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domingo, 27 de setembro de 2020

KAMUKA, KANBINA E O CONCEITO DE NAÇÃO

Por Erick Wolff de Oxalá
26/09/2020


Este texto tem por finalidade pontuar alguns conceitos de Nação, pois constantemente nos deparamos com textos que sugerem que a Kanbina e Kamuka sejam Banto, apenas pela semelhança do nome aos povos Banto. 

Recentemente, a página Ile Ase Igbomina, no Facebook, publicou na data de 09 de setembro de 2020, algumas considerações sobre Kamuka, que respeitosamente resenharemos neste artigo alguns tópicos.

Procuramos pontos concordantes mas não foi possível encontrar, ao qual o próprio autor informa que, não foi uma tarefa fácil, pois o autor pertence a outro segmento batuqueiro, e que pela dificuldade de informações pode ter cometido qualquer equivoco, assim relatado pelo Igbomina.

[...] tentar falar sobre este Orixá tão introspectivo não é uma tarefa das mais fáceis para mim tendo em vista que sou da Nação Ijexá [...]

Começaremos pontuando que, Paulo Tadeu, informa no seu livro "Quem é o orixá Xangô Kamucá da Nação Religiosa Cabinda?", que o patrono da Kanbina, pai Waldemar foi escolhido por Xangô (divindade ioruba) ainda no ventre." 

Assim, poderia ser uma divindade Banto, conforme também chegamos a pensar, um dia. 

Norton Correia registra em 1992, no seu primeiro livro O Batuque do Rio Grande do Sul, a palavra Cambini ou Cambina, o que, para aquela época era como os antigos a chamavam. 

Porém, com o tempo, Paulo Tadeu, sem qualquer estudo científico, informava para a sociedade religiosa do Batuque, que era totalmente errado e deveriam falar Cabinda. 

Nos trechos que destacaremos, faremos algumas resenhas sobre as divergências e questões apresentadas na página Ile Ase Igbomina:

1. [...] E o que sei é que Kamuká só seria cultuado na cabinda e que nenhuma outra nação deveria ou poderia cultuá-lo, pois esse Orixá é o do fundador dessa nação [...]

Segundo informações do escritor Paulo Tadeu, Kamuka sempre foi da Kanbina. Paulo Tadeu informa ainda que Pai Waldemar era de Xangô Agodô. Então, como explicaria Pai Waldermar ser conhecido como Waldemar do Kamuka?

O Xangô do Povo, na tradição do Batuque Oyo, tem a finalidade de proteger a comunidade,  e por isso seu local de culto era no pátio, mas nem por isso registramos algum relato de que Xangô do Povo foi ou é um Egun, mesmo por que, orixá não vira Egun, nem morre.

2. [...] O que sei também é que o assentamento desse Orixá é feito no balé, pois teria ele grande aproximação com eguns. Meu tio-avô carnal, Cláudio de Oxum Docô, falecido babalorixá de Cabinda me disse inclusive que nem devemos pronunciar esse nome (Kamuká) dentro de casa, pois poderia atrair algum tipo de mal, porém sou totalmente cético sobre isto.
Dizem ainda que Kamuká reside no cemitério, mais precisamente no forno (lugar onde se cremam os ossos) e que, por conta disso, se prestaria só ao dano [...] 

O conceito de que o assentamento de Kamuka é feito no igbale, que até pouco tempo comentavam, é um equivoco, pois conforme citamos acima, não há possibilidade de orixá ser egun, e no local de culto aos ancestrais do Batuque são cultuamos os mortos.

Existem registros que algumas famílias fazem uma segurança para Kamuka no meio do salão, o que em momento algum faria sentido ser um assentamento de egun, afinal o templo pertenceria a um orixá, o que seria inapropriado uma segurança no meio do salão para Kamuka caso fosse um egun, onde muitos fundamentos para orixá seriam feitos em cima desta segurança.
 
Xangô é uma divindade da etnia Ioruba, sabemos que os ioruba não enterram seus mortos no cemitério, mas no próprio quintal da casa, ou até mesmo, dentro de casa; por isso, na origem do culto a orixá, também não existe orixá do cemitério.
 
3. [...] pois esse Orixá é o do fundador dessa nação [...]  Esses são alguns dos motivos pelos quais não se dá cabeça de filhos para esse Orixá (que a essa altura me pergunto se é Orixá mesmo)[...] 

Notem neste trecho, primeiramente refere-se ao Pai Waldemar era de Kamuka e a seguir, informa não dá cabeça de filhos, fato que contradiz e ao mesmo tempo, sanciona, a fala do Paulo onde diz que o orixá de Pai Waldemar era Agodô.

4. [...] Por outro lado tenho minhas pesquisas históricas e o que encontrei é que, segundo Norton Corrêa, quem fundou a nação Cabinda em Porto Alegre foi um africano chamado Gululu.
No entanto a insistência dos descendentes de Cabinda em afirmar que o surgimento dessa nação se dá com o Esá (título que se dá a pais e mães-de-santo falecidos) Valdemar Antonio dos Santos, me leva a questionar se Gululu e Valdemar não seriam a mesma pessoa [...]

Conforme publicado no livro KANBINA, Origens ioruba e a continuidade no Batuque do RS, que Gululu é o Pai Antoninho da Oxum, filho de mãe Donga da Oxum, tradição Oyo, onde explica a Kamuka no pátio, assim como o Xangô do Povo herdado da Mãe Donga pelo Pai Antoninho.  Sobre os Banto e suas divindades, as fontes não foram informadas.

5. [...] Diferentemente das crenças bantus, na metafísica dos sudaneses para onde eles iam suas divindades e ancestrais os acompanhavam. Por isso, ao chegarem no Brasil, trouxeram consigo sua cultura religiosa. É bem provável que uma parte dos bantus também tenham migrado para a religião desses sudaneses cultuando os Orixás[..]

Cite ao menos um local no Brasil onde exista, comprovadamente, cultura religiosa tradicional de Cabinda.

6. [...] É possível que Gululu seja um desses africanos de origem bantu que aprendeu a cultura dos Orixás aqui no Brasil com sudaneses, mas resolveu fundar uma sociedade religiosa com negros originários da mesma região, batizando sua nação, então, de Cabinda [...] 

Qual seria a base para esta possibilidade do Gululu? Possibilidades, embora existam, não são provas irrefutáveis para nenhuma conclusão.

7. [...] Mas isso não explica o Kamuká no culto [...]

Talvez não explique por que esteja ignorando o conceito de Nação e etnia, por isso não o enxerga! veja a seguir;

8. [...] Existe em Angola - bem distante de Cabinda por sinal - uma etnia bantu denominada Mbundu/Kamuka (http://www.embaixadadeangola.org/cult…/linguas/l_mbunda.html) [...]

Sim existe, o que nos fez pensar nesta possibilidade. Porém, há uma grande distancia entre Cabinda, e Kamuka, que fica ao norte da republica do Congo. Observem os mapas:



No Zambia?
 

Neste mapa é possível ver a distancia da província Cabinda para Os Angola, inclusive:


9. [...] Isso não diz muito exceto que a origem do nome Kamuká, agora comprovadamente, é bantu [...]

Ainda que exista um local chamado Kamuka ao norte da Republica Popular do Congo, tal fato não embasa a tese que a Kambina do Batuque é um culto bantu.

Quer nos parecer que, aos investigadores que pesquisam sobre as nações afro-brasileiras, falta-lhes o embasamento do que é o CONCEITO DE NAÇÃO conforme já estudado pelos professor Vivaldo Costa Lima (UFBA).

Sobre este tema já produzimos um resumo aqui no blog. Sugerimos a leitura: NAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS NÃO SÃO NAÇÃO POLÍTICAS AFRICANAS

 

Assim, conforme o Conceito de Nação acima exposto, cujas leituras foram sugeridas acima, conceituar nações afro-brasileiras, no caso a Cambina, ou Cambini, ligando-a à Cabinda, na Africa, apenas pela semelhança do nome, não serve como base conclusiva. 

No exemplo abaixo, qual deles seria o correto?






 

 

 

10. [...] E se hipoteticamente Gululu for o nome africano de Valdemar já que os escravizados eram batizados com nomes ocidentais quando chegavam no Brasil? Daí a coisa começa a se encaixar. 

Segundo o escritor Paulo Tadeu, Waldemar teria nascido em agosto de 1883, no Brasil, sob a lei do ventre livre.

11. [...] Kamuká pode ser um Nkisi nsi, espírito ancestral ligado a um clã familiar. Esse espírito pode ser de um ente falecido que volta incorporado num descendente seu [...]

[...] Agora refletindo: se Valdemar (ou Gululu) cultuava Kamuká por que este era o Nkisi nsi de sua família, fica explicado o porquê de Kamuká não pegar mais filhos, nem de poder baixar em alguém. Por outro lado, também fica explicado do porquê desse “Orixá” ser cultuado próximo ou junto ao balé, pois na cosmogonia iorubá Kamuká seria um egun[...]


Esta possibilidade existe, pois segundo Paulo Tadeu, Waldemar era de Xangô, e não de Kamuka ... mas ainda que Kamuka seja "um espírito ancestral ligado a um clã" de sua, talvez, família banto do Congo, esta possibilidade não faz da nação Cambina um culto banto, mas antes, uma nação de culto Ioruba que cultuaria junto um ancestral/divindade banto, assim como as nações do batuque cultuam a divindade Sapata, sem serem rotuladas de nação "fon".
 

Como reflexão, imaginemos um oriental que tenha sido escolhido por Xangô para ser iniciado para ele, e ele venha se iniciar para Xangô; independente da etnia oriental de origem, ele praticará o culto ioruba de Xangô, sendo que sua origem oriental, em momento algum transformaria o culto de Xangô que ele agora pratica, em culto asiático.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O que necessitamos no estudo da Kanbina e Kamuka é o conceito de Nação, por isso não é possível afirmar que Kamuka seja Banto, mas caso fosse, apenas por hipótese, isso não transforma a Kanbina em culto Banto, assim como Sapakta não transforma o Batuque em culto Fon.

Mesmo que pai Waldemar possa ser um descendente do povo Banto, ao adotar o orixaismo, ele estava praticando rituais e costumes dos povos iorubas e não Banto.  

Orixá não é egun, por isso, não deve ser cultuado como morto.

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     Imagens comprobatórias




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Após a publicação deste artigo em nosso blog, a publicação original do Ile Ase Igbomina 

foi realocada para outra página, também no Facebook, cujo link fornecemos abaixo:

https://www.facebook.com/fabio.oxala/posts/3400801473310350

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Links de trabalhos e artigos para estudo e possível referencia;


NKISI É ORIXÁ?




NAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS NÃO SÃO NAÇÕES POLÍTICAS AFRICANAS Erick Wolff


Livro 

KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS




quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXIV

Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 24/02/2022 no grupo:
https://www.facebook.com/groups/1444295859135612

COMPREENDENDO O EGÚNGÚN (VENERÁVEIS ANTEPASSADOS)

Ainda no tema Egun, veremos como o nativo pensa, e, claro que assim como o culto de orixá, existem preceitos e conceitos que envolvem este culto, vejamos.

Este é um dos posts mais interessantes que coletamos na internet, pois ele esclarece o conceito de mundo espiritual do nativo, sem influencia cristã. 

Determina que pessoas que praticam o mau não devem ser venerados, e que somente pessoas boas são veneradas, pois assim ajudarão os seus descendentes. 

Outro fator importante que esclarece que o egun esta vivo em nós.


domingo, 8 de outubro de 2023

QUEM É XANGÔ KAMUKÁ? [NO BLOG: UMBANDA DE VERDADE (AFRO-INDIGENA)]

Para registros da Cultura e memórias do Batuque, esta postagem foi publicada na UMBANDA DE VERDADE (AFRO-INDIGENA), uma comunidade aberta a qual, todos podem ler, porém, precisam pedir permissão para comentar.

Ao pedirmos autorização e a postagem foi apagada, entretanto, para registro já havíamos coletado o texto e imagens comprobatórias. 

Para melhorar visualmente e facilitar a leitura, adaptamos a postagem para o Blog, assim o leitor poderá acompanhar o pensamento e compreender o que o autor desejava expressar.

Importante destacarmos que o texto começa definindo Xangô Kamuka como uma divindade, enquanto algumas pessoas cometiam o equivoco em dizer que Kamuka seria um Egun, desconsiderando que orixá não vira Egun, nem morre. 

[...] Xangô Kamuká é o Rei da Nação religiosa de Cabinda. Este magnifico Orixá é exclusivamente cultuado na Nação de Cabinda, ou seja, Xangô Kamuká naõ é cultuado por outras Nações. [...]

[...] O fato de Xangô Kamuká não ser cultuado pelas demais Nações religiosas no estado do Rio Grande do Sul, apenas podendo ser cultuado na Cabinda e também de não poder ser assentado para pessoa alguma na Nação religiosa de Cabinda [...]

Professor Denis de Ode, informa que:

Voltando ao texto do blog, sem citar fonte o autor do artigo afirma que  "Baruálofina" seria o sobrenome do Xangô do pai Waldemar:

[...] Xangô Agodô Kamuká Baruálofina é o Rei da Nação religiosa de Cabinda, praticada e cultuada no estado do Rio Grande do Sul. Xangô é o nome do Orixá, Agodô é a classe deste Orixá, Kamucá é o nome deste Orixá Rei, que foi assentado para o Babalorixá Rei Waldemar Antonio dos Santos, Baruálofina é o sobrenome deste Orixá Rei da Nação de Cabinda. Kamuká não é classe do Orixá Xangô, é um nome apenas. [...] (o grifo é nosso)

Neste trecho, afirma que a Nação Kanbina seria regida por Egun:

[...] A Nação religiosa de Cabinda é uma Nação regida por Eguns. [...] 

A seguir, novamente sem citar as devidas fontes, o autor afirma que: 

[...]É simples, imaginamos que algum Babalorixá ou Yalorixá da Nação de Cabinda assente o Orixá Xangô Kamuká Baruálofina para algum dos seus filhos de religião, este filho ou filha, a partir da primeira gota de sangue (axorô) que caia sobre a sua cabeça (Eledá) ou Ocutá, estaria de volta á terra o Rei da Nação religiosa de Cabinda. Se o Xangô Kamuká incorporasse no filho ou filha, o Babalorixá ou Yalorixá teria que se curvar, bater cabeça para aquele Orixá Rei da Nação de Cabinda. [...]

Sem fontes ou alguma testemunha viva, não é possível checar a veracidade desta fala: 

[...] A frase dita não pelo pai Waldemar e sim pelo pai Kamuká foi: Depois de mim, não pegarei mais cabeça e nem mais serei assentado, permanecerei como protetor da minha nação![...] 

Considerações 

Segundo fontes e informantes pai Waldemar era de Xangô Agodo. (vide fontes virtuais)

Não há registros que comprovem que "Baruálofina" seja o oruko do Xangô do pai Waldemar.

Pai Waldemar tinha um Kamuka no pátio, que tomava conta da família, por isso, ele ficou conhecido como Waldemar do Kamuka.

Há registros de filhos do pai Henrique feitos para Xangô Kamuka.

Há registros de Kamuka sento. (vide fontes virtuais)

Não há registros da existência de um Xangô Kamuka entre os Banto.

Não há registros, nem testemunhas de que o Xangô do pai Waldemar enquanto ocupado, tenha deixado alguma mensagem, por isso, atualmente trata-se de uma lenda, a qual é repetida, mas sem seja  possível comprovação cientifica. 

Texto completo: 


"Quem é Xangô Kamuká?

Xangô Kamuká é o Rei da Nação religiosa de Cabinda. Este magnifico Orixá é exclusivamente cultuado na Nação de Cabinda, ou seja, Xangô Kamuká naõ é cultuado por outras Nações. Quando alguns se arriscam em falar ou palpitar sobre Xangô Kamuká o fazem de forma fria e até com ares de zombaria em suas "análises", ignorando a sua grandiosa força espiritual.

Também na qualidade de Rei desta populosa Nação religiosa, que é a maior Nação no estado do Rio Grande do Sul em números de adeptos e de templos de religião instalados.

Xangô Agodô Kamuká Baruálofina é o Rei da Nação religiosa de Cabinda, praticada e cultuada no estado do Rio Grande do Sul. Xangô é o nome do Orixá, Agodô é a classe deste Orixá, Kamucá é o nome deste Orixá Rei, que foi assentado para o Babalorixá Rei Waldemar Antonio dos Santos, Baruálofina é o sobrenome deste Orixá Rei da Nação de Cabinda. Kamuká não é classe do Orixá Xangô, é um nome apenas. 

Diferentemente das demais Nações em que os religiosos (por receio dos inimigos ou por desconhecimento) costumam omitir o nome do seu Orixá de cabeça, os Cabindeiros costumam se apresentar sempre declarando o nome de seu Orixá de cabeça. A classe do Orixá não é apresentada por uma questão de costume. Em nenhuma nação religiosa originária da áfrica daquelas praticadas e cultuadas no Rio Grande do Sul, sejam estas puras ou misturadas é assentado qualquer Orixá no Balé, portanto o Rei Xangô Kamuká teve o seu assentamento realizado para o seu filho Babalorixá Rei Waldemar Antonio Dos Santos dentro do Pejí (Quarto de Santo). 

A Nação religiosa de Cabinda é uma Nação regida por Eguns. O fato de Xangô Kamuká não ser cultuado pelas demais Nações religiosas no estado do Rio Grande do Sul, apenas podendo ser cultuado na Cabinda e também de não poder ser assentado para pessoa alguma na Nação religiosa de Cabinda, se dá por uma questão de respeito ao grandioso Babalorixá Waldemar Antonio dos Santos falecido em 15 de setembro de 1935. 

É simples, imaginamos que algum Babalorixá ou Yalorixá da Nação de Cabinda assente o Orixá Xangô Kamuká Baruálofina para algum dos seus filhos de religião, este filho ou filha, a partir da primeira gota de sangue (axorô) que caia sobre a sua cabeça (Eledá) ou Ocutá, estaria de volta á terra o Rei da Nação religiosa de Cabinda. Se o Xangô Kamuká incorporasse no filho ou filha, o Babalorixá ou Yalorixá teria que se curvar, bater cabeça para aquele Orixá Rei da Nação de Cabinda.

O Babalorixá Waldemar de Xangô Kamuká Baruálofina nasceu em 24 de agosto de 1883 e faleceu em 15 de setembro de 1935.

Autoria Zezé de Oxalá (In-Memorian)

A frase dita não pelo pai Waldemar e sim pelo pai Kamuká foi: Depois de mim, não pegarei mais cabeça e nem mais serei assentado, permanecerei como protetor da minha nação!

Peço a atenção de @todos 

Conteúdo sensível! Estamos falando de Cabinda, uma Nação/vertente específica de matriz africana, portanto não analise o tema sob outra perspectiva. Leia as regras do grupo antes de comentar."


Imagem comprobatória:


  


Link https://www.facebook.com/groups/515292469554413/permalink/735095234240801/


Fontes virtuais:
KAMUKA NA NIGÉRIA
https://www.facebook.com/groups/515292469554413/permalink/735095234240801/


Homenagem a Waldemar Antonio dos Santos, patrono e fundador da tradição Kànbína do Batuque do R.S.
https://iledeobokum.blogspot.com/2015/11/homenagem-waldemar-antonio-dos-santos.html


KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS
https://iledeobokum.blogspot.com/2019/12/kanbina-origens-ioruba-e-continuidade.html

quinta-feira, 27 de julho de 2023

A NAÇÃO DE CABINDA É A NAÇÃO DO EGUM?

Para o bem da ciência e registro dos costumes e conceitos do Batuque do RS, coletamos este debate para registro dos pensamentos e tradições dos internautas batuqueiros que participaram. 


O debate ocorre no numa comunidade aberta Batuque Do Rio Grande do Sul no Facebook, houveram divergências nos costumes e tradições, desta forma as transcrevemos para destacarmos. 


Postado por
Batuque Do Rio Grande do Sul

Em 08/07/2023

 


A nação de Cabinda é a nação do egum ?

 

Lya Tarosh

EGUNGUN , eles são a nossa Ancestralidade.

E não é só a Cabinda que cultua , e pelo que sei Cabinda não é a Nação dos Eguns , apesar que se vê muito por aiw alguns se achando melhores que irmãos das demais Nações porque são de Cabinda e a Cabinda se cultua primeiro o Egumgum , mas em todas as Nações eles são cultuados.

 

Mary Faleiro

A inveja mata, procurem saber primeiro, depois dêem suas opiniões ofensivas. Se não conhece cale-se. Gostam de polêmica e querem fundamento via rede social.

 

Lucas Freitas

Mary Faleiro Sua benção Ìyá, sempre fui a favor disto, não expôs o fundamento em redes sociais, principalmente o Ègún que é tão sagrado e está tão banalizando.

 

Patricia D'Sapatá

A pergunta está com uma grande deficiência na sua elaboração. Existe um oceano que distingue a cultuar Egun=Ancestral bem como as suas práticas ou ter balé em casa. Se a origem nas nossas práticas religiosas se remetem a nossa Ancestralidade obviamente que não é uma exclusividade de uma só nação. Agora ter balé em casa é um outro prisma que depende de diversos fatores para se chegar nesse grau. Também precisamos trabalhar no mínimo um pouco mais de humildade nas nossas relações pois com base nas pesquisas de muitos historiadores o que sempre nos leva a crer que não existe uma verdade absoluta está que está sendo provocada eu "uma pergunta" quase que uma afirmação que não está bem elaborada.

Karina Santana

Na Cabinda o egum cuida das defesas da casa de religião,por isso,devemos tratá-lo com respeito e seriedade .Ao agirmos assim ele sempre estará nos cuidando e defendendo juntamente com os nossos orixás.

 

Placer Sala

Qualquer nação que cultua Orixá tem que cultuar o Egum…

Egum nada mais é do que nossa própria ancestralidade, nossos Antepassados, nossa história, nossa via de início e fim.

Tudo começa no Egum e termina no Egum

 

Betty De Xapanã

Placer Sala concordo plenamente !

 

André D'Ogum Avagã

Placer Sala jêje ijexá não cultua egum e nessa nação o egum é o fim e não o começo.

 

Mário Oxalá Obokun

André D'Ogum Avagã Não cultua ???

Você pode falar por todo o Jeje Ijexa?

 

Carolina S. Vigel

Placer Sala errado!!!!!!!

 

Mário Oxalá Obokun

TODAS AS NAÇÕES/TRADIÇÕES FAZEM CULTO A ANCESTRAIS.

NAO É EXCLUSIVIDADE DA CABINDA E TAMBÉM NÃO FORAM OS PRIMEIROS A FAZER

 

Mary Faleiro

Mário Oxalá Obokun quem foi?

Mário Oxalá Obokun

Mary Faleiro o culto a ancestrais existe em Nigéria desde sempre, e o escravos que de lá vieram faziam, Oyo, Ijexa, base do Batuque do RS tem registros de custos a ancestrais deste os primórdios.

 

Mário Oxalá Obokun

Mary Faleiro jeje também sempre fez

 

Larissa Sauzem

Mary Faleiro acho que vou ficar calada né Mãe 😂🤭

 

Mary Faleiro

Larissa Sauzem o melhor que faz, não dá

Aqui não é Nigéria nem nunca chegou perto

 

Cristian Pedro

Mário Oxalá Obokun verdade.

 

Tigrezinha Rose Britto

Mário Oxalá Obokun exatamente 👏

 

Jonathas Rocha

Qualquer lado cultua os ancestrais

Não somente a cabinda!

Até pq o que eu aprendi é que egum não tem lado!

 

Yan Y Roberta

Nação de cabinda é uma Nação que trata primeiro ao Egum antes de tratar o Orixá, essa é a diferença!

 

Andre Silva

Gran verdad nosso fundamento começa la no fundo com elegbá .

 

Dieguitto de Agandjú  · 

Seguir

Se tem orixá, tem ancestralidade, tem Egum.

Independente da nação.

 

Zezo Costa

Ancestrais há em todas as religiões, afros!!!

Pq foi eles que deram início a tudo!!

Simplesmente!!

 

Silvio Lucena

Todas as nações podem cultuar Egun que são nossos ancestrais. Não é uma exclusividade da Nação de cabinda.

 

Wanessa Toledo

O post é aberto para que Babalorixás e Yalorixas de Cabinda possam explicar um pouco a quem não entende e tem essas dúvidas.

 

Whélter Krewer

A nação de Cabinda começa pelo egum , onde se tem o zelo pela ancestralidade.

 

Michele Soares

Whélter Krewer lembrando que egum de balé é o egum de um ancestral (pai, mãe, avó de santo) e nunca de irmãos, filhos e netos... Pq vejo vários bales por aí abrindo com egum de descendente e não de antecedente.

 

Whélter Krewer

Michele Soares aí já pulamos para uma questão muito discutida hoje me dia não só na Cabinda ." Onde a pergunta é abrir ou não o balé para filhos ?" , Já na minha doutrina que aprendi deve-se abrir para ancestrais como pai... Mãe , avós , bisavós e assim vai antecedendo a nós. Embora algumas casas já fazem de outras maneiras ficamos a nós a humildade de seguir a nossa sem desmerecer ou julgar.

 

De Oya Nany Mandinho D Avagan

Todos os lados começa no egum

 

 

Alagbe Micael Reis

A questão é que muitos de fato não compreendem o REAL , significado da palavra EGUM dentro do BATUQUE !

EGUM é o nosso ANCESTRAL . e de forma alguma isso é ruim , pensa que você ficou 10, 20 ou 50 anos na mão do seu pai ou mãe de santo . A vida toda e… 


André D'Ogum Avagã

Nem toda nação cultua egum,fui iniciado no jêje ijexá e jêje com ijexá NÃO cultua egum,tanto que a palavra egum sequer podia ser falada dentro do salão senão o cara levava um baita de um puxão de orelha. Fora que pra nós o egum era considerado o fim e não o começo. Depois que a cabinda tomou conta de tudo pelo status,agora todo mundo acha que tudo que é nação tem que ter fundamento igual o da cabinda. Agora tudo é status e todo mundo tem que ter balé pra ser o bam bam bam do buraco e as outras nações tem que entrar no embalo senão o fundamento não presta.

 

Edvaldo Mattos Edy D Oxala

André D'Ogum Avagã então na sua opinião jeje ijeixá não cultua ancestralidade, humm esse teu jeje ijeixá é bem diferenciado pois não existe nação sem cultua ancestralidade

 

André D'Ogum Avagã

Edvaldo Mattos Edy D Oxala diferenciado é esse batuque de hoje em dia. Não é o mesmo batuque que eu conheci há anos atrás. Que eu sei quem tem culto a balé é cabinda, jêje e o oyó que fazem balé no mato. Jêje com ijexá e ijexá puro não cultuam egum. Nessas horas se observa como o batuque mudou mesmo.

 

Julio Cesar

André D'Ogum Avagã como assim jeje ijexá puro???

Se for jeje ijexá já tem mistura.

 

Edvaldo Mattos Edy D Oxala

André D'Ogum Avagã mais um equivoco pois querendo ou não só pesquisar bem lá atrás as nações acabaram se misturando claro cada uma continuo cm suas peculiaridades mais mesmo assim cm algo de outra nação pois se não tivesse isso algumas nações teria número reduzido de orixás pra cultuar e cm as pessoas mesclando cada vez de uma nação pra outra misturo mais ainda então aí acaba esse negócio de nação pura , outra coisa tudo é herança jeje ijeixá não é obrigatório ter o balé mais pode sim ter a diferença é que Cabinda vai e antes de corta pra orixás alimenta o egungun , mais se vc herdar um orixás não importa a nação tudo muda , mais deixa assim só antes de afirmar algo precisa procurar muitas outras fontes e pessoas para não sai falando que todo mundo é errado só oque eu sei é o certo tanto que se vc olhar a postagem aí tem pessoas de fundamento e muito mais antiga que eu e vc cm opinião totalmente diferente da sua pq será né,será que todos estão errados só vc o certo e são do batuque antigo eles

 

Marce Freitas

André D'Ogum Avagã também aprendi assim mas isso a anos atrás hj tudo está diferente mas como diz os antigos cada um mexe sua panela com sua própria colher

 

Marce Freitas

André D'Ogum Avagã por isso muitas vz agente só escuta pq hj em dia tudo está mudado e uma micelania que não vale nem apenas cada um segue com sua feitura e ponto abraços

 

Nadine Leão

André D'Ogum Avagã gato minha mãe de santo tem pelo menos 60 anos de vasilha e ela foi feitao no jeje com ijexa e sim quando se tem herança se tem egum nem que seja no mato, pode ser até que tua família religiosa não cultue por opção, mas quando alguém morre e o orixa escolhe continuar ele vira egum, sendo assim qualquer religião sendo cabinda, oyó, jeje ou assemelhados vem com ancestrariedade! Até por que não pode esquecer que existe egum de orixa !!!

 

Gerson Farias

Todas as nações cultuam egum.Lembrando que não necessariamente precisa se ter balé para cultuar egum.Cada nação a seu modo mas não existe batuque sem os ancestrais.

 

André Paula Ribeiro

Na minha opinião Egum e a nossa base de tudo eles nos deram o encaminhamento parar aprender os rituais que a nação nos fornece antes de serem eguns eles foram mães e pais de santo ou seja um babalorixá e uma yalorixa pois bem nos servimos nosso orixás… 

 

Diego Luz

Muitas casas cultuam Eguns, a diferença é que a Cabinda é uma Nação para os Eguns, seu rito é forte, pois não há obrigação sem antes alimentar os ancestrais. Cabinda começa pelo Egun, essa é a diferença das demais Nações, porém, o culto aos Eguns é bem ativo em outras Nações, não sendo especificamente somente da Nação Cabinda.

 

Lucia De Ossãnha

Diego Luz e até onde sei só a cabinda cultua o kamuká e que dança pro leba antes de começar o batuque então tem diferença sim a cabinda das demais nações isso é fato e não é por ser melhor e mais forte que outras nações como falaram aí a cima é um ou o fundamento da nação cabinda só isso

 

Paulo Roberto Lopes Martins

Alguém sabe quem trouxe esse culto pra Cabinda ou disse que seria exclusivo dela???

 

Helena Porto

Quando cultuamos a Ancestralidade, homenageamos aqueles que vieram antes de nós, não esquecendo inclusive, dos Escravizados, pois foram Eles que truxeram todo culto afro para o Brasil, seja Candomblé ou Batuque.

"Quem sabe de onde veio, sabe para onde vai"


Helena Porto

Alex Sander Sander ikú ô, ikú ô,👏👏👏

 

Revisado e aumentado em 10/07/2023


Placer Sala
Qualquer nação que cultua Orixá tem que cultuar o Egum…
Egum nada mais é do que nossa própria ancestralidade, nossos Antepassados, nossa história, nossa via de início e fim.
Tudo começa no Egum e termina no Egum

Cristiane Bastos
Placer Sala O início e a perpetuação!

Betty De Xapanã
Placer Sala concordo plenamente !

Rodrigo Carvalho
Mário Oxalá Obokun pois então irmão, como penso na minha humilde observação cada casa tem la suas peculiaridades e costumes específicos baseado naquilo que um pai ensina pro filho e assim por diante. Feitura de Egun ou Igbalé de ancestral talvez seja uma diferença de casa pra casa e não necessariamente de nação pra nação. Acho que o irmão ali quis dizer que na casa dele não se pratica, assim como na sua ou em outras famílias dessa nação tem-se a prática normal.

André D'Ogum Avagã
Placer Sala jêje ijexá não cultua egum e nessa nação o egum é o fim e não o começo.

André D'Ogum Avagã
Mário Oxalá Obokun e quem cultua pode falar por todo jêje ijexá???

Mário Oxalá Obokun
André D'Ogum Avagã também não
Ninguém pode falar por todo Jeje Ijexa bem como por nenhuma tradição como um todo.
Por isso deve falar por sua família... naonpor uma tradição toda.

Egum não tem lado.

Rodrigo Carvalho
Eu acho que o irmão André de Ogum quis dizer que a nação Jêje Ijexá não cultua Egun da mesma forma que nós cultuamos (com missa sendo feita uma vez no ano, com serão no balé e toque dentro do salão) sendo ela uma das datas da casa em seu calendário normal.
Mas tenho certeza que quando uma pessoa de Jêje Ijexá morre logicamente é feito 1 Arissun e desligamento de sua obrigação do Peji no Ilê.
Sendo assim todas as nações de certa forma cultuam Egun. Claro, cada uma com a sua peculiaridade específica.

Mário Oxalá Obokun
Rodrigo Carvalho conheço famílias antigas do Jeje Ijexa e de outras tradições que fazem o preceito anual

Carolina S. Vigel
Placer Sala errado!!!!!!!

Íya Jeny Salazar da Boci
Só um aviso caso não saibam.
Orixá não ESCOLHE nação, quem faz isso somos nós humanos por uma questão de ego é vaidade, mas orixá responde em qualquer nação.

Diego da Rosa
Íya Jeny Salazar da Boci exato mana, mas n largo Cabinda kkkk

Íya Jeny Salazar da Boci
Diego da Rosa como falei, questão de ego humano kkkkk

Roger Leite
Diego da Rosa porque tu não conheceu nosso Jẹjẹ ijexá! Uma religião descomplicada, sem invenção de fundamento sem delírio de "resgates"! O dia que entender que Menos é mais... Muitos largarão seus conceitos!


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