Por yemoja_arike (instagram)
Beijos Renata Barcelos - Yemojagbemi Arike.
Imagem comprobatória
Por yemoja_arike (instagram)
Publicado por instagram @Yemoja_arike
Em 03/10/2020
Vídeo de : Iya Efuntosin
Por Erick Wolff8
04/10/2020
RESUMO
Este texto tem por
finalidade revelar as recentes informações sobre o tema Kamuka nas atuais
terras nigerianas. O trabalho apresenta o CEP da região Kamuka, informações
sobre a etnia Kamuka, além de registros de famílias e, até mesmo, o parque
nacional Kamuka, devidamente localizado em terras nigerianas.
PALAVRAS-chave: Kamuka,
Nigéria, Iorubá,
Link >>>> KAMUKA NA NIGÉRIA
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KANBINI, KANBINA OU
CABINDA?
O livro KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS.
Um trabalho de 10 anos recolhendo informações e dados para seguir os rigores acadêmicos, este livro conta a história da Kanbina (tradição do Batuque do Rio Grande do Sul) e a sua origem, fazendo um paralelo com o Ioruba e seus costumes.
Link >>>>> KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS
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Pronuncia Kamuka
KAMUKA NA NIGÉRIA
Mogbà Kòso desempenha um papel crucial na sucessão real, uma vez que é o guardião do antigo santuário de Sàngó Kòso e da coroa ancestral de Sàngó “Adé Séséefun”, sendo responsável pela coroação do novo rei.
Kòso é onde o antigo poder de Sàngó é colocado e preservado; portanto, pertence a todos os Aláàfins, onde eles fazem sua aliança com seus ancestrais antes de receberem a coroa.
Asa Orisa Alaafin Oyo
Fonte -
Por Erick Wolff de Oxalá
26/09/2020
Este texto tem por finalidade pontuar alguns conceitos de Nação, pois constantemente nos deparamos com textos que sugerem que a Kanbina e Kamuka sejam Banto, apenas pela semelhança do nome aos povos Banto.
Recentemente, a página Ile Ase Igbomina, no Facebook, publicou na data de 09 de setembro de 2020, algumas considerações sobre Kamuka, que respeitosamente resenharemos neste artigo alguns tópicos.
Procuramos pontos concordantes mas não foi possível encontrar, ao qual o próprio autor informa que, não foi uma tarefa fácil, pois o autor pertence a outro segmento batuqueiro, e que pela dificuldade de informações pode ter cometido qualquer equivoco, assim relatado pelo Igbomina.
[...] tentar falar sobre este Orixá tão introspectivo não é uma tarefa das mais fáceis para mim tendo em vista que sou da Nação Ijexá [...]
Começaremos pontuando que, Paulo Tadeu, informa no seu livro "Quem é o orixá Xangô Kamucá da Nação Religiosa Cabinda?", que o patrono da Kanbina, pai Waldemar foi escolhido por Xangô (divindade ioruba) ainda no ventre."
Assim, poderia ser uma divindade Banto, conforme também chegamos a pensar, um dia.
Norton Correia registra em 1992, no seu primeiro livro O Batuque do Rio Grande do Sul, a palavra Cambini ou Cambina, o que, para aquela época era como os antigos a chamavam.
Porém, com o tempo, Paulo Tadeu, sem qualquer estudo científico, informava para a sociedade religiosa do Batuque, que era totalmente errado e deveriam falar Cabinda.
Nos trechos que destacaremos, faremos algumas resenhas sobre as divergências e questões apresentadas na página Ile Ase Igbomina:
1. [...] E o que sei é que Kamuká só seria cultuado na cabinda e que nenhuma outra nação deveria ou poderia cultuá-lo, pois esse Orixá é o do fundador dessa nação [...]
Segundo informações do escritor Paulo Tadeu, Kamuka sempre foi da Kanbina. Paulo Tadeu informa ainda que Pai Waldemar era de Xangô Agodô. Então, como explicaria Pai Waldermar ser conhecido como Waldemar do Kamuka?
O Xangô do Povo, na tradição do Batuque Oyo, tem a finalidade de proteger a comunidade, e por isso seu local de culto era no pátio, mas nem por isso registramos algum relato de que Xangô do Povo foi ou é um Egun, mesmo por que, orixá não vira Egun, nem morre.
2. [...] O que sei também é que o assentamento desse Orixá é feito no balé, pois teria ele grande aproximação com eguns. Meu tio-avô carnal, Cláudio de Oxum Docô, falecido babalorixá de Cabinda me disse inclusive que nem devemos pronunciar esse nome (Kamuká) dentro de casa, pois poderia atrair algum tipo de mal, porém sou totalmente cético sobre isto.
Dizem ainda que Kamuká reside no cemitério, mais precisamente no forno (lugar onde se cremam os ossos) e que, por conta disso, se prestaria só ao dano [...]
3. [...] pois esse Orixá é o do fundador dessa nação [...] Esses são alguns dos motivos pelos quais não se dá cabeça de filhos para esse Orixá (que a essa altura me pergunto se é Orixá mesmo)[...]
Notem neste trecho, primeiramente refere-se ao Pai Waldemar era de Kamuka e a seguir, informa não dá cabeça de filhos, fato que contradiz e ao mesmo tempo, sanciona, a fala do Paulo onde diz que o orixá de Pai Waldemar era Agodô.
4. [...] Por outro lado tenho minhas pesquisas históricas e o que encontrei é que, segundo Norton Corrêa, quem fundou a nação Cabinda em Porto Alegre foi um africano chamado Gululu.
No entanto a insistência dos descendentes de Cabinda em afirmar que o surgimento dessa nação se dá com o Esá (título que se dá a pais e mães-de-santo falecidos) Valdemar Antonio dos Santos, me leva a questionar se Gululu e Valdemar não seriam a mesma pessoa [...]
Conforme publicado no livro KANBINA, Origens ioruba e a continuidade no Batuque do RS, que Gululu é o Pai Antoninho da Oxum, filho de mãe Donga da Oxum, tradição Oyo, onde explica a Kamuka no pátio, assim como o Xangô do Povo herdado da Mãe Donga pelo Pai Antoninho. Sobre os Banto e suas divindades, as fontes não foram informadas.
5. [...] Diferentemente das crenças bantus, na metafísica dos sudaneses para onde eles iam suas divindades e ancestrais os acompanhavam. Por isso, ao chegarem no Brasil, trouxeram consigo sua cultura religiosa. É bem provável que uma parte dos bantus também tenham migrado para a religião desses sudaneses cultuando os Orixás[..]
Cite ao menos um local no Brasil onde exista, comprovadamente, cultura religiosa tradicional de Cabinda.
6. [...] É possível que Gululu seja um desses africanos de origem bantu que aprendeu a cultura dos Orixás aqui no Brasil com sudaneses, mas resolveu fundar uma sociedade religiosa com negros originários da mesma região, batizando sua nação, então, de Cabinda [...]
Qual seria a base para esta possibilidade do Gululu? Possibilidades, embora existam, não são provas irrefutáveis para nenhuma conclusão.
7. [...] Mas isso não explica o Kamuká no culto [...]
Talvez não explique por que esteja ignorando o conceito de Nação e etnia, por isso não o enxerga! veja a seguir;
8. [...] Existe em Angola - bem distante de Cabinda por sinal - uma etnia bantu denominada Mbundu/Kamuka (http://www.embaixadadeangola.org/cult…/linguas/l_mbunda.html) [...]
9. [...] Isso não diz muito exceto que a origem do nome Kamuká, agora comprovadamente, é bantu [...]
Ainda que exista um local chamado Kamuka ao norte da Republica Popular do Congo, tal fato não embasa a tese que a Kambina do Batuque é um culto bantu.
Quer nos parecer que, aos investigadores que pesquisam sobre as nações afro-brasileiras, falta-lhes o embasamento do que é o CONCEITO DE NAÇÃO conforme já estudado pelos professor Vivaldo Costa Lima (UFBA).
Sobre este tema já produzimos um resumo aqui no blog. Sugerimos a leitura: NAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS NÃO SÃO NAÇÃO POLÍTICAS AFRICANAS
Assim, conforme o Conceito de Nação acima exposto, cujas leituras foram sugeridas acima, conceituar nações afro-brasileiras, no caso a Cambina, ou Cambini, ligando-a à Cabinda, na Africa, apenas pela semelhança do nome, não serve como base conclusiva.
No exemplo abaixo, qual deles seria o correto?
10. [...] E se hipoteticamente Gululu for o nome africano de Valdemar já que os escravizados eram batizados com nomes ocidentais quando chegavam no Brasil? Daí a coisa começa a se encaixar.
Segundo o escritor Paulo Tadeu, Waldemar teria nascido em agosto de 1883, no Brasil, sob a lei do ventre livre.
11. [...] Kamuká pode ser um Nkisi nsi, espírito ancestral ligado a um clã familiar. Esse espírito pode ser de um ente falecido que volta incorporado num descendente seu [...]
[...] Agora refletindo: se Valdemar (ou Gululu) cultuava Kamuká por que este era o Nkisi nsi de sua família, fica explicado o porquê de Kamuká não pegar mais filhos, nem de poder baixar em alguém. Por outro lado, também fica explicado do porquê desse “Orixá” ser cultuado próximo ou junto ao balé, pois na cosmogonia iorubá Kamuká seria um egun[...]
Esta possibilidade existe, pois segundo Paulo Tadeu, Waldemar era de Xangô, e não de Kamuka ... mas ainda que Kamuka seja "um espírito ancestral ligado a um clã" de sua, talvez, família banto do Congo, esta possibilidade não faz da nação Cambina um culto banto, mas antes, uma nação de culto Ioruba que cultuaria junto um ancestral/divindade banto, assim como as nações do batuque cultuam a divindade Sapata, sem serem rotuladas de nação "fon".
Como reflexão, imaginemos um oriental que tenha sido escolhido por Xangô para ser iniciado para ele, e ele venha se iniciar para Xangô; independente da etnia oriental de origem, ele praticará o culto ioruba de Xangô, sendo que sua origem oriental, em momento algum transformaria o culto de Xangô que ele agora pratica, em culto asiático.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O que necessitamos no estudo da Kanbina e Kamuka é o conceito de Nação, por isso não é possível afirmar que Kamuka seja Banto, mas caso fosse, apenas por hipótese, isso não transforma a Kanbina em culto Banto, assim como Sapakta não transforma o Batuque em culto Fon.
Mesmo que pai Waldemar possa ser um descendente do povo Banto, ao adotar o orixaismo, ele estava praticando rituais e costumes dos povos iorubas e não Banto.
Orixá não é egun, por isso, não deve ser cultuado como morto.
_______________________________Após a publicação deste artigo em nosso blog, a publicação original do Ile Ase Igbomina
foi realocada para outra página, também no Facebook, cujo link fornecemos abaixo:
https://www.facebook.com/fabio.oxala/posts/3400801473310350
Por Erick Wolff de Oxalá
27/09/2020
O que os devotos talvez não tenham ciência, que a praça diante da igreja homenageia um dos principais traficantes de africanos escravizados da Bahia. Muitos nem fazem ideia que o seu túmulo está em destaque dentro do próprio templo, onde procissões se faziam às suas portas, já que, foi ele o responsável por trazer a imagem que permitiu o culto ao Senhor do Bonfim.
Diante as constantes ameaças dos direitos humanos, inclusive ataques racistas e às próprias religiões de matriz africana, incentivou à um grupo de historiadores trazerem a público a realidade, para os locais históricos de Salvador ligados a escravidão.
Segundo sabemos, Salvador foi o segundo maior porto de desembarque de africanos nas américas durante o tráficos de seres humanos, ficando atrás apenas para o Rio de Janeiro. Estimando-se que mais de 1,2 milhões de africanos chegaram à Bahia de forma degradante, e foram vendidos como mercadoria.
O português Teodósio Rodrigues de Faria, foi capitão de um navio mercante, na década de 1740, se estabelecendo em Salvador, onde fez carreira como traficante de escravos. O próprio investiu pesado na decoração, pintura e detalhes da igreja do Senhor do Bonfim, morrendo em 1757, sendo enterrado na própria igreja, palco da mais famosa e tradicional festa afro religiosa, a Lavagem do Bonfim. (talvez poucos ou quase ninguém saiba, pois estes detalhes são omitidos)
Pesquisa - Cândido Domingues (historiador)
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/09/27/o-traficante-que-deu-origem-ao-culto-do-senhor-do-bonfim-e-outras-descobertas-do-mapa-da-escravidao-em-salvador.htm?fbclid=IwAR01ZzLTgGJas6LzI-ugSAYJ7692hwbDM4TYvcpk7DYtQw64lFpqtv9KAXk
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