sábado, 26 de novembro de 2022

ORUNMILÁ ESCOLHE A BENÇÃO DA PACIÊNCIA.

Por Erick Wolff de Oxalá
Em 29/11/2022

Em conversa com um amigo, ele citou este itan que pertence a Ifá, e pela sua graciosidade, resolvi postar, ele expressa que para alcançar os nossos objetivos devemos sempre escolher a paciência, só assim, a verdade sempre aparecerá na hora certa.





             
‘’SUURU‘’ (PACIÊNCIA) 

Sikiru Salami


[....] (Odu Ogbeyonu)

Igun, primogênito de Olodumare que é Agotun, aquele que faz DA chuva uma fonte de riqueza adoeceu gravemente. Olodumare fez tudo que pôde para curar seu filho, sem obter sucesso. Cansado, abriu-lhe a porta do aye para que ele fosse morar lá onde talvez pudesse encontrar cura para seus males. Na terra residia então, um homem muito bondoso chamado Orunmilá que precisava muito de ganhar dinheiro para criar seus filhos. Por essa razão Orunmilá foi consultar Ifá. Seus adivinhos o aconselharam a fazer um sacrifício com cinco galinhas. Fazendo esse ebó, no quinto dia, toda a riqueza desejada chegaria às mãos.

As galinhas deveriam ser sacrificadas, uma a uma, diariamente, até completar cinco dias. Cada galinha sacrificada teria as vísceras retiradas e colocadas em uma cabaça, coberta com azeite de dendê e levadas a uma encruzilhada. As carnes das galinhas poderiam ser comidas por ele e sua família. Sempre que fosse entregar a ofenda na encruzilhada, Orunmilá deveria ir cantando bem alto até chegar a encruzilhada onde seria entregue a oferenda:

“Que a sorte venha a mim, que a sorte venha a mim”!

Esse procedimento deveria se repetir por cinco dias. Orunmilá fez conforme foi orientado. Assim ele começou a oferecer o seu sacrifício. Sacrificava as galinhas e, cantando, levava suas vísceras para a encruzilhada. Lá chegando, depositava a oferenda e despejava o azeite de dendê por cima. Depois de colocar o azeite começava a rezar pedindo que a sorte chegasse para ele. Havia um matagal em frente à encruzilhada onde Orunmilá entregava as oferendas e era Ali, exatamente Ali, que vivia desde que veio do Orun, Igun, o filho de Olodumare. Sem meios de sobrevivência Igun passava fome, e assim que Orunmilá deixava as oferendas e saia dali, Igun IA lá e comia tudo. Igun, filho de Olodumare, tinha cinco doenças: Uma na cabeça, outra nos braços, outra no peito, outra nas costas e era aleijado dos pés. No primeiro dia em que comeu a oferenda de Orunmilá, viu-se curado do problema que tinha na cabeça e surpreendeu-se. No dia seguinte Orunmilá levou novamente sua oferenda à encruzilhada repetindo OS mesmos rituais sem saber que alguém comia o que Ali despachava. Assim que Orunmilá saiu DA encruzilhada, Igun foi lá e comeu tudo de novo. Os dois braços de Igun que não esticavam, depois de ele ter comido DA oferenda, recuperaram a mobilidade. No terceiro dia Orunmilá continuou seu rito, levando sua oferenda na encruzilhada. Mal terminara de arriar o ebó Igun foi lá e comeu a oferenda. Desta vez, o peito de Igun, que era inchado, desinchou assim que acabou de comer.

No quarto dia Orunmilá levou seu ebó a encruzilhada, sempre cantando: “Que a sorte venha a mim! Que a sorte venha a mim”!

 Mal terminara de colocar o ebó no chão, Igun foi lá e o comeu. Assim que acabou de comer, a corcunda que havia em suas costas desapareceu. No quinto dia Orunmilá levou sua oferenda até a encruzilhada para completar OS rituais. No caminho foi cantando o mesmo refrão dos dias anteriores e como das vezes anteriores, mal terminara de colocar o ebó na terra e Igun foi lá novamente e o comeu todo. Na manhã do sexto dia seus dois pés aleijados haviam ficados sãos e ele passou a andar sem dificuldades. Começou a caminhar por todos OS cantos.  Efoi assim que Igun, o filho de Olodumare, foi curado de todas as doenças. A sorte pretendida por Orunmilá, antes de chegar a ele, chegou ao outro, que se alimentou com a comida ofertada.

As galinhas deveriam ser sacrificadas, uma a uma, diariamente, até completar cinco dias. Cada galinha sacrificada teria as vísceras retiradas e colocadas em uma cabaça, coberta com azeite de dendê e levadas a uma encruzilhada. As carnes das galinhas poderiam ser comidas por ele e sua família. Sempre que fosse entregar a ofenda na encruzilhada, Orunmilá deveria ir cantando bem alto até chegar a encruzilhada onde seria entregue a oferenda:

“Que a sorte venha a mim, que a sorte venha a mim”!

Esse procedimento deveria se repetir por cinco dias. Orunmilá fez conforme foi orientado. Assim ele começou a oferecer o seu sacrifício. Sacrificava as galinhas e, cantando, levava suas vísceras para a encruzilhada. Lá chegando, depositava a oferenda e despejava o azeite de dendê por cima. Depois de colocar o azeite começava a rezar pedindo que a sorte chegasse para ele. Havia um matagal em frente à encruzilhada onde Orunmilá entregava as oferendas e era Ali, exatamente Ali, que vivia desde que veio do Orun, Igun, o filho de Olodumare. Sem meios de sobrevivência Igun passava fome, e assim que Orunmilá deixava as oferendas e saia dali, Igun IA lá e comia tudo. Igun, filho de Olodumare, tinha cinco doenças: Uma na cabeça, outra nos braços, outra no peito, outra nas costas e era aleijado dos pés. No primeiro dia em que comeu a oferenda de Orunmilá, viu-se curado do problema que tinha na cabeça e surpreendeu-se. No dia seguinte Orunmilá levou novamente sua oferenda à encruzilhada repetindo OS mesmos rituais sem saber que alguém comia o que Ali despachava. Assim que Orunmilá saiu DA encruzilhada, Igun foi lá e comeu tudo de novo. Os dois braços de Igun que não esticavam, depois de ele ter comido DA oferenda, recuperaram a mobilidade. No terceiro dia Orunmilá continuou seu rito, levando sua oferenda na encruzilhada. Mal terminara de arriar o ebó Igun foi lá e comeu a oferenda. Desta vez, o peito de Igun, que era inchado, desinchou assim que acabou de comer.

No quarto dia Orunmilá levou seu ebó a encruzilhada, sempre cantando: “Que a sorte venha a mim! Que a sorte venha a mim”!

Mal terminara de colocar o ebó no chão, Igun foi lá e o comeu. Assim que acabou de comer, a corcunda que havia em suas costas desapareceu. No quinto dia Orunmilá levou sua oferenda até a encruzilhada para completar OS rituais. No caminho foi cantando o mesmo refrão dos dias anteriores e como das vezes anteriores, mal terminara de colocar o ebó na terra e Igun foi lá novamente e o comeu todo. Na manhã do sexto dia seus dois pés aleijados haviam ficados sãos e ele passou a andar sem dificuldades. Começou a caminhar por todos OS cantos. E foi assim que Igun, o filho de Olodumare, foi curado de todas as doenças. A sorte pretendida por Orunmilá, antes de chegar a ele, chegou ao outro, que se alimentou com a comida ofertada.

Quando Igun chegou ao Orun, Olodumare lhe perguntou onde estavam as três cabaças restantes. Igun lhe respondeu que viera para contar a Olodumare que todas as cabaças haviam voltado para ficar junto com Paciência na casa de Orunmilá, e que estava planejando retornar ao aye para buscá-las e trazê-las de volta ao Orun. Olodumare lhe disse que ele não precisava ir buscar as três cabaças, pois de fato, todas as bênçãos que continham pertencem a quem escolher Paciência. Quem tiver Paciência terá Longevidade, Fertilidade. Procriará e viverá bem com o que procriar adquirindo também a riqueza. Assim tudo transcorreu bem com Orunmilá que, com essas graças, veio a ser Rei de Ketu. Procriou e viveu bastante com esses ires. Orunmilá adquiriu tanta riqueza que construiu casas pelo mundo inteiro.

Feliz por suas conquistas. Orunmilá montou em seu cavalo e cantou: “Recebi o ado8 da riqueza! Recebi o ado Fertilidade! Recebi o ado da Longevidade! Oh!

Recebi o ado da paciência”!

 Dançou e alegrou-se. Louvou seus adivinhos e louvou também a Exu, o seu grande amigo.

 

INTERPRETAÇÃO: A Paciência é a maior das virtudes. Sem ela não haverá sabedoria, nem riqueza, nem felicidade, nem longevidade. É como exercício da paciência que o homem sábio conquista todas as boas coisas da vida [...] 


Poemas de Ifá e Valores e Conduta Social entre os Yoruba na Nigéria, SP, 1999 

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