terça-feira, 25 de abril de 2023
ERINDILOGUN - IFA OLOKUN
segunda-feira, 24 de abril de 2023
A CRIAÇÃO DO HOMEM
Selecionamos alguns versos sobre a criação do ser Humano, publicados no livro Obàtálá e a Criação do Mundo Ioruba - Luiz L. Marin.
Este fragmento narra a criação do Homem por Obàtálá, onde é importante que nenhuma divindade ou ser espiritual participa, com exceção de Olódùmarè, ao mandar a chuva.
EjìogbèÒRÌSÀ DÍDÁ AYÉ[...]
163. Então, Olódùmarè mandou òjò (chuva).
164. Quando a chuva parou
165. Obàtálá procurou uma lagoa
166. Obàtálá viu sua imagem refletida na água
167. E sua própria imagem que o inspirou
168. Obàtálá começou a criar os corpos
169. Obàtálá escolheu vários tipos de amò (barro)
170. De todos os tipos, de várias cores.
171. É por isso que ele é chamado alámòrere1
172. Obàtálá começou a modelar ara (corpo)
173. Obàtálá fez ara okùnrin (corpo do homem)
174. Obàtálá fez ara obìnrin (corpo da mulher)
175. Obàtálá fez orí (cabeça)
176. Obàtálá fez apá (braços)
177. Obàtálá fez esè (pernas)
178. Obàtálá juntava tudo para formar um corpo
179. E colocava para secar embaixo do õòrùn
180. Õòrùn´ ìmólè
181. Era isso que secava os corpos
182. Depois que os corpos secavam,
183. Obàtálá os colocava num lugar escuro e fechado
184. Para cada ser humano que ele criava
185. Obàtálá criava também uma árvore
186. Obàtálá trabalhou, trabalhou, trabalhou
187. Até que ele ficou cansado
188. As sementes que ele plantou já haviam nascido
189. Todas as árvores já haviam crescido
190. As palmeiras também haviam crescido
191. Obàtálá estava com sede
192. Obàtálá pegou o òpá
193. Obàtálá furou o tronco da palmeira
194. A seiva da palmeira começou a escorrer
195. Logo ela transformou-se emu (vinho de palma)
196. Quando Obàtálá viu isso
197. Ele começou a beber,
198. Obàtálá bebeu, bebeu, bebeu,
199. Até ficar completamente embriagado
200. Quando ele estava saciado,
201. Obàtálá voltou para fazer mais corpos
202. Agora ele não sabia mais o que estava fazendo
203. Obàtálá fez abuké (corcunda)
204. Obàtálá fez àfín (albino)
205. Obàtálá fez corpos deficientes
206. É por isso que até hoje,
207. Quando uma mulher está grávida,
208. As pessoas costumam dizer:
209. "Ki Òrìsà ya'nà're ko ni o"
210. (Que Òrìsà faça um bom trabalho de arte)
[...] (p. 35 a 37)
Fonte - https://loja.uiclap.com/?post_type=product&p=169671
sábado, 22 de abril de 2023
ÉPO ( AZEITE DE DENDÊ) NA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA SERVE PARA TUDO
Por Erick Wolff
Postado em 22/04/2023
Este ensaio tem por finalidade pontuar os conceitos conflitantes entre a diáspora e a matriz Africana publicados que seguem no artigo "ÉPO ( AZEITE DE DENDÊ) NA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA SERVE PARA TUDO", do Dr. Adeyinka Olaiya.
[...] A nação afro-brasileira de kétu refere-se a uma nação afro-religiosa do candomblé, e não à cidade ioruba africana de Kétu, localizada no Dahome.[...] (José Beniste)
E por último uma sacerdotisa do Opon Afonja, informou que:
[...] As nações afro-religiosas da forma como existem aqui não existem na África, e vice-versa. Que isto fique claro para que não se arvorem prepotentemente sobre falsos conceitos de pureza. Não existe ninguém puro (Mãe Stella). [...]
Entretanto, o Dr. Adeyinka Olaiya, nos apresenta um texto que sugere que o Candomblé veio da África Ocidental, conforme a seguir:
[...] A religião do Candomblé é uma religião africana tradicional que tem suas raízes na região da África Ocidental, mas que também é praticada em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil. [...]
[...] O Candomblé é uma religião politeísta, o que significa que reconhece e adora múltiplos deuses [...]
Teísmo
Substantivo masculino, doutrina que afirma a existência pessoal de Deus e sua ação providencial no mundo. (Dicionário Online de Português)
E o professor Aulo Barreti (2012) conceitua a religião Orixaísta:
[....] Portanto, com a premissa descrita e aceita – crio um novo conceito teológico, de nos autointitular, genericamente, de sermos todos pertencentes, de um modo ou outro, a religião dos Òrìsà. Sendo assim, conceituo a nos auto aclamar seguidores da religião do Òrìsàísmo: O conjunto das religiões ou a religião dos que cultuam Òrìsà. Somos, então, Òrìsàístas. Quem cultua Òrìsà é da Religião do ÒRÌSÀÍSMO. Somos ÒRÌSÀÍSTAS. [...]
E completa:
[...] Tendo sido, portanto, o Òrìsàísmo instituído durante o mito da criação (seja qual for o mito adotado), e tendo a tradição semeada a religião tradicional dos Òrìsà através do mundo, concluímos, que o Òrìsàísmo, religião tradicional dos Òrìsà é uma religião original, universal, possuindo seus próprios conceitos teológicos, no qual dificilmente cabem, sequer por analogias, os conceitos universais existentes.
Que fique registrado que o Òrìsàísmo praticado em qualquer parte do mundo, independentemente do nome regional adotado, respeita, mas não re-conhece a Bíblia, como uma de suas diretrizes sagradas, tampouco o Alcorão ou a Torá. Para os Òrìsàístas trata-se apenas de livros religiosos, assim como tantos outros. [...]
Confiram o artigo do Dr. Adeyinka Olaiya:
ÉPO ( AZEITE DE DENDÊ) NA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA SERVE PARA TUDO
Religião tradicional YORÙBÁ e CANDOMBLÉ
—————————-
Dr. Adeyinka Olaiya
Jornalista/ Artista .
A religião do Candomblé é uma religião africana tradicional que tem suas raízes na região da África Ocidental, mas que também é praticada em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil. O Candomblé tem um sistema complexo de crenças, deuses e rituais que são centrais para suas práticas. Um dos elementos-chave da religião é o uso de EPO, ou azeite de dendê. O EPO desempenha um papel significativo no Candomblé, e sua importância não pode ser subestimada.
O Candomblé é uma religião politeísta, o que significa que reconhece e adora múltiplos deuses. Esses deuses, conhecidos como Orixás, são acreditados ter o controle sobre vários aspectos da vida, como saúde, riqueza e fertilidade. Cada Orixá tem sua própria personalidade e atributos únicos, e muitas vezes estão associados a diferentes elementos da natureza, como rios, montanhas e árvores.
O EPO é usado no Candomblé para honrar e apaziguar os Orixás. Acredita-se que o EPO seja o alimento dos Orixás, e que oferecê-lo a eles os satisfará e concederá bênçãos aos seus seguidores. O EPO também é usado como símbolo de pureza e divindade, e muitas vezes é usado em rituais de purificação e outras práticas espirituais.
Um dos usos mais importantes do EPO no Candomblé é em rituais de divinação. Adivinhação é a prática de buscar orientação dos Orixás interpretando sinais e presságios. Durante os rituais de adivinhação, o EPO é usado para marcar a bandeja de divinação, que é usada para segurar as ferramentas de divinação. Acredita-se que o EPO ajude o adivinho a se conectar com os Orixás e receber sua orientação.
O EPO também é usado em outros rituais importantes do Candomblé, como a cerimônia de nomeação e a cerimônia de casamento. Na cerimônia de nomeação, o EPO é usado para ungir o recém-nascido e simbolizar a entrada do bebê no mundo. Na cerimônia de casamento, o EPO é usado para simbolizar a união e a fertilidade do casal.
Outro uso importante do EPO no Candomblé é na cura e na medicina. Acredita-se que o EPO tenha propriedades curativas e é usado em várias preparações medicinais. Também é usado em massagem e outras práticas terapêuticas, onde se acredita que promova relaxamento e cura.
Além de seus usos espirituais e medicinais, o EPO também é um símbolo cultural importante no Candomblé. É frequentemente usado em arte e artesanato tradicionais do Candomblé, como trabalho em contas e escultura. O EPO também é um ingrediente importante na culinária tradicional do Candomblé e é usado em muitos pratos, como sopa de Egusi e acarajé.
Uma das formas mais importantes de uso do EPO no Candomblé é para proteger contra ataques espirituais.
Um ataque espiritual é uma tentativa de prejudicar alguém através de meios espirituais. Esses ataques podem assumir várias formas, desde a inveja até a maldição. O objetivo desses ataques é prejudicar a saúde, a felicidade e a prosperidade da pessoa alvo. No Candomblé, acredita-se que os ataques espirituais sejam perpetrados por forças malignas e invejosas que buscam prejudicar aqueles que são abençoados pelos Orixás.
O EPO é uma das maneiras mais eficazes de se proteger contra esses ataques. É usado em um ritual chamado "feitura de santo", que é uma cerimônia em que uma pessoa é iniciada no Candomblé e recebe um Orixá. Durante a feitura de santo, o EPO é usado para proteger a pessoa iniciada e fortalecer seu vínculo com seu Orixá.
Para proteger contra ataques espirituais, o EPO é usado em um ritual chamado "ebó". O ebó é uma oferenda feita aos Orixás para pedir proteção e bênçãos. O EPO é um ingrediente comum em muitos ebós, pois se acredita que tenha propriedades protetoras e purificadoras. Também é usado em banhos rituais, que são tomados para limpar e proteger contra ataques espirituais.
Além disso, o EPO pode ser usado em conjunção com outras práticas espirituais para proteção. Por exemplo, o EPO pode ser usado com ervas medicinais e incensos para criar uma mistura protetora e purificadora. Também pode ser usado em amuletos e talismãs, que são objetos carregados com poder espiritual e usados para proteger contra ataques espirituais.
Outra maneira de usar o EPO para proteção é em práticas de adivinhação. Adivinhação é a prática de buscar orientação espiritual através da interpretação de sinais e presságios. Durante a adivinhação, o EPO pode ser usado para marcar as ferramentas de adivinhação, como a bandeja de divinação. Isso ajuda a fortalecer a conexão com os Orixás e a receber sua orientação e proteção.
Adeyinka Olaiya
/ jornalista
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até o presente momento não há registro de origens de um Candomblé na África que se tenha dado origem ao Candomblé no Brasil.
E no conceito politeísta, se faz numa crença em vários deuses, autônomos autogerados e independentes, que NÃO é o caso do Candomblé nem da Religião Tradicional Yoruba.
Desta forma convidamos o Dr. Adeyinka Olaiya a analisar e reconsiderar a possibilidade de rever os temas abordados neste ensaio.
Fontes Virtuais
NAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS
NÃO SÃO NAÇÕES POLÍTICAS AFRICANAS, 2016, acesso por - https://luizlmarins.files.wordpress.com/2015/02/nacoes-religiosas-afro-brasileiras-nao-sao-nacoes-politicas-africanas.pdf
ORIXAÍSMO, UM ESTUDO DA RELIGIÃO IORUBA, 2020, acesso por - https://drive.google.com/file/d/16PAKKlplwjAFHHwO32vDGxcEzsFFA50z/view
sexta-feira, 21 de abril de 2023
A FORMA DE PREPARAR AS FOLHAS
Por Julie Osunronke Abebí
Informação coletada em 21/04/2023, 8:28 hrs, mensagem através do msn.
Durante a sua iniciação e em outra iniciação ao qual presenciou, foi possível ver como lidam com as ervas para o ritual de iniciação.
"O modo de preparar ervas é parecido com o batuque , não se evoca ossain" (informação pessoal)
"não existe sassanha em oyo" (informação pessoal)
quarta-feira, 19 de abril de 2023
A CABINDA E OS CABINDAS NO RIO GRANDE DO SUL
NOTA DE ESCLARECIMENTO PARA O RECENTE ARTIGO “ALGUNS DADOS SOBRE CABINDA”
Imagem 1 |
Imagem 2 |
“Que transcende seu tempo ou que vai além do temporal.Dicionário Michaelis,https://michaelis.uol.com.br/palavra/EZxo7/transtemporal/
“Que está além ou fora do tempo; que está para lá do tempo e, por isso, é relativo a todos os tempos; que transcende o que é temporal.https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/transtemporal
[...]O nome Cabinda tem a sua origem na junção de dois nomes “Mbinda” e “Nfuka”, ficando “Mafukambinda”. Estes foram os primeiros indivíduos com que os navegadores europeus estabeleceram contactos quando chegaram ao reino de Ngoio.[...] Cabinda teve a sua elevação a cidade no dia 28 de Maio de 1956. [...] (PMC, pp. 13)
[...]De tanto ouvir falar de Mafuka Binda, os colonizadores portugueses, que tinham dificuldades em pronunciar nomes locais, omitindo por vezes certos guturais (sons mais fortes da garganta), começaram a juntar a última sílaba de mafuka com binda (Mafu Kabinda), dando assim origem ao topónimo Kabinda. E foi assim que os europeus acabaram por atribuir a esta terra, incluindo aos seus habitantes, o nome de Cabinda [...] (AAP, pp. 05)
Imagem 1 - 17th-century map of the Kingdom of Congo. This map was published as an inset labelled Congi regni in Africa Christiani nova descriptio. alongside a larger map Abissinorum sive Pretiosi Joannis imperium. It was published as an update to Mercator's Atlas sive cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura of 1595 (in spite of the filename, this is not a map made by Mercator himself!).
terça-feira, 18 de abril de 2023
INICIAÇÃO DE OSUN: JULIE OUNSRONKÉ ABEBÍ
Este material nos foi enviado exclusivamente para postar e divulgar a iniciação de Osunronké Abebí, em Osun, Oyo, Nigéria.
17/04/2023 |
"Album dos 21 dias mais lindos desta minha vida. Compartilho mais um pouco da minha iniciação em Oyó na Nigéria. Quem nasce para o Orisa traz no DNA toda a ancestralidade, através de uma obrigação você alinha teu corpo e espírito com toda a ancestralidade do seu Orisa. Você recebe direto no Ori físico , no Ori abstrato e na corrente sanguínea tudo aquilo que te pertence. É apenas o seu resgate interior.
Esin Orisa EbiléReligião tradicional YorubáObs: Todos meus registros tenho a autorização para postar."
"Templo de Òsún em Oyó, meu sacerdote preparando tudo junto da família de Yéyé . Neste dia escrevo uma nova página do livro.Ore yeye ooo"
NOTA DO EDITOR
Procuramos a Osunronke, para saber sobre os bichos apresentados na primeira postagem, se eram exclusivos para a iniciação.
Osunronke"Eu não presenciei dividirem bichos. Inclusive presenciei mais de uma pessoa sentar Orisa no mesmo dia e foi tudo com bichos separados." (informação pessoal)