade, mas por supostas ameaças à vida de Oba Olujudo e da família do chefe Toromade. Ele enfatizou que a acusação de se passar por um monarca é falsa e tem origem em seus inimigos dentro do círculo tradicional, que não parariam em nada para desacreditá-lo. Babatunde revelou ainda que a delegacia de polícia em Osogbo não incluiu se passar por um monarca nas acusações; em vez disso, eles se concentraram em incidentes com risco de vida, como revelado em gravações de áudio onde Adeyinka solicitou assassinos contratados para eliminar seus oponentes.
"Eram todos amigos e familiares engajados nos mesmos empreendimentos até que surgiu uma disputa, decorrente de uma viagem ao Brasil que catapultou Adeyinka para a fama mundial. Babatunde questionou: "Se ele não é um rei, por que ele conferiu títulos, mesmo a embaixadores na Nigéria? Por que ele se sentou ao lado de monarcas usando uma coroa? Por que ele viajou pela África com o apoio daqueles que agora o acusam de falsificação de identidade?" Ele pediu que as pessoas revisassem seus vídeos, destacando que esses homens estavam consistentemente juntos. Babatunde concluiu: "Não há base para a falsificação de identidade aqui; são falsidades fabricadas. Se ele é culpado, então todos eles devem ser presos também, pois conspiraram juntos."
Segundo nigerianos no Brasil que observaram as atividades do suposto falso monarca durante seu tempo no Brasil, o cacique Adeyinka Akofe, como rei ou não, apresentou conduta exemplar enquanto esteve no Brasil. "Oba Adeyinka Akofe representou a Nigéria de forma admirável no Brasil, promovendo nossa cultura de forma ainda mais eficaz do que alguns daqueles que se dizem reis legítimos. Só na Nigéria você vê Adegun hoje, Adeogun amanhã. Quem pode discernir a verdade?", comentou KFA Valentine, astro nigeriano da Fuji no Brasil.
Em resposta aos incidentes, uma tradicionalista iorubá brasileira, Babalorisa Areola Figueiredo, declarou: "Deve haver dedicação e sinceridade de nossas famílias iorubás nigerianas. Precisamos de iorubás da Nigéria que nos ensinem mais e nos aproximem de nossas raízes, não de indivíduos que nem mesmo são tradicionalistas tentando se impor como autoridades tradicionais no Brasil. Isso é muito desanimador. Não consigo acreditar que a pessoa que minha família admirava enquanto estava no Brasil nunca foi um rei. Destacou-se como embaixador cultural; ele deveria ter aderido a isso em vez de aspirar a ser rei", disse a brasileira Babalorisa.
Vale ressaltar que a religião tradicional iorubá está crescendo rapidamente na diáspora, sendo o Brasil um dos principais países onde a religião Ifá Orisá está ganhando força. O governo brasileiro investe milhões de dólares anualmente para promover as religiões tradicionais africanas no país. A crescente presença de impostores da Nigéria reivindicando vários títulos no Brasil levantou preocupações a ponto de brasileiros começarem a duvidar da credibilidade dos padres nigerianos.