sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O MUNDO SE MOVIMENTA PARA COMBATER O SINCRETISMO: ÈSÙ NÃO É O DIABO

Por Erick Wolff de Oxalá
Em 24/12/2021
Créditos da imagem ignorado: à saber



Corre pelas mídias sociais manifestações que estão ocorrendo em alguns lugares do mundo, para combater o sincretismo entre Èsù e o diabo Cristão.  




Para entendermos o que é sincretismo, precisaremos saber que em determinada época os afro religiosos tiveram que camuflar a sua fé, disfarçando a sua identidade para sobreviver e resistir, enquanto eram perseguidos e atacados pela sociedade, que talvez por medo, não entendia a fé e prática religiosa do negro.

Enquanto os afro religiosos praticavam seus rituais, eles se escondiam por trás de imagens dos ícones católicos, uma forma de disfarçar sua cultura e criar simpatia às suas práticas religiosa. Mesmo que estruturalmente continuassem a manter tambores, danças e rituais, que se formos analisar, as imagens católicas não interferiam nos fundamentos, por sua vez, não seriam indispensáveis, servindo apenas como apoio.

Já nos anos 80, propriamente em 1983, o Candomblé dava os primeiros passos para o banimento do sincretismo nas religiões afro brasileiras, tendo como porta-voz a influente sacerdotisa Mãe Stella do Opo Afonja. (Caio - Link )

Já a Monja Coen alerta para o racismo praticado através do sincretismo, veja:
[…] mais tarde quando veio a escravatura, que coisa medonha né, nós todos tivemos uma participação nisto, por que nossos ancestrais estavam fazendo isso, nós estávamos lá, como eles estão aqui agora em nós, mas a diferença é o que nós  fazemos com estas informações, nós não podemos repetir aquilo que nós achamos que não foi digno,  de um ser humano… não foi ético…  não foi coerente com princípios, de PAZ, DE NÃO VIOLÊNCIA… Não permitam que você manifeste a religião que você escolheu, por que eu acho que ela não presta…. Aí começaram a esconder a misturar, daí vem a Umbanda... VAMOS FAZER O SINCRETISMO, vamos esconder as nossas deidades, as nossas entidades, por trás dos santos que vocês reconhecem... será que nós ainda não fazemos um pouco disso... no nosso dia-a-dia com filhos maridos, com irmãos parentes, pessoas com quem trabalhamos... tente fazer-me reconhecer o que você esta escolhendo para a sua vida... procure transforma para a minha linguagem [...] (o grifo é nosso)  

Link - https://iledeobokum.blogspot.com/2013/06/a-violencia-invisivel-com-monja-coen.html 

Mas... seria por acaso esta perseguição nociva e perversa?


IMAGENS 

De certa forma, a sociedade está praticando a sua fé e religião, pois o sincretismo e mensagem visual que traduz esta divindade é vinculada aos demônios, comum em suas literaturas, e, temidos pelos cristãos, veja alguns exemplos:







Observemos os detalhes que traduzem a imagens destas entidades, ou divindades, para entendermos o por que vinculam o nome Èsù ao diabo, principalmente no Brasil.

E hoje, diante tanta perseguição, que os adeptos das religiões de matriz ou influencia africana, estão lutando para desvincular o nome de Exu ao Diabo. 


FEITIÇARIA

Uma parte da sociedade afro-brasileira (?) publica nas mídias sociais ensinando como matar inimigos através de Exu (ainda que não seja o Èsù ioruba).
 
Diz Luiz L. Marins, escritor afro-brasileiro.



"Ora, deixemos de ser hipócritas! Como podemos reclamar de intolerância religiosa publicando vídeos como esse aqui. A prática da feitiçaria é o outro lado da moeda da intolerância religiosa. Então, se queremos dessincretizar Exu do Diabo, começamos por rever estas práticas. Não adianta continuar a prática da feitiçaria, e depois se esconder debaixo da bandeira da intolerância religiosa" (comunicação pessoal)

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