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quarta-feira, 1 de maio de 2024

A COMUNIDADE DO BATUQUE DEBATE SOBRE ORIXÁ NO RITUAL DO BORI

Esta postagem foi coletada em 01/05/2024, do grupo Nação Cabinda do RS, no Facebook, postado em 28/04/2024.

Nela o debate foi sobre conceitos de Ori da Matriz e da diáspora batuqueira:


"O RITUAL DO BORI
O bori é um ritual do Ori, orixá não come no bori, por isso, se orixá comer é ritual de orixá.
JÁ FIZERAMA PERGUNTA PARA SI:
Se os conceitos filosóficos dos rituais de Ori, vieram da matriz Africana, por que atualmente, existem diferenças entre alguns ritos de algumas famílias dos segmentos de religiões afro-brasileiras?!?!"

Os comentários foram:

"Alexandre Rocha

Primeiro há religião,não veio só de uma parte da África.outra aqui mesmo,teve algumas modificações.


Erick Wolff

[Alexandre Rocha] sim, parcialmente tem razão, quando nos referimos a diversidade podemos dizer que as religiões "não vieram só de uma parte da África", no entanto, o culto de Ori pertence ao povo Ioruba, ou seja, os Banto e os Fom, não cultuam Ori nem fazem Bori.


Erick Wolff

E não podemos esquecer que, mesmo que a diáspora tenha que se adaptar e ressignificar para sobreviver, ainda assim, os conceitos básicos para que seja reconhecido devem ser preservados, um exemplo são as famílias do Batuque que preservaram o Bori para Ori.


Alan Machado

Então seu ritual de bori é diferente de todos os batuqueiros. Parabéns, só vc está correto👍🏻


Erick Wolff

[Alan Machado] respeitosamente, o tema não sou eu, nem o que pratico. Peço gentilmente que mantenha no tema.

Grato.


Erick Wolff

CONTRIBUINDO COM O TEMA BORI PARA ORI DO BATUQUE PUBLICADO EM 2012

Não é por que a maioria atualmente não faça que esteja errado, pois Bori alimenta ori.

ILÉ-ORÍ E A CREMEIRA: A NOÇÃO DE PESSOA NO BATUQUE DO RS

Rudinei O. Borba 1 (2012)

https://luizlmarins.wordpress.com/wp-content/uploads/2022/07/o-ile-ori-a-cremeira-e-a-nocao-de-pessoa-no-batuque-do-rs.pdf


Erick Wolff

[Mário Oxalá Obokun] ai na sua casa talvez não mas aqui no sul temos sim, vc tem toda a liberdade de fazer como desejar, mas não pode ignorar quem faz aqui.


Mário Oxalá Obokun

Ninguem faz aqui


Erick Wolff

[Mário Oxalá Obokun] ja citei as fontes, pode ir na casa das pessoas e conferir, todos inclusive sao de porto alegre.... e seguimentos diferentes.

para nao cansar as pessoas encerro contigo, caso tenha outro assunto para acrescentar, será bem vindo.


Mário Oxalá Obokun

Me responda a pergunta do galo vermelho na cabeça de filho de Oxalá.

Aqui pode ?


Erick Wolff

Mário Oxalá Obokun primeiro preciso que conceitue, qual ori se refere


Mário Oxalá Obokun

No batuque do RS.

Numa obrigação de Ori, na qual vc diz que quem define é próprio Ori.

Pode-se matar um galo vermelho na cabeça de um filho de Oxalá ?


Erick Wolff

[Mário Oxalá Obokun] por gentileza, eu necessito que defina o ori a qual esta se referindo, para poder responder.


Mário Oxalá Obokun

Ja desenhei ... Obrigaçao de Bori no batuque do RS


Erick Wolff

[Mário Oxalá Obokun] me desculpe, por gentileza, mas vc esta falando do ritual, conceitue o ori da sua pergunta.


Erick Wolff

Outra contribuição

COSTUMES E RITOS DO BATUQUEO DO RS, SEGMENTO OYO.

https://iledeobokum.blogspot.com/2022/12/costumes-e-ritos-do-batuqueo-do-rs.html


Erick Wolff

Mário Oxalá Obokun aqui no Batuque podemos ver bori para ori sim.


Claudete Welpe de Aguiar

Fico bem feliz por ser modificado porque não sei muito mas umas delas e que me parece que o cachorro seria sacrificado em nome de Ogum aqui com serteza muitas pessoas não fariam esta sacralização,me perdoe se falei bobagem mas a algum tempo li algo assim 👍


Philyp Tyago Xavier Rodrigues

Bem então o que pode ocorrer é o nosso povo chamar secularmente um rito que não seria o Bori africano, de Bori.

Pois no que eu conheço sempre vai aves do orixas do iniciado... logo não faz sentido ser exclusivo de ori


Erick Wolff

[Claudete Welpe de Aguiar] mais ou menos, veja o sacerdote tratando de Ogun:

O VALOR DO EJE: MENOS É MAIS

https://iledeobokum.blogspot.com/2022/07/o-valor-do-eje-menos-e-mais.html


Erick Wolff

Boa noite [Philyp Tyago Xavier Rodrigues], respeitosamente como vc mesmo disse, " é o que conhece" , se puder ver as minhas indicações sao batuqueiros que praticam o Bori para ori.


Mário Oxalá Obokun

[Erick Wolff] esse bori para Ori... quem define o que vai na obrigação?


Mário Oxalá Obokun

Aqui no batuque do RS o Orixá come junto

Sempre está presente a TODO culto de Ori


Erick Wolff

O próprio Ori que define, se é ele quem vai comer. Mário Oxalá Obokun


Mário Oxalá Obokun

[Erick Wolff] Tu sabes que aqui não é assim. Pode o ori de un filho de Oxalá pedir um agalo vermelho aqui no Batuque do RS ?


Erick Wolff

Uma coisa que costume ver, quase igual ao que o [Philyp Tyago Xavier Rodrigues] falou, é no bori somente aves, porem neste caso para ori.


Erick Wolff

Importante destacar, que com esta postagem não queremos converter ninguém, nem que mudem o que fazem, apenas peço que não ignorem quem faz e cultua o ori no Batuque, nem ignorem o conceito de ori na matriz."


Link https://www.facebook.com/groups/1444295859135612/posts/3744526595779182/

Revisado e aumentado em 31/07/2024

Nesta revisão acrescentamos comentários de um ex integrante do Batuque, que fala sobre a experiência dele durante o tempo que vivenciou esta religião.
A conversa ocorre na plataforma TikTok, na postagem: 

"A IMPORTÂNCIA E UTILIDADE DA MANTEIGUEIRA NO BORI
Os ritos e ligações do Ori e do Individuo."

Vejamos:


"Ijo Ifa Ogbeyonu

Seria bem verdade isso se aquela mantegeira tivesse sido feita para o Orisa Ori da pessoa e não associada com seu(a) "Pai/Mãe" de cabeça. Mas no batuque não há Orisa Ori, pois ori é filho de um Orisa.

 

Ijo Ifa Ogbeyonu

Seria bem verdade isso se aquela mantegeira tivesse sido feita para o Orisa Ori da pessoa e não associada com seu(a) "Pai/Mãe" de cabeça. Mas no batuque não há Orisa Ori, pois ori é filho de um Orisa.

 Ijo Ifa Ogbeyonu

Em 1993 nem se ouvia falar em Ori. Participei do Batuque por 20 anos e nunca vi Ori respondendo em Buzio. Ora, se nem todos fazem bori vinculado a Orisa, como Ori se comunica sem Orisa?


Ijo Ifa Ogbeyonu

Absolutista? Jamais. No entanto, o Batuque através do Buzio não tem resposta de Ori diretamente, pois Ori no batuque é filho de outro Orisa. Só isso, bem diferente da cultura yoruba, só isso"

Link https://www.tiktok.com/@erick_wolff8/video/7394939244638178565?browserMode=1 

Imagens comprobatórias 







Tik Tok





terça-feira, 13 de dezembro de 2022

COSTUMES E RITOS DO BATUQUEO DO RS, SEGMENTO OYO.

Coletamos esta postagem da mídia social Facebook, para registrar alguns pontos importantes sobre o Bori na tradição Batuque do RS. 


Em 24/11/2022 acessado em 13/12/2022 às 13:30

"Bàbá vc pode me falar sobre a sua Nação de Oyó na sua forma Tradicional!
Para nós Aganju é um Orixá! E Sango é outro!
Cultuamos Bombose! O machado sagrado de Sango!
Cultuamos Dada!
As casas de Oyó que ainda funcionam conforme as Tradições da Princesa Emilia de Oyá Ladja possuem os seguintes ritos:
Nossa ordem de Rezas:
1 Tocamos para os Orisás homens, depois para os Orisás mulheres!
Bara, Ogum, Sapana, Odé, Ossanha, Bokun, Orunmilá, Aganju, Sango, Oba, Nanã, Osun, Ibeji, Yewa, Otin, Yemanja, Yansã e Osalá!
Obs: Existem variações nessa ordem!
2 Na Sub Ordem tocamos para os Orisás mais novos depois os mais velhos!
Nosso tambor é mais largo, não é tocado muito apertado e é lento!
Possuímos toques e rezas específicas do Oyó!
Rezas de Misericórdias e Orisás que só o Oyó tira!
Para Obá tiramos o Alabao!
Rezamos para Bokun e Orunmilá no início do Batuque!
A Yansã nossa Rainha tiramos antes do Osala!
Rezamos duas Rezas para Orixá Yewa!
Rezamos Otin separado de Odé!
Para pagar o Tamboreiro rezamos o axé do Dinheiro!
Na 1 festa servimos as comidas salgadas:
Galinha enfarofada
4 Pé assado
Peixe Frito
Amalá
Acarajé
Frutas
Como bebida Atan
Os axós são das cores do Orixá que esta sendo comemorado
Na segunda festa servimos
Canjica branca
Canja
Doces
Os axós são brancos
Antes da festa fazemos a mesa de Ibeji
O Oyó possui Adjuntós próprios!
Como:
Yemanja com Odé
Yemanja com Aganju
Osala com Demun
Osala com Yansã
Ogum com Oba
Entre outros!
Nosso acarajé é feito na Mãozinha de Yansã
Nossa farinha de Sapana é pilada no pilão!
Possuímos frentes próprias como:
Acuru (Ekuru)! Olelé! Aoro! Omolocum! Entre outras frentes!
Obs; Nossas Frentes na sua maioria são cozidas e refogadas!
Nôs aprontamos com três no máximo 5 Orixás!
Nem todos possuem Orixás feitos permanecendo com feituras de Bori ou segurança de quartinhas!
Nossos Bàbás e Iyás são escolhidos por Búzios e aprovados pela Bacia!
Após aprovação ficam como Bàbás ou Iyás, mas subordinados ao seu FEITOR!
Nosso Bori não é feito junto com o Orixá! E sim separado! Com rezas e feituras próprias!
Nosso Bara é feito junto com o Bori!
Realizamos a Obrigação da Cabeça
Toque do Peixe
Cultuamos nossos Ancestrais no Mato
Para convidar para o Batuque fazemos o Ritual de Chibim!
Na nossa Bacia os mais velhos interagem e possuem voz ativa!
As cores da Yansã é marrom telha!
De Ogum Azulão com detalhes em vermelho!
Cultuamos as Ervas! São usadas desde a feitura dos Orisás ao Bori!
Ainda fazemos:
Mieró
Mieró Coberto
Sabapismo
Bori de Ervas
Bori de Peixe
4 pé de Ebi
Para receber o axé de búzios tem que passar pelo ritual de Apejó!
Bom meu irmão isso é um apanhado geral do Oyó! Talvez tenha esquecido algo!
Bàbá Ifaodunnola Aworeni
Whatsapp 51 +55 51 98474-4296" (os grifos são nosso)


Fonte https://www.facebook.com/babalawoifaodunnola/posts/pfbid02Hy3hrWsAxjES6wbXSF5JMxMM85sDUZNGUz48Ry6ewEfjjYbfyVNk5R1hqjujpcYml 
Imagem comprobatória 




 

quinta-feira, 21 de julho de 2022

OS MISTÉRIOS DE "ORI":

Postado em 20/07/2022, acessado em 21/07/2022 às 16:59




Um dos grandes fundamentos do Batuque afro gaúcho é a manutenção do Orí do iniciado no culto.

Para tanto é importante saber que Àtúnwá (reencarnação) e/ou àtúnbí (renascer), é o processo divino de continuidade da vida.

O Ori é a bússola do sagrado que nasce com cada indivíduo, é a morada de nossa pura essência, nosso "Deus" particular.

Quando nascemos, o Orí (cabeça), é o primeiro orixá que recebemos.
E quando damos obrigação ao Ori, trazemos as impressões que estão gravadas no inconsciente, a nossa origem no universo.

Orí é fonte da inteligência para a sobrevivência no ayé (Terra) e dele (Orí), geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada não somente para a vida em si, mas também na saúde, prosperidade e equilíbrio.
Nosso Orí está diretamente ligado ao "Orí òrun", portanto ele conhece nosso destino e desta forma nos conduzirá na passagem do mundo físico para o mundo espiritual e vice e versa.

Assim, Orí = "Origem do Ser"
“Nada se faz sem um bom Orí"

Um bom Orí é aquele que está sempre alerta, sempre buscando evolução, sempre melhorando seu caráter e suas maneiras.

Cultue seu Orí através do Obori.

Seu Orixá só age na sua vida através de Orí e com a permissão dele, ou seja, quem cultua Orixá, sem cultuar e conhecer Orí, perde muito tempo de vida e não recebe respostas com a intensidade que espera.
Muito Axé !

Imagem comprobatório

domingo, 12 de dezembro de 2021

BATUQUE FUNDAMENTAL II

Por Alexandre Custodio

Postado em 12/12/2021




Seguindo com os temas corriqueiros do cotidiano dos batuqueiros, sempre tendo o cuidado de não entrar nos fundamentos, pois esses devem ser recebidos no templo através dos sacerdotes devidamente preparados para isso.

TEMA QUATRO: RITUALISTICA
O Batuque como liturgia, possui uma série de procedimentos que ocorrem durante a vida religiosa de seus seguidores, esses procedimentos têm por função iniciar e fortalecer o culto a pessoa(ori) e as divindades(orixás), essa caminhada litúrgica termina com o orissum o rito de desligamento e preparação deste iniciado para sua volta ao orun. Cada rito pelo qual o iniciado passa, o torna mais apto a interagir com o axé e lhe permite participar de alguns outros rituais de forma segura. É comum no Batuque durante os rituais as divindades ligadas ao templo se manifestarem em seus iniciados, participarem ajudando nas atividades que circundam aquele ritual, por exemplo no serão, O sacerdote pode confirmar com os orixás estando esses no mundo durante os rituais, se tudo que está sendo feito é o necessário e está de acordo com o desejo dos mesmos. Antes de cada ritual, dependendo, prepara-se o ecomi azedo frenteia e sacraliza para a rua, orixás responsáveis pela segurança do templo, bem como são feitos seguranças especificas para a proteção do templo durantes essas funções. Os ritos seguem para o quarto de santo, lá já se encontram os ecomi doce e azedo e as frentes dos devidos orixás que irão comer no ritual, deve-se oferendar a Bará, também orixá do sacerdote, para a realização satisfatória, a partir daí segue a sequência dos rituais.

Lavar a Cabeça
Primeiro passo do rito do Batuque, pois é através do qual a pessoa se prepara para passar por um outro rito maior do templo, esse rito pode ser feito dentro ou fora dos templos, sendo feito fora geralmente são feitos em praias de água doces ou salgadas. quando um religioso vai migrar de uma família para outra ele repete esse ritual para se desligar do sacerdote anterior.

Omiero (Omièrọ)
Depois de jogada e confirmada nos búzios a cabeça e as passagens do filho, é feito o omiero, que é um ritual realizado com ervas específicas de cada orixá, maceradas na água onde o Babalorixá lava a cabeça do filho que fará a obrigação enquanto entoa a orins do orixá da pessoa e da Bandeira (Orixá no qual o Babalorixá é iniciado). Tem de ser levado em conta as folhas usadas pois dependendo da categoria das folhas, se nesta água tiver ervas quentes ou elementos quentes, não será mais omiero, e sim omiaxé (omiàṣẹ).

Omiero Coberto
Segue o mesmo padrão do omiero, mas nele é acrescentado eje(ejè) a mistura. É o costume cortar uma ave para consagrar o omiero.
N.E. No Batuque existem muitas famílias que não separam os ritos de ori e orixá, já ouvi muito sobre o fato, vou tratar aqui como ritos separados alimentar ori e alimentar orixá abaixo uma fala sobre o tema.
[...] O que eu quero comer você não quer comer, devemos comer separados, ou um de nós ficará com fome. (Provérbio Iorubá) [..]
Essa fala destaca a importância de separarmos os rituais, pois ori e orixá podem desejar coisas diferentes para seus rituais como oferendas desde comidas secas até animais a serem sacralizados, pois ori é tão ou mais importante que orixá, dado que na própria sequência dos ritos do próprio Batuque, nas casas onde os rituais ocorrem em separado, como vamos ver a seguir orixá começa a comer muito tempo depois de ori, somente na iniciação do religioso a sua divindade regente. Vou deixar o link do trabalho de registro feito pelo Rudinei Oliveira Borba.
[...] O Batuque não realiza mais o culto de Orí, perdeu o conceito e o rito. O que faz hoje no Batuque não é um bori ao orí, mas um reforço de Òrìsà para a cabeça. Com exceção de alguns poucos mais antigos. [...]
Bom esse tema gera muito debate, mesmo a alguns entendam que cortar na cabeça para o orixá esteja alimentando ori, esses sacerdotes estão considerando apenas a cabeça física, considerando apenas o ato de sacralizar na cabeça como alimentar ori, ignorando parte espiritual a noção de pessoa, tornando o bori deste modo um ritual de orixá, passam assim a consagrar a cremeira (ile ori) e seus elemento que deveriam pertencer do Ori, representação espiritual da pessoa, mais um assentamento de orixá.

Ibin (Igbin)
Em algumas situações o sacerdote pode sacralizar Ibi (caracóis) na cabeça de iniciados, podendo ser usado tanto para ori quanto para orixá.

Oribibo (Orì bi bó)
O Oribibo é a obrigação realizada com um casal de pombos, brancos pois é cor de ori, visto que se trata de um reforço ou até mesmo um axé de saúde, grosso modo a tradução de oribibo seria cobrir(proteger) a cabeça.
Nesse ritual frenteia-se um orixá essa decisão diz respeito ao sacerdote, são colocados os ecomi doce e azedo, acendem velas no quarto de santo, colhem e maceram as ervas, para preparar o omiero, em um reservatório colocam uma quartinha nesse reservatório para imantar, o sacerdote começa a executar os procedimentos para o iniciado lavado a cabeça, jogado a cabeça, é separado parte deste o omiero para banhar o corpo, depois do balho é passado a limpeza, consecutivamente tem a cabeça lavada.
Seguindo com o rito segue a marcação da pessoa, marca-se com banha de ori, no meio da cabeça, nas fontes, no pescoço, na nuca, na palma das mãos, nas costas das mãos, no peito dos pés e na sola dos pés. Retiram a quartinha e na guia do omiero e elas também são marcadas. Em frente aos assentamentos do quarto de santo, acende-se uma vela ao lado da pessoa que é colocada sentada de frente para o quarto de santo.
Apresentam os pombos e então sacraliza-se os animais na cabeça da pessoa, marcando a pessoa e os utensílios acima citados enquanto são entoadas as orins durante todo o processo, faz se a coroa de penas ao redor do eleda (Eléèdá) da pessoa. Apresenta-se o pano de cabeça da pessoa aos orixás no quarto de santo pedindo licença aos mesmos e depois apresenta-se pano as demais pessoas no templo ali presentes. O padrinho ou madrinha amarra a trunfa no seu futuro afilhado, o sacerdote junto com padrinho levanta a pessoa. A pessoa deverá bater cabeça no quarto de santo para seu sacerdote para seu padrinho ou madrinha.
Não tendo mais pessoas inicia-se o recolhimento, após encerrado o prazo de recolhimento de 24 horas da pessoa, vem a levantação. Durante um período de resguardo que pode variar 7 (sete) ou 8 (oito) dias proteger a cabeça do sol, da chuva e do sereno. O oribibo não permite muita participação nos demais ritos religiosos.

Bori
O Bori é a primeira obrigação propriamente dita onde é alimentado tudo que representamos no orun, a cabeça espiritual. Na obrigação do bori são consagrados alguns objetos que formam a representação de ori aqui no Aye, apesar de muitas famílias incluir orixá nesse ritual esse não é o correto segundo a matriz, bori e iniciação em orixá, são dois ritos distintos, como poderemos ver abaixo mesmo no bori feito para orixá no Batuque, na manteigueira não vão elementos do orixá, pois como já falei antes é uma representação espiritual da pessoa, sem ligação com o orixá:
• Manteigueira de vidro ou porcelana.
• 01 moeda antiga.
• 08 búzios .
• 01 quartinha (espécie de jarro de barro com tampa) ao natural ou pintada na cor branca.
Estes objetos são colocados dentro de uma vasilha, juntamente com as guias e recebem o ejè/axorô dos animais sacrificados, vasilha esta que fica no colo do filho que está sendo borido, enquanto este fica sentado no chão. O sacerdote faz as marcações no corpo do filho da mesma forma que foi feita no aribibó, Na continuação da obrigação de bori conservam-se as mesmas etapas do oribibo.
Porém no bori há uma testemunha a quem chamamos de padrinho ou madrinha de cabeça, devendo-se total respeito ao padrinho, que deverá ser alguém com feitura, filho-de-santo pronto, pois é o padrinho ou madrinha que deverá ser procurado caso o afilhado necessite de orientação e o Babalorixá estiver impossibilitado de auxiliar o filho-de-santo.
Terminada as etapas da matança o borido é auxiliado a trocar de roupa e deita-se no chão mantendo-se o mais próximo de sua obrigação. Os animais sacrificados vão para a cozinha, onde são preparados, separadas as partes que serão colocadas no quarto de santo, o restante do corpo das aves serão preparadas as refeições para alimentar o povo que permanecerá no Ilê durante o período de obrigação.
A reclusão do filho de santo que está sendo borido varia de 03 a 07 dias. Durante este período o borido reduz ao máximo suas atividades e movimentos, permanecendo a maior parte do tempo deitado ao chão. Após o término do período de reclusão levanta-se a obrigação e monta-se o bori: Faz-se uma cama de algodão dentro da manteigueira e põe-se a moeda ao centro rodeada pelos búzios.
Cobre-se com bastante banha de ori. Agora o filho-de-santo tem o bori (a manteigueira com os búzios, dna, moeda e a quartinha cheia d'água), que ficará guardado no Quarto-de-Santo do templo, numa prateleira coberto por cortinas, juntamente com os boris dos demais filhos.
O bori é considerado a representação de tudo que a pessoa é no orun, portanto exige certos cuidados, não deve ser mexido, a quartinha deve estar sempre com água e deve ser reforçado de tempos em tempos com nova obrigação.
Existem alguns tipos de Bori na liturgia do Batuque, em cada um dos ritos abaixo os elementos que representam ori citados acima, e que compõem o ile ori passam junto com o religioso pelo ritual novamente.

Bori de Aves
Ritual no qual são sacrificados além dos pombos, galos ou galinhas pedidos por ori. É recomendável que o religioso, que passará pelo rito, já tenha passado pelo oribibo. O Bori de aves é mais um degrau galgado pelo religioso em sua caminhada até o aprontamento.

Bori de Meio Quatro-Pé
É recomendável que o religioso, que passará pelo rito, já tenha passado pelo bori de aves, também pode ser feito como reforço, até para os que já são filhos prontos. Nesse rito são sacralizadas aves que são consideradas meios quatro pés, ou seja, aves consideradas superiores a galos e galinhas. Exemplo galinhas d’angola, perus, patos, marrecos etc. ou outras aves requisitadas por Ori no jogo.

Bori de Quatro-Pés
Como podemos ver no Batuque as obrigações vão crescendo, é recomendável que o religioso, que passará pelo rito, já tenha passado pelo menos por bori de aves, nessa obrigação são sacralizadas aves, e o animal de quatro pés da escolha de ori.

Assentamento de Orixá/Iniciação
Ocasião em se individualiza as divindades do iniciado e/ou se faz a iniciação no Orixá de Cabeça, imantando os elementos do assentamento de cada orixá axé de suas oferendas, criando assim ponto de acesso a divindade respectiva.
Fazem parte do assentamento:
• Okuta(pedra) ou vulto para algumas divindades.
• Delegum, guia com vários fios de contas que variam em número e cor de acordo com o axé do Orixá, quando o assentamento for do orixá de cabeça.
• Imperial, guia do jogo, algumas famílias colocam junto, quando o assentamento for do orixá de cabeça, pois entendem que é o responsável pelo jogo já que ele é o comandante do Irunmole, essa guia posteriormente irá passar também pelo ritual de Oromilaia.
• Ferramentas.
• Facas de iniciação e serviço, nas respectivas divindades.
• Quartinha (espécie de jarro de barro com tampa) pintada nas cores do Orixá.
• Búzios, se for o orixá de cabeça é além dos búzios referentes a conta do orixá, são colocados a mais os búzios referentes ao jogo 08 é o tradicional, mas também podem ser colocados 16 em algumas famílias, pode variar algumas famílias não colocam os búzios referente ao jogo para comer junto com o Orixá de cabeça.
• Vasilhames recipientes que irão comportar o assentamento.
Nessa ocasião são sacralizados os animais da divindade aves e 4pés, se for feito sem a inclusão dos animais de 4pés é chamado de encostar o Orixá.
Terminada as etapas da sacralização o iniciado é auxiliado a trocar de roupa e deita-se no chão mantendo-se o mais próximo de sua obrigação. Os animais sacrificados vão para a cozinha, onde são preparadas as inhelas (partes extremas e vitais das aves, fritas em óleo, algumas tradições fritam tudo outras apenas algumas partes) que serão servidas aos orixás e com o restante do corpo das aves serão preparadas as refeições para alimentar o povo que permanecerá no Ilê durante o período de obrigação, ou então serem servidas durante a noite de Batuque.
A reclusão do filho de santo que está sendo borido varia de 07 a 30 dias podendo ser mais em algumas casas. Durante período em que o orixá está comendo o iniciado fica recolhido, reduz ao máximo suas atividades e movimentos, permanecendo a maior parte do tempo deitado ao chão. Recebe visitas dos seus irmãos de santo, familiares e amigos de outros templos. Após o término do período de reclusão, os toques levanta-se a obrigação e monta-se os assentamentos, que ficaram guardado no Quarto-de-Santo do templo junto do ile ori (Bori) deste religioso, numa prateleira coberto por cortinas formando o Irunmole do mesmo, ou aguardando o assentamento das demais divindades para a formação.
N.E. Vou acrescentar aqui algumas informações sobre os costumes do antigos que não dividiam eje e não assentavam todos os orixás de uma vez, podendo muitos deles assentarem esses com aves primeiro antes de completarem com 4 pés. Seguindo praticamente a mesma sequência descrita no bori.
[...] Conforme o costume da época sentava-se somente 3 ou 4 orixás principais do sacerdote, e com estes orixás abriam casa, ficando a vida toda somente com estes sem necessidade de assentar de Bara a Oxalá. Ele informa que na tradição Oyo do Batuque, o orixá de rua, quando pega cabeça, ele passa a ser cultuado dentro de casa. [...]
[...]que antigamente, primeiro assentava o Bara, para ele abrir os caminhos, a maioria dos baba antigos, não tinham todos os orixás, hoje é moda de Bara a oxalá. [...]
[...] Naquela época, era costume não dividir "quatro pés" e não se dava "carona", isto é, não sentava outros orixás com o mesmo quatro pé, nem deitava filhos com o mesmo quatro pé. Era também costume "encostar" orixá com ave, angola ou marreco, e era costume também usar pato para "encostar" o orixá. [...]

Oromilaia
Ritual pelo qual passam os iniciados que já tem seu orixá de cabeça assentado, para ter acesso ao oráculo, são sacralizadas as aves para o ritual (galinhas uma preta e uma branca), com as quais os participantes do ritual são marcados pelo sacerdote nos olhos, boca, ouvidos e mãos sob o ala, bem como os búzios e imperial, tem famílias que procedem diferente, depois da sacralização essas aves são preparadas dentro do fundamento do Batuque e servidas aos participantes, os mesmos envoltos em pano branco se deitam até a manhã seguinte quando são levantados.

Entrega de axés
A entrega destes axés ocorre no início ou após o término do xirê da terminação, geralmente no sábado posterior ao Batuque em que ocorre o Kassum. Quando for entregue os objetos que compõe o jogo de búzios e as facas, deverão ser colocados em uma bandeja e se fará o ritual de entrega. O padrinho ou madrinha testemunham a obrigação. A partir daí o iniciado(filho-de-santo), é considerado pronto, isto é, tem sua obrigação completa com o assentamento de todos os Orixás pertencentes ao Irunmole, alguns orixás são assentados somente quando a pessoa abre seu templo. Depende agora de seu conhecimento, desenvolvimento de aptidões, e com o consentimento de seu orixá e de seu Babalorixá ou Yalorixá (Pai e Mãe de Santo), poderá ter seu próprio Ilê (Casa de Santo).

Ritual da Obrigação do Peixe
São sacrificados aos orixás peixes vivos, logo pela manhã cedo, os peixes variam de acordo com os Orixás que vão receber a obrigação, e a sua quantidade varia muito de acordo com o axé de número do mesmo. Os orixás de frente recebem pintado como obrigação e os orixás de praia recebem jundiá. Nos Quartos-de-santo são sacrificados ao menos um peixe para cada orixá e a eles são destinados: a cabeça, a cauda, as barbatanas e um pouco de axorô (ejè/sangue). Os peixes sacrificados, são servidos, com pirão, no almoço e devem ser consumidos, pelos filhos que estão de obrigação e pelos que estão na casa, pois o ebó de peixe simboliza fartura e prosperidade. E uma quantidade maior de peixes, é preparada frita, para serem servidos ao povo que comparecer ao batuque de encerramento ou no toque do Peixe, toque realizado na noite do corte do peixe, porém com duração mais curta quando serão consumidos o ebó do peixe e peixes fritos, além das comidas dos Orixás.

A Festa do Batuque
Após cumpridas as obrigações, também quando encerrado o levantamento, são feitos os toques ao sons do tambores, ages e agogos, para os orixás conhecidos como xirês, que tornaram a Nação conhecida como o Batuque. O sacerdote, ajoelhado em frente ao quarto de santo, juntamente com todos seus filhos e demais convidados, toca-se a sineta (Adjarin), fazendo a chamada de todos os Orixás, de Bará a Oxalá com suas saudações específicas, pedindo-se aos Orixás, as coisas que a eles competem. Terminada a invocação, o sacerdote, autoriza o tamboreiro/alabe os toques, que correm, na ordem de Bará a Oxalá respeitando a sequência de cada tradição. Todos que estão na roda, gira dançam com as características de cada Orixá aos quais estão sendo tocado as orins.

Balança
Se a obrigação que originou a festa teve o corte de quatro-pés, deverá ser realizada dentro das rezas para Xangô, a obrigação da balança em homenagem, a Xangô, e por conter o axé de todos os Orixás em harmonia. Há um intervalo na movimentação da roda e os presentes, inclusive os Orixás afastam-se do centro do salão, deixando espaço para a gira da roda da balança. Nesta hora, participam só os já prontos colocados lado a lado, formando uma gira uma roda de mãos dadas, dançam ao ritmo dos tambores que vão indo gradualmente aumentando de intensidade. É quando ocorre o maior número de ocupações. Ao terminar a balança os Orixás cumprem o fundamento: vão ao Quarto-de-santo, depois até a porta da rua para cumprimentar os Orixás da rua e depois dançam ao som do Alujás de Xangô.

Aforiba
Já o Aforiba, é o momento em que o orixá Ogum e Iansã estejam presentes demonstram a passagem em que Iansã embebeda Ogum para fugir com Xangô. O sacerdote convida um Ogum e uma Iansã para fazerem o Aforiba, então colocam-se no centro do salão duas garrafas contendo atã (Aforiba) e as armas inerentes a estes Orixás (espadas). Iansã pega as garrafas e oferece a Ogum que logo se embriaga, mas logo em seguida Ogum volta a si e vai atrás de Iansã empunhando a sua espada. Os dois digladiam, mas Iansã consegue acalmar Ogum e os dois reconciliam-se e assim voltam a dançar juntos. Tendo um Xangô no mundo poderá vir a fazer parte do Aforiba. Xangô vem em defesa de Iansã e com seu machado de dois gumes entra na luta com Ogum. Aí então, Iansã acalma os dois Orixás (que por natureza, não se dão bem, fato criado aqui no Brasil pois na matriz não existe essa informação).
N.E. Esse ritual praticado pelos orixás dentro do Batuque é representação de um mito, que em momento algum influenciará os filhos de Ogun, Iansã, ou Xangô causando dependência de bebidas alcoólicas.

Ecó
Terminado as orins de Xapanã é hora da Saída do Ecó, que nada mais é do que o despacho do ecomi de azedo e doce, marcando o término das orins dos orixás de mato e o início das orins dos orixás de praia. A saída do ecó simboliza a saída de toda a negatividade que existe no ambiente e nas pessoas presentes, prepara o ambiente para os orins dos Orixás mais velhos, que tem um toque mais brando, enquanto sai o ecó, os alabês continuam puxando os orins, só que agora puxam os orins dos orixás da rua (Bará Lodê, Ogum Avagã e Iansã Timboá), não há movimento da roda e a assistência evita olhar para o que está acontecendo, virando para a parede. Diz a crença que quem olhar a saída do ecó atrai para si a negatividade ali contida.

Roda de Ibeji
No Batuque de Quatro-pés há a roda de Ibejis, no Jejê-Ijexá ela acontece durante os orins de Oxum. É o momento em que as crianças participam da obrigação e as mulheres que pretendem a maternidade ou que estão grávidas fazem os seus pedidos e agradecimentos. Os orixás, principalmente Oxum e Xangô, distribuem aos que estão na roda e assistindo, as frutas e os doces que estão no quarto de santo.

Axé dos Presentes
Acontece no final do Batuque, os Orixás seus bolos, comidas enquanto os presentes os saúdam. Depois os bolos são servidos aos convidados e o excedente é distribuído juntamente com as oferendas. É tradição, também, os convidados ofertarem presentes ao Orixá do sacerdote, por ocasião de seu aniversário de aprontamento. Os presentes mais comuns são perfumes, flores, doces, e outros utensílios que podem ser usados no dia a dia do templo.

Axé dos Perfumes
Acontece no final do Batuque, o sacerdote, pega os perfumes no quarto de santo, e com as Iyabas no mundo, distribui entre elas que dançam e perfumam os presentes no salão, distribuindo o seu axé enquanto são entoadas suas orins.

Alá de Oxalá
Pertence aos orins do Oxalá o axé do Alá. Em determinado momento, os filhos de santo com estatura mais elevada suspendem ao alto um grande Pano branco (Alá). Enquanto a gira e os orins continuam, todos passam por baixo do Pano branco (Alá), pedindo ao Orixá funfun, ou seja, o orixá do branco a paz, saúde, fartura, prosperidade e a proteção.

Axêros
Conforme o Batuque vai se desenrolando, os Orixás “chegam” e “sobem”, e vão embora. Os orixás são suspendidos, normalmente, pelos “filhos de santo”, mais antigos e experientes do Ilê (Casa de Santo), porém eles ficam em “axêre” ou “axêro”, estado intermediário entre a ocupação do Orixá e do médium propriamente dito.

Mesa de Ibeji
A obrigação da Mesa de Ibeji é feita no Batuque de Encerramento e nas ocasiões em que o sacerdote, ache necessárias. É realizada a tarde ou no início da noite e antecede o Batuque de Encerramento. Dela participam crianças de zero a doze anos, além de mulheres grávidas, ou que queiram engravidar. São cantados orins de Xangô e Oxum (que representam os Ibeji) e dos orixás velhos. A Mesa de Ibeji é riquíssima de detalhes e constitui uma obrigação religiosa com muito axé e beleza.
Ao agradar e reverenciar aos orixás crianças, que simbolizam pureza, paz e prosperidade, procuramos alcançar a solução para algumas necessidades específicas que só podem ser atingidas através de suas ações.
Uma grande toalha branca é colocada ao chão e nela colocam-se frutas, Amalá, flores, uma quartinha, brinquedinhos, bolo, doces e refrigerantes. As crianças sentam-se ao redor da toalha, as menores acompanhadas por um adulto. Servem-se para as crianças: primeiramente canja de galinha, depois os doces e refrigerante. Depois são lavadas e enxugadas as mãos das crianças.
Terminadas estas etapas as crianças são levantadas da mesa por pessoas adultas ou por Orixás que tenham chegado e conduzidos a formarem uma roda ao som de orins de Xangô. Encerrada a Mesa, os Orixás que chegaram recolhem os itens que ainda restam na mesa e levam até o quarto de santo. Os brinquedos são distribuídos entre as crianças que participaram.

Encerramento
É o toque que encerra as atividades públicas daquela obrigação, tem uma proporção um pouco menor do que o primeiro toque, pois é antecedido pelos toques da confirmação e do peixe, quando são imoladas somente aves aos Orixás. A cor dos axós é preferencialmente o branco, pois esse toque pode acontecer depois da Mesa de Ibejis. É nesta noite que serão dados os axés para os filhos prontos caso necessário. Seguido do toque, no dia posterior há a levantação da obrigação.

Levantação
Terminada o período em que a obrigação deve ficar arriada, há a levantação, termo que se refere ao ato de levantar as vasilhas contendo as obrigações de corte que estavam arriadas, limpá-las e guardá-las nas prateleiras dentro do quarto de santo. Mantendo um costume desde o tempo início do batuque, as obrigações são guardadas e ocultas por cortinas que geralmente tem a sua frente velas, castiçais, comidas de santo, flores e outros objetos sagrados pertencentes aos Orixás.

Passeio
O término da obrigação para os filhos de santo que estão em reclusão é o passeio no dia posterior a Levantação. Pela manhã, o Babalorixá ou Yalorixá os leva até a porta da frente do Ilê e apresenta-os à rua (aos Orixás da Rua), liberando-os para saírem fora dos limites do Ilê. Vão até o centro visitar lugares de grande significado: o mercado público (onde compram velas, grãos, ervas, cereais etc.). Em seguida, vão visitar algum Ilê(casa), de um conhecido onde batem cabeça cumprimentando os Orixás do Ilê(casa), e lá depositam parte das compras feitas no mercado. De volta ao Ilê(casa), batem-se a cabeça no quarto de santo e arriam-se o restante das compras feitas. Cumprimentam o Babalorixá ou Yalorixá (Pai e Mãe de Santo), agora na nova condição de filho de santo.

Quinzenas
As obrigações das quinzenas, são obrigações que duram normalmente dois ou três dias em que é feito a matança e os toques. Geralmente, um número não muito grande de pessoas fazem parte desta, que estão associadas a alguma data especial ou a obrigação de bori de filhos de santo do Ilê(casa) quando não existe assentamento de divindades. Começa com os toques das orins, onde as comidas de santo são oferendadas aos Orixás, e as comidas servidas a todos, como: canjas, canjicas brancas e amarelas, os Amalá. Sendo uma obrigação menor, exige-se um mínimo de aves a serem sacrificadas. As carnes das aves são consumidas e ofertadas nos intervalos do toque e dos pontos dos atabaques, servindo enfaroados e as canjas, comidas que por tradição são ofertadas às pessoas que comparecem ao ebó.
Exitem ainda as “quinzenas secas”, quando não se sacrificam animais.

Orisun
Com passagem do religioso tudo que foi feito deve ser desfeito, os ritos fúnebres são praticados preparando a volta do mesmo para o orun, posteriormente a isso as obrigações que o mesmo possuir são desfeitas e os orixás devolvidos a natureza, se o mesmo tiver casa aberta, era costume antigamente jogar para ver se a rua iria ser devolvida a natureza ou não. Temos conto do Deodé que narra esse fato.
N.E. Conto com a colaboração de todos para aperfeiçoar e enriquecer essa postagem, e ainda apontar algo que tenha sido ignorado por mim. Todas as informações pertinentes serão acrescidas ao texto.

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