sexta-feira, 24 de julho de 2020

NOSSO ORI É UM POUCO MÍOPE - REFLEXÃO.

Renata Barcelos
Yemojagbemi Arike

24/07/2020

Orisa, muitas vezes, está a frente do entendimento do nosso Ori, como aquela que passa uma mensagem que não teríamos, até então, sacado. Um ori pode ser limitante, o Orisa não. O Ori muitas vezes precisa de ""correções e fortalecimento". 

Como diz Luiz L. Marins, no artigo Ori Nikan: "ori é um culto e rito praticamente monoteísta, único para cada pessoa", e continuará sendo único, ainda que 100 pessoas se inicie no mesmo Orisa, mesmo com o mesmo sacerdote.

Na Religião Yoruba, um Orisa pode ser cultuado em comunidade compartilhando um mesmo ojubo (altar coletivo), mas um Ori é sempre individual, e cada um terá e continuara tendo seus próprios desafios.. uma pessoa iniciada precisara ainda de muitos boris, e muitos ebos, e também, evidentemente, continuará a cultuar seu Orisa.

Não é exatamente que a religião Orisa busque a "evolução" pessoal, mas compreende que o ser humano passará a vida tendo que tomar conta de seu Ori, e sua conduta. 

Como diz ainda Luiz L. Marins: "está subentendido que iwa (pele e rere) está em Ori". 

Kola Abimbola disse uma vez, que é o  Orí que movimenta o Ese, nossa pernas, nosso pé. Esse caminho de Ori, Iwa e Ese, e no MEU entendimento não significa que abandonaremos os cuidados com pós iniciação do Orisa.

Voltando.. quando Ori está fortalecido, ele nos ajuda até mesmo a entender melhor Orisa e as mensagens que pode nos passar, pois Orisa, muitas vezes "abre o olho do ori" (expressão), saca? Ori tá lá teimando em fazer algo, aí, orisa fala: não faça, ou faça.

Orisa está a frente no sentido da comunicação e no corpo do conhecimento. Já Ori é em si o resumo de nós, e o acumulado de nós, com o traço pré fabricado vindo do Orisa e ancestral.

O Orisa, então, tá melhor identificado como aquele que possui algo, no mínimo, superior e/ou não faria sentido invoca-lo. Eu posso pedir para Orisa me ajudar com Ori .. mas ele fará mas sem saca rolhas na mão - poderá dizer: "vá dar um bori"; e pedir para olharmos nosso comportamento.

Pedimos a Orisa que ajude nosso Ori, e Orisa o faz, muitas vezes, mostrando um melhor caminho, pois todos, em algum aspecto, é um pouco míope - nunca conheci o ser perfeito, você já?

Para nosso propósito, o Ori nos identifica como único dentro do grupo Orisa, mas é Orí quemdá a personalidade não estereotipada que identifica cada membro de uma família de Orisa - de um mesmo Orisa, como um sujeito diferente do outro.

Na foto a família de Yemoja de Iseyin, e também de Oyo .. todos de Yemoja partilham tudo na comunidade, e preservam, ainda assim, suas características. Alguns gostam mais de dançar, outros não, uns cantam outros não, alguns são bravos outros não..

* cabe aqui destacar que alguns precisam apenas de egbe orun, ou egungun, etc ..

Beijos

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quinta-feira, 23 de julho de 2020

CONSIDERAÇÕES SOBRE REALINHAMENTO DOS RITOS AFRO-BRASILEIROS, NA TRADIÇÃO BATUQUE DO RS

Por Erick Wolff de Oxalá
REVISADO E AUMENTADO EM 19/11/2020


BUSCAR A NOSSA ORIGEM
Os nossos ancestrais afro religiosos, vieram de algum lugar da África, desta forma cabe a nós buscar esta herança cultural e religiosa, e que seja feita na sua origem. Ou seja, a nossa referencia será a matriz Africana.

Realinhar com a origem religiosa, não é mudar iniciações, feituras ou o que cultua, mas poder rever e realinhar com o que os nossos antigos praticavam, e que possivelmente com o passar dos tempos foi gradativamente mudando.

Como cita o Pai Chiquinho do Oxalá, sobre mudanças que o Batuque sofreu com o passar dos anos;


Mãe Santinha do Ogum fala que iniciou no orixá, a mãe de santo dela, foi a cada ano dando um orixá.



 
SOBRE AS DIVINDADES CULTUADAS NO BATUQUE DO RS.
A origem das divindades cultuadas no Batuque do RS, mesmo que a iniciação tenha se feito aqui na diáspora, a sua origem será sempre divindades cultuadas entre os povos ioruba.

O Orixá irá se comunicar no nosso idioma, se assim ele desejar, pois, na necessidade dele se comunicar, o fará da forma mais clara.


CANTIGAS DO BATUQUE
Sabemos que em determinado momento, alguns antigos, resolveram mudar as orin (cantigas), supostamente para facilitar cantar, esta mudança foi feita sem qualquer estudo cientifico, causando assim um dilaceração idiomática sem precedentes. Por isso, a necessidade de aprendermos o idioma, e rever o que cantamos, para cantar adequadamente cantigas aos orixás.

Assim o alagbe e babalorixá Antonio Carlos de xangô, informa que quando ele era pequeno o babalorixá dele assentou um Bara o orixá dele e a passagem, para que ele pudesse tocar. E ainda no mesmo vídeo, informa que em determinado momento começaram a mudar as letras das cantigas, para facilitar a forma de cantar, por que tinham dificuldade com o idioma, e sem estudo, criando um idioma afro-brasileiro, com um vocabulário próprio. Veja a seguir;

Transcrição da fala do Onilu Antonio Carlos.

[...] A língua que nós falamos, é uma língua afro-brasileira.... entendeu?... por que um exemplo que eu vou dar... (cantando)... antigamente era diferente.... (cantando)... então as pessoas de hoje teria uma dificuldade para desenvolver na língua... entendeu?.... então o qui que aconteceu nesse.... facilitaram mais... entendeu?... não tão afro puro [...]

FUNDAMENTOS E INICIAÇÕES
Os fundamentos não mudam, mas podemos melhorar o que fazemos, para possibilitar uma comunicação adequada com os orixá.

Rever os conceitos de Bori e Ori, para que através disso possamos voltar a praticar o culto ao Ori, conforme algumas famílias ainda preservam o que os nossos ancestrais ensinaram.


ATUALIZAR E REALINHAR


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUGESTÕES
 
Estudar o idioma para cantar adequadamente e saber o que canta.

Aprimorar o conhecimento sobre folhas, para manusear o poder destas ervas, conforme as suas propriedades.

Estudar sobre a divindades, para conhecer a sua cultura.


E ao olhar para o Batuque, devemos visualizar a sua origem, não nos prendermos no atual momento, pois este é o resultado, não a origem. 



SABER O QUE CULTUAMOS PARA SABER QUEM SOMOS.



quarta-feira, 22 de julho de 2020

CONHEÇA ARALOLA OLAMUYIWA, MAIS CONHECIDA COMO ARA ( RAIO)

A Nigeriana Yoruba de Ondo, que fez do Ilu ( tambor) "TAMBORES FALANTES " um sucesso internacional.

Ela já se apresentou para a Rainha da Inglaterra, ex-Presidente dos Estados Unidos da América, Bill Clinton e ex-Presidente Olusegun Obasanjo, o partido dos prefeitos na América, Evander Holyfield, WESLEY SNIPES na Broadway executives amongst entre outros notáveis.

Na terra ioruba, o tambor falante é uma percussão na qual as pessoas podem dançar ritmicamente, mas não é só isso. A Sua majestade Alaafin Oyo em entrevista ao jornal Daily Sun diz que “O tambor falante é uma importante avaliação cultural do povo Yoruba e foi dado o salto e o pioneirismo dos Oyo Yoruba. Quando as pessoas ouvem falar do tambor falante, elas acreditam que é apenas um instrumento a ser tocado para as pessoas dançarem, mas não é assim, podemos usá-lo como um meio de transmitir mensagens. Pode-se transmitir mensagens em diversas formas, pode-se transmitir mensagens em uma distância longa ou curta, dependendo da situação. "

ARA, está levando mesmo a sua mensagem ao mundo, com tambores nas mãos, e fazendo sucesso dentro e fora de terra yoruba, em 2016 gravou seu primeiro álbum chamado ARA DE.

Aralola, 2 anos atrás ainda revelou ter sofrido violência domestica, e também foi vitima da exploração de uma gravadora.

As lutas de Ara, ainda são maiores recentemente foi noticiada pois em visita as autoridades de transporte de Lagos - Nigéria defendeu a necessidade de prioridade para deficientes, idosos, gestantes e mulheres com bebês para todos países.

ARA é mesmo um raio! um trovão! uma força da natureza!

Se quiser ver mais:


CALENDARIO PRIMORDIAL DOS YORUBA



O povo Yoruba conta o tempo através do sistema lunar para ser capaz de controlar a produção de alimentos, plantio e colheita e também através de observar certas aves , insetos para ajudá-los a determinar a mudança sazonal, que esta ligada aos festivais anuais para divindades específicas , a fim de alcançar seu próprio equilíbrio como resultado do equilíbrio da natureza.
O antigo Calendário anual Yoruba passa por diferentes fases de evolução
• cosmologia Yorubá
ciclos agrários
• ciclos Sazonais
• ciclos lunares
A fim de compreender a ideia anterior pré-colonial de um sistema de calendário anual, é pertinente chegar ao período aborígine Yoruba e ao mito da criação do mundo, sendo este a base do calendário divinatório primordial, que é o primeiro pilar da estrutura social Yoruba.
Ele é baseado no número fixo (4), cujo conceito está relacionado com as crenças tradicionais sobre o Universo sendo este redondo e sua criação começou com 4 cantos.
Esta é a base da semana Yoruba de 4 dias, chamada Orita - estrada do cruzamento.
Os 4 cantos reunidos no centro do círculo de origem.
Retirando os 4 cantos do círculo, significa que os 4 cantos foram levados para o centro.
A organização tradicional das aldeias Yoruba e dos grupos familiares pode servir como uma ilustração social.
O chefe do grupo familiar tem sua casa no centro do complexo da família, Baale Agbo Ile, O Chefe fica no centro das casas.
Esta é a semente primordial que define a estrutura social Yoruba.
A reconstrução semântica do sistema do calendário divinatório é puramente oral através de histórias orais Oriki- e cânticos.
Os Dias da Semana sao 4
Estes marcam valores das 4 divindades mais importantes do cosmologia iorubá e o ciclo do mercado.
O calendário tem uma matriz divinatório muito simples, que nos leva ao passado dos Yoruba, atingindo a aborígine do período de Òrìsà NLA, passando por status cosmológicos do sagrado espiritual.
Origem dos Dias
A religião tradicional do povo Yoruba é conhecida como “Esin Orisa Ebile” ou ABOÒRÌSÀ.
Olodumare (O Creador Supremo) enviou o Orisa criar a Terra, atribuindo-lhes diferentes funções relacionadas com a natureza e operação do mundo.
Olodumare delegou os seus poderes ao Orisa e deu-lhes autonomia e autoridade para agir, de acordo com o poder recebido dele.
No início, não havia Dias de semana e Olodumare decidiu dar ao Orisa 4 dias na semana.
• Dia 1 dedicado a Ògún Ose Ògún
• Dia 2 dedicado a Sàngó Ose Sàngó /Jakuta
• Dia 1 dedicado a Obàtálá Ose Obàtálá
• Dia 1 dedicado aos outros orisa Ose Ayo (joy)
Este tem uma semana 4 dias, 28 - dias mês , 13 meses em um ano e 2 estações principais, que são sub- divididas .
O ano Yoruba não atravessa para o ano seguinte em um dia de ou mês fixo.
É de salientar que o calendário tradicional ainda continua a ser uma referência ate ao dia de hoje para os caçadores, fazendeiros , povo tradicional e comunidade. O último dia do mês (28 ), conhecido como OJO OLOYIN é muito importante na sociedade Yorubá . Durante este período os agricultores e caçadores voltam para a cidade para as suas famílias , bem como a comunidade se reúne na cidade e no palácio.
• 4 dias = 1 semana ( calendário tradicional )
• 7 semanas = 28 dias = 1 mês
• 91 semanas = 1 ano
• 13 meses = 1 ano
ASA ORISA ALAAFIN OYO

Fonte ´Dra Paula Gomes

O ANCESTRAL ABENÇOANDO O RECÉM NASCIDO

Por Oje Adebayo Ifamuyiwa Ojebisi

Postado em 17/01/2020 



Sim não gosto muito porque misturam com voodoo as vezes até práticas do hinduísmo. Mas está imagem não há como não amar, um ancestral trazendo seu descendente no colo 😍 certamente vão preparar os ritos de batismo aos moldes do Benin eu acho já que não há nenhuma legenda e é comum o Oje entrega seu filho ao fim dos ritos para Egungun apresentar a comunidade. Detalhe o rito é 100% feito dentro da sociedade de Egungun. Não há nem mesmo intervenção de nenhum Orisa. Aos moldes Yorubá é lindo os cânticos são de rancar lágrimas porque lembra seus parentes mortos contando a história...

sábado, 11 de julho de 2020

ṢÀNPỌ̀NNÁ


"A Divindade se chama Ṣànpọ̀nná (Xampanã), nome que não deve ser pronunciado na hora em que o sol está quente e nem em estações quentes e secas...

Ọbalúayé (Rei e senhor na Terra) é o nome que esta Divindade possui quando encarnou na Terra, Ọmọlú (Filho de Ọlú) é um título de Ọbalúayé apenas em Ọ̀yọ́, e como o Candomblé sofreu grande influência das tradições de Ọ̀yọ́, este título de Ọbalúayé foi conservado no Brasil, não é um título usado para este Òrìṣà em outras cidades iorubás...

Outros títulos da Divindade Ṣànpọ̀nná são: Jagun, Olóde, Bàbá Oyè, Àjàkáyé, Ìgbóná, etc...

Ṣànpọ̀nná (Ọbalúayé) entre os iorubás não se veste de ìko (palha da costa), mas no Candomblé sim, devemos respeitar esta maneira de culto...

Ṣànpọ̀nná/Ọbalúayé NÃO É UM VÒDÚN...

SAKPATA É UM VÒDÚN. SAKPATA É O CULTO DE ṢÀNPỌ̀NNÁ EM TERRAS FONS..."

*Foto: Ṣànpọ̀nná em Ọ̀yọ́, foto Àṣà Òrìṣà Aláàfin Ọ̀yọ́.
Hérick Lechinski

TIKTOK ERICK WOLFF

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