quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

MATÉRIA COM DOUTORA E EMBAIXADORA DO PALÁCIO DO ALAAFIN DE OYO PAULA GOMES ADUKE| PARTE 1

Esta entrevista da Dra. Paula Gomes Aduke, publicada no blog Batuque do Rio Grande do Sul, coleta informações da matriz que talvez possam ser de interesse da comunidade batuqueira, a seguir:

Por Vitor de oxalá



"Matéria com Doutora e Embaixadora do palácio do Alaafin de Oyo Paula Gomes Aduke| parte 1

A doutora e Embaixadora diretamente do palácio do Alaafin de Oyo exclusivamente divide conhecimentos com o nosso povo do Batuque, falando sobre como é o culto aos Orixás e algumas diferenças culturais, acompanhe.

Matéria doutora Paula, Embaixora do palácio do Alaafin de Oyo.
1) Culto dos orixás|Realidade e diferenças de como é vivido a orixalidade em Oyo:

O culto ao orixá, faz parte do dia a dia, no brasil, sabemos que de uma forma geral se formou essa cultura com a vinda do povo Yorubá que foi escravizado, e junto com a mesclagem de várias etnias, nasceu várias formas de culto ao orixá, respeito todas essas formas, sendo que não julgo se é certo ou errado.

As iniciações em OYO são feitas na rua, os segredos de iniciação e cultos são tapados com panos assim como também ritos ocultos. Mas são muito naturais!

Aqui, não existe ILÊ AXÉ nem barracões, tudo faz parte da cultura vivida todos os dias e momentos, feito na rua, fazendo parte da política tradicional e de todos os momentos e comunidades. Essas comunidades existem as famílias, aonde cada um cultua o orixá da família dentro de casa e cada um tem seu próprio orixá dentro da família e seu prórprio IPORÍ que se guarda para sí juntamente com próprio orixá da família. Toda a família tendo seu orixá o cultua passando as gerações, esse orixá vive com todos os membros dentro de casa, não os deixando com ninguém, pertencendo aquela linhagem familiar. Diferente dos cultos do Brasil onde após o falecimento esse orixá é deixado. As iniciações desse culto, são feitos com o seguimento ancestral, onde o mesmo é RASPADO somente ao orixá da família, mas pode haver dentro da família, mas específico mulheres, de além do orixá ancestral, ter outro.

O orixá ancestral é ligado ao homem, pela crença de que no casamento, acreditasse que a mulher leve seu orixá para a casa do marido quando esta união acontece, não ficando na casa da família, mas o Orixá do homem fica sempre na casa sendo a linha ancestral. Um EXEMPLO de um caso, é quando uma das esposas dentro da família de XANGÔ não consegue engravidar e vão até os orixás com este pedido, não pedindo apenas ao orixá da família mas sim a outros, e para vocês entenderem um exemplo, digamos que seja a Obatalá o realizador deste pedido, no terceiro dia onde é realizado o ritual do "ISENTA YE" para saber o destino da criança, tendo essa linha ancestral e se for obatalá que concedeu a gravidez, ela pertence a esta divindade. Se por ventura essa família não fizer o ISENTA YE no terceiro dia, não se pode fazer mais! Esse ritual não pode ser feito quando criança ou jovem, por ser a visão de qual é destino e orixá da criança e dar o nome, o nome é dado por norma ao 6º dia, pelo oráculo de família.

Uma questão muito importante é, todos são iniciados ao orixá ancestral como foi falado, mas pode existir uma questão específica na qual a criança pode a vir não seguir o mesmo, mas por norma de uma forma geral, é o orixá ancestral. Mas porém, também todas as famílias podem ter mais que um orixá, mas não significa que são iniciados na família. Também por norma, todas as casas tem um EXÚ na porta, por acreditar ser um guardião, e existem vários exús que guardam a cidade, sendo expostos na rua, pegando chuva e sol do lado de fora da casa, todas as familias de orixá tem exú! É comum uma família ter na rua também o orixá Ogún, mas não que sejam deste orixá, mas sim que precise fazer algum ritual para o mesmo.

Antigamente, todas essas comunidades eram de orixá, mas com a vinda dos missionários e o povo MULCUMANOS, começaram a converter as pessoas a outras religiões, hoje em dia estão todos misturados nas famílias, mas ainda existem famílias tradicionais que são somente de orixá, mas é uma grande luta de preservação, por ter pessoas que se converteram e adotam a modernidade, sendo assim também complicado manter os jovens dentro da comunidade.

Como entra outro orixá na família ?

Por exemplo uma família de Xangô onde o pai e a família é do mesmo, ao casar com uma filha de outro orixá, ou MULCUMANA, cristã ou tradicional de orixá, traz o seu próprio orixá para dentro da família. Sendo MULCUMANA ou cristã, ela acaba se convertendo a religião tradicional.

Por norma aqui, os homens acabam tendo mais que uma esposa, sendo assim mais que um orixá entrando para a família. Cada família tem propriedade maior de conhecimento no orixá ancestral do mesmo, por terem conhecimentos que são passados de geração em geração, existindo segredos, medicinas e tradições que não se encontram em livros nem documentos, só se encontram dentro das próprias famílias se tornando pratrimonio. Quando alguém quiser saber sobre o orixá Xangô, é com a comunidade (família) de Xangô e assim com as demais divindades por serem o detentores dos conhecimentos profundos passados de geração em geração.

Como aqui é permitido mais que uma esposa e tendo uma grande família com número maior de filhos, o filho que se demonstra mais calmo, responsável e dedicado é escolhido para ser passado os segredos e tradições da família.

Quando uma casa se diz de vários orixás, é mentira! A comunidade sabe do seu orixá ancestral e sabem o mínimo dos demais apenas para suprir a necessidade do que precisam.

Aqui as famílias tem funções com o palácio e com a comunidade, além de terem o orixá de família, existem templos que tem como função a proteção ou desempenham um papel na comunidade e por norma, todos esses templos estão ligados ao palácio, mas existem também como foi falado dentro das famílias terem o seu próprio orixá, mas cada família tem o seu tabu e proibições, um exemplo é quando os quando os bebês nascem, eles vão de imediato aonde está o orixá, e independente da tradição familiar, alguns banham a criança tendo ritual com o banhar e demais específicos da família, servem para saber se a criança faz parte da comunidade ou se é bastarda sendo de outra família. Quando as crianças nascem, são dadas as mulheres mais velhas da família para serem feitos os rituais nos templos individuais da família, tendo situações como nas famílias do orixá OBÁ, onde as crianças nascem e elas vão banhar no rio de OBÁ, sendo que se a criança se afogar significa que é bastarda, se não afogar não é bastarda pertencendo a família.

Quando as mães sabem que suas crianças são de outra família geralmente confessam, para que não aconteça isso, tendo essa confissão, a mulher leva a gravidez para o devido pai. E se a criança for realmente da família, são feito os ritos e automaticamente mesmo não sendo iniciado, ela já tem as proibições e tabus da família, como por exemplo também, a família de OBATALÁ, quando uma criança nasce é proibido beber vinho de palma sendo uma das proibições.

Xangô do Rei| Alaafin e Xangô do povo:

Os templos e comunidades pertencem por normas os ritos que tem haver com a cidade e o palácio, como por exemplo o templo principal de Xangô que é KOSO, só a família que toma conta deste orixá e o rei para ser coroado podem entrar, mais ninguém! Isso é determinado por existir uma hierarquia dentro de Oyo, KOSO apesar que xangô é um, existe essa hierarquia para diferenciar dos demais, pois Xangô KOSO é cabeça de todos e também é aonde o rei é iniciado, depois existe Sango Ojofa, tendo a diferença que KOSO fica no chão e Ojofa fica no pilão. KOSO é Xangô do rei, do Alaafin, é sua parte ancestral, e os demais que não pertencem a essa linhagem são os OJOFA que permanecem no pilão.

Essa matéria foi exclusivamente feita para a empresa Batuque do RS.
Direitos autorais e créditos pertencentes ao Batuque do Rio Grande do Sul e a doutora Paula gomes Aduke.
Doutora e Embaixadora do palácio do Alaafin de Oyo."

Link  - https://www.batuquedoriograndedosul.com.br/post/mat%C3%A9ria-com-doutora-e-embaixadora-do-pal%C3%A1cio-do-alaafin-de-oyo-paula-gomes-aduke-parte-1

Imagens comprobatórias



quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

O BATUQUE REAFRICANIZADO

Por Erick Wolff de Oxalá
Em 04/01/2023



O Batuque reafricanizado busca na sua origem os elementos para completar o que pratica, sem buscar referencias e práticas em outras religiões afro-brasileiras.

 
Em 2020, o professor Ari Oro, publicou: 
 
"O SONHO E O DESENCANTO: A VIAGEM DE UM PAI-DE-SANTO DE PORTO ALEGRE PARA A PROVÍNCIA AFRICANA DE CABINDA"
 
Um estudo que analisa a viagem do Pai Cleon, à Cabinda, província da Angola, em busca da reafricanização, 2012. 

Ari cita em nota de rodapé o conceito de reafricanização do pesquisador Frigerio, vejamos a seguir:  

"Esclarece ainda o antropólogo argentino que, por um lado, a reafricanização distingue-se da africanização, pois enquanto a primeira volta-se para África, a segunda consiste na “passagem da prática de uma variante mais sincrética, como a umbanda (…) ou o espiritismo (…) para uma prática mais Africana, como o candomblé, o batuque ou a santeria” (Frigerio, 2005: 141). Mas, por outro lado, ambos os processos juntam-se e convergem, na medida em que “tem geralmente sido considerados como um só, como busca constante de uma tradição mais pura, mais Africana, e considerada uma estratégia de legitimação em relação a adeptos de outras religiões”. Enfim, Frigerio sustenta que a reafricanização constitui um processo de independência que ocorre em ambientes de diáspora secundária, “em relação a mentores religiosos anteriores, particularmente daqueles em espaços de diáspora religiosa primária”, enquanto “um processo de constituição de uma religião mundial” (Frigerio, 2005: 141)"

Revisado e aumentado em 09/04/2023


 

No artigo do Ari Oro (2020),  Pai Cleon viaja em busca da Reafricanização:  

[...] Essa viagem, embora se insira dentro da temática da “reafricanização”, não seguiu a lógica comum do movimento de peregrinação à África, de “retorno às origens”, de “busca da pureza original”, que ocorre no meio afro-religioso de algumas regiões do Brasil, mas não somente daqui, desde os anos 1960, enquanto estratégia política de legitimação social e simbólica, como alguns autores têm mostrado (Prandi, 1991; Gonçalves da Silva, 1995; Capone, 1999; Frigerio, 2005). 

A reafricanização, conforme Frigerio, 

"é um processo sofrido por pessoas já praticantes do candomblé, do batuque ou da santeria (…) que, insatisfeitas com o conhecimento religioso que receberam, viram-se para a África de hoje, especialmente para a região dos iorubá, como fonte verdadeira de conhecimento teológico e ritual. Por meio desse processo, a África vem a ser vista não só como a origem remota da tradição religiosa mas também como modelo contemporâneo para sua prática (Frigerio, 2005: 141)3. " 

A viagem transatlântica do pai-de-santo de Porto Alegre obedeceu a uma outra lógica. Ela consistiu, segundo o seu próprio dizer, como veremos, na realização de um sonho pessoal e no cumprimento de uma missão sacerdotal. O sonho era conhecer pessoalmente o território dos seus ancestrais religiosos; a missão era trazer para a sua “casa”, em Porto Alegre, uma porção de terra de Cabinda para selar simbolicamente a relação fundamental entre os dois territórios sagrados, Cabinda e sua casa religiosa. 

A análise comparativa efetuada pelo pai-de-santo entre o que observou em Cabinda e o que vigora no Rio Grande do Sul, no que tange sobretudo ao campo religioso, constitui o foco principal desse texto6 . Iniciemos, porém, pela apresentação do protagonista, o Pai Cleon de Oxalá. [...]

Oro em nota de rodapé, completa: 

[...] Reitero que este enquadramento resulta da análise da viagem realizada para Cabinda por pai Cleon de Oxalá, mas não significa, como mostra Leistner, que a tendência à reafricanização não ocorra neste meio religioso. Segundo este autor, no Rio Grande do Sul a reafricanização constitui uma tendência observada em manifestações políticas, enquanto discurso que “busca fornecer parâmetros discursivos para o estabelecimento de projetos políticos, operando ora como fundamento para reconstruções teológicas, ora como matriz de identidades reivindicativas alternativas” (Leistner, 2013: 235) [...]

 

Já o escritor Paulo Tadeu apresentou o seguinte:

“A diferença entre Cabinda e Cambinda:

[...] Quando você, Babalorixá ou Yalorixá, se refere à Nação de Orixás Cambinda” está se referindo à DANÇA FOLCLÓRICA NA QUAL OS DANÇADORES, DE CÓCORAS, SE MOVEM AO SOM DA MÚSICA”? Ou, está se referindo àquela Nação de orixás?...

Na Nação Religiosa de CABINDA, há o ritual da dança (cambindas).

Dos escravos africanos que trouxeram a religião ao Brasil haviam BANTOS (negros cabindas, entre outros).

A Nação de CABINDA (Angola) se encontra na África, tal qual OYÓ, entre outras...

Havemos por bem, de, pedindo licença, chamar a atenção dos mestres de ensinamentos, seus adeptos, e, daqueles que escrevem para os meios comunicativos para que, ao se referirem à CABINDA (Nação dos Orixás) ou à CAMBINDA (dança folclórica) o façam assegurando a diferença, sob pena de confusão daqueles que vão tomar conhecimento, e dos leigos em geral. (P. 33)

Há no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) uma arraigada mania de os religiosos, expressem “cambinda” quando falam naquela Nação de Orixás; CABINDA. Assim procedendo, estes religiosos continuarão alimentando a corruptela linguística e alterando aquele sentido.

É necessário que os nossos Mestres de Ensinamentos Religiosos atentem, com precisão, estas diferenças com vistas a colocar um ponto final nestas distorções.”

Considerações

Baseado na premissa que os nossos ancestrais religiosos vieram de vários locais da África, para uma reafricanização eficiente será necessário que se busque nos territórios similares com o que praticamos, para manter as características. 

Para que as características do culto sejam preservadas, na busca da reafricanização, não basta pegar qualquer elemento que achar bonito e agregar no que pratica, no entanto, o que estiver desalinhado deve ser reconsiderado, assim como o que estiver no contesto pode ser preservado ou até mesmo melhorado.

A tentativa de encontrar as suas raízes levou Pai Cleon até o território banto. 

Antecedendo a viagem do pai Cleon, Paulo Tadeu nos anos 80, em seu livro deu o start neste processo, porem com a bússola apontando para outro rumo, talvez se houvessem as informações que possuímos hoje ele, buscaria na Nigéria, apresentando possibilidades consideráveis para a própria família orixaísta e a sociedade religiosa da época.

Desta forma, necessitamos saber o que cultuamos para saber quem somos, pois todo e qualquer estudo para reafricanização necessita ser feito com muita atenção na origem e responsavelmente para não descaracterizar o Batuque.  

Fontes

Ari Pedro Oro, O SONHO E O DESENCANTO: A VIAGEM DE UM PAI-DE-SANTO DE PORTO ALEGRE PARA A PROVÍNCIA AFRICANA DE CABINDA, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020, Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião, Campinas, v.22, e020018, 2020

TADEU, Paulo Ferreira. Os Fundamentos Religiosos da Nação dos Orixás, 1994, 2ª edição, Editora Toqui, R.S.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

O JEJE IJESA: MÃE SANTINHA DO OGUM

Roger de Xangô, que pertence a família da mãe Santinha, compartilhou uma postagem do Jornal do Batuqueiro,  dia 01/01/23. Se trata de uma homenagem onde denomina Jeje Ijexá. 

Para a conservação da Memória do Batuque, fomos buscar informações deste segmento religioso, a seguir:

"Mãe Santinha do Ogum nação jeje Ijexá , uma das mais antigas Yalorixás do nosso axé, 82 anos de idade e 68 de pai Ogum, filha de Mãe Esther da Iemanjá e neta de Pai Manoelzinho de Xapanã,
Essa Ialorixá merece toda a nossa reverência.
Foto: página Kizomba
Colorida artificialmente"




Roger informa sobre a origem da mãe Santinha: 

"Mãe Santinha é da minha bacia Jeje Ijexá do Pai Paulino de Oxalá Efan..."

Apesar de não saber a origem da denominação: 

"Não sei lhe responder e acredito que ñ tenha, pois o Ijexá Gege tbm ñ tem uma origem dessa mistura ou união."

completa que:

"Manoelzinho de Xapanã foi filho do Pai Paulino de Oxalá Efan e tbm se denominava Jejê Ijexá."



domingo, 1 de janeiro de 2023

KOJODA “2023” (CALENDÁRIO 2023)

Este é o calendário indígena Yorùbá, o Batuque do RS, possui uma divisão na semana muito semelhante, por isso, estamos coletando esta postagem da dra. Paula, para que os Batuqueiros possam conhecer.  

Para melhor visualização deixaremos esta imagem
em tamanho natural, por isso,
é possível que  desconfigure a página.

Postado por Paula Gomes Aduke

Em 30/12/2022 acessado em 01/01/23 às 21:32 

"Kójódá “2023”

Para quem estiver interessado este é o Calendário indígena yorùbá com os 4 dias da semana, O qual continua a ser preservado e usado em Oyo.
No Calendário Indígena Yoruba 1 ano é igual a 13 meses, 1 mês é igual a 28 dias e 1 semana é igual a 4 dias.
Oyo continua a preservar os 4 dias da semana :
1- Ojo Ogun
É o primeiro dia da semana com o nome do Orisa que dirige este dia Ogun.
Acredita-se que é um bom dia para iniciar qualquer actividade, abrir caminhos e viajar.
2- Ojo Jakuta
É o segundo dia da semana dedicado a Sango.
Acredita-se que é um bom dia para começar qualquer atividade, negócio, agricultura, conquistar inimigos e vitórias com sucesso em tudo o que é feito.
3- Ojo Ose
É o terceiro dia da semana dedicado a Obatala.
Acredita-se que este dia é um dia incompleto e difícil, porque Obatala é uma Orisa difícil.
A palavra "eni orisa" pessoa de Orisa mostra a punição de uma pessoa ofendida como albino, anão, marreco, etc.
É um dia em que nada de novo será feito como casamento, cerimônias, construção com fundação de casa nova, viagens, etc, sendo usado apenas para sepultamentos.
4- Ojo Ayo
É o quarto e último dia da semana dedicado a todos os outros Orisa.
É um dia de felicidade e é um bom dia para começar também qualquer atividade.
Jakuta Oloyin é conhecido como o início do novo mês indígena (28 dias) e durante este período, os agricultores / caçadores voltam para a cidade para suas famílias.
Estes dias foram trazidos do céu nos velhos tempos conhecidos como "Orun Ojo" e as novas gerações introduziram um novo sistema de dias de semana com os missionários em 1842 chamado "Ose Igbalode".
Estes dias são 7 que foram trazidos com as religiões estrangeiras em vez de 4.
As seguintes informações foram dadas por
Chefe Moises O. Ogunmola, B.A Manchester
Bischop Príncipe Ayo Ladigbolu"


Fonte https://www.facebook.com/paula.gomes.aduke/posts/pfbid0223U8nfhmZsxUJxu8RuTfaeqWAD6Jbx4GYH7mZQbwQubdSzRNqfhTxWwAVcgQsyd4l 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

ORÍ NÃO É ORIXÁ POR BABA SANGOWALE IBUOWO

Paula Gomes Aduke
Postado em 28/12/2022 acessado 


Segundo pesquisas realizadas entre 2015 e 2017 nas comunidades de Orisa, ORI NÃO É ORISA. Créditos ao Baba Sangowale IBUOWO

O BATUQUE COMEÇAVA ÀS 14H E NO MÁXIMO TERMINAVA ÀS 5H OU 6H DA TARDE (1988)

Coletamos este registro, de 2019, para preservar a memoria do Batuque e para o bem da ciência, pois algumas informações são desconhecidas ou ignoradas por muitos.

Postado por Dídio De Xangô Aganjú

Em 08/10/2019 acessado em 28/12/2022 às 11:32

"Boa tarde irmãos de Lei.

Mesmo sendo um jovem dentro da nossa religião, o Batuque, me criei dentro de uma casa de religião vendo pessoas como Tesoura de Ogum, Agenor de Oxalá, Marlene de Xapanã, Marli de Ogum, Silas da Oyá, Dadá de Xangô, Inês de Ogum Avagam, Odilon de Iemanjá,Lurdes Oya, Ilê Albino, Camir de Ogun, Eva Regina, Yalorixá Mara D'Oya, Evanai Domingues de Ogum, Silás da Oyá, Abilio de Ogum, Fernando Avagã, Tania Moraes dentre tantas outras pessoas que fazem a religião de forma séria, me desculpe se esqueci de alguém, mas por conta destas referencias e de meu Pai Ivan de Oxalá aprendi que não há espaço para brincadeiras e muito menos para erros dentro de uma obrigação, o que tem que ser feito deve ser feito, de forma correta, de forma segura.
Penso que estamos passando por um momento de transformação de renovação, mas será que estamos no caminho certo, vejo salões lotados, onde a roda não anda, cada vez mais as pessoas não tem respeito umas pelas outras, vejo Orixás indo embora antes do fim, incorporações cada vez mais desregradas, muitas pessoas recebendo santo, novos não respeitam os mais velhos, Orixás novos não identificam Orixás de feitura mais antiga, tamboreiro parando o tambor antes de o Orixá fazer toda a obrigação, tamboreiro fazendo cara feia para Orixá velho que vem nos abençoar no batuque, comidas de batuque praticamente não existem mais dentre tantas outras coisas que na minha opinião não vão de encontro ao conceito de tradição, de levar adiante o fundamento religioso do batuque.
Vejam bem isto não é uma critica e muito menos pretendo denegrir a imagem de algum irmão é apenas um desabafo sobre tudo que vi nestes 12 anos de participação efetiva dentro da religião.
Para ajudar na reflexão, compartilho com os irmãos um pequeno trecho de uma conversa entre meu Pai Ivan de Oxalá e o mestre Tamboreiro Tesoura do Ogum, este foi gravado no ano de 1988.
Axé a todos."

min 1:23
[...] o Batuque começava as 2 horas da tarde e no máximo 5 ou 6 horas terminava [...]


Imagem comprovativa

Link - https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid0YQ3Tqgr6CwqoNyDq7k8HCKwYMqM44g1taPb2N49YnhvTUGmvfk6VDfB91YurSQE9l&id=100017604608322&mibextid=Nif5oz


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