quinta-feira, 18 de maio de 2023

O BATUQUE E O NEGRO RIO-GRANDENSE. ENTREVISTA ESPECIAL COM NORTON F. CORRÊA

Este texto foi publicado no site do Instituto Humanas Unisinos, em 27/11/2012, acessado em 18/05/2023.


É de conhecimento da população batuqueira o trabalho do professor Norton F. Corrêa, desta formar este blog registra em suas páginas este artigo para o grande acervo que possuímos.  A seguir:

O BATUQUE E O NEGRO RIO-GRANDENSE. ENTREVISTA ESPECIAL COM NORTON F. CORRÊA

O Rio Grande do Sul é um estado muito racista. E o desprezo em relação à figura do negro é projetado sobre suas práticas religiosas, que continuam sendo reprimidas. Tanto a ocultação como a repressão são formas de racismo, constata o antropólogo.

Confira a entrevista.

Questionado a respeito de como o negro se apresenta na história rio-grandense, Norton F. Corrêa, em entrevista concedia por telefone à IHU On-Line, frisa que ele é ocultado. “Há o caso de um historiador gaúcho bastante conhecido, Walter Spalding, que levou tal ocultação ao máximo: afirma que não houve racismo, no Rio Grande do Sul, simplesmente porque não havia negros! Entretanto, as estatísticas da época a que se refere revelam que os negros eram quase 40% da população da então Província. Considero que a prática de ocultar também se deve ao racismo. O Rio Grande do Sul é um estado muito racista.”, frisa.

Para ele, o desprezo em relação à figura do negro é projetado sobre suas práticas religiosas, que continuam sendo reprimidas. “Tanto a ocultação como a repressão são formas de racismo. Mas ele pode se expressar de forma ainda mais sutil, como é o caso das campanhas da turma da ecologia contra os sacrifícios rituais de animais, no batuque. A sutileza está em se escudar num argumento meritório: proteger os animais. Entretanto, é curioso que em um estado com um enorme rebanho bovino, suíno, ovino e centenas de matadouros, legais e ilegais, além de outras tantas centenas de sinagogas que cumprem práticas muito semelhantes, o zelo da turma ecológica recaia apenas sobre o batuque. Por que apenas nele?”, questiona.

Norton F. Corrêa é antropólogo e professor do Programa de Pós-Graduação - PPG em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O pesquisador estará na Unisinos, no próximo dia 27 de novembro, no IHU ideias especial, abordando o tema “Corpo e concepção da pessoa comparados no batuque do Rio Grande do Sul e no catolicismo”, das 17h30min às 19h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. Maiores informações: http://migre.me/bYsim.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – De que maneira o senhor relata em seu livro O batuque do Rio Grande do Sul – Antropologia de uma religião afro-rio-grandense o que de fato ocorre em um templo de batuque? Como o senhor conseguiu essas informações?

Norton F. Corrêa – Consegui as informações a partir de uma longa pesquisa, 20 anos, me aproximando dos templos e ganhando a confiança de muitos sacerdotes e sacerdotisas da comunidade. O convívio com os pesquisados é imprescindível em antropologia. Então, comecei a ir a uma casa, depois em outras, durante este tempo todo.

IHU On-Line – Quais os pontos centrais de sua obra?

Norton F. Corrêa – O ponto central do livro, em minha opinião, é o capítulo onde falo sobre a visão de mundo dos batuqueiros. Ou seja, o que eles pensam sobre mundo, sobre as pessoas. E esse é um trabalho que ainda não vi em outros autores, porque é preciso ter muito convívio, muito tempo de diálogo, para poder entender esse tipo de pensamento deles, visto ser totalmente diferente do pensamento do cristianismo.

IHU On-Line – Qual foi a grande constatação que o senhor obteve com suas pesquisas sobre o batuque?

Norton F. Corrêa – A constatação foi no sentido de ter captado a visão de mundo deles. A parte mais importante do trabalho é esta: ter entendido como é que os batuqueiros pensam.

IHU On-Line – E como é que eles pensam? Qual é a visão de mundo deles?

Norton F. Corrêa – Eles pensam de uma maneira diferente. Se formos comparar a visão de mundo deles, por exemplo, com a visão de mundo cristã, veremos que nesta última a alma tem um destino específico de acordo com o que o indivíduo faz com o corpo em vida. Ou seja, se você ser prazer ao seu corpo, a alma vai para o inferno. Se você não der prazer ao corpo, ela vai para o céu. Resumidamente, a dor salva e o prazer condena.

Temos como exemplo os santos católicos: boa parte foi para o céu porque sofreu. No linguajar coloquial, as pessoas, ao se queixar de dificuldades, dizem: “paguei os meus pecados”. No caso dos batuqueiros, não existe uma relação entre o que se faz com o corpo em vida, ou seja, se você permite ter prazer ou o que quer que seja, o destino da alma é um só. Ela fica vagando, vai para o cemitério, ou vai para outros locais, inclusive no templo,  onde são invocadas ou chamadas para ficar lá. Mas o batuqueiro não tem a ideia da existência de sofrimento ou bem-aventurança eternos, após a morte,  de acordo com o que você faz do seu corpo. Para eles, a alma tem só um destino. E essa é a grande diferença com relação à religião cristã, que prega milenarmente a repressão ao corpo.

Várias ordens religiosas, especialmente de freiras, tapam o corpo, procuram se apresentar como assexuadas, nada mais do que um reflexo das representações que têm sobre o Céu, onde não há sexo, pois este é um dos maiores, talvez o maior, fator de perdição. Observe-se que há, ainda, ordens religiosas, especialmente de freiras, em que ocultam completamente o corpo, ficando apenas com parte do rosto de fora. Para os batuqueiros, não há essa questão. As vestes das mulheres no batuque, muitas vezes, são bem abertas, decotadas, nesses rituais.

IHU On-Line – O que mais lhe impressionou ao realizar esta pesquisa?

Norton F. Corrêa – O que é muito interessante é que se trata de uma religião que está no Rio Grande do Sul há uns 150 anos, guardando tradições africanas de raiz. Eles têm um patrimônio muito importante, que se mantém apesar do tempo, possivelmente pelo fato da sociedade onde se inserem ter um forte viés europoide.

IHU On-Line – De que forma seu livro marca historicamente o início da liberdade de expressão de muitos filiados à religião afro no Rio Grande do Sul?

Norton F. Corrêa – Esta expressão foi usada por um sacerdote do batuque, Pai Rodrigo do Xapana, na contracapa do livro. Talvez porque ele gostou do fato de eu defender veementemente o direito de cada um poder praticar a religião como bem entender, sem que sofra críticas ou repressão de outrem. Geralmente as pessoas pensam que tudo é feitiçaria e que fazem mal ao próximo. O que eu fiz no livro foi mostrar a realidade deles, o que ocorre nos templos, nas cerimônias. Atualmente acho muito louvável que haja vozes e grupos de batuqueiros se levantando, reivindicando seus direitos à prática da religião, assumindo-se publicamente como religiosos, saindo às ruas. Isso é uma coisa nova, sinal dos novos tempos, porque antigamente as pessoas da comunidade eram discriminadas, desqualificadas e nada faziam. Não acredito que o livro tenha influenciado neste processo. É o crescimento de uma consciência de si mesmo, de um não à baixa autoestima.

Antropologia

A antropologia diz que é indispensável ao pesquisador conviver com os pesquisados. Então, convivi durante muitos anos com eles, conheci muitas pessoas. Creio que temos que aprender a trabalhar e conviver com o outro. Isso eles percebiam. Por exemplo, eu respeitava e respeito o que eles faziam ou fazem. Embora eu sempre me apresentasse como pesquisador, tinha uma familiaridade grande com a religião, os grupos, e eles observavam isso. Então, posso dizer que contribuiu muito para essa familiaridade o fato de eu aprender como eles pensam, como agem etc. O longo tempo de convívio me levou a estas conclusões. A integração e confiança que adquiri junto a estes grupos foi porque aprendi a entender e falar a linguagem batuqueira. E isso, então, permite que a gente aprofunde mais a pesquisa, conheça mais, tenha mais e receba mais detalhes, possa captar determinadas coisas, assistir outras que os praticantes do batuque muitas vezes não permitem que leigos assistam.

IHU On-Line – Em que sentido seu livro assinala um marco de um antes e depois na bibliografia sobre as religiões afro-brasileiras no RS?

Norton F. Corrêa – Sem me dar conta, escrevi um livro que, na opinião dos estudiosos, corresponde a um clássico, assim como os de outros autores de outros locais do Brasil que escreveram sobre as religiões de matriz afro de suas regiões. O que acontece, com relação ao batuque, é que até o momento, ninguém escreveu um trabalho mais completo, maior, que descreva os rituais, os templos, seus integrantes, o panteão e, sobretudo, a visão de mundo batuqueira, que é muito semelhante à dos participantes do candomblé, por exemplo. Especificamente sobre os rituais batuqueiros, o que há são livros escritos pelos próprios religiosos, mas nem sempre são muito bem aceitos pelo fato de menos ou mais explicitamente criticarem os colegas, reivindicar que o seu ritual é o correto e assim por diante. Além destes, há monografias e trabalhos de alunos, especialmente da UFRGS, que têm abordado questões sobre o batuque ou outras religiões de matriz afro do Rio Grande do Sul. Mas ninguém, ao que me consta, fez o que eu fiz: uma etnografia bastante completa desta religião, mostrando quem são as pessoas, o que elas fazem, como é que funciona a religião, os templos, a natureza, as suas apresentações tais como os orixás, os mortos e como é que essas pessoas vivem, como é que aprendem a ser batuqueiros. E isso é algo difícil de fazer, também, porque demanda muito tempo de convivência com os pesquisados, dá muito trabalho.

Creio que o livro é bem recebido pelos religiosos, primeiro porque eu não me posiciono, no sentido de achar que isso é verdadeiro e aquilo é errado. Há batuqueiros que condenam os outros pelo erro de desvirtuar supostos preceitos da religião. No meu caso, relato o que eu vi. Não estou me posicionando. Creio que é por isso que o livro teve uma boa aceitação. Talvez, também, pelo estilo despojado, longe do jargão "antropologuês", embora sem perda de conteúdos interpretativos, o que possivelmente contribui para que as pessoas comuns possam lê-lo sem problemas. É um livro simples, pensado para ser simples, porque acho que tem que ser assim mesmo. Escrevi um livro para ser lido por todas as pessoas, e não dirigido especificamente a acadêmicos. Apesar disso, tenho ouvido de colegas da área dizerem que escrevi um clássico, do mesmo modo que outros autores escreveram sobre religiões de matriz africana de outros locais do Brasil.

IHU On-Line – De que maneira o negro é representado na história rio-grandense?

Norton F. Corrêa – A presença da população negra no Rio Grande do Sul é muito significativa, além de o trabalho escravo ter construído as bases da economia local. Acrescente-se a indiscutível importância da herança cultural legada ao contexto rio-grandense. Apesar disso, a cultura negra tem sido muito pouco estudada  o que não deixa de ser uma forma de ocultação. Mas há o caso de um historiador gaúcho bastante conhecido, Walter Spalding, que levou tal ocultação ao máximo: afirma que não houve racismo no Rio Grande do Sul simplesmente porque não havia negros!

Entretanto, as estatísticas da época a que se refere revelam que os negros eram quase 40% da população da então Província. Considero que a prática de ocultar também se deve ao racismo. O Rio Grande do Sul é um estado muito racista. E o desprezo em relação à figura do negro é projetado sobre suas práticas religiosas, que continuam sendo reprimidas. Tanto a ocultação como a repressão são formas de racismo. Mas ele pode se expressar de forma ainda mais sutil, como é o caso das campanhas da turma da ecologia contra os sacrifícios rituais de animais no batuque. A sutileza está em se escudar num argumento meritório: proteger os animais. Entretanto, é curioso que em um estado com um enorme rebanho bovino, suíno, ovino e centenas de matadouros, legais e ilegais, além de outras tantas centenas de sinagogas que cumprem práticas muito semelhantes, o zelo da turma ecológica recaia apenas sobre o batuque. Por que apenas nele?

IHU On-Line – Por que o senhor afirma que este livro lhe trouxe uma grande surpresa? Que surpresa foi esta?

Norton F. Corrêa – Porque eu não esperava uma aceitação tão grande do livro, seja pelos batuqueiros, seja pelos estudiosos. Os primeiros, talvez porque se vejam nele; e os segundos por ser uma fonte de informação antes praticamente inexistente. Algo que me deixa muito feliz é o fato de a maioria dos leitores ser os próprios batuqueiros.

Link - 
https://www.ihu.unisinos.br/?id=515787

quarta-feira, 17 de maio de 2023

A HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DE ILE-IFE PARA O POVO IORUBÁ DA ÁFRICA.

A postagem do História Antiga da África, foi compartilhada pelo Ricardo Regis em 17/05/2023.

O texto possui informações que chamaram a atenção, no entanto, não são conclusivas, pois trabalham âmbito do acreditava-se que, desta forma, apesar das fontes citadas ainda necessitamos de mais dados comprobatórios. vejamos a seguir: 

 

"A HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DE ILE-IFE PARA O POVO IORUBÁ DA ÁFRICA.

De acordo com a mitologia iorubá, é o jardim do Éden para os iorubás; onde a civilização começou. Foi em Ile-Ife que os deuses desceram à terra.
Esta antiga cidade remonta a 500 a.C. e é a cidade iorubá mais antiga do mundo, localizada atualmente no estado de Osun, Nigéria.
Ile-Ife significa a terra de expansão ou dispersão. Acreditava-se que Ife havia sido fundada pelos filhos de Olodumare; Oduduwa e Obatala. Obatala teria criado humanos na Terra.
Embora Obatala tenha sido o primeiro rei de Ife, ele foi deposto por seu irmão Oduduwa, que ficou conhecido como o primeiro rei de Ife e que o estabeleceu como a sede do reino iorubá.
No entanto, a história tem uma história diferente para contar. Acredita-se que a área agora conhecida como Ile-Ife foi habitada pela primeira vez pelo grupo étnico Igbo, mas Oduduwa e seu povo entraram, lutaram contra eles e fizeram com que eles se mudassem para o leste.
Os historiadores também acreditam que Oduduwa veio do Egito ou de Meca e não desceu do céu.
Ile-Ife também é importante porque acredita-se que seja a sede do Ooni de Ife, que muitos acreditam ser o governante tradicional de todos os iorubás. Acredita-se que a cadeira governante tenha durado oito séculos.
Mesmo que a cidade de Benin e o antigo reino de Oyo e seus reis tenham subido em proeminência e força militar, eles não puderam usurpar a importante posição que Ile-Ife ocupava na história e mitologia iorubá, porque sua reverência é mais espiritual e religiosa.
Relatórios de Histórico de Crédito
(tradução online do facebook)

Link : https://www.facebook.com/photo/?fbid=739071868224107&set=a.492742409523722 


Imagens comprobatórias:





sábado, 13 de maio de 2023

FILHOS DE SANTO NÃO SÃO ANCESTRAIS

Coletamos esta postagem do perfil da Ialorixá Mary Faleiro, para registro e documentação dos costumes e tradições do batuque do RS. 

Conforme a tradição da Ialorixá, relata os costumes da família sobre o assentamento de igbale, vejamos a seguir:



"Filhos de santo, não são ancestrais, não se abre Balé com filhos, repete comigo.. Não se abre Balé com filhos. Não confunda Balé com feitura de egun.


No conteúdo da postagem houveram alguns comentários que transcrevemos, a seguir:

Fernanda Barbará Filha De Xapanã Sapatá

Bom diaaaaaaa Mãe .. meu balé meu ancestral é da perca de uma filha é meu fundamento que foi me passado .. e pra mim e pros meus tá dando muito certo se é que entendi a sua postagem .... Resolvi comentar pois se for tenho esse axé ... Meu balé e de filho meu ancestral e Filha minha


Mary Faleiro

Fernanda Barbará Filha De Xapanã Sapatá bom dia, o seu ancestral é seu pai falecido, os filhos são feituras de egun, Balé quem tem são aqueles que tem pai ou mãe de santo falecidos, com todo respeito yá não se trata disso, mas de um todo que não está dando mais, pra aguentar, a diferença está em cultura egun e servir o seu ancestral, ancestral jamais ficará preso ao buraco de egun, esse é um tema extenso, lhe explico no PV, o que quero dizer, a questão egun é muito restrito e perigoso pra quem não entende as diferenças.


Fernanda Barbará Filha De Xapanã Sapatá

Mary Faleiro ótimo mãe se eu entendi errado ... Eu vejo tanta coisa as pessoas segue seu legado e seu pirão pra muito o certo nem se dá por certo pois vejo vida em circulo sem evolução nenhuma e vejo muitas vezes o inverso do certo caminhado dia a dia. Desculpa me manifestar e não me leve a mau de verdade so que vejo tanta coisa mãe não pode mostra egum e isso egum e perigoso egum e assustador. Que a minha marta rocha e colo de leite e 03 palmas da tão certo que lhe digo em regras e fundamento que devem existir o que tu faz muitas vezes sem saber e de coração da muito certo .


Mary Faleiro

Fernanda Barbará Filha De Xapanã Sapatá mãe a palavra ancestralidade fala por si só, falo sobre a diferença de uma feitura para outra. Com certeza seu ancestral é o pai Testa. Egun é universal


Fernanda Barbará Filha De Xapanã Sapatá

Mary Faleiro protetor.. Pai Jorge Ogum Onira Jare só eu sei mãe .. Pai criador e até os dias de hoje minha maior de defesa só não chama ele de testa pois ele odiava de verdade ... Um grande pai e sera até os final da minha vida barum sapata me deu destino .


Mary Faleiro

Fernanda Barbará Filha De Xapanã Sapatá não se ofenda, porque não é pejorativo jamais, muitos o chamavam assim, a grande maioria e por carinho, foi um pai de santo que merece todo o respeito, ancestral é exatamente isso, protetor.  


Imagens comprobatórias  





sexta-feira, 12 de maio de 2023

BATUQUE DO RS: SEGMENTO JEJE

Este registro do ritmo e cadencia do segmento Jeje do Batuque do RS.

Conforme o vídeo o tambor no segmento Jeje do Batuque é mais cadenciado, diferente do ritmo dos segmentos Oyo, Kabinda e Ijesa do Batuque, observando que em algumas vezes muda-se a ordem das cantigas entoadas. 


Link: https://www.facebook.com/ivan.obbatala/posts/pfbid0kks8dytek1NsQ33JhYa7PQwNEAm2CzepNjrkv6RbwUCkNZdexR23xNGmbqSgjxuzl

Imagens comprobatórias: 




quinta-feira, 11 de maio de 2023

OS CANALHAS TAMBÉM ENVELHECEM

 No Batuque



“Os canalhas também envelhecem”

Leonardo Martins.

30/04/2023

No Batuque não é de hoje se tornou uma fábrica de delírios, onde ainda tínhamos algumas casas com as quais poderíamos apontar como padrão de conduta, mas hoje para o nosso desprazer podemos observar os sacerdotes dessas casas praticando atos escabrosos, ainda expondo os mesmos em suas redes sociais.
Isso demonstra que em seus templos esses sacerdotes só rendem culto ao lucro, fruto da exploração de incautos, que entram no moedor de carne sem saber o porquê dos rituais, e nem a veracidade dos mesmos, nos quais depositaram sua fé.
O Batuque infelizmente propicia essa zona cinzenta, que facilita a vida desses sacerdotes inescrupulosos que no fim de suas trajetórias se rendem ao mundano, em detrimento do culto as divindades, em um misto de perda de fé e vergonha na cara, os quais fazem os mesmos praticar os mais patéticos atos.
Atos esses que nem sabem explicar, muito menos justificar, apenas fazem abusando da crença e esperança das vítimas que passam por essas práticas em suas mãos. Jogando na lama o legado que construíram, o nome de suas casas e de seus ancestrais ao quais dizem cultuar, sobre a hedge de um novo formato, o qual sua tradição nunca fez uso, mas se afirmam tradicionais.
Talvez esses sejam discípulos de Raul Seixas, dizendo agora o oposto do que diziam antes, fazendo agora o oposto do que faziam antes. Batuques “jurubebas, atalaias” Barcas de boi, as mais tristes deturpações, bales invertidos, esses ritos em se apurando não se aproveitam nada. Não tem pé nem cabeça quem dirá fundamento.
Para esses, infelizmente, o silêncio não impera mais no Batuque, e estaremos aqui observando e pontuando essas canalhices feitas, por quem deveria ser modelo, para ter o direito de ser cultuado como ancestral e representante enquanto em vida de sua divindade tutelar, bem como o orunmole que acompanha a mesma.
Esse deveria ser o capital mais importante e inegociável de um templo de Batuque. Mas são essas, as primeiras coisas em que esses sacerdotes colocam preço, em vez de dar valor.

Publicado por Alexandre Custódio em:
FACEBOOK ... aqui

quarta-feira, 10 de maio de 2023

OBATALA, O GRANDE ORISA

Por Babalawo Olaitan Ifakolade

25/03/2023


Imagem: ocandomble.wordpress.com

 

Ọbàtálá é o Òrìṣà original, após o qual todos os outros são nomeados. Ele é venerável, paciente e sábio.

Ọbàtálá é louvado como Òrìṣàńlá, significando o Grande Òrìṣà.

Olódùmarè, o Ser Supremo, escolheu Ọbàtálá como seu segundo em comando [o primeiro é Olódumàrè].

Mais especificamente, Olódùmarè deu a Ọbàtálá Ìgbà Ìwà, a Cabaça da Existência, e o enviou ao universo para criar.

Assim, Ọbàtálá foi parte integrante da formação da Terra e de tudo o que ela contém.

Ọbàtálá é saudado como o Alagbawi (o mediador) porque aprova os destinos humanos e pede a Olódùmarè que abençoe nossa existência.

Os símbolos de Ọbàtálá incluem:

Opa Osooro (Cajado da Salvação),

Ajija (gongo duplo),

Awe (pote de barro) e

Èèkàn (esteira de palha).

Ele está associado a:

Ala (pano branco),

Ẹfun (giz),

Ori (manteiga de karité),

Ìyàn (inhame amassado),

Igbin (caracóis) e

Omi (água doce, tirada ao amanhecer).

O sagrado odù ejiogbe descreve o papel de Ọbàtálá como o embaixador terreno de Olódùmarè, que veio com um oráculo especial chamado Onise, a Autoridade.

Sempre que havia confusão ou angústia no mundo, Ọbàtálá usava o Onise para restaurar o equilíbrio e a harmonia.

E assim, Ọbàtálá é o embaixador da serenidade.

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Transcrição, tradução e adaptação: Luiz L. Marins

Fonte: Facebook, perfil do autor < aqui >.


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