sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

OYO DESCONHECE ACORDO COM A CASA DE OSUMARE

Por Erick Wolff de Oxalá


Conforme temos visto na mídia e nas redes sociais, a Casa Oxumare publicou um acordo com o Alaafin de Oyo, através de seus intermediários do Asa Orisa Alaafin Oyo, especialmente a Dra. Paula Gomes na Nigéria, para a construção de uma casa de candomblé naquela cidade.

Entretanto, além de não confirmar, a Dra. Paula Gomes informou extraoficialmente nas redes sociais que Oyo não tem conhecimento de nenhum acordo neste sentido, como podemos ver na imagem abaixo: 


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Na data 13/02/2020
Sua Majestade Oba Lamidi Alayiwola Adeyemi III, O Alaafin de Oyo, torna publica a sua vontade e informações sobre a questão.


Em Português





domingo, 5 de janeiro de 2020

ORISA IBEJI EM ILEBA / ILARO, ENTREVISTAS REALIZADAS COM ARUGBA IBEJI / OLOYE IBEJI.


POR SALOMOM OMOJIE



Grupo Orisa University

Facebook, 

05/12/2020



Os gêmeos também chamados de Ibeji são considerados como Orixás mágicos pelos iorubas. Diz-se que o nascimento de gêmeos traz a saúde e a prosperidade na família e no bairro, enquanto que a morte de um gêmeo atrai desgraças para os pais e para a sociedade.



Por isso, quando um dos Ibeji morre, os pais contratam um artista para fazer uma imagem do falecido em madeira. Esta imagem de madeira é cuidada como se fosse uma pessoa de verdade. Eles também estão vestidos, por isso o valor das roupas mostra o quão rico os pais são.



O primeiro nascido dos gêmeos chama-se Taiwo, enquanto o segundo é Kehinde. No entanto, os iorubas acreditam que Kehinde é o mais velho, já que diz que Kehinde é o que enviou Taiwo para verificar se o mundo é doce e habitável, por isso, a frase: A Aiye wo (Prove o mundo).



Informações recolhidas a partir de Oloye Ibeji em Ileba, (chefe Kehinde Babarinde) e Arugba Ibeji de Ilaro (Taiye) afirmam que Orisa Ibeji é o Orisa da fortuna, da alegria, da diversão.



De acordo com eles, aqueles que tratam bem Ibeji receberão bênçãos e todo tipo de boa sorte, mas aqueles que não os tratam bem, ficam com desgraças e doenças.



Eles disseram que Ibeji representa o Orisa no comando de múltiplos nascimentos, como gêmeos ou trigêmeos etc.



De acordo com o chefe Fasipe, de Ileba, um Itan (história) em Ejioko:



“Há muito tempo, os humanos primeiro deram à luz um único filho, e que foi o macaco chamado edun, que primeiro deu à luz gêmeos e que mais tarde. 



Os humanos oraram a Olodumare para fazê-los dar à luz filhos duplos como edun e mais tarde isso aconteceu e as mulheres deram à luz gêmeos, e por isso foram consideradas mágicas e foram deificados e venerados, então esta é a ligação entre Ibeji e edun, o macaco, pois ambos são considerados mágicos. ”



O chefe Fasipe disse, que nos tempos antigos, as mães de Ibejis eram predestinadas para o comércio de roupas ou óleo de palma ou vender feijão, para tornar-se bem-sucedido na vida.



Eu perguntei-lhe como é que o Orisa Ibeji é adorado? Ele disse que pode ser feito via:



1.  Yiya-Ere (imagem de madeira de Ibeji)

2.  Ojubo (altar de adoração)



Ele disse que uma adivinhação é feita para descobrir qual dos santuários será usado por um Ibeji e para que um santuário em particular será feito.



Então será oferendado com:



1.  Feijão cozido (Ewa)

2.  banana

3.  ekuru

4.  eko

5.  Eyele

6.  akuko / Abo Adie

7.  doces.

8.  oti (bebidas)



Ele também mencionou que são dois tipos de Ibejis: aqueles com uma placenta e aqueles com duas placentas.



Ele também mencionou que, nos velhos tempos, era o lugar de descanso das almas dos Ibejis, e que se a mãe dos Ibejis morresse, era feita uma adivinhação para descobrir se o primeiro será enterrado com a mãe, ou se será dada a um membro da família.



Ele disse também que os Ibejis que tem um cordão preto amarrado em torno da cintura, é para impedir que Abiku entre na família de quem o adora, e que Ibeji tem um link com Sango, e que o ewu Ibeji tipifica tais links, como as roupas que são feitas com búzios presos como o de Elegun Sango com moedas também ligadas.



Taiye (Arugba) (Arugba)



Ela disse que odun Ibeji dura 7 dias em Ilaro, e é meio ambiente e que eles vão a Imeko, ipokia e ijofi (todas as cidades de Egbado) para informar os reis. Então uma adivinhação é feita para escolher a data adequada.



Quando eu perguntei a ela qual era o seu trabalho como Arugba, ela disse, ela impede os antes de serem roubados, e que ela e alguns mais velhos estão a cargo de dar banho, roupa e alimentação, igbin, etc, para os Ibejis, e ela também leva o Igba (cabaça) que contém os Ibejis, com ambas as mãos, em dias de festival. Ela disse que eles não carregam na cabeça.



Perguntada sobre o que eles fazem por 7 dias, ela disse que eles propiciam Esu, Sango e Ibeji e também vão em procissão visitando vários santuários Ibeji dentro da cidade.



Oriki obtido através dela:



Taiye lolu ejire ,

Edun were were gbe Ori igi,

O de ki Ile kun ,

O de odede kun ,

Omo de Ile alakisa ,

O so alakisa di oni Igba aso .



Tradução.



Taiye o duplo chefe,

Pequeno edun (macaco) que vive nas árvores,

Aquele / ela que entra para encher a casa,

As crianças que entram na casa,

E tornam-se donos de 200 roupas.



Canção por chefe Kehinde Babarinde



Ibeji re omo Edun Ibeji re omo Edun  Kerekere Yan.



Este é Ibeji, filho de Edun

Este é Ibeji, filho de Edun





Ambos disseram que não há Idosu para Orisa Ibeji.

Eles também disseram que qualquer um pode propiciar Ibeji.



Orisa Ibeji, agbe de ooo, Ase







Transcrição e adaptação por Luiz L. Marins



sábado, 4 de janeiro de 2020

SUA MAJESTADE IMPERIAL JOGANDO OBI DE ACORDO COM A TRADIÇÃO IORUBA

Sua Majestade Imperial, O Alaafin de Oyo usa Obi para fazer adivinhação de acordo com a tradição ioruba.
Kabiesi
Iku Bàbá Yeye
Igbakeji Orisa

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

DESCONTRUINDO A DESCONTRUÇÃO

Por Erick Wolff de Oxalá



O Batuque do R.S. possui dogmas e tradição, que não podem ser quebrados por simples capricho, não cumprir estes caminhos, dogmas ou tradição, estará rompendo com a própria ancestralidade, afinal, se não possuir o apoio dos ancestrais e mais velhos, se recusando a seguir os caminhos que todos passaram, não será possível passar a diante algo ao qual não cumpriu.

Uma casa de religião é fundamentada no orixá ao qual o sacerdote carrega, sem esta fundamentação, não há como haver posse, pois quem comanda é o orisa, não o individuo.

A hierarquia e fundamentos são passados pelo orixá através do jogo de búzios, a palavra sempre será do orixá, podendo haver casos de um apejó (reunião), onde uma divindade ou mais sacerdotes participam e, se unem para definir uma situação, na falta desta oportunidade.

Caso nenhuma divindade tenha se apresentado para defender qualquer assunto ou causa, a palavra final é o jogo do sacerdote do templo, pois entendo que nenhuma divindade quis intervir na situação.


Errar é humano, por isso devemos ser compreensivos, no entanto, quando o ego passa o sagrado e os fundamentos da religião, como sacerdote não devemos jamais compactuar com o erro, pois não devemos macular a comunidade por erros e equívocos de uma única pessoa.


Que o orun (mundo espiritual) e as divindade sejam sempre os nossos guias e orientadores, pois como humanos poderemos errar em algum momento, porem as divindades não cometem erros, cabendo a eles o julgamento e a defesa quando assim eles acham necessário, caso ignorem um apelo, talvez seja por que não haja defesa.


A verdade sempre está ao lado dos honestos justos, qualquer um pode se engar a ponto de acreditar que engana a todos, menos as divindades que observam e veem tudo e não se deixam levar por equívocos ou ilusões.


Que o axé do orixá esteja no coração de todos que um dia pisaram nesta casa santa e possam um dia pisar.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS

Revisado e aumentado em 05/05/2022 às 09:21

A partir dos anos 80 aproximadamente, a Kanbina ou Kanbini, começou a ser chamada de Cabinda (KANBINA / CABINDA) gerando um equivoco com a província de Angola. O livro KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS, um trabalho que soma mais de 10 anos recolhendo informações e dados para seguir os rigores acadêmicos, este livro conta a história da Kanbina (tradição do Batuque do Rio Grande do Sul) e a sua origem, fazendo um paralelo com o Ioruba (Nagô) e seus costumes. 

O Livro aborda e fornece registros sobre a Kanbina, que até então estavam soltos e não foram devidamente pontuados, com este livro será possível uma reflexão sobre a origem Ioruba (Nagô) e não Banto conforme pensavam, e os costumes de uma época a qual as tradições da Kanbina se formavam.



Livro Edição colorida
Valor 80,00 com frete incluso
Aos que moram fora do Brasil o sistema Western Union é o mais indicado. 
A versão Preto e Branco e a Colorida,  podem ser adquiridos no templo Ilê Axé Nagô Kóbi, em Porto Alegre, com desconto da taxa de envio do correio.  

FORMA DE PAGAMENTO 

Forma de pagamento - Pix ou Depósito bancário (identificado e com o comprovante), após a confirmação o envio. 
Forma de envio - Registro módico 


Contato (051) 2111-7517


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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

AMÉM, EVOÉ, AXÉ!

Com essa estrofe do samba-enredo que encerra a peça teatral “A história de um certo Zé”, composto pelos autores/diretores. Fica no ar a exaltação plena da força das religiões, como princípio ético, moral e de paz, que pode nortear o indivíduo na trilha do amor ao próximo e da solidariedade e o papel que o teatro pode desempenhar no auxílio desse “ser humano”. Se constitui ao longo da apresentação num manifesto contra o preconceito e a discriminação religiosa e de certo modo contra todo preconceito e toda discriminação.

Amém” é uma palavra da língua hebraica, que segundo vários dicionários pesquisados, não tem equivalência exata nas línguas ocidentais. Etimológicamente, deriva do verbo “aman”, que significa “que conste”, “em verdade”. Assim, deve ser entendida como uma confirmação a algo que é considerado firme, estável, imutável. Estendida ao Cristianismo, é usado nos escritos bíblicos para afirmar que algo “tem de ser”, sendo uma das aclamações litúrgicas mais frequentes no encerramento das orações, significando “assim seja”. Dessa forma os fiéis ao pronunciar “amém” têm por verdadeiro, ratificam e concordam com o que foi dito.

Evoé, é uma saudação a Dionísio (Baco) que é mais conhecido como o deus do vinho e da fertilidade, entretanto é também o deus do Teatro e “Evoé é a exaltação a Dionísio”, que expressa intensa alegria.
Axé é um termo da língua Iorubá, portanto utilizado principalmente pelos fiéis das religiões afro-brasileiras e equivale a palavra “amém”, significa o “poder”, a “energia”, a “força de realização”. Frequentemente é utilizada para designar a vida; a força manifestada em todo ser vivo ou existente na natureza. É a energia e a força sagrada advinda dos Orixás, ou ainda o nome dado aos locais onde ocorrem os cultos religiosos afro-brasileiros.
Os negros africanos quando vieram escravizados para o Brasil, trouxeram da África seus cultos, crendices e religiões. Seus Orixás, Inkices e Voduns, o seu vocabulário e as suas superstições. Assim, o conceito de Axé está ligado ao misticismo dos cultos afro-brasileiros, e não só os afrodescendentes, mas todos aqueles que se tornaram fiéis desses cultos religiosos o utilizam.
Dessa forma, ao resolver contar a história do Zé, qualquer Zé, do Catimbó, Jurema, Umbanda ou Candomblé o Diretor Léo Campos possibilitou a todos que assistiram uma reflexão sobre a heterodoxia da fé em suas expressões mais populares. A peça, muito bem escrita, dirigida e encenada enfoca um dos personagens mais enigmáticos das religiões de matriz africana e/ou ameríndia Sêo Zé Pelintra, com todas as suas contradições, dentre elas a principal, de ser um Robin Hood tropicalizado, com a visão clara dos desafios enfrentados pela população mais humilde.
Ambientado primeiro na sua origem incerta no Nordeste do Brasil e depois na sua vida e morte na boemia do Rio de Janeiro. Caracteriza magistralmente a diferença entre “malandro” e “marginal” e o personagem lendário e mitológico em que o Sêo Zé se transformou ao longo do tempo, um advogado dos pobres. Descreve com maestria o seu amor com Maria Navalha, a única mulher a efetivamente possuir o seu coração e os conflitos dessa relação. E por último a sua vocação, após a morte física, de ser Guia de Luz. Tudo isso numa linguagem simples e direta, facilitando o entendimento da “história ou estória” e falando diretamente para corações e mentes da platéia!
Sêo Zé Pelintra retrata alguém que teve uma vida sofrida e que foi negligenciado como ser humano por tudo e por todos – situação em que se encontra um grande contingente de pessoas em nosso país –, mas que não guardou mágoa ou rancor ao desencarnar.
Parafraseando Plinio Marcos: “O teatro só faz sentido quando é uma tribuna livre onde se podem discutir até as últimas consequências os problemas do homem”.
Assim é a peça…A história de um certo Zé.
Amém, Evoé, Axé!
P.S.1: Quem ainda não assistiu terá a última oportunidade do ano, com a apresentação extra na segunda-feira, dia 16/12 ás 20:00 horas na Academia Cena Um.
Maiores informações/ingresso celulares: (41) 99648-4922 e (41) 98877-9020 
Fonte - https://www.fuep.org.br/amem-evoe-axe/ 



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