terça-feira, 8 de março de 2022

KANBINA / CABINDA

Por Erick Wolff 

Postado em 08/03/2022 revisado e aumentado em 01/05/2022



Este post tem a finalidade de registrar que os mais antigos chamam por Cambina, a nação fundada pelo Pai Waldemar Camuca. 

Nos anos 80, o escritor Paulo Tadeu, por sua conta e risco, e sem nenhuma prova, mudou o nome para Cabinda. 

Norton Corrêa

Norton registra Cambina e Cambini, em seu livro O Batuque do Rio Grande do Sul, editora Cultura & Arte, 2 edição, 1992, pág. 50... Nesta mesma citação associa a Cabinda, província de Angola... entretanto sem explicação de como foi que ele chegou a esta conclusão. 


Professor e Babalorixá Denis de Odé

Denis de Odé afirma que a "Cabinda é nago", contestando a fala do professor Norton, na Live: "Aulinha de Domingo: Cambinda/Cabinda X Kabini/Kabina" , que foi ao ar (link abaixo) no dia 27, fevereiro, 2022, pelo canal no Facebook: Heranças Afro.




33:29 min, professor Denis fala a Cabinda é nagô.

[...]
Então esta questão aí, é complexa, i o pessoal que está propondo também o nome Cambini, ele esta dizendo, ahhh então vocês provem que a Cabinda, ahhhh, é Banto, só um pouquinho, o nome não tem nada a ver com o culto, tá, o Waldemar, o Pai Waldemar, pode ter se iniciado com o Gululu e ter outras relações depois de um certo tempo ter mudado, a gente não sabe também se o Gululu não cultuada orixá direto, entendeu, então, não tem disso aí, ahhh, por que vocês são Banto, você tem que cultuar nKissi, uma coisa, é uma coisa, outra coisa, é outra coisa, o nome, não tem anda a ver com o culto, isso é que deixa claro, é que o nosso culto não cultua nKissi, então cultua orixá, vocês são Nagô, não, a CABINDA É NAGÔ, a gente não sabe o nome de Cabinda, não foi uma homenagem a algum ancestral, a gente não sabe nem se o Gululu, também não fez isso a uma homenagem a um ancestral, entendeu [...]

Acessado em 11/03/2022 às 11:10hrs

Link:https://fb.watch/bDb9J4WvBR/


Assim, este post, sem querer converter ninguém, pretende mostrar aos mais novos, como os antigos chamam e conhecem a nação fundada pelo Pai Waldemar:


Pai Leandro dos Santos

Imagem 01: coletada em 12/11/2021


Luiz L. Marins

Imagem 02: coletada em 05/09/2021


Marco de Oxalá 

Imagem 03: coletada em 05/03/2022
https://www.facebook.com/babalorisa.marcodeoxala.9


Roberto de Xangô Aganjú

Imagem 04: recebida em 19/02/2022


Leonardo Martins

Imagem 05: coletada em 08/03/2022

Está Sra da foto, chamava-se Nelça. Dona Nelça de Ogun Itabojã

Ela veio para o nosso Axé em 1998 Antes disso ela era de outra família, filha do Bàbá Nelson da Oxum (PoA)... E quando qualquer pessoa perguntava para ela de qual "lado" era antes de vir para nossa casa ela dizia... "Eu era de Kanbina!"

Eu, me lembro de uma vez, tentar "corrigir" ela, dizendo que era "Cambinda"... Prontamente me disse "Não, Leozinho, é Kanbina!"... Então eu conheci gente QUE SIM, chamavam de KANBINA. (apud Leonardo Martins)

Fonte - https://www.facebook.com/leonardodeaganju/posts/4944527922293679 


Adilson Piedras

Imagem 06: coletada em 15/07/2021

 
Pai Jairo D'Adiolá

Imagem 07:coletada em 15/07/2021


Pai Elias de Oxalá

Imagem 08: coletada em 15/03/2022



Estudioso e pesquisador Luciano de Xangô, informação pessoal, coletada em 27/03/2022 às 11:53, através de conversa do WhatsApp:
Imagem 09: informação pessoal pelo whastaap



Mãe Nara de Bara



Transcrevemos agora a fala da mãe Nara de Bara, da Live "Aulinha de Domingo: Cambinda/Cabinda X Kabini/Kabina" , que foi ao ar (link abaixo) no dia 27, fevereiro, 2022, pelo canal no Facebook: Heranças Afro.

Mãe Nara de Bara, minuto 23:50

[....]

Eu concordo com Dênis que a função de Cabini, Cabinda, Cambinda, que antigamente era Cambinda, eu me criei escutando, os antigos falarem Cambinda, né, e aí, de uns tempo para cá Cabinda, acredito que seja... ah... acredito sim que seja uma questão de oralidade, né...[...]

Acessado em 08/03/2022, às 12:00hrs

Link:https://fb.watch/bDb9J4WvBR/


Informações recentes atualizam:




Imagem 10: Diário de Notícias


Imagem 11: Diário de Notícias


Imagem 12: Diário de Notícias




Entretanto, neste vídeo, Borel (Walter Calisto), muda de opinião, e, não sabemos por qual motivo ele passou a usar o termo Cabinda, para a qual em 1959 se referia a Cambina. 


O vídeo completo pode ser



O prof. Norton Correa, no artigo "Mãe Moça de Oxum", 2002, registra claramente o nome "Cambina":

Imagem 14


No mesmo trabalho, Norton fornece um dado interessante, que Gululu seria praticante do Cambina:

Imagem 15



Em nota,  o professor Norton informa que conservou a pronuncia de certas palavras, que foram "alteradas" com o passar do tempo:

Imagem 16


Aulinha de Domingo, Heranças Afro, Conversando com os professores, 01/05/2022

Neste extrato o Professor Norton Corrêa, informa que nos anos 70 se falava Cambina/Cambini.



Link vídeo completo: 
https://www.facebook.com/HerancasAfroOficial/videos/577213326813571

Pai Nado do Oxalá contribui com mais informações sobre a Cambina:


“Ivete de Xapanã, filha de Mãe Lurdes de Ogum
Mãe Lurdes deOgum
Dona Helena de
Ontem foi um dia maravilhoso, cheio de história, enciclopédias vivas nobatuque. Mãe Lurdes e dona Helena são filhasde ventre da grande Mãe Maria Antônia de Bara ( Ijexá) foram filhas do Pai Paulino de Oxalá e depois feitas pelo Pai Romário de Oxalá, possivelmente as primeiras filhas de Pai Romário, conheceram grandes Babalaos e Babaloas. Momento único em minha vida e que Oxalá e os orixás me possibilitem a mais momentos como esse. Dona Helena, um ser humano de memória magnífica, perguntei a ela, somos casinha ou cambinda? E na mesmo hora ela disse, sempre fomos cambinda meu filho.
Muitas especulação que não podemos apenas querer ter certeza, é preciso ainda estudar muito pra um dia pode chegar mais próximo da legitimidade. Religião não é política nem futebol que cada um toma pra si um lado e o defende com unhas e dentes, religião é religação é construir, é pegar o conhecimento de todos para juntos fazemos algo melhor.... Vamos seguir estudando”

Fonte- postado em 17/09/2022 acessado em 11:47, imagem comprobatória:




 


Referências:

Biblioteca digital Brasil, Diário de Notícias, 05, julho de 1959, acessado em 18/04/2022 às 22:45
(imagens 10 a 13)

CORREA, Norton F. "Mãe Moça de Oxum: um cotidiano e sociabilidade no Batuque gaúcho", pág 236-265, em Caminhos da alma, Coleção Memória Afro-brasileira. Vol I, São Paulo. Summus/Selo Negro, 2002 (1a edição).
E disponível em: 
CORREA, Norton F. "Mãe Moça de Oxum: um cotidiano e sociabilidade no Batuque gaúcho"
(imagens 14 a 16)


Sobre vídeos publicações, vídeos e postagens: Lei 9610/98 art. 46, I a/a
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625543/artigo-46-da-lei-n-9610-de-19-de-fevereiro-de-1998 

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XLIII

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 07/03/2022, na comunidade - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612 



DEUS NÃO É UM SÓ

É totalmente equivocado pensar que Deus é um só, ignorando a concepção e cultura espiritual de cada povo. 

Sabemos que o Deus cristão cria o mundo e os seres humanos, se comunica pessoalmente, amaldiçoa sua própria criação e mata, quando assim deseja. 

Povo Ioruba
Olodumare cria o mundo espiritual, cria Obatala o primogênito e após as demais divindades. Delega poderemos a Obatala para criar o mundo físico e os seres humanos. Sabemos que Olodumare ignora os seres humanos, cabe aos orixás cuidar e lidar com os humanos. 


Povo Fon
Mawu divindade feminina cria o mundo espiritual e físico junto com Lissa. Interage com os seres humanos. 

Agama vodun ligado a criação do mundo, horas representado por um camaleão, horas é considerado Lissa. 



E no caso dos Ioruba, não são considerados teísta, pois, a religião dos orixás possui uma estrutura pessoal e diferenciada. Fonte:

ORIXAÍSMO, UM ESTUDO DA RELIGIÃO IORUBA

Este artigo tem por finalidade levantar a questão para a sociedade do culto a orixá sobre o conceito do estudo das religiões dos orixás, uma estrutura religiosa que não se alinha com o teísmo.

segunda-feira, 7 de março de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XLII

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 07/03/2022, na comunidade - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612



ÒSUN RECEBEU O ÈRÌNDÍNLÓGUN DE OBÀTÁLÁ

Em terras Iorubá OBÀTÁLÁ, é considerado o pai da adivinhação, e é ele que dá o jogo de búzios a ÒSUN, YEMOJA e outras divindades

Leia mais = https://luizlmarins.files.wordpress.com/2017/11/osun-recebeu-o-erindinlogun-de-obatala-osunkolade.pdf

Veja o vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=tUg4e2R-mDg&t=

sábado, 5 de março de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XLI

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 05/03/2022, na comunidade - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612

QUANDO À NÃO É AXÉ



O Iorubá é uma língua estrangeira que não dominamos, isso não é descredito algum, mas poderemos estudar e aprender mais sobre este maravilhoso idioma, língua natal dos nossos orixás.


Indico a leitura do artigo: 

QUANDO À NÃO É AXÉ

Por Luiz L. Marins

Leia mais - https://luizlmarins.files.wordpress.com/2015/02/quando-ase-nao-e-axe-2.pdf

sexta-feira, 4 de março de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XL

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 02/03/2022

Na comunidade - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612


Neste pequeno texto demonstra a diversidade entre os mitos dentro da própria tradição Iorubá, onde os nativos convivem com a diversidade pacificamente. 

Importante pontuar que usam Oya ou Iansa, para se referir a ela.

Que nos deixa explicito que Oya não é energia da natureza. 

Pela primeira vez registra que Oya e Ogun tiveram um relacionamento. 

Que até então conhecia que Oya não tinha filhos, mas recentemente informa que Oya teve nove filhos. 


Entre outros pontos aos quais são informados. 

Veja o artigo na integra - 
https://iledeobokum.blogspot.com/2022/03/24-topicos-sobre-oya-iyasan.html

24 TÓPICOS SOBRE OYA / IYASÁN

Publicado por Paula Gomes Aduke

Em 08/02/2022


De acordo com o sagrado Òrìsà Dídá / Érìndínlógún

História oral

Pelo  falecido Sangodina Agbolori, falecido Sangodele Ibuowo, Sangowale Ibuowo and Sangodiran Ibuowo.


1. A Mítica Oya (Òrìsà ) veio de Ìkòlé Òrun (céu)  conhecida como Oya Òríirì,  Oya Aràká e Oya Òkàrá.

2.  A histórica Oya (Humana) conhecida como Iyasán Akanbí.

3. Oya Òríirì (Òrìsà ) é o seu nome no Òrun(céu), porque ela gostava de vestir muitas roupas.

4. Oya Aràká (Òrìsà ) é outro nome no Òrun (céu), devido à sua capacidade de ver o céu e a terra ao mesmo tempo.

5. Oya (Òrìsà ) no Òrun (céu)   era muito importante entre as divindades, devido à sua posição em Egbé Òrun (Sociedade celestial do céu).  

6. Oya (Òrìsà ) não tinha a intenção de deixar o Òrun(céu).

7. Oya (Òrìsà ) deixou o Òrun (céu)  com outras divindades para habitar a terra, devido ao seu amor por Ògún, seu marido no céu, que deixou Òrun céu para a terra.

8. Oya (Òrìsà ) deixou o Òrun (céu) para vir habitar a terra, mas sempre voltava para o Òrun(céu)  para se encontrar com sua sociedade Egbé Òrun.

9. A Histórica Oya (Humana) conhecida como Iyasán Akanbí, viveu na terra juntamente com Ògún até que eles brigaram, por causa dos mistériosos encontros no (céu), que fizeram Oya deixar Ògún.

10. Oya Iyasán= Iyá Mésàn-án

Oya (Humana) é conhecida como a mãe de 9 filhos. Ela estava sempre cercada de crianças e era conhecida por ser estéril, porque não se ter conhecimento de filhos nem com Ògún nem com Sàngó. O outro lado  da historia de Oya é que ela se casou com um caçador desconhecido chamado de Olúkòsi Èpé e teve 9 filhos dele, por isso é chamada de Iyasán.

11. Olúkòsi Èpé era um caçador, que encontrou a roupa do Egungun de Oya no mato e levou para sua casa, onde morava com sua esposa e filhos.

12. Agò Egungun de Oya. 

Oya recebeu de sua sociedade de Egbé Òrun no céu uma roupa com 2 olhos e 2 chifres de búfalo para usar na terra toda vez que ela queria se juntar à sociedade no céu. 

13. Esta roupa  Agò Egungun era apenas para ela ser capaz de ir para o céu e voltar, não estava ligado à adoração dos antepassados.

14. Oya (Humana) escondia essa roupa na casa das formigas (òbobò).

15. Oya (Humana) voltando do Òrun (céu) para a terra, ela não conseguia mais encontrar a sua roupa e a chuva caindo naquele dia permitiu que ela visse e seguisse os passos que chegavam à casa de Olúkòsi Èpé, com quem ela casou e teve os 9 filhos.

16. Oya (Humana) um dia brigou com a outra esposa de Olúkòsi Èpé, e ficou furiosa devido à roupa de Egungun que estava escondida, se transformando em um búfalo e acabando por matar a esposa com os filhos.

17. Oya (Humana) deixou os 2 chifres de búfalo para seus próprios filhos para eles se  lembrarem dela,  deixou-os com o pai e desaparece de novo para a floresta.

18. Sàngó seu amado marido. 

Um dia, na floresta, Sàngó avistou um búfalo, que queria caçar, mas este se transformou numa linda mulher e Sàngó se apaixonou.

19. Oya casou-se com Sàngó, ela era a sua esposa amada e deu-lhe o acesso para lidar com sua pedra do trovão. (Edùn àrá).

20.   Depois que Sàngó desapareceu no chão, ela agarrou  coragem de seguir seu exemplo e se escondeu entre um rebanho de ovelhas, ajudando-a a não ser encontrada e desaparecer. Devido ao apoio que lhe foi dado pelas ovelhas, seus seguidores são proibidos de comer carneiro (ovelhas adultas).

21.  Oya entrou no chão num lugar chamado Igbo-Oya em Irá e se tornou num rio chamado Odò Oya ou rio Níger, dividindo-o em 9 braços.

22. Oya adora comer um vegetal chamado ìsápá.

23. Oya come ègbo – (milho branco cozido) 

24. Carneiro/ ovelha é um tabu para Oya

Créditos 

Asa Orisa Alaafin Oyo
Fonte - 
https://www.facebook.com/paula.gomes.aduke/photos/a.103343675341244/233304192345191

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