segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXVI

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 20/02/2022
na comunidade - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612 



Neste momento, estamos diante de alguns fundamentos do enterro do sacerdote de Xangô, na Nigéria, onde encontraremos similaridade com o nosso culto. 

Notem, que o Elegun de Xangô morreu, e foi feito um cortejo, de onde ele saiu de um local sagrado, fez algumas paradas depois indo para a própria casa, ao qual foi enterrado no quarto ao qual dormia. 

Assim como, o seu Xangô (que ele foi feito), fica dentro de um local sagrado na própria casa (quarto para orixá), onde após o sepultamento, o Xangô foi levado até a sepultura, para comer um Oka (amalá), junto com o Egun (morto), e depois o Xangô retorna para o local que ele é cultuado (quarto para o orixá).

O ritual de morto possui origem na cultura Iorubá, assim como constantemente apresentamos pontos da nossa origem, que nós batuqueiros não somos descendentes sem origem.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

RESPOSTA À NOTA DE REPUDIO DA CIPOT/RS

Em resposta à nota de repúdio da CITOP/RS publicada recentemente (ver imagens abaixo) queremos esclarecer vários pontos. 



Diz a citada nota que: 


1) "Nossa Ancestralidade está sendo atacada por nossos iguais"

A nossa ancestralidade não está sendo atacada, como quer fazer parecer tal nota, equivocadamente, ao contrário, está sendo preservada com a verdade dos estudos e pesquisas que apresentamos. 

Sabemos que o fundador da Kanbina, pai Waldemar fundou uma religião de culto a orixá, de cultura e religião Iorubá, como é público e notório pelos irmãos. 

A Kambina nunca cultuou nKisses para que seja declarada como uma nação banto, e a única semelhança com a província de Cabinda, é o nome, nada mais.

Convido os irmãos a estudarem o "Conceito de Nação" antes de se autodeclararem bantos.


2) "Entre tantos atos de intolerância que sofremos diariamente"

Diferenças de pensamento e resultados de pesquisa em direção oposta não são atos de intolerância, ao contrário, alicerçam a liberdade democrática. Sempre apresentamos o resultado de nossos estudos respeitando a todos.

 

3) "um conjunto de ações coordenadas que visam distorcer e deturpar a Ancestralidade, Memória, Cultura, Tradição e Identidade do povo de batuque, mais especificamente o povo da Nação Cabinda."

As nossas pesquisas e estudos não visam deturpar, ao contrário, visam esclarecer e apresentar conteúdo para a nossa religião, com embasamento, referencias e fontes. 


4) "há um movimento em curso, liderado por um grupo minoritário"

O único movimento que há é o do estudo e pesquisa séria, embasada, fundamentada, com apresentação das devidas referências abertas a qualquer pessoa que queira estudar o tema. 

Para afirmar que trata-se de um movimento minoritário, é preciso que tenha havido um senso que conseguisse registrar a quantidade de pessoas que tem o mesmo pensamento, ou não. Sem isso, é apenas suposição do editor da citada nota. 


5) "A Fundamentação dos irmãos é pautada no argumento que a data de fundação da cidade de Cabinda na Angola, datada de 28 de maio de 1956, invalidaria a Nação Cabinda de ser formada e batizada pelo seu fundador, citado anteriormente neste texto, visto que seu retorno para a massa de origem foi em 1935."

Não, a fundamentação não é pautada pelo argumento da prefeitura de Cabinda, este é apenas mais um dado. 

A fundamentação está no conceito de nação, na prática, nos usos e costumes, nos dialetos, nas divindades, e principalmente, na oralidade dos mais velhos que sempre falaram kambina, e não Cabinda, que só surgiu nos anos 80 com o livro do escritor Paulo Tadeu, e que assim resolveu chamar, sem apresentar nenhuma fundamentação. 


6) "ignora diversos fatos e registros históricos além do próprio conhecimento tácito, que ao não ser explicito, documental, se transforma em cada conto para cada ouvinte, bem como a oralidade, forma a qual os conhecimentos e fatos são repassados dos mais velhos para os adeptos desde que o Batuque/RS foi estruturado aqui no Rio Grande do Sul.

Na mesma medida, proporção e peso, usamos o mesmo argumento para aqueles que, ao invés de Kambina como falavam os mais velhos, defendem o nome Cabinda, baseados apenas no livro do escritor Paulo Tadeu, que nada fundamenta exceto a semelhança gráfica da palavra

Segundo a própria prefeitura local, a região que hoje é chamada Cabinda possuía outros nomes, e mais tarde foi apelidada pelos portugueses de Cabinda, por que tinham dificuldade de falar "Mafuka M`binda", e somente mais tarde que os nativos adotaram o nome Cabinda, por influência estrangeira.

 

7) "É possível citar diversos dados e registros, que são contrários a tal iniciativa dos irmãos que tentam fomentar o uso do termo Kanbina em substituição ao termo Cabinda, o qual é a identidade dos adeptos desta Nação."

Em momento algum ignoramos os documentos, no entanto, eles não vinculam a Cabinda ao Batuque, separado por conceitos filosóficos e até mesmo religiosos. 

Não queremos substituir, mas preservar Kanbina, como era costume se ouvir e falar antes do livro do Paulo Tadeu.

Portanto, foi este autor, que sem ter nenhum conhecimento do que é "Conceito de Nação" substituiu Kambina por Cabinda, na busca desesperada de encontrar uma identidade no território africano.

Os mais novos assim aprenderam, e pensam que somos nós que queremos substituir o nome, quando na verdade, e os ancestrais sabem disso, queremos preservar o nome original: kambina.


8) "Entre eles estão os documentos oficiais do Governo do Estado do RS que comprovam de forma explicita a existência de trabalhadores escravizados, identificados como "Cabindas" oriundos de terras Africanas. Estes registros estão documentados nas Cartas de Alforria no Estado do Rio Grande do Sul, documento público e disponível no site da APERGS [http://antigo.apers.rs.gov.br/.../1169142561.Cat_Sel...]"

Temos conhecimento dos documentos, porem, neste ponto não podemos ignorar a transtemporalidade (ver link) da palavra Cabinda em livros contemporâneos, quando relatam fatos de séculos anteriores. Temos conhecimento e acesso a estes registros.


9) "Podemos citar também que a da localidade de Cabinda foi elevada à categoria de Cidade em 1956, porém sua fundação é datada de 1490, de acordo com os registros disponíveis [https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabinda_(munic%C3%ADpio)]."

Anterior a data de 1956, a Cabinda possuía outros nomes, informados pelos nativos e pela própria prefeitura: (veja documento) novamente encontraremos a transtemporalidade no texto, para  a internet atual. Os nativos que explicam, que não era Cabinda.

 

10) "Outro registro importante, está documentado no Livro Cabindas Histórias - Crenças - Usos e Costumes, Joaquim Martins, 1972, onde é registrado um mapa de Angola informando que a região já era chamada de Cabinda em 1784."

Novamente a possível transtemporalidade pode ter ocorrido por Padre Joaquim, por ser estrangeiro e católico, ele escreveu livro publicado em 1972, desconsiderando as nomeações anteriores.


11) "É possível também, através de registros em obras de pesquisadores como Prof. Norton Correa e Prof. Krebs (1957) identificar o uso dos termos Cabinda e Cambinda entre os adeptos do Batuque/RS. Em relação ao registro do Prof. Norton Correa, em seu livro, é destacado um parágrafo, onde o próprio, entre parênteses, cita a correção de Cambini ou Cambina para Cabinda (Norton Correa, O Batuque do Rio Grande do Sul, Antropologia de uma Religião Afro-Rio-Grandense, página 50, 5. Os “lados” e a história oral). Estamos falando de registros de conhecimentos tácito, com os métodos de pesquisa, mas sem registros formais documentados."

Norton Correa não citou Cambina apenas porque quis fazer, por conta e risco. Se citou, é porque assim ouviu. Se também citou Cabinda, é porque assim também ouviu, lembrando que seu livro foi lançado após o livro do Paulo Tadeu... (veja aqui)

No entanto, não há nenhuma referencia de como ele chegou a esta conclusão. Que fundamento antropológico de Conceito de Nação está baseada tal conclusão? 

Não poderemos esquecer que faltam mais dados sobre a imagem a qual não se tem acesso para checar se é verídica, que circula no internet sobre a suposta afirmação da Mãe Apolinária seria Cabinda, já refutado pelo própria família da mãe Apolinária.  

Vale ressaltar que até o momento não possuímos nenhum outro registro do Krebs sobre a Cabinda. Será que o Krebs faria um único registro informal sem apresentar mais nada sobre o tema?

Existe ainda (caso seja verdadeira tal imagem)  a possibilidade de Krebs ter ouvido Cambina, e ter escrito Cambinda, por conta própria. 

Podemos perguntar: de quem teria ouvido?


12) "Como já informado anteriormente neste texto, podemos afirmar também, através do Documento da APERGS, público: [http://antigo.apers.rs.gov.br/.../1169142561.Cat_Sel...],  que sim, existiam trabalhadores escravizados oriundos da região e/ou povos denominados “Cabinda” no Estado do Rio Grande do Sul em 1854, ou seja, 102 anos antes da fundação da Província Política da Cidade de Cabinda na Angola em 1956."

Já esclarecemos em nota que não se trata na negação de um povo Cabinda no Brasil, pois sabemos que há registros, mas que a denominação da Kanbina é de influencia Ioruba e não banto, como também os povos Kamuka, que ficavam ao lado do antigo Oyo. Sobre os kamuka no Congo trata-se de uma migração recente.


13) "Posto os argumentos acima descritos, podemos também informar que historicamente, o Batuque/RS, em suas nações, foi criado em nosso estado e há sim similaridades com a matriz e outras diásporas, mas no tocante as divindades, a estruturação do batuque, tem na sua formação a predominância nas divindades Yorubas e alguns Voduns assimilados e agrupados, oriundos do panteão FON. " (o grifo é nosso)

Queremos destacar esta pinça: "O Batuque/RS em suas nações tem na sua formação a predominância nas divindades Yorubas e alguns Voduns Fons"

"Em suas nações" inclui a Kambina. 

Estamos de pleno acordo com a afirmação de quem a origem do culto é Ioruba, e, isso vai de encontro com os nossos estudos e pesquisas.  

 

14) "Outro ponto a ser ressaltado, é que a denominação Cabinda que batiza a Nação de mesmo nome no Batuque/RS, não está ligada, ao menos não encontramos registros nos últimos 70 anos, ao culto de divindades do Panteão Banto (Inkices), de forma que, o culto das divindades e sua estruturação é predominantemente Yoruba." ( o grifo é nosso)

Novamente concordamos com os estudos, pois seguem os mesmos pensamentos aos quais pontuamos, sem divergência quanto ao culto e divindades cultuadas

A Kambina, para que fosse Cabinda e banto, precisaria cultuar Nkissi e falar uma língua banto.

A afirmação que vemos em vários sites na internet que "a Nação Cabinda adotou o panteão Ioruba" é completamente falsa e sem nenhuma fundamentação, porém copiada pelos papagaios e replicada nos sites como se verdade fosse.


15) "Cabe lembrar também que o Batuque/RS foi estruturado com repasse de conhecimento baseado no conhecimento tácito, conhecimento ancestral, temporal e na oralidade, o que pode gerar variações nas interpretações das expressões usadas. Um exemplo disto é Cabinda x Cambinda, outro exemplo Jexa x Ijexa, ou ainda Jejo x Jeijo. "

Seguindo o exemplo por eles citados, o inverso também pode ser verdadeiro. Kanbina pode ter sido transliterada para Cabinda, até mesmo por letrados na boa fé.


16) "Diante do exposto, a CIPOT/RS repudia o uso do termo Kanbina como denominação identitária para a Nação Cabinda, que atualmente é a Nação com maior número de adeptos e casas abertas (conhecimento tácito), no estado do Rio Grande do Sul, com raízes fortes e consistentes, com grandes baluartes que já regressaram a massa de origem, bem como Baluartes vivos, que viveram e vivem nossa cultura e tradição zelando pela memória ancestral e pelos fundamentos de nossa Nação. "

Perante todas as evidencias que apresentamos nestes 10 anos de estudos e pesquisas, incluindo depoimentos dos antigos falando Kanbina, em nome destes mais velhos, repudiamos o uso da palavra Cabinda, palavra de origem banto, para nomear uma nação de culto de Orixás Iorubas.

 

17) "A CIPOT/RS, através de seus integrantes, apresentou os registros e documentos necessários para o grupo em questão, com o intuito de gerar a discussão e também de demove-los de tal objetivo, porém fomos ignorados e o grupo em questão insiste em não os considerar os documentos e fatos apresentados, bem como não apresenta dados que fundamente o uso da expressão KANBINA, de forma que não reconhecemos que este nome represente esta Nação. "

Os documentos apresentados por nos também foram ignorados, mesmo com depoimentos e registros devidamente apresentados, fontes ainda vivas, que afirmam que Kanbina era como antigamente falavam, e que após a morte dos mais velhos que sabiam o idioma, os mais novos, sem nenhuma fundamentação foram mudando as palavras e até cantigas, mudando Kanbina, para Cabinda.

Assinado por:
Erick Wolff
Alexandre Custódio
Luiz Cláudio
Chico neto


Publicação original 

CIPOT/RS 

Coletivo Independente dos Povos Tradicionais, postado em 26/02/2022- Batuque RS, acesso
https://www.facebook.com/groups/695348501636175/permalink/698097158027976

Imagens comprobatórios 








sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXV

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 20/02/2022 em https://www.facebook.com/groups/1444295859135612



Egun e Orixá, os mitos e conceitos falados por um Oje (sacerdote de egun).

Veja o vídeo:


No caso do Batuque, quem deve fazer o arisun é um sacerdote do Batuque.  


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXIV

Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 24/02/2022 no grupo:
https://www.facebook.com/groups/1444295859135612

COMPREENDENDO O EGÚNGÚN (VENERÁVEIS ANTEPASSADOS)

Ainda no tema Egun, veremos como o nativo pensa, e, claro que assim como o culto de orixá, existem preceitos e conceitos que envolvem este culto, vejamos.

Este é um dos posts mais interessantes que coletamos na internet, pois ele esclarece o conceito de mundo espiritual do nativo, sem influencia cristã. 

Determina que pessoas que praticam o mau não devem ser venerados, e que somente pessoas boas são veneradas, pois assim ajudarão os seus descendentes. 

Outro fator importante que esclarece que o egun esta vivo em nós.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXIII

Por Erick Wolff
23/02/2021



Seguindo com os nossos estudos, o tema Egun.

Por muitos anos a diáspora Brasileira, tinha o conceito que Sango temia Egun, provavelmente tenha surgido no berço do Candomblé, pois, o Batuque Sango é um orixá que não teme Egun, e poderemos ver neste artigo, que o Batuque sempre esteve alinhado com a origem do culto a Sango:


XANGÔ NÃO TEME EGUN

No portão de entrada do palácio do Alaafin em Oyo, Nigéria, há uma imagem imagem de Xangô e Egun lado-a-lado. 

Leia mais...


terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXII

Voltando aos nossos estudos, neste tópico falaremos sobre a questão do orixá não vira Egun, e nem é cultuado no igbale. 



ORIXÁ ANCESTRAL: POR DENIS DE ODÉ


Devido aos últimos debates na internet, sobre orixá não virar egun, o professor Denis prestou esclarecimentos sobre o tema.


https://iledeobokum.blogspot.com/2021/11/orixa-ancestral-por-denis-de-ode.html

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

NOTA DE ESCLARECIMENTO PARA O RECENTE ARTIGO “ALGUNS DADOS SOBRE CABINDA”

Erick Wolff
16/02/2022  

Imagem 1
Imagem 2 

A Revista Olorun, número 89, fevereiro de 2022 publicou o artigo “Alguns dados sobre fundação da Cabinda” (província africana de Angola) que despertou elevada a discussão devido à questão da transtemporalidade apresentada.

A palavra transtemporalidade vem de transtemporal:

“Que transcende seu tempo ou que vai além do temporal.      

Dicionário Michaelis,

https://michaelis.uol.com.br/palavra/EZxo7/transtemporal/

 

“Que está além ou fora do tempo; que está para lá do tempo e, por isso, é relativo a todos os tempos; que transcende o que é temporal. 

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/transtemporal


No artigo “Alguns dados sobre fundação da Cabinda”, não estamos querendo dizer que não vieram negros de Mafuka M`binda, mas que o atual nome Cabinda, não era de conhecimento da época entre os nativos.

Sabemos que há registros nacionais da palavra Cabinda que datam do século 19 e anteriores, entretanto, muito possivelmente, trata-se de uma temporalidade dos autores ao utilizarem uma palavra recente, para um histórico ou lugar antigo.

Um exemplo disso ocorre com a palavra Brasil, ao dizermos que Cabral o descobriu em 1.500. Ora, como pode Cabral ter descoberto um Brasil que ainda não existia, e nem ele sabia por qual nome os nativos chamavam estas terras?

Portanto, quando um livro de história do Brasil diz que Cabral descobriu o Brasil em 1.500, está fazendo uma transtemporalidade de um nome que só veio a existir depois.

Devido a esse mal-entendido (ou mal-explicado talvez) a partir da publicação desta nota, usaremos a palavra “Mafuka” para referimos a este território quando do início século 19 e anteriores, e Cabinda para o momento histórico contemporâneo, século 20.

Conforme informações da prefeitura de Cabinda:

[...]

O nome Cabinda tem a sua origem na junção de dois nomes “Mbinda” e “Nfuka”, ficando “Mafukambinda”. Estes foram os primeiros indivíduos com que os navegadores europeus estabeleceram contactos quando chegaram ao reino de Ngoio.

[...] Cabinda teve a sua elevação a cidade no dia 28 de Maio de 1956. [...] (PMC, pp. 13)

Assim sendo Mafukambinda passou a ser chamada Cabinda, por influência dos portugueses:

[...]

De tanto ouvir falar de Mafuka Binda, os colonizadores portugueses, que tinham dificuldades em pronunciar nomes locais, omitindo por vezes certos guturais (sons mais fortes da garganta), começaram a juntar a última sílaba de mafuka com binda (Mafu Kabinda), dando assim origem ao topónimo Kabinda. E foi assim que os europeus acabaram por atribuir a esta terra, incluindo aos seus habitantes, o nome de Cabinda [...] (AAP, pp. 05)

Referencias

ANGOP Agência Angola Press. Internet. Saneamento básico impulsiona nova imagem a cidade de Tchiowa, maio 2021. Acesso em 16/02/2022. Disponível em: https://www.angop.ao/noticias/sociedade/cabinda-saneamento-basico-impulsiona-nova-imagem-a-cidade-de-tchiwoa/

WOLFF, Erick. Alguns dados sobre fundação da Cabinda, Revista Olorun, Internet. Acesso em 16/02/2022. Disponível em: https://olorun.com.br/site1/component/html5flippingbook/publication/revista-olorun-n-89-fevereiro-2022/93/component.html

PMC, Perfil do Município de Cabinda. Internet. Biblioteca Terra, Angolanet. Julho 2007. Acesso em 16/02/2022. Disponível em:

http://bibliotecaterra.angonet.org/sites/default/files/perfil_cabinda_municipal_-_nov_2007.pdf

 
Créditos das imagens

Imagem 1 - 17th-century map of the Kingdom of Congo. This map was published as an inset labelled Congi regni in Africa Christiani nova descriptio. alongside a larger map Abissinorum sive Pretiosi Joannis imperium. It was published as an update to Mercator's Atlas sive cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura of 1595 (in spite of the filename, this is not a map made by Mercator himself!).

Imagem 2 - http://ultimatehistoryproject.com/uploads/3/5/0/1/35012707/2692801.jpg?409




sábado, 12 de fevereiro de 2022

SANTUÁRIO DE ÈSÙ AKESAN (ELEGBAA)

Por Paula Gomes

Postado em 12/02/2022

Hoje Sua Majestade Imperial, Oba Lamidi Olayiwola Adeyemi III, o Alaafin de Oyo, vai inspecionar a restauração do antigo Santuário Èsù Akesan

O trabalho continua.....

Preservando o Patrimônio







Link - https://www.facebook.com/paulagomesculturalfoundationoyo/photos/pcb.1058440288066394/1058437744733315

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXXI

DIFERENÇAS DOS RITUAIS FUNEBRES PARA OS MORTOS DO BATUQUE

Por Erick Wolff de Oxalá

Posta em 11/02/2022

A palavra Ibokú é uma introdução recente que expressa adequadamente o que praticamos. Não há registro de que os mais velhos a utilizavam, usualmente utiliza-se a palavra Balé. Nesta imagem poderemos ver a tradução:


Neste artigo explicaremos alguns conceitos sobre Egun, e seus rituais, sem entrar em fundamento, no entanto estes conceitos são a base para o fundamento praticado na tradição do Batuque do RS.  

Link - 
https://iledeobokum.blogspot.com/2021/05/diferencas-dos-rituais-funebres-para-os.html


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXX

Egungun pertence à Mitologia Yoruba.

Por Arrundegy Ojé Deyi


Egungun, espírito ancestral de pessoa importante, homenageado no Culto aos Egungun, esse culto é feito em casas separadas das casas de Orixá. No Brasil o culto principal à Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.

Link - 
https://iledeobokum.blogspot.com/2011/03/egungun-pertence-mitologia-yoruba.html










O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXIX

O CULTO AOS MORTOS NO BATUQUE NÃO É (E NÃO PRECISA SER) UM CULTO DE EGÚNGÚN.


O culto de baba egun no ilèsànyin, do terreiro de egúngún nada tem a ver com o culto dos ancestrais religiosos no balé (ibóku) de uma casa de orixá. O que se faz no balé (ibóku) do Batuque não tem nada a ver com o que se faz no lèsànyìn do culto de baba egun. 

Fonte - https://iledeobokum.blogspot.com/2017/08/o-culto-aos-mortos-no-batuque-nao-e-e_15.html

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXVIII

Por Erick Wolff de oxalá

Postado em 07/02/2022

Tenho percebido que virou moda dizer que cultuam Iyami Osoronga, mas ouça o que os nativos falam sobre Iyami. Video em Inglês, Português e Ioruba.




O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXVII

Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 07/02/2022

O TRAFICANTE DE ESCRAVOS QUE DEU ORIGEM A TRADIÇÃO DO SENHOR DO BONFIM

É muito importante saber o que cultuamos, para sabermos quem somos.

Sabemos que o Batuque do RS, nunca participou deste evento, no entanto, vale a pena sabermos do que se trata.

Por décadas, os terreiros de Candomblé e Umbanda vem louvando o Senhor do Bonfim, este evento público afro religioso criado por um escravagista que os descendentes destes escravos, se reuniam e com a cabeça baixa (naturalmente uma posição de submissão) para ver onde esfregavam para lavar e jogar água perfumada nas escadarias da igreja, sem saber a origem deste evento, suplicavam as divindades que os protegiam e louvavam o senhor do Bonfim, ícone religiosos da religião do opressor. 

 


TEODÓSIO RODRIGUES DE FARIA

Por Cândido Domingues
Postado em: data ignorada, à saber, acessado em 07/02/2022 às 09:59

Centro de Humanidades/Nova de Lisboa

Programa de Pós-Graduação em História/UFBA

Universidade do Estado da Bahia - Campus IV

Ex-voto representando a tempestade sofrida pelo Capitão Teodósio Rodrigues de Faria (detalhe do teto da Basílica do Senhor do Bonfim). Foto: Cândido Domingues.

Teodósio Rodrigues de Faria nasceu em Portugal e tornou-se capitão de navio mercante. Após viajar pelos mares do Império luso estabeleceu-se em Salvador, onde morreria em janeiro de 1757. Seu corpo está sepultado na igreja do Senhor do Bonfim, na Colina Sagrada, atualmente denominada Praça Teodósio Rodrigues de Faria. No mesmo local uma rua também recebe o seu nome.

Lápide do Capitão Teodósio Rodrigues de Faria. Foto: Cândido Domingues.

Infelizmente nada conhecemos sobre sua vida até 1735 quando seu navio foi requisitado para trazer uma carga de sal para o Brasil. É desse momento que já conhecemos sua devoção ao Senhor Bom Jesus do Bomfim. Era comum no Portugal católico batizar as embarcações com os nomes dos santos da devoção dos donos e capitães. A nau do capitão Teodósio chamava-se Nossa Senhora da Penha de França e Senhor do Bonfim.


Após muitos anos de porto em porto, na década de 1740, Teodósio Rodrigues resolveu estabelecer-se em Salvador onde dedicou-se ao comércio. Assim como tantos outros comerciantes abriu uma casa de negócio na freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em frente à Alfândega. Já estabelecido, e vendo o ir e vir dos navios negreiros, o devoto do Senhor do Bonfim também investiu no tráfico de africanos escravizados.


As freguesias da Conceição e do Pilar funcionavam como verdadeiros mercados de escravos a céu aberto (ver CAIS DO PORTO DE SALVADOR). Nelas se concentravam todas as atividades portuárias de Salvador. Navios de todos os lugares e tamanhos chegavam e saiam com variadas mercadorias. Era também o local de morada dos homens do mar e muitos comerciantes. Os traficantes de escravos que não moravam nelas ou não tinham lojas abertas, ali mesmo alugavam casas para abrigar os africanos recém-desembarcados enquanto os vendia.


Teodósio Rodrigues de Faria ficou conhecido na história baiana por sua devoção ao Senhor do Bonfim. Em uma viagem a Lisboa, durante grande tempestade, o capitão invocou a proteção do Cristo crucificado alcançando o milagre de sobreviver diante das intempéries em alto-mar. Para pagar sua promessa, em 1745, trouxe para Salvador uma imagem do Senhor do Bonfim à semelhança da que existia em Setúbal (Portugal). No mesmo ano foi criada a Irmandade daquela devoção. Inicialmente colocada na Igreja Nossa Senhora da Penha de França, em 1754, após a finalização das obras internas da igreja a imagem foi trasladada em procissão para a Colina Sagrada. A igreja, no entanto, estaria pronta apenas em 1772. De acordo com Carlos Ott, o capitão Teodósio esteve mais ligado à ornamentação do templo e não a sua construção. Isso ocorrera após o ano de 1752. Em seu teto encontramos um belo painel em que um grupo de marinheiros entrega aos santos e anjos um quadro ex-voto representando o navio durante a tempestade.


Foi na década de 1750 que Teodósio Rodrigues recebeu a patente de capitão de mar-e-guerra do vice-rei do Brasil e, também, mais atuou no tráfico negreiro. Enquanto sua fama de capitão sempre é ressaltada pelas televisões e jornais baianos durante a cobertura da Lavagem do Bonfim, ocorrida em Salvador no mês de janeiro, a atuação dele como traficante de pessoas escravizadas nunca é lembrada. Alguns autores, ao citar o tráfico empreendido por Teodósio, colocam no campo das dúvidas. Vejamos, pois, a atividade comercial do capitão.


Em 1747 Teodósio Rodrigues de Farias, José Nunes Martins e Francisco Borges dos Santos estabeleceram uma sociedade para fortalecer seu comércio com a Costa da Mina (região que hoje compreende os países Togo, Benim e Nigéria). Para começar o comércio compraram o navio negreiro São João Batista e Almas do também traficante Antônio Rodrigues Lisboa. O comércio entre a Bahia e a Costa da Mina era regulamentado pela coroa portuguesa que permitia a ida de 24 navios registrados com um número. Essas embarcações atuavam em rodízio indo 12 a cada ano. Após fechar o ciclo dos “24 navios”, como eram chamados, recomeçava tudo novamente.


São João Batista e Almas era um dos “24 navios”, mas os comerciantes queriam mais e compraram mais dois navios que a Fazenda Real estava leiloando para pagar dívidas de seu antigo dono, o grande traficante Domingos Ferreira Pacheco. Os navios Nossa Senhora do Rosário e Santo Antônio e Santana e Bom Jesus da Boa Nova também faziam parte dos “24 navios”. Com esta compra Teodósio e os dois sócios passavam a ter três embarcações que podiam ir para a Costa da Mina. E assim ficaram até 1751, quando o vice-rei do Brasil, o conde de Atouguia, reorganizou esse número, proibindo que uma pessoa ou sociedade comercial tivesse mais de um navio da Costa da Mina. Ainda assim, o capitão Teodósio Rodrigues de Faria perdeu apenas um de seus navios e ficou com dois, pois o vice-rei alegou que ele tinha comprado aqueles dois navios com o preço acima do valor real, ajudando a Coroa portuguesa. Por tudo isso já vemos que ele não era um traficante qualquer!


Além de ter seus próprios navios negreiros, Teodósio Rodrigues também investia em outras embarcações. Entre 1749 e 1750, juntamente com José Pereira da Cruz, um capitão de navio negreiro, organizaram uma viagem para a Costa da Mina. O capitão José Pereira morreu logo que retornou da África. Dos 538 africanos que comprou, chegaram vivos a Salvador 484. Destes, 53 pertenciam à sociedade Teodósio-José. Os demais eram de posse de vários investidores desconhecidos.


Com o sócio morto, coube a Teodósio Rodrigues de Faria vender os 53 africanos novos, o que ocorreu ao longo de seis meses, ao fim dos quais ele prestou contas, de próprio punho, ao inventariante do defunto. Por fim, vejamos o que o próprio Teodósio escreveu:


“A mim, Teodósio Rodrigues de Faria, […] Há de haver


 Pela [e]pta. de 200 rolos de tabaco seu principal com que entrou para a carregação que lhe fiz nesta cidade e levou para a Costa da Mina em a Galera Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio a sua consignação interessado comigo nas perdas ou lucros igualmente e na ida somente correu o risco ao valor que dela lhe pertence,            646.760 [réis].


Pela dita da metade do ganho que houve na referida sociedade como se vê da conta e toca-lhe                                                                                                                     1:558$316


                                                            2:205$136 [soma]


                       Theodozio Roiz de Faria


Bahia 27 de março de 1751


 Entrada dos escravos que eu Teodósio Roiz de Faria recebi nesta cidade vindos da Costa da Mina em a Galera Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio por minha conta e risco e do capitão José Pereira da Cruz, interessados cada um na parte que abaixo se declara, e nos lucros igualmente marcados com a de fora.


São peito esquerdo 46 negros, molecões e moleques


                              __7 negras, moleconas e molecas,


                           53 cativos que chegarão vivos dos que fez o mesmo capitão produto líquido da carregação de 500 rolos de tabaco para o principal [investimento] da qual entrou nesta Bahia a saber.


Eu Teodósio Rodrigues de Faria com       948.457


E o dito capitão José Pereira da Cruz com 646.160 [=] 1:595$217


Gastos


Por frete de 500 rolos de tabaco a 1.200 réis .................................. // 600.000


Por dito de 53 cativos a 10$000 réis ................................................// 530.000


Por despesas em São Tomé avaliados em 19 peças a 3.500 [réis] ..........// 66.500


Por [despesas] nesta cidade de 53 escravos a 3.000 [réis] .................// 159.000


Por marcas e tangas a 320 réis ....................................................... // 16.960


Por gastos com o sustento dos ditos cativos nesta cidade [de Salvador], visitas a 

médico cirurgião e botica, casas em que moraram, enterro de quatro e outras despesas 

que todas importam conforme a conta de Manoel da Ponte ............... // 252$130


Por despesas que fez com dois enfermos que depois morrerão // 4.400 1:628$990

                                                                                                                     3:224$207


Ganho


 Pelo lucro que fica ao mencionado interesse da dita carregação de que apurado 

tudo toca a cada um a metade e pertence


A mim Teodósio Rodrigues de Faria com        1:558$376 e ½


Ao dito capitam José Pereira da Cruz               1:558$376 e ½


                                                             3:116$753



6:340$960 [réis]”

domingo, 6 de fevereiro de 2022

O BATUQUE PRESERVOU MUITO MAIS DA MATRIZ DO QUE PENSAVÁMOS XXVI

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 06/02/2022

ORIXAÍSMO, UM ESTUDO DA RELIGIÃO IORUBA

Deus não é um só, cada povo tem o seu Deus, baseado nisso. este artigo tem por finalidade levantar a questão para a sociedade do culto a orixá sobre o conceito do estudo das religiões dos orixás, uma estrutura religiosa que não se alinha com o teísmo.

Nós ocidentais não podemos pensar, conceituar e nem explicar a religião ioruba baseado naquilo que vivenciamos, para isso, precisamos entender como eles pensam e o que praticam, só assim, não seremos colonizadores tentando mudar a forma deles existirem. 

Boa leitura

sábado, 5 de fevereiro de 2022

YEMOJA ORIXÁ DO RIO EM TERRAR YORUBA

Por yemoja_arike 
Postado em 18/05/2021 acessado em 05/02/2022 às 18:18



É por mais que se tente algum tipo de separação entre as praticas da África e dos cultos formados no Brasil ( respeito a cada origem e história), algumas cenas são tão parecidas nos dois locais que é difícil manter esse distanciamento.



Evidente que preciso dizer que Yemoja em área yoruba é Orisa de rio. (o grifo é nosso)

Como também já publiquei inúmeras vezes, esta mais que registrado que as pessoas que cultuavam yemoja no brasil no passado sabiam e sempre souberam que yemoja é uma deidade de rio.


Os registros da Prefeitura de Salvador mostram a data de 1923 para o inicio das festas de iemanja na praia do rio vermelho, a festa se tornou popular rapidamente e teria começado para ajudar os pescadores para com a falta de peixes do período.


Seguindo.. em área yoruba o rio ogun dado a yemoja é contemplado em ritos para a deidade para muitas finalidades, seja a prosperidade, a paz da comunidade, para que esteja sempre brando sem que cause tragedias na comunidade, e que continue sendo fonte de fertilidade.. ali o caminho do barco do rio para em um ponto para cultuar yemoja...

Do rio Paraguaçu no brasil.. um dos pontos de parada é a pedra da baleia.. de um jeito ou outro yemoja deu um jeito de velejar nas aguas.


Bjos.
Yemojagbemi Arike

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TIKTOK ERICK WOLFF

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